Tsunami de dólares não agrada aos emergentes

Tempo de leitura: 4 min

Emerging-Market Countries Criticize Fed Decision

By BETTINA WASSENER, no New York Times

November 4, 2010

HONG KONG —Autoridades de mercados emergentes criticaram na quinta-feira o Banco Central dos Estados Unidos [Fed] pela decisão de injetar mais dinheiro na economia dos Estados Unidos, uma medida que, acreditam, poderá aumentar o influxo de dólares nas economias que crescem rapidamente.

Autoridades de países como o Brasil e a Tailândia ameaçaram com novas medidas para controlar a entrada de dinheiro, que mexeu com o valor das moedas locais e aumentou a preocupação com uma bolha no preço dos ativos.

A crítica dura e pouco comum às ações do Fed demonstra desacordo entre algumas das principais economias do mundo e pode fazer sombra na reunião dos líderes do G20 que vai acontecer em Seul no fim da próxima semana.

O secretário de comércio exterior do Brasil, Welber Barral, disse que a política do Fed empobreceria “aqueles que estão em volta [dos Estados Unidos] e pode acabar provocando medidas retaliatórias”, segundo a Reuters. Na Coreia do Sul, o ministério das Finanças disse que tomaria medidas para limitar a entrada de capital.

Enquanto alguns investimentos de longo prazo são bem-vindos por impulsionar o desenvolvimento econômico, o influxo de dólares em mercados financeiros, na compra de ações e de propriedade aumentou rapidamente  em meses recentes, totalizando mais de 2 bilhões de dólares por dia, de acordo com estimativas do DBS em Cingapura.

Analistas e autoridades estão preocupadas que a injeção de liquidez do Fed na economia dos Estados Unidos — através da compra de 600 bilhões de dólares em papéis do Tesouro — pode levar a um influxo ainda maior de dólares, já que os investidores buscam retornos maiores.

“Enquanto o mundo não exercitar controle na emissão de moedas globais como o dólar — e isso não é fácil — a ocorrência de outra crise é inevitável, assim como alguns ocidentais sábios lamentam”, escreveu Xia Bin, um assessor do Banco Central da China, em um jornal gerenciado pelo Banco Popular da China.

Na Tailândia, o ministro das Finanças Korn Chatikavanij disse que o chefe do banco central confirmou “discussões com bancos centrais de países vizinhos que estão prontos para implantar medidas juntos, se necessário, para controlar a entrada de capital especulativo na região”, de acordo com a Reuters.

Norman Chain, executivo-chefe da Autoridade Monetária de Hong Kong, alertou que as novas medidas do Fed — informalmente conhecidas como QE2, ou o segundo round do que é chamado de quantitative easing [Nota do Viomundo: como lembrou um leitor do site, popularmente conhecido como “imprimir dinheiro”] — aumentaram o risco de novas bolhas, inclusive uma bolha no setor imobiliário da cidade.

“Para mercados emergentes, QE2 significa a garantia do cenário de ‘baixa [do dólar] por mais tempo’ até a metade de 2011, o que sugere que a entrada de capital nos mercados emergentes vai continuar, se não aumentar”, disseram Richard Yetsenga e Pablo Goldbger, analistas do HSBC, em uma nota publicada na quinta-feira. “A onda gerada pela liquidez vinda de fora é maior que qualquer muro que os mercados emergentes possam criar”.

O desconforto com a ação do Fed parece confinado aos mercados emergentes, mas o ministro da economia da Alemanha, Rainer Brüderle, também opinou. “Não vejo isso sem preocupação”, disse o sr. Brüderle, segundo a Reuters. Ele acrescentou que medidas eram necessária para estimular crescimento nos Estados Unidos e que não era suficiente apenas acrescentar liquidez à economia.

O ministro da economia da França, Christine Lagarde, disse quinta-feira que a reação raivosa de países emergentes às ações do Fed demonstra a necessidade de reformar o sistema monetário global. Perguntado sobre a reação de alguns países emergentes, o sr. Lagarde disse: “Confirma que é imperativa a necessidade de criar novas ferramentas para atingir a calma monetária”, de acordo com a Reuters.

O presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, disse não acreditar que os Estados Unidos estão tentando enfraquecer o dólar, segundo a Reuters informou de Frankfurt.

O sr. Trichet disse que “não tenho indicação que mudaria minha confiança” de que o Fed, o Tesouro americano e o presidente Barack Obama “não estão jogando a tática do dólar fraco”. “Não tenho razão para acreditar nisso”, disse o sr Trichet.

Enquanto os Estados Unidos argumentam que a China, em particular, deveria deixar sua moeda valorizar mais rapidamente, a China e outros países emergentes não querem fazê-lo. Eles argumentam que o novo round de quantitative easing do Fed vai afetar artificialmente o valor do dólar e promover o influxo de dinheiro em nações emergentes na medida em que investidores buscarem as taxas de juros maiores existentes nestes países.

Embora ao se reunir em um encontro preparatório na Coreia do Sul, no mês passado, ministros das finanças prometeram não permitir o enfraquecimento de suas moedas e deixar que os mercados exerçam sua influência sobre o câmbio, um acordo concreto para estabelecer limites, proposto pelo secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy F. Geithner, provavelmente não será obtido.

Muitos países emergentes e o Japão fizeram intervenções no câmbio numa tentativa de reduzir a valorização de suas moedas, que temem poderia afetar indústrias exportadoras ao tornar os bens e serviços mais caros para consumidores estrangeiros.

Parcialmente como resultado da entrada de capital externo, o yen se valorizou 15% em relação ao dólar americano este ano. O bath tailandês subiu 11% e o won sul-coreano subiu 15%.

Alguns países já anunciaram medidas ou sinalizaram com passos para desencorajar a entrada de capital. O Brasil e a Tailândia, por exemplo, aumentaram impostos  sobre o investimento estrangeiro em papéis do governo, uma medida que visa deter fluxo excessivo de dinheiro.

Os controles sobre o capital não foram “draconianos”, disse Yougesh Khatri, um economista sênior da Nomura, numa conference call desde Cingapura, na quinta-feira. Mas o risco de que tais medidas sejam tomadas aumenta no longo prazo, enquanto intervenções no câmbio são prováveis.


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Comentários

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José Manoel

Azenha: tenho que rir !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Nada mais assusta o Brasil !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Estamos salvos prá sempre !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Roberto Locatelli

Por uma moeda única mundial.

URGENTE!
http://www.jornal2pontos.com.br/mundo/01-05-2010/

Jorge

Por mais que digam ser estímulo para o consumo, reativar economia, etc., o impacto será reduzido ou quase nulo. A cerca de 20 anos, um dos homens que cunhou a expressão hoje muito ouvida em manufatura, a chamada 'Lean Manufacturing", já alertava para o erro que a economia americana estava tomando ao transferir quase toda sua base de produção de itens de consumo e também boa parte de produtos de consumo duráveis para países com mão-de-obra barata. Comprovou-se o alerta e hoje, salvo industrias farmacêuticas, bélicas, algumas ligadas a energia (Óleo e Gás) e as de Equipamentos Hospitalares, tudo que se vende para consumo nos EUA tem origem em outros países e ao final, quem ganha com isto não é o mercado de trabalho e sim apenas ganho de capital das corporações, muitas delas ainda americanas. Como criar emprego com um imbroglio destes, principalmente em um país onde o nível cultural afasta jovens americanos dos trabalhos de menor remuneração?

    Flávio Domingues

    Caro Jorge, só discordo quando diz que A ECONOMIA AMERICANA ESTAVA TRANSFERINDO. Quem transferiu a base de produção foram os capitalistas internacionais que, em busca de melhores condições de reprodução do capital, buscaram novas fronteiras para investir e transferiram seus investimentos para outros países… como consequências as que vocês sita. E lembro que o mercado de trabalho também é mercadoria que é colocada na prateleira e o capital busca trabalhadores menos remunerados, menos organizados… países com menores controles ambientais… não era esse o quadro nos EUA dos anos 80 quando o capital migra fortemente para o leste. Isso pode ser observado também quando o capital migrou das cidades-estados italianas para os Estados Gerais dos País Baixos, posteriormente dos Países Baixos para as Ilhas da Grã-Bretanha e novamente de lá para o continental EUA.

    Jorge

    Amigo Flávio. Entendo perfeitamente sua colocação, apesar das minhas limitações – sou engenheiro e não economista.. No caso do capital e em busca de custos sempre e sempre mais baixos e com menos impactos, no caso da industria automobilistica americana e de muitas outras, elas se moverem para estados onde a ação de sindicatos não era por assim dizer "problema" e apenas perpetuaram um ciclo que era esperado. O mesmo ocorreu com os japoneses que, conhecedores e aplicadores da filosofia Lean, abriram fábricas nos EUA e inundaram o mercado americano com Hondas, Toyotas e Nissans a preços competitivos e, como era de esperar, ajudaram a jogar uma pá de cal na outrora exemplar industria automobilística americana. Resumindo meu pensamento, hoje vejo que o problema americano e de Obama é emprego – ocupação da MO.; se reativar, o custo terá de ser baixo e para ser baixo, também terão de ser os valores pagos para a MO e hoje, somente latinos e outros aceitarão valores de MO marginalizados; o ciclo se perpetua e os que fazem a política (pessoal dos Elefantes) verão que "os americanos" não são os beneficiados. E dá-lhe pau no Obama e em suas "políticas".

    Flávio Domingues

    Caro Jorge, concordo com você e também não sou economista… sou engenheiro… Os americanos, brasileiros, japoneses e chineses não existem para os investidores. Ocupação da mão de obra nos EUA? não vejo mais essa possibilidade. Os investidores não retornaram. Já se foram em busca dos tais países com menores custos de MO, ecológicos, de saúde… etc.

Flávio Domingues

Quando se dava a transição hegemônica entre Grã-Bretanha e Estados Unidos, que começa de forma embrionária no seio da própria revolução industrial, no final do século XVIII, o EUA escolheram como opção voltar sua economia para o OESTE. Desenvolver a fronteira não desenvolvida foi a grande solução para os americanos que não tinham tecnologia, nem barcos para concorrer com a potencial ultramarina britânica. Na teoria de Arrighi, Wallerstein, Modelski e outros, a história do capitalismo é cíclica e agora vivemos mais uma vez uma transição hegemônica… os EUA desde 1970, com a derrota no Vietnã iniciaram o seu declínio e a China desponta como provável nação que liderará o Sistema Mundo nos próximos séculos. Mas Modelski mostra que os países que mais pareciam ser candidatos a hegemonia não se consolidaram nos ciclos anteriores. França e Alemanha não destronaram Holanda e Inglaterra, respectivamente. A própria Inglaterra tomou o lugar que seria naturalmente francês ao derrotar Napoleão em 1815, destronando os Países Baixos. Já a Alemanha, candidata natural ao posto de hegemonia do século XX foi derrota na primeira e segunda guerra e foi humilhada pelos americanos, hegemonia nascente. Se o Brasil seguir o exemplo dos Estados Unidos e investir no desenvolvimento dos rincões do Nordeste, Centro-Oeste e Norte, distribuir renda para que o consumo nacional seja suficiente para que nossas fábricas vendam mais em rel que em dólar, etc… poderemos não só passar ao largo dessa nova crise, que será muito maior que a de 2009, e dela poderemos brotar como nova hegemonia mundial. É hora de voltar nossa economia para o país.

Gunter Zibell

"Vem aí a bolha que vai quebrar o Brasil?" Não, pois a entrada de capital é muito superior ao necessário para cobrir o déficit em transações correntes. É totalmente diferente de 1998, porque agora o governo é credor em divisas. Se o capital sair depois não haverá problema de liquidez..A questão é o custo fiscal, pois tal capital é remunerado. O Brasil ainda não pode baixar muito a taxa interna de juros. Por outro lado, o governo pode comprar dólares (como faz o da a China) e manter a paridade cambial, mas as reservas precisam ser financiadas e o custo é elevado (a diferença entre taxas de juros interna e externa) Seria melhor que esse capital não entre, razão do IOF de 6%. O possível é que se retorne o IRRF de 15% sobre aplicações (retirado em 2007), que baixem os juros (agora que Japão e EEUU os zeraram), outro aumento do IOF (na Tailândia é 15%), que se impeça o endividamento externo por empresas privadas (da ordem de US$ 200 bi) ou, finalmente, que se faça reservas mesmo e se arque com o custo subjacente enquanto não passa o tsunami.

    Márcio Martins

    E tem um detalhe, é excesso de entrada e não de saída como nos tempos de FHC. Há outra opção. Compra de ativos no exterior. Existe alguma pechincha por aí? Que tal a BP?

    Jorge

    Apesar de não ser economista, eu optaria por aumento na taxação. Diminui o ímpeto da entrada, encarece na saída para o caso de importações e turismo, ajuda no estímulo ao gasto interno e minimiza o custo de compra pelo BC na composição da reserva.

monge scéptico

Onde quer que levem as discussões, de uma coisa sabemos; temos que nos proteger
das manobras eonômicas da USA/uk et iluminattis. Os planos de quebrar meio mun-
-do ou mais para depois trazer a "salvação" a juros escorchantes, é mais velho que o
ovo. Temos que dar um chega prá lá neles!.

    Flávio Domingues

    Não acredito que os Iluminattis e iluminados capitalistas internacionais, as 5 ou seis famosas famílias que controlam o planeta, estejam pensando em salvar os EUA ou o UK. Eles são globais e o seu capital deve se reproduzir globalmente. O que querem é salvar sua pele.

gilberto

A intenção americana é clara : Quebrar todo mundo.
A maior arma de destruição que eles possuem chama-se : Dólar.
A solução para não mais ocorrer isso ?
O Que o lula fez durante os oito anos de governo ?
Fortaleceu as relações com parceiros comerciais de pequeno porte que antes eram desvalorizados e tamebm com o gigante chines.
O que fazer agora ?
Esta na hora de haver uma terceira opção de moeda forte.
Talvez o mercossul em uma união firme com china , india e russia , possam conseguir em um curto espaço de tempo criar uma moeda forte que não esteja lastreada por dolar ou euro e com isso quebrar a economia americana e européia que vive de especulação e não deixa o resto do mundo crescer.
Chega de ser colonizado né.

Cesar Ferreira

Se a taxas de juros deles estão praticamente negativas é natural lançar mão de outros instrumentos para aumentar a liquidez na economia. Mas como o Mantega já manifestou, o certo seria praticarem incentivos por medidas fiscais.
Se você faz um corte de 10% no imposto de um produto, por exemplo, essa renuncia só se materializa se o produto, primeiro, for produzido, segundo, for consumido. Logo, esse instrumento não tem como ser desvirtuado para a especulação. Mas se der dinheiro puro e simples, o que pode acontecer?
A análise é primária…

1- Quem tem títulos do governo?
Resposta: Setor financeiro.
2- O que o setor financeiro vai fazer com esse dinheiro já que as taxas de juros estão muito baixas?
Resposta: Especular onde o retorno for maior.
3- Onde o retorno é maior?
Resposta: Nas economias emergentes.

Acontece que o FED deve saber muito bem disso. Por isso o objetivo deles está claro pra mim… Eles querem de fato derrubar o câmbio das economias emergentes.

    Baixada Carioca

    Seria uma tentativa de conter avanços dos emergentes?

ruypenalva

Não sei até que ponto essa injeção de liquidez na economia americana (medida necessária para diminuir a recessão) vai acabar enfraquecendo mais o dólar. Precisamos esperar na prática para ver se isso apenas reativa a economia, incluindo as importações americanas, ou se o para-efeito disso é uma depreciação do dólar. Não estou seguro que sim, posto que não acredito que a inflação americana vá aumentar. Com o atual IOF o ganho do investidor estrangeiro é pequeno e não creio que dólares entrarão no Brasil para investimentos em renda fixa. Com o Brasil crescendo a essas taxas a tendência do real, nesse sistema de câmbio, é valorizar mesmo. Não existe perspectiva a curto prazo para reverter isso. Mexer no câmbio provoca desconfiança e tudo que melhora o Brazil aprecia o Real. É uma sinuca de bico e ainda bem que o comércio externo tem pequena participação no nosso PIB. As empresas brasileiras têm de aproveitar o dólar baixo para se internacionalizarem, comprarem participações estrangeiras. A economia mundial está doente, o grande lider, os EUA, está declinando, o lider que emerge, a China, ainda não entendeu o seu papel na estabilização mundial e continua a gerar megasuperávits comerciais. Não há solução a curto prazo que não passe pelo mercado interno, infraestrutura, gastos sociais, educação, saúde. Esqueçam o dólar, pois até os americanos estão preferindo o real como reserva de valor.

Roger

Esse cenário me parece, mais uma vez, uma jogada de xadrez de olho no longo prazo.
Ou seja: problema-reação-solução.
Só não consigo enxergar, ainda, onde eles querem chegar.

Marcos C. Campos

Esta conversa de moeda eh uma questao politica. Observe que o medo eh a desvalorizacao frente ao dolar. Mas esquecem de observar que entre outras moedas nao houve mudanca. Ou seja, eh imperativo o Brasil e outros paises principalmente China e Europa comecarem a negociar entre suas moedas. Pra que usar o dolar se este deixa de ser estavel ?

    Jimes

    É isso aí. Um sistema de compensações bilaterais em moedas nacionais com os principais parceiros no comércio exterior tem que ser discutido urgentemente (com a China já havia começado).

    Outras medidas importantes de reação à impressão de dinheiro / quantitative easing seriam:

    1- Aplicar fundos soberanos e reservas internacionais em ativos palpáveis – "nacionalizar" filiais de multinacionais, comprar participações em empresas, commodities, armamentos*, terras, bens de produção – sobretudo nos EUA; o mundo tem que "ir às compras" lá, uma vez que é seu maior credor – ou seja, destrocar dólares por bens;

    2- Simultaneamente, limitar mais a compra de ativos aqui no país por estrangeiros, sobretudo os americanos (se a ação #1 for coordenada entre os emergentes e europeus, em termos líquidos só restariam os americanos com sua papelada querendo comprar aqui), bem como da própria entrada de dólares;

    3- Discussão de um sistema internacional baseado em compensações entre moedas, como o bancor (de Keynes), e destronar internacionalmente o dólar, não só em relações bilaterais, que é só o primeiro passo;

    4- Reestruturar e fortalecer as forças armadas tanto quanto possível para se preparar para uma situação de vitória de um fanático do Tea Party em 2012, disposto a garantir o dólar a qualquer preço. Simultaneamente, garantir que no comando das forças estejam pessoas de extrema confiança, compromissados com o país, para evitar uma nova Operação Condor no rastro de um maior poderio dos militares;

    5- Ley de Medios e uma faxina nos meios de comunicação, que fazem uma lavagem cerebral pró-EUA – nossas elites (?) continuam insistindo na tese de que devemos nos proteger sob as asas da águia, de que devemos vender o país e nos tornar um estado americano.

    *É de se imaginar que os EUA reagiriam a uma ação internacional coordenada de compra de ativos em seu país – vão querer forçar todos a engulir o prejuízo e ficar com a papelada na mão, que não valerá um tostão furado, se necessário com uma nova política de big stick (cujo fiador é seu imenso poder bélico). Armamentos serão uma forma de dissuasão de ações extremas, mas deverão ser cuidadosamente reengenhados no país para evitar "backdoors" que os americanos possam querer introduzir (alô IME, alô ITA…).

    Em resumo, a ideia central é: o mundo tem que "ir às compras" nos EUA, enquanto impede um refluxo da papelada para seus países, com os americanos querendo vir de novo. Com o aumento da concentração do papel nos EUA, a inflação doméstica disparará, em plena recessão, forçando o governo americano a tirar dólares de circulação. A recessão lá será doída. Mas, como disse, para isso é necessário que se construa já um sistema internacional de compensações monetárias alternativo ao dólar, de outro modo o mundo todo quebra junto – com o sistema de compensações funcionando, o resto do mundo pode adotar uma política de substituição de transações comerciais e reduzir sua dependência dos EUA (priorizar e fortalecer as transações entre os adeptos do novo sistema em detrimento àquelas feitas com os americanos).

    Meu grande receio é que, em ação descoordenada, o mico acabe ficando nas mãos da África, o elo mais fraco. O mundo inteiro pode querer ir às compras lá, desovando seus dólares, que no final não valerão mais nada. O mundo se tornaria "dono" da África, e os africanos ficariam com a bela efígie de Benjamin Franklin para contemplar.

Luana

É preciso cuidado Azenha, pois já aconteceu no passado com os militares, quando o Brasil resolveu crescer pelo endividamento externo, à época de Roberto Campos e Delfim Neto, quando Alan Greenspan resolveu aumentar a taxa de juros americana, quebrou toda a América Latina, a chamada década perdida. Cuidado, cuidado, já vimos este filme antes. É preciso mudar as regras o sistema monetário internacional para que os americanos não saiam quebrando não apenas a AL, mas um monte de países nesse universo financeiro tão global.

Gustavo Pamplona

Falando em bolhas.. eu ainda espero o dia em que o mundo vai descobrir que o que existe na China é outra bolha prestes a estourar. Ou será que vocês não se lembram da crise dos tigres asiáticos em 97/98?

Mesmo com 1 bilhão e 300 milhões de habitantes (e de mão-de-obra barata) ninguém consegue crescer tão rapidamente assim e em curto prazo.

Até hoje não descobriram porque o que existe lá é uma ditadura "travestida" de democracia onde apenas um partido rege e quem é que mesmo afere o crescimento deles? Será que o FMI e o Banco Mundial acham que as instituilções chinesas são confiáveis?

Me desculpem aos asiáticos e descendentes de asiáticos que lerem este comentário mas este "povo" não sabe negociar… não sabem nem mesmo o que é democracia.Includindo os japoneses e que eu os considero os mais ocidentais do orientais, quando você chega lá, eles te consideram um "invasor".

Detalhe: Não estava a fim de comentar hoje novamente.

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