Palestinos sobre massacre na Nova Zelândia: ‘Mais uma triste evidência da intolerância religiosa e xenofobia’

Tempo de leitura: 3 min
Marty Melville/AFP,via página da Fepal

Da Redação

Nessa sexta-feira,15/03, um ataque a tiros a duas mesquitas em Christchurch, na Nova Zelândia, deixou 49 mortos e, pelo menos, 48 feridos.

Na manhã deste sábado, o australiano Brenton Tarrant, 28 anos, foi acusado formalmente de homicídio pelo massacre.

Segundo o jornal New Zealand Herald, o assassino fez um gesto conhecido como símbolo de supremacistas brancos com as mãos enquanto era fotografado.

Considerado pelas autoridades como de extrema direita, ele estava em posse de cinco armas, incluindo duas semiautomáticas e duas espingardas. As armas foram compradas depois que ele obteve a licença correspondente, em novembro de 2017.

Ele transmitiu ao vivo pelo Facebook o massacre numa das mesquitas, durante 17 minutos.

A Federação Palestina (Fepal) —  reúne palestinos e seus descendentes no Brasil  — divulgou a nota abaixo.

  Fepal,  enviado por Tânia Mandarino

O massacre nas mesquitas de Christchurch, na Nova Zelândia, que deixou 49 mortos e pelo menos 48 feridos, é mais uma triste evidência do que a intolerância religiosa e a xenofobia podem causar à sociedade.

A onda de supremacismo nacionalista que cresce no mundo todo – e assusta imigrantes e refugiados – atingiu até mesmo um dos países mais democráticos e pacíficos do mundo, que em 2017 teve apenas 35 homicídios.

O assassino, um australiano de 28 anos, usava trajes militares, capacete e colete à prova de balas.

Ele transmitiu tudo pela internet e depois publicou uma mensagem chamando os imigrantes de “invasores”.

Já havia publicado um manifesto de 74 páginas numa rede social, no qual elenca líderes racistas norte-americanos como seus heróis. No mesmo material, dizia também que suas motivações incluíam “criar uma atmosfera de medo” e incitar a violência contra muçulmanos.

É muito triste para nós – filhos, filhas e demais descendentes de refugiados árabes, muçulmanos e cristãos – ter de justificar, a cada nova agressão gratuita, que não somos radicais ou terroristas. Que se nós ou nossos antepassados emigraram foi por necessidade, por perseguição étnica, expropriação de terras, crimes contra a humanidade e violação dos direitos humanos.

Aqueles que morreram em Christchurch eram parte dessa diáspora, cidadãos comuns, dispersos pelo mundo em busca de melhores condições de vida.

Crimes bárbaros como esse são motivados pela cultura do ódio, da intolerância e da violência que vêm ganhando espaço nos últimos anos, inclusive no Brasil.

Guardadas as especificidades, são os mesmos gatilhos da tragédia em Suzano, no interior paulista. Os assassinos são paladinos farsantes, covardes, que não suportam diferenças e alianças afetivas.

São também resultado de uma simplificação grosseira da história e das relações humanas, em que o diálogo e a conciliação valem menos do que ofensas, ataques e mentiras.

Pode parecer utópico falar em paz em um momento como esse. Mas falemos. Assim como não podemos normatizar massacres como os de Suzano e o da Nova Zelândia, não podemos nos calar frente às injustiças contra o povo palestino.

De acordo com a ONU, em 2018, 180 pessoas foram mortas pelo exército israelense durante a “Grande Marcha do Retorno”, a imensa maioria civis. Foram registrados ainda outros 265 casos em que israelenses mataram, feriram ou danificaram propriedades palestinas para expandirem suas ocupações.

Nós, da FEPAL, condenamos qualquer ato de violência, mas resistir à opressão e à brutalidade é um direito de todos os povos. Nossa luta por justiça, liberdade e reconhecimento tem um único objetivo: trazer a paz para a Palestina. Acabar com uma política terrorista de Estado, que todos os dias, há décadas, viola os direitos humanos e civis mais básicos da população.

Não queremos guerra, queremos paz. Queremos união e respeito entre todos os povos e nações. Judeus, muçulmanos, cristãos e evangélicos, adeptos de todas as religiões. Na Nova Zelândia, no Brasil, na Palestina e em Israel. Paz.

 


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Zé Maria

https://twitter.com/i/status/1107077811339231233

Jornalista Waleed Aly, âncora de um Programa de TV
da Austrália, fazia um comentário sobre o Massacre
cometido por um Terrorista Racista Xenófobo Branco
nas Mesquitas da cidade de Christchurch, Nova Zelândia.

A certa altura, Aly simulou ler na TV trechos do manifesto
– que foi compartilhado pelo atirador, on-line, antes do genocídio –
atacando o Islã como uma religião de violência e dizendo
que os muçulmanos deveriam esperar violência contra eles.

“Como essas palavras soam quando eu te digo
que elas não faziam parte do manifesto?
Elas foram publicados depois dos ataques,
em papel timbrado de um parlamentar australiano”,
disse o Jornalista referindo-se ao senador Fraser Anning,
que pouco depois da divulgação da notícia do Massacre
culpou os muçulmanos pelos ataques na Nova Zelândia.

“Tudo o que dizemos para tentar discriminar pessoas,
demonizar grupos específicos, colocá-los uns contra os outros,
tudo tem consequências, mesmo que não sejamos nós
com os dedos no gatilho”, concluiu o apresentador de TV.

https://www.news.com.au/world/pacific/waleed-alys-emotional-message-in-the-wake-of-the-christchurch-terror-attacks-im-not-shocked/news-story/ff4ff5153b1ba322cdf1b5db0f4217c1

Zé Maria

Atualmente, o Terrorismo dos Racistas Fanáticos Brancos Xenófobos
é a Maior Ameaça ao Processo Civilizatório no Ocidente,
desde a Alemanha Nazista das Décadas de 1930/1940.

Liberdade de Expressão é a PQP!
White Power é P— na Argola
desses Racistas Brancos FDP!
https://insajderi.com/wp-content/uploads/2019/03/ookokko-730×440.jpg
https://i.pinimg.com/originals/4d/e5/ad/4de5adb4d47e0644bd4822c589831d0c.jpg

    Zé Maria

    Vê só como são as ‘Coincidências’:

    Um dia depois que o Presidente da Turquia
    se manifestou sobre o Atentado na Nova Zelândia,
    afirmando:
    “Em nome do meu País, ofereço condolências
    ao mundo islâmico e ao povo da Nova Zelândia,
    que foram alvo desse ato deplorável, o mais recente
    exemplo do aumento do racismo e da islamofobia”.
    E prosseguiu dizendo:
    “Todos os Líderes Mundiais, todas as Organizações,
    começando pelas Nações Unidas, consideram que
    é um ataque contra o Islã e contra os Muçulmanos.
    Não dizem: ‘- É um Terrorista Cristão’.
    Se fosse muçulmano, diriam: ‘- É um terrorista islâmico’.
    Isso é muito importante. Eu digo isso ao Ocidente:
    Por que não diz isso?”…

    Não é que agora a Polícia Holandesa diz que identificou
    um cidadão de origem turca como suspeito do ataque
    à estação de trem na cidade de Utrecht, na Holanda…
    .

    Zé Maria

    Coincidência? Será?

    18 de Março de 2019 18:20
    Esquerda Diário

    Cresce a crise diplomática entre Turquia e Holanda

    No sábado pela noite, a Policia de Roterdã impediu a ministra turca de Família e Assuntos Sociais, Fatema Betul Sayan, acessar ao consulado turco da cidade e, finalmente, a expulsão da Alemanha, antes de dissolver mediante cargas policiais numa manifestação a favor da visita.

    No mesmo dia pela manhã, a Holanda havia negado permissão da aterrissagem do ministro do Exterior, Mevlut Çavusoglu, que queria realizar em Roterdã um comício politico com a comunidade turca residente no país.

    “Ocidente tem mostrado sua cara verdadeira.
    Pensava que o nazismo tinha terminado mas me equivoquei.
    De fato o nazismo está voltado no ocidente”,
    concluiu o presidente turco, quem acusou esta semana
    também a Alemanha de ser nazista por uma proibição similar
    do comício de um ministro turco neste país.

    Erdogan afirmou que a Holanda “não se comportou
    como um Estado de direito, membro da União Europeia,
    senão como uma república da banana”. e acrescentou que
    o país europeu ” pagará um preço” por ter impedido
    um comício político dos ministros turcos em Roterdã.

    Os ministros queriam pedir o “sim” aos turcos residentes
    na Holanda de cara ao referendo constitucional do dia 16 de abril
    sobre a instauração de um sistema presidencialista.

    Fora da Turquia residem 3 milhões de eleitores com direito
    de participar do referendo chamado por Erdegon.

    Nas notas de protesto, a Turquia ” condena energeticamente”
    o tratamento aos ministros que, assegura, ” não se adequa
    as considerações diplomáticas e os usos internacionais”.

    Durante o fim de semana, números altos dos cargos turcos,
    incluindo Erdogan, e o primeiro ministro, Binali Yildirim,
    tem anunciado ” duras represálias” contra os Países Baixos,
    mas sem especificar todavia no que podia consiste.

    Na França sim

    O governo da França defendeu hoje a celebração do comício na cidade de Mertzdo ministro turco do exterior, Mevlut Çavusoglu, que na Holanda negou este sábado a permissão de aterrissar em seu território.

    “França é um Estado de Direito(..). Na ausência de uma ameaça confirmada contra a ordem publica, não havia razão para proibir esta reunião que não apresenta nenhuma possibilidade de interferência na vida política francesa”, indicou o ministro de Exterior, Jean-Marc Ayrault, em um comunicado.

    O mandato da OTAN

    O secretario geral da OTAN, Jeans Stoltenberg, expediu nesta segunda-feira pela manhã na Holanda e na Turquia, como membros da Aliança, a mostrar ” respeito mutuo” e ” diminuir a tensão” nas crises impulsionada pelo rechaço holandês a que ministros turcos do comício politico em seu território. ” O debate solido está no coração de nossas democracias, e também o respeito mutuo”, destacou Stoltenberg em uma rede de imprensa ao ser perguntado sobre o conflito diplomático entre os dois países.

    Traduzido por Tatiana Ramos Malacarne
    do La Izquierda Diário

    http://www.esquerdadiario.com.br/spip.php?page=gacetilla-articulo&id_article=13727

a.ali

nossa solidariedade ao povo palestino!

Deixe seu comentário

Leia também