Por Marco Aurélio Mello

“Guerra e Paz”, de Portinari
por Marco Aurélio Mello
A internet, que tem “de um tudo”, acaba de dar protagonismo a uma nova classe social: os haters ou em bom português, os odiadores.
Como o próprio nome diz são tipos que disseminam o que há de pior no humano que habita em cada um de nós.
É como se fossem bestas-feras, que viviam acorrentadas, e que agora vagam por aí, neste território “etéreo” da nuvem de dados.
São dotados de enorme força, mas pouca, muito pouca inteligência.
Por isso, têm enorme dificuldade de compreender o mundo e pior, saber de qual lado ele está.
Na verdade, para estes que sempre tiveram pouco, pouco importa o lado e sim como vai ficar o “seu lado”.
E faz sentido porque no salve-se quem puder em que eles vives só eles contam, só o seu presente e futuro que importam.
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Como não têm ideologia, eles atuam no campo da superficialidade identitária: o outro tem a mesma preferência sexual? Torce para o mesmo time? Tem a mesma cor, a mesma origem? E assim por diante.
Em momentos como o nosso, em que a sociedade perdeu a racionalidade, os haters se transformaram em um exército capaz de promover linchamentos (não só virtuais), assassinatos de reputação e um sem-número de danos aos indivíduos e à toda coletividade.
São estes os tipos cooptados facilmente pelos radicais, extremistas, fundamentalistas e fascistas.
São estes os tipos que, em troca de algum conforto, segurança ou a sensação de que “está por cima” são capazes de destruir o sonho de paz com democracia e justiça social.
E só há uma maneira de atrair os haters para o lado oposto, apelar para os lovers que existem dentro de nós.
Porque por trás desta fúria, deste grito odioso e descontrolado, há um ser humano que sofre a dor do não pertencimento.
São alvo fácil para mistificadores, falsos profetas do apocalipse e, principalmente, doutrinadores que pregam o choque e o medo.
Se não acordarmos para a urgência de recrutarmos nossos exércitos pelo amor nossa guerra estará perdida antes mesmo de começar.
E nossos adversários políticos já sabem de tudo isso e se dão ao luxo de posarem de consoladores.
Lembre-se, só o amor é revolucionário.
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Marco Aurélio Mello
Jornalista, radialista e escritor.




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