por Valéria Trança
Importante e necessário se faz o produto da exposição da Carta à ministra Maria do Rosário redigida pelo jornalista Pinheiro Salles — um debate consciente capaz de produzir resultados buscados no referido ofício. Ainda que essa iniciativa produza reações adversas, recomendável se faz para que prevaleçam a lucidez e se faça a justiça.
Gostaria de ilustrar aqui a minha admiração por Pinheiro Salles, mas me sinto insuficiente, diante da grandeza desse Homem, com H maiúsculo, e da magnitude que toma sua história e seu significado. Pessoa digna, inteligente, sensível, solidário, exemplo de força, bravura, humildade e sobretudo, exemplo de Verdade.
Pinheiro Salles não necessita atacar ninguém para expor a parte negra da história do nosso país; os tiranos são atingidos em conseqüência dessa exposição, afinal esses covardes enegreceram nossa história ao mesmo tempo em que tentaram deixar em branco a história de tantos homens e mulheres, dando “sumiço” em suas vidas.
Admira-me muito como, ainda hoje, existem pessoas tão pouco esclarecidas quanto ao que ocorreu de fato em nosso país, quando vejo, aqui nessa página, comentário de conteúdo tão agressivo e ignorante, desconexo com a realidade, como o citado por ‘TAQUES”. Frustrante…
Aliás, TAQUES e ATAQUES se coincidem quando se trata de defender militares torturadores, estupradores, assassinos,criminosos de todo gênero quando escreve: Convenhamos, chamar os militares brasileiros da época de discípulos de Hitler é de uma desonestidade intelectual monstruosa.
Desonestidade intelectual monstruosa são três palavras que jamais se adequam ao redator da carta em questão. Não sei qual delas é mais impertinente em se tratando de PINHEIRO SALLES. Esse comentário seria hilário se a monstruosidade dos fatos relatados pelo Jornalista não fosse real. Se os militares ditadores não são discípulos, seriam MESTRES para Hitler — ou uma coisa ou outra. E se não merecem ser punidos, abramos as cadeias e soltemos todos os assassinos, estupradores, ladrões, e bandidos de toda espécie que compõem esse grupo de “gente”. Afinal, cada um deles deve ter a sua “justificativa” para os crimes cometidos.
Percebe-se um incômodo dos simpatizantes da ditadura com o assunto. Os carrascos valentes daquele tempo de trevas não são corajosos o suficiente para enfrentar uma Comissão da Verdade. Tentam barrar qualquer iniciativa de esclarecimento e elucidação. Isso denota medo! Afinal, a força que usavam não lhes era própria. A sua “coragem” de outrora vinha das armas que lhes garantiam “segurança” na execução dos requintes de maldade.
Portanto, é inadmissível que a anistia tenha colocado em pé de igualdade CRIMINOSO E VÍTIMA. Espero que a Carta de Pinheiro Salles atinja o principal valor de uma nação: Justiça. A impunidade é filha da covardia interesseira, mãe da violência, que por sua vez gera mais violência, injustiça e com ela, sofrimento e opressão. Que a esperança tão pregada por Pinheiro Salles não permita calar a verdade e buscar a justiça, pois desta, depende a paz.
Por isso, faz-se necessária a articulação de toda a nossa nação para que se faça a justiça, DE FATO! Parabéns Sr. Pinheiro! Sei que o Sr. não gosta de ser tratado como Senhor — depois de me explicar que este pronome vem de “Senhor de escravos”. E como não admite autoritarismo e nenhum tipo de violência, incomoda-se com esse termo. Mas, na infância, aprendi diferente: que devemos tratar por SENHOR pessoas respeitáveis e, no senhor reconheço o mais do que uma pessoa a ser respeitada — um exemplo a ser seguido. Mais do que seu honroso significado na história do nosso país, sensibiliza-me a sua força, humildade e sensibilidade.
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Parabéns por resistir e reagir! Que bom que não se deixou amargurar pela maldade dos algozes ditadores; apesar do que passou, acredita na justiça e na paz, tem um humor agradável, fala de esperança e busca sempre o bem coletivo.Viva Pinheiro Salles! Viva a JUSTIÇA!!!
PS do Viomundo: A Valéria ficou acabrunhada porque os comentários dela entraram fora de ordem neste post. Então, a gente apagou lá e deixou tudo aqui, de uma só vez.




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