sugerido por Kátia Gerab Baggio
Nós, integrantes do Global Brazil Humanities Lab da Duke University, como estudiosos do Brasil e da América Latina, nos posicionamos contra o golpe que se implanta em terras brasileiras, as ações antiéticas perpetradas pelo judiciário e a manipulação de informações pela mídia nacional e internacional, que têm levado o país a um cenário de constante ameaça à democracia.
Cientes do contexto do golpe civil-militar de 1964, notamos que assim como hoje a mídia de massa no Brasil, controlada por poucas famílias, se posicionou a favor do golpe. Centenas de milhares de pessoas foram às ruas para marchar “com a família com Deus e pela liberdade”, constantemente insistindo que defendiam a democracia, não muito diferente do que tem ocorrido ultimamente.
Hoje sabemos que a “democracia” defendida pela mídia e pelos manifestantes seria transformada em 21 anos de uma ditadura que aprisionou, torturou e assassinou os seus opositores. Tal como ocorre hoje, civis no Congresso e nos setores empresariais e financeiros agiram como fiadores do golpe.
As pedaladas fiscais hoje usadas como justificativa para o impeachment da presidente Dilma Rousseff foram realizadas pelos dois presidentes anteriores e por 16 dos governadores eleitos em 2014.
Insatisfação não constitui argumento a favor do impeachment e muito menos tem força para anular a vontade de 54 milhões de eleitores.
Para o agravamento do quadro, mais de 50% dos deputados que julgarão o impeachment estão envolvidos em processos judiciais, acusados de corrupção. Assim, vemos um golpe em andamento, uma radicalização política de extrema direita, com ares fascistas. Enxergamos as tentativas de impeachment e a perseguição ao ex-presidente Lula como um grande acordo jurídico-político-midiático para o fim das investigações da Lavo-Jato, com o propósito de frear os avanços sociais que têm caracterizado os últimos anos.
Alunos de pós-graduação
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