Antônio de Souza: Nossa saída está na economia política mas sem retrocessos

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A CRISE GREGA E O BRASIL: DEMOCRACIA E FASCISMO

por Antônio de Souza, especial para o Viomundo

Os brasileiros acordaram e descobriram a crise da Grécia nas páginas de nossos principais jornais. Mais ainda, estão sendo informados agora que a crise econômica global ainda existe e pode piorar.

Mas como assim? A crise do capitalismo internacional de 2008 não tinha sido debelada? Os Estados Unidos não estavam crescendo fortemente, saindo da crise? A crise na Europa não era apenas um caso pontual, provocado pela leniência dos países ao sul do continente — Grécia, Portugal, Espanha e Itália?

É isso, caros leitores, pelas lentes, microfones e textos de nossa mídia, a crise internacional foi um assunto menor nos últimos anos. A globalização do capital, como num passe de mágica, deixou de existir, bem como seus efeitos sobre a economia brasileira.

Esta narrativa da mídia brasileira esconde que, segundo o FMI e o BID, 60% do crescimento econômico advêm do fator externo. E que são estes elementos que ainda podem fazer piorar a nossa situação e aprofundar a crise em todos os países ao redor do mundo.

Em outras palavras: a crise grega e a irresponsabilidade de políticas neoliberais adotadas (ajustes fiscais e políticas monetárias restritivas), inclusive aquelas que estão sendo tomadas agora no Brasil, podem atingir ainda mais a nossa economia.

O objetivo desta narrativa da mídia brasileira era, claro, internalizar a crise e dizer que a culpa era exclusivamente da Presidência da República. Mais precisamente da forma como os governos Dilma e Lula conduziram o país nos últimos anos.

O aparato midiático, em apoio ao mercado financeiro, utilizou-se disto para fazer a famosa “guerra de expectativas”. Queriam políticas econômicas internas que ajudassem ainda mais na acumulação financeira. Juros altos, cortes de despesas e do crédito. A terapia que está justamente criando crises econômicas, políticas e sociais no continente europeu. De tanta pressão interna que exercem, estão conseguindo.

De qualquer modo, sempre é necessário dizer que parte desta crise vem do sumiço de pelo menos US$ 1 trilhão do mercado de crédito internacional, com seus efeitos sobre todas as economias do mundo e também a brasileira. Sem crédito, as economias param.

Por isso o governo federal teve que ampliar o crédito público nos últimos anos para minimizar a crise econômica. Por isso o mercado financeiro e seu aparato midiático vêm criticando tanto as políticas econômicas implantadas pelo governo federal nos últimos anos. Não foi à toa que estes setores foram ao ataque contra o BNDES, visando ampliar a crise e permitir a vitória da oposição em 2014.

Temos que dizer claramente que o mundo não conseguiu sair da crise econômica internacional, e que estamos em outro momento de acirramento da mesma crise que se iniciou em setembro de 2008.

O episódio grego é fundamental para entendermos a engrenagem da crise.

Para evitar o colapso do sistema bancário, os governos tiveram de se endividar ainda mais desde 2008.

A partir de 2010, em outro surto neoliberal, o governo alemão acreditou que a austeridade seria a forma de se evitar a crise e fez uma política draconiana na Europa, com corte de gastos públicos, que não resolveram a crise econômica e muito menos diminuíram a dívida pública dos países (aqui e aqui).

A Grécia perdeu um quarto de sua riqueza desde 2008, ou seja, os cidadãos da pátria da democracia perderam um quarto de seu patrimônio neste período seguindo as políticas de ajuste fiscal. Por isso, não querem mais recessão e se negam a continuar seguindo o receituário neoliberal.

A crise grega acaba envolvendo todos os outros países, ainda mais quando a economia americana dá sinais de fraqueza – com queda do PIB de 0,7% – e a crise econômica persiste no Japão e na Europa, além do enfraquecimento da economia chinesa.

Por isso,  se a Grécia decretar moratória e não pagar a sua dívida – calculada hoje em 340 bilhões de euros – causará problemas em todos os bancos europeus, particularmente os alemães. Provavelmente a Grécia sairá do Euro, e a porta ficará aberta para que a Inglaterra e outros países também saiam.

Esta situação pode nos levar a uma ampliação dos conflitos na Europa e ao redor do mundo, com a emergência de um novo fascismo, já visível, apresentando-se como uma saída possível, o que já ocorreu nos anos 30 e 40 do século passado.

Temos duas certezas sobre isto: é fácil entrar em uma recessão e em uma ditadura fascista, mas será difícil e custoso sair dessa situação. Desde 2010, podemos observar o crescimento do movimento fascista pelo mundo e também em nosso país.

Aqueles que amam a democracia devem se unir, visto que poderemos assistir à ampliação da intolerância e a destruição do Estado de Direito.

É isto que estamos assistindo a cada dia.

Os governos Lula e Dilma esgotaram quase todos os instrumentos que tinham à disposição para enfrentar a crise mundial desde 2008: ampliação do crédito, redução dos juros, ampliação das políticas sociais, renúncia fiscal, barateamento de tarifas, desoneração tributária. Mantiveram o emprego e a renda quase intactos. Mais do que isso só com reformas mais profundas – a tributária, por exemplo, taxando os mais ricos e o capital financeiro e desonerando a classe média, a classe trabalhadora e os investimentos produtivos e em infraestrutura – em meio a um debate político mais amplo.

O governo Dilma antecipou-se à situação crítica na Grécia e suas consequências mundiais, implantando um forte ajuste fiscal. Diante do novo ápice da mesma crise de 2008, o governo brasileiro terá que se voltar para um pacote mais amplo, abrindo discussões sobre a implantação de um sistema tributário mais justo que permita a implantação de uma nova política de crescimento econômico em bases mais sólidas.

Nossa saída está na economia política, sem retrocessos.

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Comentários

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Andre

Sinceramente, discordo em número e grau. “Com a emergência de um novo fascismo, já visível, apresentando-se como uma saída possível, o que já ocorreu nos anos 30 e 40 do século passado.”Ué, não é o contrário? o voto de um rotundo NÂO a politica de arrocho que a Grécia está submetida não é justamente uma saída à esquerda oposta ao fascismo??? Lembre-se que a alternativa que batia na porta da Grécia caso o Syriza fracassasse – e fracassar nesse caso significa, continuar cedendo ao fascismo de mercado da UE – era a Aurora dourada, um partido fascista que interessa por demais a UE pois a Grécia é porta de entrada de imigrantes – que os fascistas elegeram como bode expiatório.
Desta forma parece que o texto coloca o perigo do fascismo para quer negar que há alternativa radical de esquerda ao fascismo – o que Syriza representa, e não o PT.

    bonobo de oliveira, severino

    E quem tem musculatura política para propor e levar adiante o enfrentamento do neofascismo emergente e crescente no nosso país, se não tiver capacidade de articulação em todo o território nacional, sem nenhum apoio e, ao contrário, sob intenso bombardeio da emissão fascista dos meios de comunicação, totalmente sob controle de meia dúzia de empresários golpistas? Eles tiveram muito trabalho, com forte apoio interno e externo, para construir a supremacia do pensamento fascista nas parcelas mais sensíveis da sociedade e, certamente, não vão entregar tão facilmente o capital político que erigiram.

Urbano

O fascismo internacional coincidentemente começou o trabalho sujo pelo berço da DEMOCRACIA. Por acaso é que não foi…

Alexandre de Castro

O que me preocupa não é o governo, pois sei que Dilma está fazendo o possível para minimizar a crise. Acontece que o foco do problema se encontra no Congresso Nacional, em que temos parlamentares que estão mais preocupados com seus umbigos do que com os interesses nacionais, não dando o apoio necessário. Outro fator que pesa é uma oposição que fica o tempo todo tentando aplicar um golpe com apoio de uma mídia de massa inescrupulosa, não fazendo uma contrapartida propositiva.

FrancoAtirador

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1436 چهارشنبه 10 تیر 1394 | الاربعاء 14 رمضان
27/06/2015
Público (Portugal), via Agência Shafaqna (Persa)
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A EUROPA QUE NOS ENVERGONHA
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Por José Pacheco Pereira
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Bater nos gregos tornou-se uma espécie de desporto nacional. Tem várias versões, uma é bater no Syriza, outra é bater nos gregos propriamente ditos e na Grécia como país. As duas coisas estão relacionadas, bate-se na Grécia porque o Syriza resultou num incómodo e, mesmo que o Syriza morda o pó das suas propostas, – que é o objectivo disto tudo, – o mal-estar que existe na Europa é uma pedra no orgulhoso caminho imperial do Partido Popular Europeu, partido de Merkel, Passos e Rajoy e nos socialistas colaboracionistas que são quase todos que os acolitam. É isto a que hoje se chama “Europa”.
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Se não fosse sinal de coisas mais profundas, e péssimas, seria um pouco ridículo que nós portugueses nos arrogássemos agora o direito moral de bater nos gregos. Somos mesmo um belo exemplo! Ah! Fizemos o “trabalho de casa” e isso dá-nos a autoridade moral, “sacrificamo-nos” para ter agora esta gloriosa “recuperação” e os gregos não, Passos Coelho dixit. Para além de estar certamente a falar para a Nova Democracia e para o Pasok e não para o Syriza, o balanço do “ajustamento” grego foi devastador para a economia e para a sociedade. Porquê? Nem uma palavra. Ninguém fala da “herança” do Syriza, recebida em princípios de 2015, das mãos de dois partidos da aliança dos “ajustadores”, a Nova Democracia irmã da CDU, do PP espanhol e do PSD e do CDS português, que governou a Grécia com a eficácia que conhecemos e pelo PASOK, irmão do PS, que a co-governou. Eram esses que a “Europa” queria que ganhassem as eleições.
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Só que os gregos “não fizeram o trabalho de casa”… e por isso tem que ser punidos. Caia o Syriza na lama, e venha um qualquer outro governo dos amigos e ver-se-á como muita coisa que é negada ao Syriza será dada de bandeja ao senhor Samaras e os seus aliados. O problema não é o pagamento aos credores, não é a “violação das regras europeias” (quais?), não é uma esforçada dedicação pela “recuperação” da Grécia, é apenas e só político: não há alternativa, não pode haver alternativa, ninguém permitirá nesta “Europa” nenhuma alternativa que confronte o poder dos partidos do PPE e seus gnomos de serviço socialista, porque isso fragiliza aquilo que para eles é a Europa.
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A ideia de que a Grécia não é um Estado ou que é um “país falhado” é um absurdo. A julgar por esses critérios muitos países da Europa não são Estados, a começar pelo “estado espanhol” aqui ao lado e a acabar nalgumas construções de engenharia política ficcional que a Europa ajudou a criar nos Balcãs, seja o Kosovo, seja mesmo a bizarra FYROM. É evidente que a Grécia não é a Alemanha, mas Portugal também não é. A Grécia não é a França, mas vá-se à Córsega perguntar pela França, ou mesmo às zonas dialectais do alemão na Alsácia. Ou então a esses territórios muito especiais da União Europeia, sim da União Europeia, que são por exemplo a Reunião e Guadalupe, “departamentos franceses do ultramar”.
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A Grécia é a Grécia, muito mais parecida com Portugal naquilo é negativo que os que hoje lhe deitam pedras escondem, e bastante menos parecida com Portugal, numa consciência nacional da soberania, que perdemos de todo. No dia da vitória do Syriza, o que mais me alegrou, sim alegrou, como penso aconteceu a muita gente, à esquerda e à direita, não foi que muitos gregos tenham votado num “partido radical” ou num programa radical, ou o destino do Syriza, mas sim o facto de que votaram pela dignidade do seu pais, num desafio a esta “Europa” que agora os quer punir pelo arrojo e insolência. Escrevi na altura e reafirmo que mais importante do que a motivação de acabar com a austeridade, foi o sentimento de que a Grécia não podia ser governada por uma espécie de tecnocratas a actuar como “cobradores de fraque” em nome da Alemanha. Por isso, mais grave do que o esmagamento do Syriza, que a actual “Europa” pode fazer como se vê, é o sinal muito preocupante para todos os que querem viver num país livre e independente em que o voto para o parlamento ainda significa alguma coisa. Nisso, os gregos deram uma enorme lição aos nossos colaboracionistas de serviço, que andam de bandeirinha na lapela.
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Voltemos ao não-pais. A Grécia é um país muito mais consistente na sua história recente do que muitos países europeus, principalmente do Centro e Leste da Europa. Tem dois factores fortíssimos de identidade nacional, a religião ortodoxa e a recusa do “turco”. E foi “feita” por eles. Vão perguntar ao fantasma de Hitler o que ele disse da Grécia quando a invadiu e não disse de nenhum outro país e vão perguntar aos ingleses que apoiaram os resistentes gregos, duros, ferozes e muitos deles, como em Creta, “bandidos da montanha”. Sem Estado.
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Esta identidade nacional dá para o mal e para o bem, como de costume, mas existe. Muitas aventuras militares e políticas resultaram dessa forte identidade e da relação mítica e simbólica com o passado, como seja a invasão da Anatólia numa Turquia em crise pós-otomana para reconstituir a Grande Grécia clássica e bizantina, ou as reivindicações sobre o Epiro albanês, ou mesmo a pressão contra a existência da Macedónia como estado. A aventura de Venizelos e a Megali Idea foi uma das grandes tragédias do século XX, apoiada irresponsavelmente pelos ingleses, mas mostram como é ligeiro apresentar a Grécia como um “não país”, quando nesses anos as poucas cidades “civilizadas” nessa parte do mundo não eram Atenas, mas Salónica e Esmirna. Esmirna, incendida pelos turcos e Salónica purgada dos seus judeus por Hitler.
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O argumento “geográfico” das ilhas para afirmar que a Grécia “não é um estado” então é particularmente absurdo. A Grécia tem centenas de ilhas e a Indonésia milhares. Então a Indonésia também não é um país? É-o certamente menos do que a Grécia, visto que a diversidade rácica, linguística e religiosa da Indonésia é muito maior e mais complicada do que as ilhas gregas cujo cimento, até mesmo a Rodes, que fica bem em frente da costa turca, é de novo, a religião e a história.
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Os gregos, povo de comerciantes e marinheiros, são um alvo fácil, como os camponeses do Sul de Itália e os alentejanos, para os do Norte industrial e “trabalhador”. É um estereótipo conhecido: ladrões, vigaristas e, acima, de tudo preguiçosos. Por isso “enganaram a Europa” e querem viver á nossa custa. A Grécia enganou a Europa? Sim with a little help from my friends. A Europa ajudou activamente a Grécia a falsificar os números, a Alemanha em particular, enquanto isso lhe interessou. E nós? Só para não ir aos inevitáveis exemplos socráticos, vamos para este governo e bem perto de nós. Com que então a TAP foi comprada por um português? O brasileiro-americano o que é, o consultor para a aviação? De onde veio o dinheiro, a pergunta que se faz sempre aos remediados, que já são vigiados por 1000 euros, e ninguém faz aos ricos e poderosos? Para que é esta cosmética? Para enganar a União Europeia dando a entender que a TAP foi comprada por um cidadão da União. O truque é tão evidente, que muito provavelmente, como aconteceu com os gregos, a União Europeia já assinou de cruz pelas aparências porque lhe convém. Atirem pois mais uma pedra aos gregos.
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Os gregos não querem pagar impostos? Não, não querem, mas nós portugueses também não queremos. Há uma diferença, é que em Portugal se aceitou nos últimos anos, um poder fiscal muito para além do que é aceitável numa democracia. Será que é isso a que se chama “fazer o trabalho de casa”, ter um Estado? Já agora, as estatísticas da economia informal na Europa são muito interessantes. Sabem que Estados tem uma economia informal muito superior à grega? A Noruega, a Suíça, o Luxemburgo, a Dinamarca, a Finlândia e… a Alemanha.
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A questão mais importante e que merece ser analisada e discutida mais a fundo, não é a Grécia e muito menos o destino do Syriza. É a mudança de carácter da União Europeia, da “Europa”, nestes anos de crise. A hegemonia alemã é um facto, mas a principal mudança foi a substituição de um projecto europeu de paz e solidariedade, por um projecto de poder. A substância desse poder é a hegemonia política do Partido Popular Europeu que, apoiado pelo papel do governo alemão, mas indo para além dele, transformou o “não há alternativa” na legitimação de todos os governos conservadores, muitos dos quais viraram francamente à direita nestes anos. Esses governos recebem todas as complacências (como Portugal a quem se fechou os olhos nos falhanços na aplicação do memorando) e todos os apoios.
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A “Europa” é hoje a principal aliada eleitoral e de governo de partidos como o PSD em Portugal e o PP em Espanha, interferindo qualitativamente nas eleições nacionais e transformando o reforço do poder comunitário num instrumento de poder “europeu”. Hoje qualquer passo que reforce a “Europa” reforça o PPE e o “não há alternativa”. Esta não é a Europa dos fundadores, é a Europa dos partidos mais conservadores, com os socialistas à arreata. Não terá um bom fim e, nessa altura, muita gente lembrará a Grécia.
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(http://brazil.shafaqna.com/PT/BR/481540)
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bonobo de oliveira, severino

Imaginemos, só para efeito de raciocínio, evidentemente, bate na madeira três vezes, se ganhasse o Laércio e entrasse o Arminio Naufraga e suas conhecidas gangues. Ele é o cara que dizia na campanha em 2014 que a crise de 2008 tinha acabado em 2012. (????)
Ruím com Dilma, poderia ser bem pior com a desgraceira que estava posta em 2014. As duplas Laércio/Arminio e Bláblarina/Neca Setúbal conseguiriam ser pior do que está sendo no cerco em que se meteu o Governo da dona Dilma, com certeza.

FrancoAtirador

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Saindo a Grécia da Zona do Euro, por certo, será acompanhada da Espanha,
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subsequentemente seguida por Portugal e até mesmo, talvez, pela Itália.
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Aí, a Extinção do Euro e a Desintegração da União Européia é questão de Tempo.
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E, desde há muito, o Reino Unido da Grã-Bretanha está torcendo por isso,
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até porque sempre foi contra a Moeda Única, mantendo sua Libra Esterlina.
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    FrancoAtirador

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    Entrementes…
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    Discutem no CongréÇo NAZIonal do braZil
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    a “Menor Idade Penal”, na Câmara de Gás,
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    e a Doação do Pré-Sal, na Casa de Calígula.
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