Urariano Mota: O extermínio das falas regionais na Globo

Tempo de leitura: 3 min

por Urariano Mota, em Direto da Redação

Mais de uma vez eu já havia notado que os apresentadores de telejornalismo têm uma língua diferente da falada no Brasil. Mas a coisa se tornou mais séria quando percebi que, mesmo fora do trator absoluto do Jornal Nacional, os apresentadores locais, de cada região, também falavam uma outra língua. O que me despertou foi uma reportagem sobre o trânsito na Avenida Beberibe, no bairro de Água Fria, que tão bem conheço. E não sei se foi um despertar ou um escândalo. Olhem: http://globotv.globo.com/rede-globo/netv-1-edicao/v/falta-de-sinalizacao-em-avenida-movimentada-do-recife-traz-perigo-para-pedestres/1772082/

Na ocasião, o repórter, o apresentador, as chamadas, somente chamavam Beberibe de Bê-Bê-ribe. O que era aquilo? É histórico, desde a mais tenra infância, que essa avenida sempre tenha sido chamada de Bibiribe, ainda que se escrevesse e se escreva Beberibe.

Ligo para a redação da Globo Nordeste. Um jornalista me atende. Falo, na minha forma errada de falar, como aprenderia depois:

– Amigo, por que vocês falam bê-bê-ribe, em vez de bibiribe?

– Porque é o certo, senhor. Bé-Bé é Bebê.

– Sério? Quem ensina isso é algum mestre da língua portuguesa?

– Não, senhor. O certo quem nos ensina é uma fonoaudióloga.

Ah, bom. Para o certo erram de mestre. Mas daí pude ver que a fonoaudióloga como autoridade da língua portuguesa é uma ignorância que vem da matriz, lá no Rio. Ou seja, assim me falou a pesquisa:

“Em 1974, a Rede Globo iniciou um treinamento dos repórteres de vídeo… Nesse período a fonoaudióloga Glorinha Beuttenmüller começou a trabalhar na Globo. Como conta Alice-Maria, uma das idealizadoras do Jornal Nacional: “sentimos a necessidade de alguém que orientasse sua formação para que falassem com naturalidade”.

Foi nesta época, que Beuttenmüller, começou a uniformizar a fala dos repórteres e locutores espalhados pelo país, amenizando os sotaques regionais. No seu trabalho de definição de um padrão nacional, a fonoaudióloga se pautou nas decisões de um congresso de filologia realizado em Salvador, em 1956, no qual ficou acertado que a pronúncia-padrão do português falado no Brasil seria do Rio de Janeiro”. (Destaque meu.)

Mas isso é a morte da língua. É um extermínio das falas regionais, na voz dos repórteres e apresentadores. Os falares diversos, certos/errados aos quais Manuel Bandeira já se referia no verso “Vinha da boca do povo na língua errada do povo/ Língua certa do povo”,  ganha aqui um status de anulação da identidade, em que os apresentadores nativos se envergonham da própria fala. Assim, repórteres locais, “nativos”, se referem ao pequi do Ceará como “pê-qui”, enquanto os agricultores respondem com um piqui.

De um modo geral, as vogais abertas, uma característica do Nordeste, passaram a se pronunciar fechadas: nosso é, de “E”, virou ê. E defunto (difunto, em nossa fala “errada”) se transformou em dê-funto. Coração não é mais córa-ção, é côra-ção. Olinda, que o prefeito da cidade e todo olindense chamam de Ó-linda, nos telejornais virou Ô-linda. Diabo, falar Ó-linda é histórico, desde Duarte Coelho. Coisa mais bela não há que a juventude gritando no carnaval “Ó-linda, quero cantar a ti esta canção”. Já Ô-linda é de uma língua artificial,  que nem é do sudeste nem, muito menos, do Nordeste. É uma outra coisa, um ridículo sem fim, tão risível quanto os nordestinos de telenovela, com os sotaques caricaturais em tipos de físicos europeus.

Esse ar “civilizado”de apresentadores regionais mereceria um Molière. Enunciam, sempre sob orientação do fonoaudiólogo, “mê-ninô”, “bô-necÔ”, enquanto o povo, na história viva da língua, continua com miní-nu e buneco.  O que antes era uma transformação do sotaque, pois na telinha da sala os apresentadores falariam o português “correto”, atingiu algo mais grave: na sua imensa e inesgotável ignorância, eles passaram a mudar os nomes dos lugares naturais da região.

O tão natural Pernambuco, que dizemos Pér-nambuco, se pronuncia agora como Pêr-nambuco.  E Petrolina, Pé-tró-lina, uma cidade de referência do desenvolvimento local, virou outra coisa: Pê-trô-lina. E mais este “Nóbel” da ortoépia televisiva: de tal maneira mudaram e mudam até os nomes das cidades nordestinas, que, acreditem, amigos, eu vi: sabedores que são da tendência regional de transformar o “o” em “u”, um repórter rebatizou a cidade de Juazeiro na Bahia. Virou JÔ-azeiro! O que tem lá a sua lógica: se o povo fala jUazeiro, só podia mesmo ser Jô-azeiro.

Leia também:

William Lima: Pela liberdade da língua portuguesa

Urariano Mota: O frevo novo, jovem e renovado


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Comentários

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Evandrão

Diz outra lenda que, na copa de 78, na Argentina, o repórter pernambucano Francisco José fora designado pela Globo para cobrir os Jogos na cidade de Rosário. Como, nas entradas, o repórter falava RUSÁRIO, a direção da emissora não gostou e o transferiu para Córdoba.

Morvan

Boa noite.

Aqui no Ceará, existe a lenda sobre a palavra "Baitola" (v?ado, pacova, baitinga, etc.). Lenda esta que encontra pouca verossimilhança, malgrado bem "tramada".
Diz a lenda, que, por ocasião da construção da estrada de ferro que vai da capital até o extremo-sul do Estado, veio ao Ceará, juntamente com vários outros estrangeiros, um inglês. Dizia-se ser muito afetado. Como o inglês queria se integrar o máximo possível ao modo de falar dos locais, ele tratou de aprender algumas palavras do nosso idioma. Casa, comida, dinheiro, estrada, o básico. Para traduzir a dimensão dos trilhos (em inglês, Gauge), ele também aprendeu (até certo ponto) a palavra correspondente (Bitola). Diziam que ele falava, de maneira enviesada: "medirrr a by-tola".Os nativos, por gaiatice (palavra de origem francesa) e por acharem seu nome complicado, quando se referiam a ele, diziam: "É com o Baitola. Chama o Baitola (By-Tola)".
Esta estória, longe de ser fato comprovado, mostra a criatividade de um povo a explicar o sotaque, o linguajar e os maneirismos da cultura cearense, até mesmo com relação a vulgaridades. É algo de uma riqueza sem igual.

:-)

Morvan, Usuário Linux #433640.

    JOSE DANTAS

    Mas, afinal, o inglês fazia jus ao "baitola", ou o significado"baitola" deriva do inglês?

Morvan

Boa noite.

A aplainação do linguajar do brasileiro é de uma violência simbólica descomunal, digna de uma Rede Göebbels. Mas não é só a Göebbels – é todo o PIG. A Band[ida], emissora onde tem um certo CCC Cazoy, nazista renomado, além de "passar o cepilho" nos sotaques regionais, ainda daqui para ali neologiza (Sic!) – ou, mais apropriadamente, "neoprosodia"!

O sr. Luciano do Vale e mais alguns da Band[ida] Esportes, vez por outra vem com a prosódia difícel (aaargh!), referindo-se a situações desconfortáveis. Nem tanto quanto ter que escutá-los. A inflexão,o sotaque de um povo é a sua própria expressão do mundo e não pode ser "aplainado" sob qualquer justificativa, conforme afirmei antes. O grande Saussure já asseverava ser a língua um ente psicofísico, o que ressalta a necessidade de respeitar a inflexão vocal das pessoas, o que, segundo aquele grande estudioso, seria, em última instância, respeitar a própria pessoa humana.

Outrossim, se se devesse escolher um sotaque ou mesmo um falar, no sentido de inflexão de voz e de correição gramatical, dificilmente seriam Rio de Janeiro ou São Paulo os padrões a serem considerados, dentre os dois critérios por mim citados. Eu escolheria, sem pestanejar, o falar maranhense.
Explico (ou, tento): o cearense, povo que eu conheço bem demais, quando bem instruído, está em pé de igualdade, em termos de norma gramatical, com qualquer outro povo ou cultura do Brasil. O maranhense fala português castiço e escorreito, de modo bem independentemente do grau de instrução. É corriqueiro ver gente com profissões humildes, no Maranhão, falando de igual para igual com os "doutos" e empregando norma culta, como por exemplo, a iniciar frases prevenido o uso de pronomes oblíquos. Além do mais, o sotaque, a inflexão vocal do maranhense é muito mais plana, naturalmente, do que a nossa, cearense que sou. A colonização no Maranhão explica, em parte, esta característica.

:-)

Morvan, Usuário Linux #433640.

Ronaldo Irion

Se paga impostos não sei. Talvez tenham quebrado o sigilo, e eu não estou sabendo. Mas lembro que costumava mamar nas tetas do Erário, inclusive pegando rios de dinheiro do FGTS para construir o PROJAC, por exemplo, conforme denunciava o Brizola. Lembro também que recebeu rios de dinheiro da Time Life para sustentar ideologicamente a ditadura militar aqui no Brasil. Isso foi até objeto de CPI, em 1965, a qual concluiu que o dinheiro recebido de fora era ilegal, mas que não deu em nada. Assim, não é com mistificações que vamos chegar a algum lugar. Mas certamente é um meio essencial para manter a hegemonia do Império aqui no Brasil, fazer a apoligia de todo o lixo norteamericano e rebaixar a consciência crítica e estética do brasileiro. Esse é o papel da Rede Bobo. Assista quem quiser (já a boicoto há 23 anos).

Lucio F. Pereira

Tinha lido esse post lá no Blog do Nassif. Relí-o aqui e fiquei impressionado com o numero de comentários. Acho que o autor (de nome estranhíssimo e nordestiníssimo) não tinha lá algo de muito relevante para escrever, mas, como precisava meter o pau na Globo, partiu para uma crítica inócua e desimportante.

É tempestade em copo d'água. Besteira pura. A Globo é carioca, seu mercado publicitário (e audiência) é paulista. Tem programação regional e programação nacional. Tanto o sotaque não está proibido que mantém no ar há muitos anos um repórter de nome Fabio Canuto. É um jornalista bem humorado, simpático e de sotaque carregadíssimo que caiu no gosto de muitos paulistanos.

De resto, é puro chororó de gente que odeia o sucesso alheio, seja pessoal ou empresarial. No caso da Globo, existem ainda as razões ideológicas. Essa emissora tem altos e baixos, mas ainda é a mais competente. Gera empregos, paga impostos e gera divisas exportando programação.

    Morvan

    Boa noite.

    Lucio F. Pereira, com todo o respeito à sua visão, mas o assunto é para lá de relevante. A língua de um povo é o seu maior patrimônio, é a sua identidade. Nós aqui no Ceará, por exemplo, apesar do Luciano do Vale e de toda a Band[idagem] piguiana, falamos difícil, e não difícel, pronúncia que só existe, a rigor, em certos centros que se auto-consideram superiores.
    A exemplo do que o autor fala, aqui no Ceará existe um programa chamado "Botando Boneco" (aprontando, em tradução plana); a pronúncia para quase, senão todo o Ceará, é "Butandu Bunécu". A inflexão,o sotaque de um povo é a sua própria expressão do mundo e não pode ser "aplainado" sob qualquer justificativa.

    :-)

    Morvan, Usuário Linux #433640.

Ronaldo Irion

Sou contra a cariocalização do Brasil. A Globo "nacional" é uma aberração, um enclave midiático de Washington aqui pauperizando e pausterizando a cultura brasileira. Por isso a nossa Constituição Cidadão é sábia:

Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios:
III – REGIONALIZAÇÃO da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei;

Passados vinte e poucos anos da Constituição, tal lei ainda não existe. Que fazer então se a Dilma/PT traiu o eleitorado e NÃO QUER REGULAR A MÍDIA (LEY DE MEDIOS) de acordo com a Constituição?

gomes

JÔ-azeiro! O Jô-azeiro. juazeiro vem de pé- de -júa então é juazeiro

Lu_Witovisk

Sem contar no ABSURDO que vendem: se vc não se vestir como a Fatima-vovó e falar como ela, vc não tem credito!!! Já ouvi essa: É Lu, vê se melhora o jeito que vc fala, senão teu trabalho não sera respeitado (claro que abstraí a ignorancia, o dia que perder o leitE quennnntE, não serei mais eu).

Lu_Witovisk

A pasteurização da nossa gente tá de lascar… o modo de falar é o patrimônio básico que deveria ser bravamente preservado, é a beleza da nossa cultura. Me entristece tanto ver como o "modo Globo" de vida influencia as pessoas, um exemplo básico: antigamente não havia uma cozinha igual a outra, cada uma tinha sua personalidade… hj me mata ver as malditas cozinhas retas, altamente planejadas, casas que parecem clínicas, a Globo vendeu bem a ideia de que para a sua casa ser boa, tem q ser decorada por arquiteto. Que tristeza… na minha terra,poucos resistem e lá se foram pro lixo ou "baú das breguices" as toalhinhas de chochê, as colchas de retalho, os tapetes que pareciam a peruca do fofão…. as cristaleiras com santinhos e fotos… os calendarios de loja de ferramentas… ô melancolia. Triste viver num mundo cada vez mais impessoal.

José de Queiroz

ME COMPRE ESTE RÁDIO
Jessier quirino

Cumpade me faça essa caridade
Me compre este rádio por quanto valer
Mode eu não ter raiva e não ficar roxo
Depois ficar chocho, mode eu não morrer
Me diga cumpade pelas caridade
Que quer esse rádio pra sua família
Eu dou de agrado uma dúzia de pilha
Que junto com ele mandaram eu comprar
Andava comigo pra todo lugar:
Pra feira, novena, açude e roçado
Inté um retrato com o peste do lado
Todo abestaiado me pus a tirar.

Mas tive um desgosto depois do Repórter
Mode uma notícia que o peste me deu
Falou que mataram cumpade Nenêu
Pertou o meu peito, me deu um sobroço
Os povo correram foi um alvoroço
E o rádio danado a falar e dizer:
Dizer que foi tiro. Seis tiro de doze
Pro riba dum coice dum tal caratê
Falou que os povo pagaram pra ver
Que foi briga boa, bem afuleimada
No bom da notícia, fez uma zoada
Não deu quem matou e nem disse o porquê.
http://www.luizberto.com/coluna/de-cumpade-pra-cu

José de Queiroz

Aqui na Paraíba, os apresentadores de telejornais e programas locais da TV Cabo Branco( afiliada da Rede Globo) não falam com nenhum sotaque nordestino. Alguns nem são paraibanos.
Não é a toa que a Globo conseguiu tirar o sinal nas antenas parabólicas da TV Diário de Fortaleza, onde os apresentadores falavam o sotaque de nossa gente e por isso estava com uma grande audiência, o que incomodou a toda poderosa que se diz defensora da liberdade de expressão.

CARLOS ZÜRCK

… A VERDADE QUE OS "JORNAIS" BRASILEIROS TEMEM ABORDAR.

http://www.youtube.com/watch?v=v9wuruGv2GE&fe…!

Bonifa

A coisa mais linda do mundo é uma pernambucana falando bébé, e não bêbê.

niveo campos e souza

Essa globo é um lixo.
Pasteurizou o idioma, os sotaques e enlatou-os nos padrões do "sul maravilha", como dizia o saudoso Henfil.
O jornal deles é uma casa de palhaços.

Niveo Campos e Souza

Marcio H Silva

Não vão conseguir. Lidei por anos com pessoal do norte nordeste e eles não perderam o sotaque, que por sinal é uma das manifestações culturais do nosso país. É intrigante esse negócio do sotaque, o livro do Darcy Ribeiro mostra como se formou o povo Brasileiro, mas não explica porque nas diferentes regiões deste imenso país o falar tem características próprias.
Adoro esta diversidade e acho enriquecedora para nossa cultura, e não gosto das discriminações. Até meus quinze anos achava que falava correto e os outros ( de oputros estados ) falavam diferente, mas com a maturidade aprendi a valorizar esta diversidade e descobri que nós os cariocas também temos sotaque.
A Globo e outras emissoras a anos tentam pasteurizar a fala sem sucesso, o povo tá se lixando pra isso…e continua falando como aprendeu com seus pais….

Don Giovanni

A Globo é um império maléfico. A força dela é a que nós, o povo, consentimos que ela tenha. Como disse nossa amiga Arthemisia em seu comentário: Paremos de assistir a Globo que não sentiremos a menor falta. Eu já fiz isso há tempos.

FrancoAtirador

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CHULA NO TERRERO

Composição, voz e violão: Elomar
Violino: Zé Gomes

Mais cadê meus cumpanhero cadê
Qui cantava aqui mais eu, cadê
Na calçada no terrero, cadê
Cadê os cumpanhero meu cadê
Cairo/í/ na lapa do mundo, cadê
Lapa do mundão de Deus, cadê
Mais tinha um qui dexô o qui era seu
Pra i corrê o trecho no chão de Son Palo
Num durô um ano o cumpanhero se perdeu
Cabô se atrapaiano com a lũa no céu
Num certo dia num fim de labuta
Pelas Ave-Maria chegô o fim da luta
Foi cuano ia atravessano a rua
Parô iscupiu no chão pois se espantô com a lũa
Ficô dibaxo das roda dos carro
Purriba dos iscarro oiano pra lũa, ai sôdade
Naquela hora na porta do rancho
Ela tamem viu a lũa pur trais dos garrancho do céu
Pertô o caçulo contra o peito seu
O coração deu um pulo os peito istremeceu
Soltô um gemido fundo as vista iscureceu
Valei-me Sinhô Deus meu apois eu vi Remundo
Nas porta do céu, ai sôdade
Mais tinha um qui só pidia qui a vida fosse
U’a função noite e dia qui a vida fosse
Regada cum galinha vin, queijo e doce
Sonhano a vida assim arriscô mermo sem posse
Dexano a vida ruim intão se arritirou-se
Levou-lhe um ridimúim e a festa se acabou-se, ai sôdade
Mais tinha um qui só vivia pra dá risada
Cuano ele aparicia a turma na calçada
Dizia evem Fulô das aligria
Covero da tristeza e das dori maguada
Pegava a viola e riscava u’a toada
Ispantava a tristeza ispaiava a zuada, ai
Lovava os cumpanhero nua buniteza
Qui aos poco pru terrero voltava a tristeza
De um valentão de fama e acabadô de fera/ê/
O cujo cuano sobe vêi feito u’a fera/é/
Pois tinha fama de nobe e de qualquer manera
Esse malungo alegre e de alma manera
Tamem tinha nos peito a febre perdedera
Se paxonô pru’a moça num dia de fera /ê/
Norano qui a mucama já era cumpanhera
Calô cua punhalada a ave cantadera
Covero da tristeza e das dori maguada
Morreu cuma me dói dua moda mangada
Cua lágrima nos ói, e na boca u’a rizada ai, sôdade
E mais cadê aquele vaquero Antenoro
Cum seu burro trechero e seu gibão de coro/ô/
Esse era um cantadô dos bem adeferente
Cantano sem viola alegrava a gente
No ano passado na derradera inchente
O Gavião danado urrava valente, ai sôdade
Chegô intão u’a boiada do Norte
O dono e os vaquero arriscaro a sorte
O risultado dessa travissia
Foi um sucesso triste, Virge-Ave-Maria
O risultado da bramura foi
Qui o ri levô os vaquero o dono os burro e os boi, ai sôdade
Derna dintão Antenoro sumiu
Dos muito qui aqui passa jura qui já viu
Na Carantonha, na serra incantada
Pelas hora medonha vaga u’a boiada
O trem siguin’ um vaquero canoro
A tuada e o rompante jura é de Antenoro
Ah, ah, ah, ah, ê boi
Ê ê boi lá ê boi lá ê boi lá

[youtube 4iHTUDE5gc4 http://www.youtube.com/watch?v=4iHTUDE5gc4 youtube]

Arthemísia

Eu só lembro de uma passagem do filme Lisbela e o Prisioneiro em que um personagem do interior de Pernambuco passou um tempo no Rio e voltou falando carioquês; daí o personagem vivido por Marco Nanini (um matador) diz pra ele: "fale feito home, cabra!" É simplesmente hilário.

Essa questão dos sotaques me irrita algumas vezes, não os sotaques, mas a hierarquia que insistem em estabelecer no Brasil, de que os sotaques bonitos são o paulistano e o carioca. Acho meio ridículo quando uma pessoa adulta muda de cidade e de sotaque, não consigo entender. Acho lindo cada um falar no seu sotaque e se entender, sem precisar diminuir ou desqualificar nenhum. Mas este é um defeito do ser humano, ocorre em todo lugar. Nos EUA, o pessoal do Nordeste rico "manga" muito do pessoal do sul, um pouco mais pobre.

Quanto à Globo, simplesmente parem de assistir e não sentirão a menor falta.

Aracy_

A Globo e os Mervais imortais precisam de uma boa dose de Marcos Bagno na veia. Abaixo o preconceito linguístico! http://marcosbagno.com.br/site/?page_id=2079 http://marcosbagno.com.br/site/?page_id=43

Rita

ABSURDO!!!
A globo com essa eugenia fdp mais parece desfile militar da juventude hitlerista.
A maravilha da língua é a sua manifestação em suas variedades regionais, diversos sotaques, diversas expressões. Viva a subversão na língua pois é assim que se faz a criação, e criar é exercer a liberdade.

Marat

Parafraseando o Mino: "até o mundo mineral sabe" que a Globo recebeu (e recebe) grana preta dos EEUU para idiotizar nossa população, no grande plano do Império do IV Reich, pela dominação de corações e mentes. No caso das novelas da Globo, em sua maioria, são roteiros burros e estúpidos, que, com a idiotiação das massas, facilita a inserção do domínio do capital internacional. Aqui em SP a tenebrosa classe média e muitos daqueles que não têm conhecimento político caem fácil nestas ciladas…

Gustavo Pamplona

Não sei porque vocês se preocupam tanto com o "extermínio das falas regionais" na Globo…

Bom… existe cerca de 6000 línguas (e dialetos) falados no mundo e existe um estudo que daqui uns 100 anos apenas umas 100 sobreviverão e destas apenas 20 serão consideradas as dominantes

Relaxem… o nosso português será uma das dominantes… graças ao Brasil… porque se fosse depender de Portugal e dos outros 6 países ele provavelmente teria sido sucumbido.

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Desde Jun/2007 dominando o português no "Vi o Mundo"! ;-)

santosmb

Como fazer então para o apresentador do Jornal Nacional respeitar todos os regionalismos? Um país de tamanho continental, com inúmeras variações no modo de falar, implicaria que o apresentador ficasse uns 3 anos no mínimo viajando pelo país para aprender como se referir a cada palavra em cada região do país. Francamente, vocês estão fazendo tempestade em copo d'água porque existe uma forma padrão de se escrever e falar, que não é nem brasileira, é da língua portuguesa, não importa em que país. Isso não quer dizer que aquilo que foge a esse padrão esteja errado. Inclusive, são essas variações que enriquecem o nosso idioma. Sei que o "certo" é "Ó-linda", mas eu, como carioca que sou, sempre vou falar "Ô-linda". E aí? Tô errado? Como disse, tempestade em copo d'água.

    José de Queiroz

    Claro que não está errado. O que não está certo é a Globo querer ensinar que o seu sotaque é a forma correta de se falar.

Gustavo Pamplona

É interessante ver como são os PTistas…

Já não basta o apedeuta-mor de nome Luís Inácio Lula da Silva ter erros crassos de discordância e regência nominais e também verbais como tem a língua presa e meramente balbucia as palavras assim como aprovam aqueles que deseducam os iletrados a falar um português correto.

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Desde Jun/2007 balbuciando palavras no "Vi o Mundo"1 ;-)

@giovannigouveia

Nem ô linda, o que estão falando é "oulinda"… Ora se vem da locução interjetiva "Oh LInda", esse O nunca pode ser fechado…

A propósito, morei na Avenida Beberibe, esquina com Miranda Cúrio

Piotr Ilianovic

Estive em alguns estados do nordeste ano passado e foi interessante ver que os apresentadores ( sim, apresentadores, nao jornalistas) dos jornais regionais falavam todos do mesmo jeito, apesar das diferencas de sotaque e etc. Esse e o padrao Globo de qualidade…

william mendes

É A NOVILÍNGUA DO PIG BIG BROTHER – GRANDE IRMÃO GLOBO. VAI DE NOVILÍNGUA QUEM É BOBO!!!

GilTeixeira

Isso é lindo:

Ai Se Sêsse

Se um dia nois se gostasse
Se um dia nois se queresse
Se nois dois se empareasse
Se juntim nois dois vivesse
Se juntim nois dois morasse
Se juntim nois dois drumisse
Se juntim nois dois morresse
Se pro céu nois assubisse
Mas porém acontecesse de São Pedro não abrisse
a porta do céu e fosse te dizer qualquer tulice
E se eu me arriminasse
E tu cum eu insistisse pra que eu me arresolvesse
E a minha faca puxasse
E o bucho do céu furasse
Tarvês que nois dois ficasse
Tarvês que nois dois caisse
E o céu furado arriasse e as virgi toda fugisse

Em tempo: acho a padronização uma droga!

Gersier

O câncer do Brasil,a globo,está usando a SKY para tentar convencer o telespectador que futebol,basquete,vôlei etc é "programação com conteúdo regional".Tambem insinua que caso a vontade popular prevaleça,o grande prejudicado será o próprio telespectador.Bando de salafrários.

jailson batista

ABC do Sertão
Luíz Gonzaga

Lá no meu sertão pros caboclo lê
Têm que aprender um outro ABC
O jota é ji, o éle é lê
O ésse é si, mas o érre
Tem nome de rê

O jota é ji, o éle é lê
O ésse é si, mas o érre
Tem nome de rê

Até o ypsilon lá é pissilone
O eme é mê, O ene é nê
O efe é fê, o gê chama-se guê
Na escola é engraçado ouvir-se tanto "ê"
A, bê, cê, dê,
Fê, guê, lê, mê,
Nê, pê, quê, rê,
Tê, vê e zê

Lá no meu sertão pros caboclo lê
Têm que aprender outro ABC
O jota é ji, o éle é lê
O ésse é si, mas o érre
Tem nome de rê

O jota é ji, o éle é lê
O ésse é si, mas o érre
Tem nome de rê

Até o ypsilon lá é pissilone
O eme é mê, O ene é nê
O efe é fê, o gê chama-se guê
Na escola é engraçado ouvir-se tanto "ê"
A, bê, cê, dê,
Fê, guê, lê, mê,
Nê, pê, quê, rê,
Tê, vê e zê

A, bê, cê, dê,
Fê, guê, lê, mê,
Nê, pê, quê, rê,
Tê, vê e zê

Atenção que eu vou ensinar o ABC
A, bê, cê, dê, e
Fê, guê, agâ, i, ji,
ka, lê, mê, nê, o,
pê, quê, rê, ci
Tê, u, vê, xis, pissilone e zê

VOU CHAMAR AGORA DE GROBO ,RECO, BADEIRANTI… SALVE O NOSSO NORDESTINÊS

José Carlos

Morei no Amazonas por dois anos e não esqueço o divertido sotaque e expressões daquele povo. Tinha uma colega que falava assim, quando lhe diziam que devia tomar conta do filho de alguém:

"Por acaso eu pari "mininu" para tomar conta. E ela tinha curso superior. Nos jornais (locais) os locutores também usavam expressões da terra, por exemplo, o repórter, na sexta feira santa ensinando a temperar o peixe: " tem que passar limão para tirar o "pitiu" dele. Para quem não sabe, pitiu é cheiro desagradável.

Sencacional!

Cleverton_Silva

Interessante mesmo é que na globbels, do português "bem dizido que ninguém correge", é proibido dizerem RE-COR-DE por lembrar a emissora rival. Aí ouvimos Will Homer, Fátima "raivinha" Bernardes, Sandra "deselegante" Anemberg, Patrícia Poeta e outros globais dizerem RÉ-COR-DE. Eles transformam uma paroxítona numa proparoxítona. Só faltaram combinar com os linguistas…

Cleverton_Silva

Tanta preocupação em padronizar a nossa língua, em nome da "boa pronúncia" e da eliminação de "sub-línguas" (globbels pretensiosa pensa que isso existe), e nada de preocupação com os códigos de ética jornalística. A "massa cheirosa" que fique com o lixo piguiático!

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[…] Por Urariano Mota Em Direto da Redação – NO VI O MUNDO […]

Hiro

Um prof. (Laurindo Leal) comentou em um jornal uma vez, q desapareceram dezenas de sotaques em SP, p/causa dessa homogeneização.
É revoltante. Eu tinha percebido.
Desde criança ouvia maravilhado as dezenas de sotaques dos grupos imigrantes e migrantes em SP.
Era uma Babel. Me causava muita curiosidade, alegria e admiração.
Mas a dominação da Troglo fez com que a linguagem de toda uma população se reduzisse e se idiotizasse a um homogêneo pseudo-carioquês elitizador, na linha "TCHIATRU", "PODJI", com um tatibitate nauseante, infantilizador.
Para onde foi o "R" estrilhado dos paulistas?
Nas ruas, como toda homogeneização e elitização, surgiu c/ o tempo uma reação contra diferenças em vez de valorização.
Ex.: se um artista PiG pronunciar "TchhIATRu" (teatro), dirão: "É chique essa gente!".
Mas se um cidadão pronunciar "Oitchu" (oito), "Muitcho" (muito) em geral, será discriminado.
Qdo um representante dessa elite pronuncia "milhor", a elite diz: "Chique!".
Mas qdo muitos pronunciam "menas", aí o ódio dessa elite se manifesta a todo vapor.
E pq artistas de SP falam pseudo-carioquês de elite em vez do sotaque paulista?
P q interioranos paulistas reprimem o sotaque caipira e passam a pronunciar esse pseudo-carioquês?
E p q em histórias sobre SP atores em geral são representados p/ artistas do RJ? "Vii-lia Muadaliiena…"
P q chamam o sotaque "pseudo-carioquês" do PiG de sotaque paulistano?
Ora, o monopólio da comunicação precisa ser democrática e constitucionalmente extinto.
E as formas mais delicadas da cultura de todos os Estados precisam ser valorizadas, defendidas e preservadas. O sotaque é a uma das principais formas.
Disse Wittgenstein: Os limites de minha linguagem significam os limites de meu mundo".
Não deixem o PiG-rei dominar o mundo de ninguém!!!

Francisco

Se no Brasil houvesse Congresso Nacional e nós fossemos uma democracia, esse singelo, mas absolutamente preciso texto (preciso nos dois sentidos da palavra), seria a condição necessária e suficiente para a produção de uma Lei de Mídias.

Quem é contra a Lei de Mídias apela à liberdade de expressão e outras enormidades. Como praticam diuturnamente o jogo da manipulação do Estado em busca de objetivos espúrios, não consegue entender que essa Lei, se aprovada, teria profundo impacto sobre a(s) cultura(s) nacionais(s) e até mesmo sobre o sentido de uma identidade cultural nacional.

O nordestino (assim como o nortista, etc.) que não tem avó viva, experimenta a sensação de ver o filho progressivamente falar uma língua que já não é mais a de sua mãe (ou seja, a língua materna).

Estou cagando para se a fala esta "certa" ou "errada". Minha mãe fala "ispicial" ("especial") e essa, portanto, é a minha língua materna e ponto final. Se a minha língua não é de minha propriedade, então como eu existo? Como eu faço para "ser"?

Até a língua brasileira de sinais (LIBRAS) comporta regionalismos. Se nem os mudos toleram uma tal agressão à sua identidade (surda E regional), como ficar calado diante dessa afronta?

Evandro

Azenha, não achei o OFF TOPIC e peço licença para postar aqui mesmo um video no youtube com um trecho da última edição do Jornal da Noite na Band onde Boris Casoy insinua que Lula matou a dona da Daslu que se viu dentro de uma conspiração por causa do mensalão… um papo de louco como eu não via há muito tempo…

Agora, além de Lula ter "injetado" (sabe-se lá como) câncer nele mesmo (porque claro, Lula quase não tem popularidade e precisa de uma doença para que o povo o ame), o barbudo deu pra espalhar câncer na elite paulista.
http://www.youtube.com/watch?v=gzh3xzDeNn0&

Moraes

Só mesmo a TV Pública é que apresenta programas regionais. Hoje, a mídia oligárquica vem mentindo e distorcendo a informação da EBC sobre o projeto de fazer coberturas em outros países, para não reproduzir o pensamento hegemônico e uniforme apresentado em todos os tele-jornais. Eles dizem que a audiência é próxima de zero. Então, por que temer a TV Pública? Ora, porque ela pode por em risco a ditadura do "pensamento único" imposto diuturnamente aos brasileiros. A diversidade é correlata à democracia. E democracia é uma palavra que não consta do dicionário da midia tupiniquim. Os exemplos são vastos!

SILOÉ-RJ

Caraca maluco!!! Aqui no Rio a parada é sinistra, geral tá nem aí pra falar emplumado.

Marcos Luft

Fazem o que Benedict Anderson, em Comunidades Imaginadas, falava sobre a imprensa escrita: que esta contribuiu para a normatização de uma determinada forma de linguagem dentro de cada país, contribuindo na unificação e formação de um idioma nacional. Nada mais do que isso, é o que ocorre agora, pela televisão, já que a imprensa escrita não fez esse papel por causa da grandiosidade desse país.

Gerson Carneiro

Apois um primo meu foi passear em Sun Palo e voltou falando uma língua estranha.

No café da manhã ele pedia "Cózcoz com leite". No almoço queria "suco de golhaba".
E à tarde tirava as "melhas" por causa do calor. Também passou a reclamar porque no sertão o povo não usava "e-melho". Olha, foi difícil fazer esse primo voltar a falar nossa língua.

[youtube 6CSTAaVREtg http://www.youtube.com/watch?v=6CSTAaVREtg youtube]

Fernando Teruo

Azenha,
Eu vi esse vídeo há um tempo já, até comentei.
Um canal estrangeiro chamado RT publica noticias relacionadas à Rússia.
Tal vídeo nunca foi e nunca será mostrado na mídia ocidental.
Lembra do assassinato do Agente Secreto pela governo russo?
O Pai do tal Agente falou a verdade sobre o assunto, e a mídia do ocidente jamais tocou no assunto.
Publica o vídeo que vale a pena.
Abs
http://www.youtube.com/watch?v=9FKUhAFtvbY

Cesar Ferreira

Apesar de ser critico em relação a rede globo no aspecto político; o fato dela contribuir para homogeneizar os sotaques é uma coisa benéfica… A língua e o modo como se fala é uma expressão de identidade nacional. Quanto mais homogêneo melhor para a unidade nacional.
Lembremos que os sotaques aparecem justamente pelo aspecto do isolamento… Grupos humanos mantidos isolados formarão primeiro um sotaque distinto e eras depois uma língua própria. Ou seja, “sotaque” não é uma criação cultural artificiosa, é uma deficiência na integração da comunicação entre grupos de pessoas.

Pinguim

E tem essa agora é? Putz tÔ lascado de vez…
Numca falo o português correto, ex: numca falei "defunto" e sim "difunto", numca falei "leite" e sim "leiti".
Ah e sou do RJ e numca ví ninguém falando esses 2 exemplos de uma forma diferente da minha, pelo menos aqui na baixada fluminense ( deve ser porque sou pobre né?).rsrs

LUCIO FLAVIO

Azenha,
Bem a propósito disto, enquanto navego pelos "blogs sujinhos" a grobo platinada apresenta o grobo repórter, falando sobre ervas medicinais e, para meu espanto, começam falando sobre o chimarrão. Tradicional bebida GAÚCHA, cultuada de sul a norte e de leste a oeste, exportada para o resto do Brasil atravéz dos Centros de Tradições Gaúchas. Pois, por motivos torpes e por ser o governador de nosso estado, Tarso Genro, do PT, fazem extensa reportagem no vizinho estado de Santa Catarina, falando sobre o chimarrão, sem em momento algum citar o RS ou os gaúchos. Torço para que chegue logo o momento sublime de ver por aqui a expulsão de equipes da rede gRôbo, tal qual já aconteceu no Rio de Janeiro.
Lucio Flavio Lautenschlager
Santa Maria – Cidade Universitária – RS

    Marcio H Silva

    Da RBS também! correto?

Alex Gonçalves

Quem assistir qualquer jornal de bancada estrangeiro, mesmo o famigerado fox news, vai perceber que só aqui no Brasil se tem aquele verdadeiro teatro na hora de dar notícias. As caras, bocas, tons, sombrancelhas, vira pra lá, volta pra cá, etc… É uma verdadeira novela. Parecem uns bonecos. Tudo pra dar o tom certo da notícia -pra amigos e desafetos.

    SILOÉ-RJ

    É o padrão CLONE de jornalismo.
    …Cid >>> Chapelim >>> Bonner >>> Evaristo >>> …
    …Padrão >>> Bernardes >>> Poeta >>>…

Arlene

Sou de Ricifi, da terra da cibola e do verbo butar com muito orgulho! Salve, os diferentes falares!!!!!!!!! Preconceito linguístico (excelente livro – Marcos Bagno um grande linguísta)

    Fabio_Passos

    É isso aí.
    Salve os diferentes falares e abaixo o preconceito linguístico da rede globo e da "elite" branca, rica… e mofada.

Almir

Tempos atrás, meu sogro assistia uma novela da Globo, quando ouviu a expressão "dar vexame". O velho paraibano de Catolé do Rocha (pronuncia-se "cá-tó-lé-du-ró-xa") não entendeu como "vexame" podia ser "dado".
Expliquei para ele que, na língua dita culta, vexame não significa pressa, e sim, uma situação embaraçosa.

nonato barboza

Sei não, visse? Arre égua mah!

FrancoAtirador

.
.
ROMANCE DA BELA INÊS
(Alceu Valença)

Uma musa matriz de tantas músicas
Melindrosa mulher e linda e única
Como o lado da lua que se oculta
Escondia o mistério e a sedução

Comovida com a revolução
De Guevara, Camilo e Sandino
Escutou meu Espelho Cristalino
Viajou nosso sonho libertário
Bela Inês, com seu peito de operário,
A burguesa que amava o Capitão.

Acontece que a história não tem pressa
E o amor se conquista passo a passo
O ciúme é a véspera do fracasso
E o fracasso provoca o desamor

Bela Inês teve medo do "Condor"
Queimou cartas lembranças do passado
E nessa guerra de Deus e do diabo
Entre fogo cruzado desertou
Bela Inês, com seu peito de operário,
Não esconde seu ar conservador.

Apesar dos pesares não esquece
Nosso sonho real e atrevido
Bela Inês tem o peito dividido
Entre o porto seguro e o além-mar

Música Incidental

Espelho Cristalino
(Alceu Valença)

Eu tenho um espelho cristalino
Que uma baiana me mandou de Maceió
Ele tem uma luz que me alumia
Ao meio dia, clareia à luz do sol

[youtube G6ocSt5jEKc http://www.youtube.com/watch?v=G6ocSt5jEKc youtube]

Fabio SP

Ou seja, o comentário do post só serve mesmo como um meio para bater na Globo, porque na verdade não afeta em nada a fala regional no país.

    Daniel

    É a cara desse blog…

Clarindo

E o cúmulo: tem uma novela (a das seis) que se passa no Rio Grande do Sul, e lá não tem gaúcho, nem sotaque, nem tche, nem barbaridade, nem guria…

    Lu_Witovisk

    Só para ilustrar. Quase caí dura numa apresentação de Iniciação Científica numa faculdade particular, após uma excelente apresentação, a aluna (que está fora do padrão de beleza e é tímida) teve que ouvir de uma Dra da banca: "parabéns, trabalho impecável e vc soube se apresentar bem, roupas adequadas, é como o Max Gehringer diz: não adianta ter conteudo, se vc não tem boa aparencia"

    QUASE MORRI MAIS ainda qdo fui ver no góogle quem é o sujeito. Olhem AONDE chegamos!

Joao Junior

Azenha,

assim como o PHA, você é a favor das cotas para os negros na faculdade?

Tenho uma irmã de sangue que é negra.

Temos o mesmo pai e mãe.

Contudo, SOU BRANCO.

Para o PHA, ela teria direito a cota na faculdade e eu não!

Qual a saída?

Criar um sistema de cotas para filhos de negros?

Destaco ainda que, em nosso caso, nossos pais são brancos.

Daí teria, então, que criar um sistema de cotas para os netos de negros?

No nosso caso, ainda, nossos avós são todos brancos.

Sei que temos negros na família, pois tinha um tio muito negro que herdou os olhos verdes do meu avô, pai dele. Ele era engraçado, não por ser negro de olho verde. Era bem humorado, faleceu.

Enfim, então, pelo fato de meus pais e avós serem todos brancos, eu, provavelmente, tenha tido bisavós negros ou tio-bisavós negros, todos escravos*. Haja vista que eu tinha tios negros na família. E minha irmã nasceu negra.

Daí, pressuponho, a criação de um sistema de cotas para os brancos sobrinhos-netos de negros.

Estou certo?

Pois, nada justifica que minha irmã, NEGRA, tenha acesso facilitado à faculdade pelo sistema de cotas e eu não, só porque SOU BRANCO.

A meu ver, isso não é justiça.

Justiça é acesso facilitado – e merecido – para as pessoas carentes financeiramente.

É inclusão daqueles que não tem capacidade economica para suportar o custo de uma faculdade.

E nao pelo fato da cor da pele.

O que acha?

*********

*Quando levantam a bandeira de cotas para os negros, dizem que temos uma dívida social com eles, pois eram escravos e também sofriam – ou sofrem – preconceitos.

Mas a impressão que se passa é que eles merecem as cotas, pois são intelectualmente inferiores aos brancos, o que, é notório, não é verdade.

    Wilder

    Você teria sim direito a vaga pela cota, basta se declarar negro. Até a Sasha, filha da Xuxa poderia. Não perca a oportunidade.

    Julio Silveira

    Tenha certeza de uma coisa amigo, no transcorrer da vida de ambos sua irmã sofrerá muito mais consequencias negativas pela cor que você. Não seja egoista.

    marcio gaúcho

    A ciência já provou que o homem surgiu na África. Somos descendentes desses antepassados. Logo, somos todos afrodescendentes. Tá tudo igualzinho, como sempre. Só que alguns se acham diferentes e melhores que os outros. Por dentro somos todos iguais. Experimente cortar a buchada de alguém: aposto que niguém fica por perto, porque o cheiro das nossas entranhas é insuportável. Em todos nós, sem exceção. Então, por quê não aceitar a igualdade e acabar com essa hipocrisia de segregação? Diretos, deveres e oportunidades iguais para todos, mesmo que incentivadas pelo Estado, quando a sociedade impõe barreiras de acesso à evolução.

    CARLOS ZÜRCK

    … se alguém tem dúvidas quanto a determinado cidadão ser negro ou não, como diz um professor amigo meu, "…pergunte ao PM mais próximo ele te dirá!"

    Luiz Carlos Azenha

    Sou a favor das cotas, sim. Defendo políticas compensatórias para injustiças históricas. abs

    Luciana

    Para ter direito a esse argumento de inclusão não basta ser negro, precisa ser carente. Aliás qualquer pessoa que tenha estudado em escola pública e seja carente tem direito ao argumento de inclusão.

    Quanto a você, com essa constituição familiar que tem, das duas uma: ou você não é branco como se imagina ou o pai de sua irmã não é quem você pensa.

    Tavaresdemello

    Eu tenho filhos brancos que ainda estão pra entrar disputar vaga nas universidades e defendo cotas pra negros e aí, camarada???

    Paulo

    Assim como a postura e expressões artificiais dos apresentadores atualmente causa estranheza, "pra mim" seria insuportável assistir um jornal com o chiado carioca, já do sotaque nordestino acho muito bonito. Também seria estranho o Boner dizer: Buenas tchê! ao invés de, boa noite.

    Caracol

    No tempo da escravidão negra não se estabeleciam cotas para escravos brancos. É bem verdade que evoluímos e agora somos todos escravos, brancos e negros. Mas desconfio que naquele tempo, se fossem estabelecidas cotas para escravos brancos, os brancos também não iam gostar.
    Difícil, né?

jbmartins

A Globo manipula o Brasil com interesse no lucro, "Globo devolva a concessão que é publica, seu serviço não serve aos interesses do Povo Brasileiro"

RicardãoCarioca

Falando em Globo…
http://www.superdownloads.com.br/materias/polemic

Essas emissoras, gravadoras, etc, ainda não aprenderam a conviver com a Internet, por isso querem censurá-la ou reduzi-la a Twitter e Facebook.

marci

Aqui no Piaui é mais grave, simplesmente nao ha programacao local, a exceção dos telejornais. Nadinha!!
Ver nossa cultura na tv globo, nosso sotaque, a nossa cara, nunquinha!!
Eu simplesmente nao assisto a globo, so os outros canais; simples assim!!!

JOSE DANTAS

Concordo totalmente com o autor, até porque sou "paraíba da gema" e não acostumo com os conterrâneos chiando, mesmo aqueles que nunca arredaram o pé do torrão, todos influenciados pela telinha, independentemente do canal sintonizado. É uma suruba lingüística de dar inveja em gringo. Os apresentadores locais assimilam tudo quanto é sotaque e tanto puxam pelo "x" do carioca como pelo "r" do paulista e o produto quando recheado pelos "th" e "dh", misturado com a cantiga da fala do nosso matuto, vira uma coisa que não se sabe direito se é arremedo ou mangação. O meu neto começou a chiar, uma vez que passa o dia vendo os desenhos na TV, aí eu cheguei para ele e disse que pra pedir tem que falar direito e, como ele pede o dia inteiro, devagar está entrando nos eixos. Como diz o Zé Lezim, matuto é inimitável, único e autêntico. Agora, matuto também não consegue imitar nem a ele mesmo diante do espelho, imagine a ginga do carioca.

Gustavo Pamplona

Vai ver que é um dos motivos pelos quais a Globo vai ser sempre a podersoa Globo.

Não somente falam português correto como ensinam aos nordestinos incultos a pronúncia correta das palavras e cujos sotaques as vezes irritam nós do "sul maravilha"

Falando nisto… já reparam que a maior parte dos apresentadores de telejonaris locais (os Praça TV aí da vida) seguem o "padrão" William Bonner, sempre engravatados e bem vestidos inclusive as mulheres que os apresentam.

Simples… se você quer ser levado a sério então antes de tudo tem que mostrar decência no ato de vestir… coisa que as outras emissoras não fazem com seus repórteres.

—–
Desde Jun/2007 exterminando falas regionais no "Vi o Mundo"! ;-)

    P Pereira

    Isso é uma ironia hariovaldiana, ou apenas mais uma das suas besteiras?

    SILOÉ-RJ

    E o que você faz com seu sotaque mineiro???
    Engole, ou fica treinando na frente do espelho pra falar "é mermo".

    Gustavo Pamplona

    E o que você faz com seu sotaque carioca???
    Engole, ou fica treinando na frente do espelho pra falar "é mesmo".

    SILOÉ-RJ

    Quem está reclamando dos sotaques expicitando o seu desejo de extermina-los, é você.
    eu muito pelo contrário defendo os sotaques, tanto como as comidas, os rítmos e as danças, como manifestações culturais.
    E viva as diversidades!!!

    mfs

    Mas a tese não é contrária ao sotaque carioca ou paulista. É contrária à uniformização, ao preconceito de que o modo carioca seria o correto e que os falares nortistas ou nordestinos seriam sintoma de inferioridade cultural. Porque o falar gaúcho, mineiro, baiano ou pernambucano são igualmente belos, tanto quanto o carioca ou o paulista.

    Antonio Cavalcanti

    Talvez, somente a título de sugestão, o senhor poderia ler "TEVÊ: A TRANSPARÊNCIA PERDIDA", de Umberto Eco, facilitando assim, (quem sabe?) a compreensão do uso da gravata e paletó em telejornais e 'outras coisinhas mais'. Quanto à 'pronúncia correta', talvez ajudasse "Preconceito Linguístico" de Marcos Bagno. Quem sabe agrade, não?

    Agostinho

    Nada acontece por acaso. A globo é poderosa porque aposta na falta de cultura do brasileiro. Aposta certo. Olha, assistir um BBB, é um atestado de emburrecimento. Que cultura tem o BBB? as novelas da globo? O jornal nacional é uma tentaiva acertada de fazer o povo brasileiro, falar e pensar como eles querem. Se melhorar a educação, melhora a televisão. A globo vai deixar?

    Bernardt

    Pamplona, vc tá me tirando??

    Cleverton_Silva

    A globbels ensina o português correto? Coitados(as) daqueles(as) que se "induca" pela globbels, aprendem que "recorde" é proparoxítona. Será que o Dep. Túlio Isac é o linguista a serviço da globbels? Lembram do Dep. tucano de GO reclamando que um professor escreveu exiGimos??? Quem não viu, pode conhecer nosso linguista em ação: http://www.youtube.com/watch?v=PuF0guProoY&fe

    JOSE DANTAS

    Pessoas com essa mentalidade acabam vítimas do próprio veneno.

    mfs

    "as vezes irritam nós do sul maravilha"… Quer ser de direita, rapaz, então afina o discurso conforme a norma culta. Nem reacionário padrão você consegue ser? Sua turminha vai rir de você. Acusá-lo de ter se vendido ao lullopetismo, etc.

ricardo silveira

E o que dizem os ministérios da Educação, da Cultura e da Comunicação? Os sujeitos ganham uma concessão e a usam como bem entendem, sem nenhum constrangimento, não importa o dano que causam à cultura do país. Lei de meios? Nem pensar.

Jairo_Beraldo

Uriano está revoltado por pouca coisa. Mais nojento que isso que ele colocou, é ouvir a global Leilane Neubarth chamar nossa pátria de BRÉZIL…é um complexo de vira lata sem precedente.

Laura Antunes

Complementando meu comentário anterior:
Suassuna por Ariano

(…) Já fiz uma pesquisa: é sotaque de aeroporto. Tenho a impressão de que fazem um curso.Uma das coisas que me leva a não viajar é porque se fica em quatro tipos de lugares que não gosto: aeroporto, avião, hotel e restaurante. E todo mundo fala com aquele sotaque. Vim do Recife agora: no alto-falante do aeroporto, uma mulher disse: 'Varig, vôo 787… 'Minha Nossa Senhora! Tomei o avião, desci em São Paulo, estava no aeroporto, a voz de novo: 'Varig, vôo.' Eu disse: 'A mulher veio!' Mas não, era outra. Todos estão falando assim. (…) http://rodrigonobrega.blogspot.com/2007/11/suassu

Ceiça Araújo

Pronominais

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso, camarada,
Me dá um cigarro
(Oswald de Andrade)
E viva o povo brasileiro! E vivam os vários falares do nosso povo! Isso é o resultado da nossa história multicultural!

Willian

Record, SBT, Band e RedeTV fazem diferente?

    Luiza Helena

    Fazem, é só prestar atenção!

    VLO

    A Record faz sim. A Renata Alves fala com sotaque nordestino e é lindo de se ouvir. Não sei sobre as demais.

    Geysa Guimarães

    Lembrou bem, VLO.
    Renata Alves é ótima. Show de repórter.

    Gersier

    Não é só a fala,ela é toda linda.

    Liduina

    Ticiane, da Band, fala como baiana.

    Geysa Guimarães

    E é um sucesso. No momento, imbatível como presença feminina nos telejornais.

Martins andrade

O pior de tudo são as caixas de ressonancias da Globo espalhadas Brasil a fora.
No nordeste, onde existe um modo diferente de se comunicar, onde a fala é mais arrastada, pausada, tem que se conviver com as caixas de ressonancias ( as afiliadas da Globo) repetindo um tipo de locução, com uma velocidade supersônica, que o ouvinte quase não entende, porque o ouvido se adequa ao modo de falar da região. O comunicador fala a mil por segundo e o ouvinte desliga o rádio.
Esse é um dos males da falta de regulação da mídia.
Os comunicadores da região estão sem ocupação porque os espaços são alocados para as grandes redes nacionais, que com um só comunicador, empurra seu modo de falar a milhões de pessoas, que não estão acostumados a isso.

dukrai

e a desgraça é que nem o carioquês que adotaram tem a ver com a fala das ruas, é uma coisa da "massa cheirosa" pasteurizada, siliconada e botoxicada.

    Jairo_Beraldo

    …e me desculpem os cariocas, mas ainda bem que só a terra de Jader Barbalho foi na onda do carioques.

RicardãoCarioca

O errado, por ser histórico, se torna certo? Vamos com calma. Não gosto da Globo mas não é só ela que pratica a correta pronúncia da Língua Portuguesa através dos seus funcionários.
Eu falo 'mermo', 'goxto' (o 'x' representando o 's' carregado típico do RJ e herdado dos portugueses), 'rúim', 'dimaix', etc. e não me importo de ouvir as palavras sendo pronunciadas corretamente no rádio e na TV.
Ver profissionais de comunicação se expressando corretamente e podermos falar com o nosso regionalismo no dia a dia é algo enriquecedor.
E não vejo uma uniformização de pronúncia carioca junto aos profissionais de comunicação, pois até os apresentadores cariocas maneiram no 's', como vejo acontecer com o 'ein' dos paulistas ('momeinto', 'acabameinto', etc.) e com as vogais esticadas dos mineiros no início das palavras. Além das vogais abertas dos nordestinos.
Aposto que muitos desses profisionais, fora do expediente, se deleitam com o fato de poderem pronunciar os vossos regionalismos.

    carneirouece

    Nao me leve a mal, camarada, na língua nao existe ''certo'' ou ''errado''. Isso se chama preconceito lingüístico, e é tratado em um livro de mesmo nome.

    Isso que cham de certo | errado, sendo o certo, claro, o certo da rede globo, é nada mais, nada menos, que puro preconceito.

    A Língua é a língua, e como falam é tão somente a característica do local, como você mesmo falou.

    RicardãoCarioca

    Se errado não é errado, camarada, por que o errado não permite ninguém passar em exames? Preconceito? Quem quiser falar errado, que fale; mas na hora de querer se fazer entender, entre falantes de qualquer região da língua, escreva certo, é mais garantido.

    Cláudio

    Meu caro, você está confuso. Aqui trata-se de sotaque, do modo regional de falar. Exames são escritos.

    Helenice

    E qual seria o critério para se considerar uma pronúncia certa ou errada? A proximidade com a pronúncia lusitana?
    Isso não é nem um pouco científico. A variação é uma das características de toda e qualquer língua natural, e o critério histórico-cultural é, sim, a perspectiva mais razoável para se analisar o uso de uma língua por uma determinada comunidade.
    Que cariocas e paulistas reconheçam as diferenças entre seus dialetos e os dialetos nordestinos, tudo bem. Essas diferenças existem. Elas só não podem ser vistas como erro ou marcas de inferioridade.
    E, já que o assunto é diferença, confesso que, como cearense, estranho bastante quando ouço pessoas do Sudeste falarem GRATU-Í-TO, com um hiato. A gramática normativa não abona esse uso; a pronúncia "correta" seria com um ditongo. E a Globo aceita essa pronúncia. Por quê?
    Em resumo: o que há nessa tentativa de homogeneização das falas não passa de preconceito linguístico, cultural, social. Numa palavra: ignorância.

jose bentes

O que eu gosto mais é de pronúncias como: ba´-nana, flá-mengo e etc

    Jairo_Beraldo

    E aqui em Goiás eu adoro o tucanês – nosso reizinho é uma "as"sumidade….exi"j"imos respeito senhores deputados, 14º e 15º salários não!!!…menor pego dirigindo sem habilitação na BR 153….a diarreia foi uma virose provocada por uma bactéria…..e por aí vai….eita nóis….com um governador que "curçou" pra dôtô adevogadu bebericando uisqui cuns coordenador de UNESQUINA, valha-me DEUS!!!

Pancho Villa

Todos os jornalistas locais das afiliadas da Glovo falam um Português pra inglês ouvir. Aqui na Paraíba não é diferente e esse modelo se tornou tipo export para outras emissoras. Do meu conhcimento, a única emissora de conteúdo independente e regional se chama TV Diário, do Ceará e provavelmente por isso ganhava cada vez mais audiência nas parabólicas do Nordeste. Infelizmente, a Globo botou o pé no bucho no Grupo Verdes Mares e a emissora deixou de mandar o sinal pelas antenas. Hoje se confina apenas ao Ceará numa clara mensagem de "de onde nunca deveria ter saído".

    carneirouece

    gostei do comentário. Verdade seja dita, a TVDiário é a única emissora que me parece 100% nordestina.

Laura Antunes

"Sem o sotaque, como diz Ariano Suassuna, a fala é a fala de locutora de aeroporto. É algo artificial, mentiroso, e que só alimenta o preconceito contra aqueles que não falam esta tal de língua culta". http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/imprimir/6...

ZePovinho

A Globo é tão padronizada,tão plastificada que deve recomendar que os funcionários só façam sexo no modo papai-e-mamãe.
Enquanto isso,o desfile das escolas de samba vai sair das mãos dos bicheiros e vai para as mãos de outra facção do crime organizado:
http://blogdomello.blogspot.com/2012/02/governado

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
Governador e prefeito do Rio podem entregar desfile das escolas de samba para a Globo

Logo após o carnaval, Sérgio Cabral e Eduardo Paes, respectivamente governador e prefeito do Rio, deram declarações contrárias ao comando dos desfiles das escolas de samba (Grupo especial e acesso) continuar nas mãos dos bicheiros, como acontece desde sempre.

Estranho é que, embora um seja governador há seis anos e o outro prefeito há quatro, só agora ambos tenham percebido que contraventores não deveriam tomar conta do maior espetáculo do carnaval do Rio.

– Santa coincidência – diria Robin Paes a Batman Cabral, que agem no comando da cidade e do estado como a dupla dinâmica.

Mas, lendo a coluna do botafoguense e bem informado Fernando Molica em O Dia, fico sabendo que tudo isso pode ser uma nuvem de poeira a anunciar um novo negócio que vem por aí (grifo meu):

As declarações de Sérgio Cabral e de Eduardo Paes sobre a profissionalização das escolas de samba estão relacionadas a um projeto que inclui a diminuição dos poderes da Liga das Escolas de Samba, a Liesa, entidade controlada por bicheiros. A Lesga, que cuida dos grupos de acesso, também está na mira de Paes.

A prefeitura voltou a estudar a abertura de licitação para escolher quem organizará os desfiles. As tentativas anteriores falharam, mas há sinais de interesse de empresas como a Geo Eventos, que pertence à Rede Globo e ao Grupo RBS.

Ou seja: saem bicheiros e entram as Organizações Globo, cujo patrono vendeu sua cobertura triplex na avenida Atlântica, em Copacabana, a um deles, o patrono da Beija Flor: http://blogdomello.blogspot.com/2012/01/homem-que

    Marcio H Silva

    A briga vai ser feia. E pode até ter banho de sangue. quem viver verá.

mello

Mas isso de predominar a linguagem do rio….Na "grobo" é um tal de têatro, futêbol, como em São Paulo, quando no Rio é futibol, tiatro, etc….Fora os termos em paulistês, como blalada, ao invés de naite e rachão ao invés de pelada…Acho então que o predomínio, na globo, é do paulistês…
Sinto falta também dos sotaques nordestinos e sulistas, principalmente na tv aberta privada.

CC.Brega.mim

em termos de conhecimento linguístico
a postura da globo revela-se atrasada e reacionária
hoje, a teoria da variação linguística
ou seja, a consciência de que a língua é dinâmica e viva
que se modifica ao longo do tempo conforme sua utilização
é atualizada de forma diferente em cada comunidade de falantes
leva à aceitação de suas diferenças regionais, sociais, etárias e situacionais
sabemos que a norma culta é uma variante ou variedade entre outras
aquela que é prestigiada socialmente,
realizada pelas classes dominantes de grandes centros urbanos
sabemos que todo ser humano aprende a falar com a mãe
e por isso somos todos igualmente falantes de língua materna
o que significa que não se deve dizer a ninguém
que não sabe falar sua própria língua.

recomendo para quem se interesse
os textos do Marcos Bagno e do Sírio Possenti
é só buscar na rede.

Fabio SP

Quanto a Pérnambuco, o único lugar do Brasil onde se fala assim é em Pernambuco. Seria como nós paulistas reclamando de chamarem nosso estado de SumPaulo, como é conhecido pelo Nordeste.

Nadja

suspirosss
Eu não sei o porquê de ainda se discutir essa grobo aqui… que eles falem Bê bê ri bê – o povão que é maioria – vai sempre falar bibiribi e priu…
Até cmo o Ibope em queda eles estão. Já escutei em muitas filas de supermercado e comentários nos vuco-vuco da vida o quanto fica ridículo quando eles querem imitar nosso sotaque…
O povo está despertando ;)

Fabio SP

Nossa, eu já escuto esta história desde os anos 80. E, sinceramente, acho que os sotaques regionais só tem aumentado.

Caracol

Trata-se de fascismo. Ponto.
Uniformização é fascismo.
Homogeinização é fascismo.
Padronização é fascismo puro e simples, o que é padronizado é mais fácil de fazer submeter ao poder e de fazer aceitar o que o poder decide vender.
Rebanho de ovelhas iguais obedecem, igualmente, as ordens do poder hegemônico. A diversidade é a inimiga número um do fascista.
Simples assim.

    Vlad

    Odeio a padronização.
    Tive que trocar todas as tomadas lá em casa.
    Fascistas!

    Caracol

    Bingo! Taí um bom exemplo.

baader

essa é só mais uma desgraça implementada pela globo. nada é mais encantador do que o sotaque nordestino, desde o norte de minas. que a globo morra à míngua!

Celso Reis

Melhor forma de eliminar este problema: não assistir e nem prestigiar a famigerada Rede Globo. Não aumentar os índices de audiência desta empresa. Só assim eles vão entender que o Brasil é mais do que Rio e São Paulo…

Magali Pedro

Não estou com tempo de ler com cuidado mas, como se trata da minha área, lá vai: os falares regionais não correm risco. Os falantes tendem a separar o que se fala nos meios de comunicação como a fala "do outro". Por isso, apesar das dublagens dos filmes serem feitas historicamente no eixo Rio-São Paulo, os outros sotaques sobrevivem. Se não fosse assim, o sotaque dos paulista do interior teria desaparecido. Porém o que se ouve é justamente o contrário: o "r" retroflexo invade a fala dos jovens da capital (numa versão mais suave).
E os paulistas não "chiam", apesar de consumirem, desde sempre, músicas cantadas com o sotaque carioca.
Aliás, o que noto é que, em algumas palavras, o sotaque nordestino tem se infiltrado (observem quando um repórter pronuncia o número 70: geralmente, o faz aberto, "sÉtenta", mesmo sendo carioca.
Gostaria de poder ser mais clara, mas estou correndo. ESpero que dê pra entender.

E. S. Fernandes

Cadê a Lei de Medios que o Bernardo (ministro de governo) não põe para ser votada.
Será que o governo a quer? Será que tem peito e estômago para a briga (que educa e politiza) com a oposição e a própria mídia. Será que vamos passar mais 8 anos com vãs esperanças; espero que não; mas receio que sim.

    Vlad

    Se for pra votação vai ser a maior unanimidade já vista nessepaís.
    Até porque a mídia é controlada por políticos e seus patrocinadores.
    A única coisa que pode se contrapor à lavagem cerebral da mídia é a educação de QUALIDADE (não a formadora de analfabetos funcionais), coisa que a ARENA, o PMDB, o PRN e o PSDB não tiveram interesse em promover e que o PT sequer sabe o que é.

mariazinha

Ai, que texto! Que maravilha! É isto mesmo. Tomei nojo daqueles arrumadinhos, engomadinhos da grobo. Parecem bonecos falantes, robôs treinados por alienígenas, sem vida, sem graça. Tomara que a torcida corintiana dê uma bela lição nesses emplumados alienígenas. Comprar briga com tamanha torcida e com o povo brasileiro não é brincadeira. Logo , logo, a platinada perderá esse ar de rainha. http://natelinha.uol.com.br/noticias/2012/02/22/ghttp://www.democraciapolitica.blogspot.com/2012/0

Márcio Oliveira

A Globo é inimiga da diversidade em qualquer de suas manifestações, inclusive a linguística.

professor3f

Desde criança que não aguento ouvir na TV o tal de Rorãima, quando sempre conheci por Roráima. Eles alegam que segue a mesma regra do mui(n)to, mas estão mesmo é muito enganados. É o padrão supracitado do Rio de Janeiro. Mas como mortos não estamos, nossas línguas se agitam vivas e bem abertas. Abértas, caso insistam.

Fábio Rezende

…continuando… Quando dois sons vaiam numa palavra e não implicam sensação de erro ou de mudança do sentido da palavra, ambos são igualmente legítimos. Sendo assim, "pêtrôlina" e "pétrólina" são formas igualmentes legítimas. O mesmo ocorre com "luazeiro" e "joazeiro": é a mesma variação de sons, só que em caso de letra diferente. Explicando: se pode haver variação legítima de som quanto de trata de grafia com "o", pode haver variação legítima também quando se trata de grafia com "u". Insistindo: se variar /u/ e /o/ para a letra "o" em certos ambientes vocálicos é legítimo, a mesma variação para a letra "u" também é legítima.

Fábio Rezende

A crítica é pertinente, pois se trata de flagrante rebaixamente de diversos sotaques em relação ao um específico, o doaqueles que têm poder na sociedade.
Especificamente à variação /o/, /u/ em alguns lugares nas palavras, é algo natural. Não se trata, de mudar o nome das cidades, pois elas são tanto com /o/ quanto com /u/: ambos os sons são perfeitamente legítimos, indpendentemente de quem os profira.

Jair de Souza

Fazendo uso de um raciocínio linguístico, eu até admito que que há uma forte tendência a diminuição das variações regionais de linguagem. As diferenciações de linguagem, os chamados sotaques, e até o surgimento de novas línguas a partir de um tronco original, eram muito mais prováveis em situações de pouco contato direto entre os habitantes das diferentes regiões.

Na atualidade, com o grau de desenvolvimento dos meios de comunicação de massas, a maior facilidade de locomoção por entre as diferentes regiões, tudo isso contribui a uma tendência unificadora das características da fala. Processo plenamente aceitável se se tratasse do movimento evolutivo natural da línguagem. O que não dá para aceitar é quando um grupo empresarial de comunicação (mas não só de comunicação) pretende arvorar-se em dono dos destinos de nossa fala.

Assim como considero descabido aceitar que verdadeiros imbecis em linguística (Pasquale Cipro Netto, presente) estejam ditando as regras para o certo ou o errado na nossa gramática através desses mesmos conglomerados, também julgo monstruosa a atuação de mercantilistas de informação no intuito de modelar a seu bel-prazer a pronúncia de nossa língua, com a eliminação deliberada das variantes regionais e sua substituição por um modelo escolhido “de comum acordo” apenas pelos integrantes de seu corpo diretivo.

Marcio Palma – SSA

A globo e o absurdo da padronização até mesmo da linguagem popular. Rô-bô-res é o que eles querem que sejamos.
Aqui na Bahia temos o claro exemplo da Patricia Nobre e Giacomo Mancini apresentando o BATV e agora mais alguns outros "apaulistados" para encher o saco de quem ainda tem para assistir a globo local.

Wildner Arcanjo

É o tal enlatado e pasteurizado que eu gosto de falar. Já tá na hora de acabarmos com isso…

    renato

    Trocando de canal, comprando filmes no sebo,livros no sebo,sentando na frente de casa para ver as crianças brincarem, se reunir com a comunidade e discutir os problemas comuns E principalmente resolve-los, pedir para a prefeitura colocar d volta as quadras esportivas, etc, etc, etc, Colocar cinema para comunidade, enfim imaginar um mundo sem TV.
    Não consegue!!!! então para de encher os piquas!!!! ISTO serve para mim, que estou aqui lendo estas coisas enquanto minha sogra assiste uma novela na Globo whit mai wife !!! E eu pagando a energia e as prestações da TV. Me ajuda aí…

    Wildner Arcanjo

    É, mas as coisas tão mudando…

lia vinhas

É a eterna teoria da "supremacia branca" apendida com os patrões lá dos esteites. Infelizmente, no Brasil de Lula e Dilma ainda vemos manifestações de preconceito tanto em indivíduos como em empresas como a Globo e outras: contra negbros, pobres, nordestinos, índios, imigrantews e por aí vai. só a formação de um homem novo, como aconteceu em Cuba, baseada no conceito de solidariedade, dignidade e patrotismo incondicional (sem xenofobia) tornará este país mais igualitário e fortalecerá a nossa democracia, hoje muito vulnerável.

    Luiz Felipe

    kkk

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