Richa aumenta repasse de lucro com energia e saneamento para acionistas
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“É irresponsabilidade absoluta. Incompetência dramática”, diz Requião sobre tarifas da Copel e da Sanepar
Segundo o senador Roberto Requião (PMDB/PR), o aumento na tarifa de energia elétrica no Paraná é desnecessário. “Ele é produto da desorganização da empresa, da incompetência do governo e da subordinação da Copel a interesses privados e não aos interesses da população paranaense”, resumiu.
Requião lembrou que em 2003, quando assumiu o governo do Paraná, a Copel tinha 17 diretorias. Ele reduziu para um terço. Mas o atual governador Beto Richa aumentou novamente o número de diretorias com salários altos, que provocaram um aumento brutal de custo.
“Eu tive um problema grande de despesas na Copel Distribuidora. Mas eu não aumentei o preço da energia elétrica. A Copel Geradora do Paraná trabalha com quase 100% de hidrelétricas velhas, que têm um custo muito baixo de geração. Então eu apropriei o lucro da Copel Geração e aumentei o capital da Copel Distribuição mantendo a tarifa congelada por cerca de sete anos”, relembrou.
Neste mesmo período, em junho de 2006, Requião concluiu as obras da Usina de Fundão, instalada no Rio Jordão — região central do Estado – e em 2008 iniciou as obras da Usina de Mauá, no Rio Tigabi – região dos Campos Gerais. O empreendimento custou R$ 1 bilhão e começou a operar em 2012.
“Deram já durante o ano passado 25% de aumento, agora uma média de 36% e em julho ou setembro darão mais 25%, o que vai dar 76,8% de aumento no Paraná. É necessário isso? Eu estou demonstrando que não. E o mais impressionante disso tudo é que eles dobraram a distribuição de lucro para o capital privado. O governo do Beto Richa só se incomoda com o lucro dos empresários, supostos financiadores de campanha eleitoral”, disse.
“É irresponsabilidade absoluta. Incompetência dramática. Nós estamos sendo ferrados na tarifa da Copel e pelos mesmos motivos nas tarifas da Sanepar. Na Sanepar a coisa é ainda mais séria. Enquanto a ação da Sanepar valia no mercado R$ 5,40, Richa comprou ações para o Estado por R$ 12,80. Ele pagou mais do que o dobro do que valiam as ações”, relatou Requião.
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E, da mesma forma que fez na Copel, Richa aumentou a distribuição de lucro para os acionistas privados de 25% para 50%. “O que o Beto fez foi tirar dinheiro do consumidor e repassar para o setor privado. Além disso, ele terceirizou tudo. Aumentou de forma dramática os custos da Copel”, completou.
Todas estas informações já foram passadas pelo senador ao Ministério Público.
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TUCANO RICHA DESMORONA NO PARANÁ; PSDB TEM MOTIVOS PRA TEMER AS RUAS
por Rodrigo Vianna, no Escrevinhador
Escrevi há alguns dias que a direita (ou seja, FHC e sua turma) piscou, e decidiu não encampar as manifestações do dia 15. Um dos motivos: Dilma está desgastada, mas um movimento brusco contra ela pode levar – no redemoinho – também os tucanos.
Claro que o PSDB age com a malandragem de quem não gosta de brigar nas ruas (e prefere terceirizar o golpe). Se a ideia de derrubar Dilma colar, e for “inevitável”, aí os tucanos encampam a tese. Mas não vão correr na frente.
Pois bem, uma pesquisa no Paraná mostra que há motivos mesmo para que o PSDB se assuste: o governador Richa, eleito no primeiro turno, viu sua popularidade despencar em menos de 3 meses. Enfrenta uma rebelião popular nas ruas: 3 de cada 4 paranaenses rejeitam o governo tucano. Mais que isso: no Paraná, Requião não tem medo de fazer oposição, e enfrenta Richa com as armas que possui (TV improvisada na internet, disposição para o debate permanente, ideológico, contrapondo-se à lógica privatista do PSDB paranaense).
Sim, o povo na rua não empareda só Dilma. Joga nas cordas Richa e o PSDB. E em São Paulo Alckmin pode ir junto para a lama do Cantareira… Alckmin olha para os números do Paraná e deve pensar: “Richa, não quero ser você amanhã (mas estou quase lá).”
Pior: no meio do caminho, antes da marcha golpista do dia 15, haverá a lista de Janot. A lista dos investigados deixará a nu a hipocrisia do PSDB. Entre os investigados por corrupção haverá, sim, tucanos e gente da oposição ao governo Dilma. Ficará difícil atribuir ao PT – e só ao PT – os males de toda corrupção.
Mais que isso: se o governo Dilma (em hipótese) se desmanchasse, teríamos eleição. Ok, e quem seria o nome favorito? Pouca gente duvida: chama-se Lula.
Então, o quadro é confuso dos dois lados. O PT e Dilma se desgastam. Mas os tucanos começam a ir junto porque é o sistema político que pode se esborrachar. Um quadro perigoso.
Os tresloucados do golpe estão mexendo com coisa séria. A democracia brasileira será colocada à prova nos próximos meses.
Dilma, que está calada, saberá falar na hora certa? É o que se espera.
Já não se trata de “salvar” o PT ou o lulismo. Mas de preservar o jogo democrático e o Estado-Nação – numa época em que, ao poder imperial, interessa criar estados zumbis (sem ação nem comando), como vemos no Oriente Médio (Iraque, Líbia, Síria – um vazio de poder) e no sul da Europa (Espanha, Portugal, Grécia – humilhados pelo mundo das finanças).
No Brasil, por enquanto, já há um zumbi: chama-se Richa – um tucano levado à lona pela “esperrrrteza” dos mervais, reinaldos, aécios e outros celerados que tentam jogar gasolina na fogueira.
Vejam os números do Paraná…

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