Um passo corajoso na direção da paz

Tempo de leitura: 6 min

07/12/2010

O Brasil anunciou o reconhecimento de um Estado palestino nas fronteiras existentes antes da Guerra dos Seis Dias de junho de 1967. O reconhecimento do estado da Palestina é a melhor maneira de tirar do estancamento as negociações de paz, buscar a estabilidade na região e aliviar a crise humanitária por que passa boa parte do povo palestino. Ao mesmo tempo Brasília condena quaisquer atos terroristas, praticados sob qualquer pretexto. O artigo é de Max Altman.

por Max Altman, em Carta Maior

Em resposta a um pedido feito pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, o Brasil anunciou o reconhecimento de um Estado palestino nas fronteiras existentes antes da Guerra dos Seis Dias de junho de 1967. Trata-se da concretização da legítima aspiração do povo palestino a um Estado coeso, seguro, democrático e economicamente viável, coexistindo em paz com Israel. A iniciativa do governo Lula abre caminho e favorece as imprescindíveis negociações entre Israel e os palestinos a fim de que se alcance concessões mútuas sobre outras questões centrais do conflito. O reconhecimento do estado da Palestina é a melhor maneira de tirar do estancamento as negociações de paz, buscar a estabilidade na região e aliviar a crise humanitária por que passa boa parte do povo palestino. Ao mesmo tempo Brasília condena quaisquer atos terroristas, praticados sob qualquer pretexto.

Com uma vitória militar arrasadora na Guerra dos Seis Dias, Israel ampliou seu território, muito além do estabelecido pela Partilha da Palestina, em 1948. Já em novembro de 1967, o Conselho de Segurança da ONU votou a célebre resolução 242 que determina “que a efetivação dos princípios da Carta das Nações Unidas requer o estabelecimento de uma paz justa e duradoura no Oriente Médio que inclua a aplicação dos dois seguintes princípios:

1. Evacuação das forças armadas israelenses dos territórios ocupados no conflito recente;

2. Encerramento de todas as reivindicações ou estados de beligerância e respeito pelo reconhecimento da soberania, integridade territorial e independência política de cada Estado da região e de seu direito a viver em paz dentro das fronteiras seguras e reconhecidas, livres de ameaças ou de atos de força.

Afirma ainda a necessidade de: a)  Garantia de liberdade de navegação através das águas internacionais da área; b)  Conseguir um acordo justo para o problema dos refugiados; c) Garantir a inviolabilidade territorial e independência política de cada Estado da região, através de medidas que incluam a criação de zonas desmilitarizadas.

Esta resolução jamais foi respeitada por Israel sempre contando com o apoio de Washington. Levantaram-se questões semânticas – o texto não dizia evacuação de “todos” os territórios ocupados – e depois infindáveis obstáculos geoestratégicos e de diversas outras ordens. Israel argumenta agora que o reconhecimento do Brasil viola o chamado “Acordo de Oslo 2” firmado entre o israelense Itzhak Rabin e o palestino Yasser Arafat em 28 de setembro de 1995, que prevê que o status final da Cisjordânia só poderá ser definido por meio de negociações diretas, portanto qualquer ação unilateral estaria vedada. Contudo, a história registra que poucas semanas depois da assinatura desse acordo em 4 de novembro de 1995, Rabin foi assassinado. Líderes de partidos de direita, incluído muitos membros do Knesset (Parlamento), foram acusados de incitação selvagem que levaram ao acontecimento.

As eleições de 1996 deram vitória ao partido de direita Likud, e Benjamin Netanyahu assumiu como primeiro-ministro, propondo-se a torpedear o Acordo de Oslo. O resultado do pleito trouxe de volta ao poder governantes que não estavam dispostos a continuar fazendo concessões em nome da paz. Em agosto de 1996, o governo anulou o decreto que proibia a expansão dos assentamentos judaicos na Cisjordânia.

A ocupação dos territórios palestinos já leva 43 anos. Só para citar um exemplo histórico, a Alemanha, responsável pela hecatombe da Segunda Guerra Mundial que vitimou dezenas de milhões de soldados e civis, que provocou no Holocausto o extermínio de 6 milhões de judeus, ocupada, após a sua capitulação pelas forças dos países Aliados, recuperou sua independência e integridade territorial 4 anos depois, em maio de 1949 – República Federal Alemã, e em outubro de 1949 – República Democrática Alemã. Já em 1990, após a que do Muro de Berlim houve a reunificação.

Muitos países que mantêm relações intensas com Israel reconhecem a Palestina bem como a esmagadora maioria dos países representados na OBU. A iniciativa brasileira é consentânea com a postura histórica e a disposição inalterada de contribuir com o processo de paz, estando em consonância com as resoluções das Nações Unidas que exigem o fim da ocupação dos territórios palestinos e a construção de um Estado independente dentro de fronteiras reconhecidas, aquelas anteriores à Guerra dos Seis Dias. É a defesa do princípio de “Dois Estados”

Posição histórica nesse sentido também é a do Partido dos Trabalhadores. Em meados dos anos 1990, membro do coletivo da Secretaria de Relações Internacionais, respeitando criteriosamente as teses defendidas pelo Partido, ajudamos a fundar, organizar e dirigir o Movimento Shalom Salam Paz. Esse movimento congregava brasileiros de ascendência judaica, sionistas e não sionistas, de esquerda e centro-esquerda, brasileiros de ascendência árabe, moderados e menos moderados, os de ascendência palestina e todos aqueles dispostos a lutar por uma paz justa e duradoura no Oriente Médio e em particular, entre Israel e os palestinos.

Foi extremamente difícil conciliar as posições, houve pressão das Federações judaica e árabe e do consulado de Israel, porém conseguiu-se aprovar os pontos básicos: desocupação dos territórios palestinos ocupados com a Guerra de 1967; respeito à Resolução 242 das Nações Unidas com o reconhecimento pelos palestinos do Estado de Israel com fronteiras demarcadas, reconhecidas internacionalmente, seguras e definitivas; criação do Estado palestino, laico e viável; estabelecimento de Jerusalém leste e oeste como capital de ambas as nações; reconhecimento do direito de retorno dentro de limites a serem acordados; direito de acesso à água definidos em acordo binacional; facilidade do direito de ir e vir e do comércio binacional.

Forças internacionais sob a égide da ONU garantiriam o cumprimento das decisões. O Shalom Salam Paz levou essas idéias a dezenas de faculdades e colégios, a diversas instituições, deu dezenas de entrevistas a jornais, rádios e televisões, participou de debates, esteve presente nos Fóruns Sociais Mundiais. O Partido dos Trabalhadores tem relações de camaradagem com partidos e organizações de esquerda, de centro-esquerda e progressistas de todo o mundo, inclusive de Israel. As pontes que deseja construir e manter devem ser alicerçadas em princípios comuns, de soberania, de auto-determinação dos povos, de relações fraternais entre povos e nações, de solução pacífica e justa para os confrontos internacionais.

Uma diabólica espiral de sangue e dor, com raros interregnos, tomou conta da região nas últimas décadas. Guerras convencionais, ações terroristas e retaliações terroristas sem fim e com teor cada vez mais cruel e aterrador atingindo pessoas inocentes, governos árabes massacrando palestinos, assassinato de Rabin, negociações de paz torpedeadas ao sabor de interesses estratégicos e de poder, massacre de Munique e chacina de Jenin, intifada um e dois.

Desde 1948, os palestinos estão condenados a viver submetidos a uma revoltante humilhação. Perderam suas terras, perderam a liberdade e nunca puderam formar e organizar seu Estado. Hoje o cerco se estreitou e se tornou cruel. Sem permissão, não têm acesso à agua, a alimentos, a medicamentos. Não têm empregos nem vida econômica normal. Não podem ir de Gaza à Cisjordania, seus dois pedaços de terra. Não lhes permitem circular extra-muros sem passar por vexaminosos controles. Gaza se transformou numa prisão quando seus habitantes votaram em quem seus vizinhos acharam que não deveriam ter votado.

A Palestina hoje é muito menor que a que sobrou da Guerra dos Seis Dias. Colônias são assentadas em suas terras e atrás vêm os soldados corrigindo a fronteira. Se os assentamentos não são suficientes, que se erga um muro comendo mais pedaços de terra. Se olharmos comparativamente os mapas vemos que pouca Palestina restou.

Sabemos que a atual composição do eleitorado israelense levou ao governo líderes que abraçam a solução de confronto e não reconhecimento de “Dois Estados” laicos e democráticos. Se de um lado, moralmente, não pode um povo que ao longo da história sofreu o que sofreu impor a outro povo sofrimentos que tem de sofrer, de outro, só a pressão dos povos e da comunidade internacional poderá levar as partes a uma séria mesa de negociações. Geograficamente – e isto é ineludível – Israel é território do Oriente Médio, tendo como vizinhos em todas as direções países árabes.

Não é possível sentar-se o tempo todo sobre a ponta da baioneta, ao preço de transformar a nação numa simples fortaleza. Inexoravelmente, vai ter de conviver no futuro, e pacificamente, com seus vizinhos.
Contudo, a comunidade internacional deve abandonar os discursos vazios, as declarações ardilosas, a indiferença, as manifestações altissonantes, comportamentos ambíguos que servem de amparo à impunidade. Que os países árabes deixem de lavar as mãos. Que países europeus, que durante séculos costumavam praticar a caça aos judeus e há décadas passaram a cobrar essa dívida histórica dos palestinos, ponham de lado a hipocrisia de derramar umas tantas lágrimas enquanto celebram secretamente outro lance de mestre. E que os Estados Unidos deixem a parcialidade e ajudem a construir a paz justa entre Israel e palestinos, que seguramente servirá para estendê-la a outros rincões da mesma região.

Max Altman é jornalista


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Comentários

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Fabio_Passos

Why Palestine WILL win (Part II)

Occupation on Ice (For Palestine)

[youtube Ajn15dg9sIQ http://www.youtube.com/watch?v=Ajn15dg9sIQ youtube]

Fabio_Passos

"Why Palestine WILL win!" http://tinyurl.com/32u9uyx

Sebastião Medeiros

O grande problema é que os judeus dominam,praticamente,toda a economia dos EEUU,principalmente os setores das finanças,universidades,cinema,jornais,tv,radio,comunicações e publicidade e os Árabes e Palestinos não tem nada comparável a isto no mundo.
Sem falar que o fundamentalismo Cristão-Protestante e a Direitistas dos EEUU são mais sionistas do que muitos judeus.
Enquanto houver essa relação de forças,pró Israel, este conflito não terá solução!

Wladimir

"Esta resolução (nº 242 do Conselho de Segurança da ONU) jamais foi respeitada por Israel sempre contando com o apoio de Washington."…; como sempre, e uma vez mais, os EUA envolvidos em conflitos além de suas fronteiras mundo afora, na defesa de seus escusos interesses.

GilTeixeira

Mais um ponto para nosso pol´tica externa. Acho que a partir disto os países devem fazer o que fpoi feito com a Africa do Sul e sua política de segregação: Israel não deveria participar, por exemplo, das olimpíadas, copa do mundo, e os países diminuirem suas compras em solo israelita, pelo menos até eles pararem de tratar os palestinos como os nazistas tratgaram os judeus! e que fique claro que a grande parte da população de Israel não são a favor deste estado de coisas. Trabalho no Bom Retiro e não raro vejo arabes e judeus tomando cafezinho juntos e discutindo futebol, alguns até torcem pelo mesmo time!

easonnascimento

Espero que mais nações sigam o Brasil, como fez recente a Argentina. A paz tem que reinar no mundo.
http://easonfn.wordpress.com

Pedro

A criação do Estado palestino seria, para Israel, uma mudança profunda. Consumidor, que é, de armamentos que o Pentágono lhe fornece em larga escala, possuindo o 4º maior exército do mundo, não vai ser fácil qualquer mudança em Israel. Mas, o capitalismo está fraco das pernas, e a matriz, os Estados Unidos, só têm pela frente a decadência. As astúcias da história, aquelas de que falava Hegel, talvez comecem a agir. Pode ser que a atuação do governo brasileiro seja uma delas.

ZePovinho

Vale salientar que a ideia de criação dos dois Estados(Israel e Palestina) foi do Brasil,com Oswaldo Aranha como Chanceler.Então Lula só fez formalizar uma coisa que o Brasil quer há mais de 50 anos.

    mila

    Não tenho certeza disto não. A idpeia , creio , froi dos inglêses, Oswaldo Aranha só anunciou a criação dos 2 Estados.

    Confuso da Silva

    ZePovinho, não sei se a idéia da criação de dois estados foi do Brasil, ou de Oswaldo Aranha. Mas que ele apoiou e defendeu a idéia na ONU, isso é verdade. Curioso é que antes e durante a Segunda Guerra Mundial, ele negou visto de entrada a judeus que fugiam do nazismo, mandando-os de volta à Alemanha e efetivamente selando seu destino.

Polengo

Nada disso aconteceria num governo aonde se tira sapatinhos.

O_Brasileiro

É muito triste saber que pelo menos duas gerações de palestinos só conheceram a guerra e o terror…

Cícero

Mais de cem países reconhecem o Estado palestino. Entre esses, todos os parceiros do Brasil no IBAS (Índia, Brasil, África do Sul) e no BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China), além de Argentina e, a partir de 2011, conforme anunciado pelo Vice-ministro das Relações Exteriores, Roberto Conde, também o Uruguai.

Acertada, pois, a decisão do Brasil. Já é hora de pôr termo a essa disputa que se arrasta por várias décadas. Todas as tentativas de pacificação da região restaram frustradas. O reconhecimento do Estado Palestino promove, antes de tudo, as vias diplomáticas de negociação, a partir da instalação das embaixadas dos países que reconhecem o Estado Pelestino nas fronteiras existentes antes 1967.

Nesse aspecto, mandou bem o governo brasileiro.

marcosomag

Muito boa a atitude de Lula. Agora, os israelenses negociarem com os palestinos? Acho muito difícil enquanto o sionismo vigorar na mente dos israelenses. Agora, com um belo isolamento internacional à moda do que foi feito contra o apartheid sul-africano as coisas podem mudar. Por exemplo: Israel pertence à Europa, esportivamente falando. Seus times jogam as Copas Européias de Futebol, Euroliga de Basquete, disputam a Zonal Européia da Taça Davis de Tênis, e por aí vai. Um boicote a todas as partidas onde estiverem israelenses envolvidos seria um bom começo de pressão do povo europeu para levar o arrogante Estado judeu a negociar.

    Confuso da Silva

    Só para constar, o sionismo não tem nada a ver com isso. O sionismo é apenas o desejo de um país para os judeus na Palestina (ou Canaã, dependendo da corrente). Existem várias correntes do sionismo, e muita coisa mudou no cenário sionista em mais de um século de sua existência, e continua mudando.

    Algumas correntes são mais radicais, pregam até o direito divino dos judeus ao território – que em algumas visões mais deturpadas inclui até a Jordânia. Existem outras correntes, porém, que reconhecem o direito dos palestinos a um país próprio. No próprio artigo, o autor menciona que parte dos integrantes do movimento Shalom Salam Paz é sionista.

    O problema não é o sionismo, mas sim as correntes radicais do sionismo que há anos dominam o parlamento israelense. E, como eu já disse, os outros interesses internacionais aos quais a paz não interessa – setores da política palestina e do mundo árabe incluídos.

Gustavo Pamplona

Essa acho que vocês vão gostar!!! :-)

Acabei de dar uma olhada no site do JN para ver se eu achava alguma notícia que prestasse lá… acabei assistindo alguns vídeos mas notei que a Fátima não estava presente hoje. Estavam presentes apenas o Bonner e o Márcio Gomes Aí eu pergunto:

Será que foi porque no CQC de ontem eles escreveram que o Márcio Gomes é "Reserva do Bonner"? hahahahahhahahaa

Bom… para quem não assiste o CQC o Felipe Andreolli tinha entrevistado o Márcio Gomes no quadro Documento da Semana sobre tráfico de drogas.

Abraços a todos!!! ;-)

ebrantino

Sr. Confuso da Silva, o senhor, com todo o respeito, acaba de se contradizer. Se a atitude do Brasil é louvavel, então faz toda a diferença ela ser declarada. Para nós brasileiros, povo que trata os chamados "de origem" – Turcos, árabes, judeus, japoneses, chineses, coreanos, alemaes, italianos, russos, poloneses, melhor do que mesmo a prata de casa, os pelo duro, os caboclos, seria intoleravel ter um governo alinhando-se ao lado do mais forte e da injustiça, na opressão de um povo que tanta afinidade tem conosco, como é o povo da região palestina.
Além disso, eventualmente pode bater um pouco na consciencia dos brasileiros israelitas, que aquí sempre encontraram absoluta igualdade, e que digam aos seus irmãos de lá que é possivel conviver em paz. Muitas e muitas outras razões há, inclusive o apreço aos direitos humanos, e ao direito internacional, mas estes motivos são suficientes. Fez diferença, sim.

    Confuso da Silva

    Ebrantino, eu nunca disse que o Brasil não deveria ter reconhecido o estado palestino. Mas continuo a acreditar que não vá fazer diferença, pois há muitos interesses em jogo. Concordo com você que o Brasil é um exemplo de convivência pacífica entre povos (mas temos nossos problemas, com espancamentos de homossexuais, pobres, mulheres…). Mas mesmo que os judeus brasileiros (supondo que seja isso que você quis dizer com brasileiros israelitas) botem a mão na consciência – o que não acho que vá acontecer, pois a maioria deles acha que é seu dever defender incodicionalmente as atitudes do governo israelense – eles não têm influência sobre os israelenses. E mesmo que tivessem influência, é como eu já falei: há outras forças com seus próprios interesses.

    Não estou tentando diminuir a importância do gesto, mas acredito que seu impacto no conflito será quase nulo. Mas pelo menos o Brasil faz sua parte.

Geysa Guimarães

Será que o Boris Casoy gostou? Sei não, no dia em que a FIFA anunciou as Copas na Rússia e Qatar, ele não se conteve: "Vai se catar, FIFA!"

Fabio_Passos

Um ótimo exemplo do Brasil.
Tomara que seja acompanhado por muitos.

Enquanto os yankes continuarem apoiando incondicionalmente o regime nazista de israel, os palestinos sópodem contar com a solidariedade de outras nações.

    Samira

    O Brasil é que acompanhou esses muitos.
    Só seguiu o exemplo.
    Atrasado, como sempre.

    Fabio_Passos

    Na verdade o Brasil já reconhece oficialmente o Estado Palestino com fronteiras anteriores a 1967 desde a década de 80.

    Agora o Brasil reafirma sua posição. Tomara que seja acompanhado por muitos.

    Moraes

    Mas então o Brasil apenas "reconheceu que já reconhece" há décadas??
    Huahauhauahau
    Esse Lula não perde oportunidade de aparecer.

    Fabio_Passos

    Sempre que o Lula quiser aparecer em solidariedade a povos oprimidos terá meu apoio.
    E o momento de reafirmar o reconhecimento é muito bom. Os eua continuam apoiando incondicionalmente os nazistas que governam israhell.

    Macabeus

    Solidariedade = Papo Furado, neste caso

    Os laboratórios sionistas continuam faturando alto e comprando commodities em liquidação no Brézil.

    Fábio…acorda fio. Admiro seu idealismo, mas ele só ajuda a legitimar a vigarice lulo-jobinista.

    Fabio_Passos

    Entendi que a reafirmação do reconhecimento foi um pedido de Mahmoud Abbas

    Fabio_Passos

    Minha dica para acompanhar análises para muito além da mídia-burguesa sobre a opressão dos palestinos é o excelente blog do Georges Bourdoukan: http://blogdobourdoukan.blogspot.com/

carmen silvia

Todas as vezes que leio sobre a questão Israel/Palestina,me vem a cabeça aquelas grandes mobilizações do final do séc.XX pela libertação de Mandela e pelo fim do apartheid na África do Sul.Diante disso uma pergunta me vem a cabeça.Por que os "artistas engajados" não se movimentam agora pela Palestina?Aqueles concertos e que tais, podiam parecer bobagem,mas davam uma grande visibilidade ao problema.Sei que essa minha observação é uma questiúncula diante da gravidade e da complexidade que envolvem Israel e Palestina,mas de qualquer forma isso me incomoda pois como dizem por aí "o diabo mora é nos detalhes".

Jarir Almansur

Exelente texto. A grande imprensa, no entanto, vem procurando demonstrar que a posição do Brasil é unica e isolada. Em verdade dezenas de paises estão no mesmo caminho. O Brasil não foi o primeiro a reconhecer, nem está isolado.

Fernando

Esse reconhecimento fechou com chave de ouro o governo Lula.

José Manoel

Perfecto!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Confuso da Silva

Excelente texto, reflete muito da minha opinião em relação ao conflito árabe-israelense.

No entanto, o parlamento israelense está cada vez mais tomado por radicais de direita, que não querem nem saber de acordos nem de paz, e do lado palestino a coisa não é muito diferente – o Hamas não está muito interessado em dialogar, e seus mentores no Irã tampouco querem resolver o conflito. A Europa prefere que a região continue no caos, pois a paz traria prosperidade, o que faria o Oriente Médio se tornar uma provável potência econômica. Os EUA então, nem se fala – mesmo que Obama tenha vontade de fazer algo a respeito, os lobbies da indústria bélica e do petróleo falam mais alto.

A atitude do Brasil é louvável, mas no fim das contas, não acredito que vá fazer diferença alguma.

    augustinho

    O hamas é representativo , para o povo de gaza e palestino em geral.é logico. O Mahmoud e fatah nao, ja trairam demais seus ingeresses reais e por tempo demasiado longo…
    Porem considero liquido e certo que, se as terras sao devolvidas em negociaçao e a soberania tambem, entao o povo so vai querer paz. E eleger governo compativel. Nao tenho a menor duvida disso e exatamente esse detalhe que os direita do estado de israel, – hoje a maioria – escondem da opinião publica.

    Confuso da Silva

    Augustinho, não sei se entendi direito o que você quis dizer. O Hamas realmente foi eleito democraticamente pelo povo, mas isso não significa necessariamente que eles defendam os interesses do povo palestino e não os deles próprios. Tanto o povo israelense quanto o povo palestino estão cansados do conflito e querem paz. Mas seus dirigentes não enxergam além do próprio nariz.

    Quanto a Israel devolver as terras e promover a soberania do estado palestino, eu sempre disse que essa é a única solução plausível. Mas para que Israel tome essa atitude, será necessário um esforço político descomunal de alguém muito corajoso, influente e carismático – só que eles não têm nenhum Lula por lá…

    Além disso, mesmo que surja um Lula israelense, que consiga guiar o parlamento na direção de um acordo duradouro, indo contra os interesses dos setores religiosos e de direita do país, ainda há outras influências externas, como o Irã, a Europa, os EUA… Se houver devolução de terras, o que é líquido e certo é que no mínimo a CIA e o serviço secreto iraniano irão fazer de tudo para acender um novo barril de pólvora para perpetuar o conflito.

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