As portas giratórias do governo Alckmin: de contratante a contratado

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O senador José Serra, com Juliano (com a colher de pau) e a esposa Cristina (de preto)

Da Redação

Primeiro a Folha de S. Paulo denunciou que o governo Alckmin paga 70 mil reais por mês a uma empresa que faz assessoria de redes sociais para a Secretaria de Cultura, empresa que coincidentemente pertence ao editor de um site antipetista, Fernando Renato Garcia Gouveia. Curiosamente, o site Implicante dedicou uma boa dose de posts a denunciar a blogosfera de esquerda como sendo “chapa-branca”. Para quem indiretamente leva 70 mil mensais de um governo tucano, é muita cara-de-pau!

Em seguida o Diário do Centro do Mundo revelou que Gouveia tem uma sócia importante: Cristina Ikonomidis. Ela já chefiou a comunicação da Pasta à qual o sócio de hoje presta serviços.

Agora o Viomundo revela que, pelo menos entre 2009 e 2011, Ikonomidis foi conselheira da Codasp, a Companhia de Desenvolvimento Agrícola do Estado de São Paulo.

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Segundo o Diário Oficial, Cristina foi eleita em 28 de abril de 2009 e ainda integrava o Conselho de Administração da CODASP na data da edição acima, 02 de junho de 2011.

Do desenvolvimento agrícola às redes sociais, isso é que é expertise!

Mais uma vez segundo a Folha, Cristina é casada com Juliano Nobrega, que foi segundo na Subsecretaria de Comunicação do Palácio dos Bandeirantes.

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Juliano trabalhava sob o ex-repórter da Veja Marcio Aith, cuja empresa, a Terra Roxa Conteúdo Jornalístico Ltda., recebeu entre 4 de agosto e 25 de outubro de 2010 o valor de R$ 663.000,00 da campanha do tucano José Serra.

Da campanha Aith migrou para o Palácio dos Bandeirantes sob Alckmin.

Juliano Nobrega, que é filho do ex-ministro Mailson da Nobrega, trabalhava sob ele até o início de 2015.

Segundo o Escrevinhador, deixou o cargo para a iniciativa privada: hoje trabalha na empresa de assessoria de comunicação CDN, cuidando da conta da… Sabesp.

Entre 2013 e 2015, segundo a execução orçamentária, o governo paulista pagou mais de R$ 9,3 milhões à CDN.

Confiram abaixo:

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O que isso significa?

Que Juliano trabalhou nas duas pontas do balcão. De um lado, no governo contratador da CDN. De outro, prestando serviços à empresa contratada.

Enquanto isso, a esposa dele também deixou o governo e tornou-se sócia da Appendix, outra empresa contratada pelo governo — via Propeg.

Segundo a Folha, Juliano, o marido, assinou uma das ordens de serviço que beneficiaram a Appendix, empresa da qual sua própria esposa depois se tornou sócia.

É a famosa porta giratória entre público e privado.

Como se vê, os tucanos já não fazem diferença entre um e outro.

Basta lembrar da Sabesp, cujos acionistas foram beneficiados ao longo dos últimos anos com dinheiro que a empresa deveria ter investido em captação de água. No desespero, com a falta iminente de água, o governo paulista está investindo um caminhão de dinheiro, inclusive federal, para resolver o problema. Dinheiro público.

E os investidores privados da Sabesp, majoritariamente fundos de pensão estrangeiros? Agora vão faturar com o aumento da tarifa da água!

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