Como perder uma guerra antes de começá-la?

Tempo de leitura: 2 min
Array

Por Marco Aurélio Mello

Guerra e Paz, de Portinari

“Guerra e Paz”, de Portinari

por Marco Aurélio Mello

A internet, que tem “de um tudo”, acaba de dar protagonismo a uma nova classe social: os haters ou em bom português, os odiadores.

Como o próprio nome diz são tipos que disseminam o que há de pior no humano que habita em cada um de nós.

É como se fossem bestas-feras, que viviam acorrentadas, e que agora vagam por aí, neste território “etéreo” da nuvem de dados.

São dotados de enorme força, mas pouca, muito pouca inteligência.

Por isso, têm enorme dificuldade de compreender o mundo e pior, saber de qual lado ele está.

Na verdade, para estes que sempre tiveram pouco, pouco importa o lado e sim como vai ficar o “seu lado”.

E faz sentido porque no salve-se quem puder em que eles vives só eles contam, só o seu presente e futuro que importam.

Apoie o VIOMUNDO

Como não têm ideologia, eles atuam no campo da superficialidade identitária: o outro tem a mesma preferência sexual? Torce para o mesmo time? Tem a mesma cor, a mesma origem? E assim por diante.

Em momentos como o nosso, em que a sociedade perdeu a racionalidade, os haters se transformaram em um exército capaz de promover linchamentos (não só virtuais), assassinatos de reputação e um sem-número de danos aos indivíduos e à toda coletividade.

São estes os tipos cooptados facilmente pelos radicais, extremistas, fundamentalistas e fascistas.

São estes os tipos que, em troca de algum conforto, segurança ou a sensação de que “está por cima” são capazes de destruir o sonho de paz com democracia e justiça social.

E só há uma maneira de atrair os haters para o lado oposto, apelar para os lovers que existem dentro de nós.

Porque por trás desta fúria, deste grito odioso e descontrolado, há um ser humano que sofre a dor do não pertencimento.

São alvo fácil para mistificadores, falsos profetas do apocalipse e, principalmente, doutrinadores que pregam o choque e o medo.

Se não acordarmos para a urgência de recrutarmos nossos exércitos pelo amor nossa guerra estará perdida antes mesmo de começar.

E nossos adversários políticos já sabem de tudo isso e se dão ao luxo de posarem de consoladores.

Lembre-se, só o amor é revolucionário.

Leia também:

Nildo Ouriques: Pela Revolução Brasileira!

Apoie o VIOMUNDO

Array

Marco Aurélio Mello

Jornalista, radialista e escritor.


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Leia também