Times londrino: O pânico sofre o futuro do euro

Tempo de leitura: 3 min

May 20, 2010

Euro in danger: Germans trigger panic over future of single currency

David Charter, de Berlim, no Times de Londres

Ministros europeus chocados estão se preparando para conversas de emergência para segurar o euro depois que os mercados cairam em reação a medidas de pânico da Alemanha

Angela Merkel chocou as capitais da União Europeia ao alertar que o euro estava correndo perigo e disparar o medo de um novo desmanche financeiro ao anunciar o banimento de práticas arriscadas por parte de especuladores. As ações da chanceler alemã abriram novas buracos na moeda única, causando duras críticas da França e levando Bruxelas a divulgar um apelo por unidade.

As ações em Londres cairam quase 3%, com quedas similares em Paris, Berlim e Madri. O euro mergulhou para uma nova baixa diante do dólar antes de uma pequena recuperação.

Os ministros das finanças europeus, que acabam de martelar um plano de resgate maciço para a Grécia, ouvirão pedidos controversos da Alemanha em um encontro amanhã, no qual serão propostas mudanças no tratado de Lisboa para dar a Bruxelas poderes para coordenar orçamentos nacionais.

A sra. Merkel acredita que a União Europeia deveria ter mais poder para organizar a “insolvência ordeira” de paises como a Grécia, que definem o orçamento sem os meios para pagar por eles. Depois de anunciar o banimento de certos tipos de negócios especulativos com ações das instituições financeiras mais importantes da Alemanha e com bônus da eurozona até março, ela advertiu: “Este desafio é existencial e devemos estar à altura dele. O euro corre perigo. Se não enfrentarmos o perigo, as consequências para nós na Europa serão incalculáveis… Se o euro fracassar, então a Europa fracassará”.

O alerta apocalíptico dela veio quando David Cameron se preparava para sua primeira visita como primeiro-ministro a Paris e Berlim, onde ele deverá sofrer pressão para dar mais fundos britânicos para os planos de resgate da União Europeia.

O desejo dele de construir relações com a sra. Merkel será temperado pela relutância em ver mais poderes transferidos para Bruxelas. No entanto, com 54% das exportações britânicas indo para a Europa, a economia britânica não está imune aos problemas do euro.

A sra. Merkel pode ter pretendido que suas palavras servissem de chamado para acabar com a crise de confiança que se espalha da Grécia a Portugal, da Espanha à Itália. Mas os mercados tremeram porque a Alemanha é vista como a pedra fundamental do euro, que foi introduzido há apenas dez anos e hoje cobre 16 países.

O medo está crescendo nos escalões mais altos da Comissão Europeia sobre o tamanho da dívida nacional da Itália e sobre a habilidade do país de enfrentar um ataque do mercado. Mais confusão é possível se investidores da Ásia decidirem jogar grandes quantidades do euro no mercado.

Wolfgange Schäube, o ministro das finanças da Alemanha, pediu a reescrita urgente das regras da eurozona. Ele disse ao Financial Times: “Estou convencido de que os mercados estão fora de controle. É por isso que precisamos de regulamentação eficaz, no sentido de criar um mecanismo de funcionamento do mercado”.

O sr. Cameron vai se encontrar com o presidente da França Sarkozy esta noite e com a sra. Merkel amanhã. Ele vai resistir às demandas para reabrir o tratado de Lisboa para aumentar os poderes da Comissão Europeia para fazer o escrutínio dos orçamentos nacionais.

Herman Van Romput, o presidente do Conselho Europeu, chamou o encontro dos ministros das finanças em resposta aos pedidos da sra. Merkel para mudar o tratado. Michel Barnier, o comissário para mercados internos e regulamentação financeira da União Europeia, disse: “É importante que os estados-membros ajam juntos”.


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Comentários

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O vice do Lula?

O Estado burguês,capitalista é fiador do capital financeiro e do capitalista industrial,que por sua vez,se traduz em moedas nacionais,com valor de troca haver de acordo com sua capacidade imperialista e explorador da classe trabalhadora nacionais e nações colonizadas.De modo que,quem governa os povos e nações não são suas moedas ou seus fantoches eleitos "democraticamente" pra servir aos povos,mas sim,ao capital,portanto,esta crise colocada gira em torno da economia de mercado,e ao "livre mercado" que ao mesmo tempo são controlados por meia duzia de capitalistas,agora globalizados,com desejos nada confessavéis de lucros.O Estado nasceu junto com a luta de classes,para servir a classe economicamente dominante,mais conhecida como,burguesia capitalista.O imperialismo financeiro é a ultima fase de "desenvolvimento" da sociedade de luta de classes burguesa,portanto,é a ordem burguesa de sociedade estabelecida é que precisa ser destruida e não os trabalhadores e suas casas(países),E chegado a hora de dizer,socialistas do mundo,preparai-vos!!! O parto da criança socialista se aproxima.

francisco.

yacov

SOLUÇÂO PARA O PROBLEMA:
1 – Reformulação da ONU com mais representatividade para os países emergentes e pobres;
2 – Regulamentação dos mercados financeiros;
3 – Fim dos paraísos fiscais;
4 – DESCRIMINALIZAÇÂO DA MACONHA!!!!
5 – DILMA LÀ!!!!

"O BRASIL DE VERDADE não passa na glOBO – O que passa na glOBO é um braZil para os TOLOS"

Fabio_Passos

Penso que o Brasil deveria ousar como nunca.

O caminho, em minha opinião, é a estatização de todo o mercado financeiro.
O controle de todo e qualquer fluxo de capital pelo Estado.

É a melhor maneira de proteger a economia real da ruína neoliberal e ainda um importante mecanismo de crescimento… só o Estado com controle dos fluxos financeiros poderá direcioná-los para investimento maciço em infra-estrutura e na produção de bens e serviços.

Já passou da hora de fechar o cassino.

Maria Dirce

Azenha qdo vc puder traduza os comentários do NYT pq a tradução do google é horrível. é bom para todos os brasileiros saberem que o povo americano esta apavorado se houver mais uma guerra.

    Carlos

    Excelente sugestão!

sergio

bom mesmo é o brasil que está dando show em todo mundo, sorry periferia

Alberto

A Inglaterra, em função do vasto império que possuia, e que supria todas as suas necessidades às custas da exploração de diversas nações colonizadas, nunca se considerou européia. Hoje em dia ela só tem duas opções: Aderir de vez à Comunidade Européia ou atraca a ilha junto a costa americana.

    alexandre melo

    a inglaterra como nao tem mais colonias para dilapidar,
    como nao tem riqueza interna nenhuma, sera o primeiro
    pais a ser rebaixada do primeiro mundo para um segundo
    mundo, ficara pobre como a europa do leste, muito mais pobre que
    o mercosul, coisa para 30-40 anos, quem viver verá.

francisco.latorre

europa afunda.

marola 2.

os ex-poderes centrais não tão entendendo. nada mesmo.

decadência.

goldmann-sachs detona euro.. sem querer?..

a tríade se entredevora.

..

mas pelas beiradas…

repetem o plano honduras-méxico na tailândia..

qual será mesmo o plano pro brazil-da-amerika?..

sei que vai falhar..

falta maubrasileiro/viralata/entregão suficiente pra cumprir o serviço.

só se mandarem os marines..

com serra efeagá globo45 civitamerikanos friosfrias.. não rola.

e o aparelho maçon-vaticano não manda mais.

..

eleição.

mídia urna judiciário.

última chance pra sabotarem o brasil.

olho.

..

Engajarte

A Alemanha quer dar um golpe de mão, quer aumentar o domínio germano no BCE e alterar o tratado de Lisboa para que a CE fiscalize o orçamento de cada país, é o completo fim dos estados nacionais.
O sonho daquele famoso governante alemão para ter uma europa unificada sobre a hegemonia alemã está se realizando.
Nada melhor que uma grande crise para propiciar espaço para estas grandes manobras.
O Tratado de Lisboa já tinha acabado com boa parte da independência dos países, o que vale agora é o ultraliberalismo e as leis da CE, os países viraram agora administrações municipais.
Na realidade é o sonho da aristocracia européia, o voto republicano dos cidadãos já não vale quase mais nada, as grandes leis e decisões são extranacionais, administrada pela velha aristocracia do velho continente.
O Euro+ BCE+Tratado de Lisboa marcam a derrocada do espírito da Revolução Francesa, do estado nacional, do republicanismo.

    Fernando Frota

    A única chance para a Europa é se manter unida. A Alemanha não queria isso, há muito reivindicado por Bruxelas. Mas os acontecimentos políticos internos fizeram a Alemanha acordar de repente e tomar a dianteira, que lhe cabe por ser o país mais rico, nesse processo. A crítica que a França fez é que a Alemanha, ao aderir de modo firme mas um tanto atropeladamente à solução da União, foi boquirrota quanto aos riscos do Euro, o que aumentou a inquietação dos mercados. Entretanto, o alerta da Merkel era necessário. Mas não há hoje nada semelhante à hegemonia mundial procurada pelos nazistas. A permanência dos países europeus isolados e entregues à própria sorte interresssa muito aos EUA, que não desejam ver uma Europa unida e com possibilidades de sair da crise de modo independente e bem mais depressa que os EUA. As nacionalidades e o orgulho nacional das nações européias está fora dessa questão e permanecerão intactos.

    Engajarte

    O rogulho pode estar em pé, agora as leis nacionais, e a capacidade dos governos de administração econômica, estes já se esvairam.
    Os governos nacionais da EU não são mais que câmeras de vereadores, e a única grande atividade que lhes resta é controlar o "custo da mão de obra" o que a Alemanha fez bem, mantendo mais baixos os salários dos alemães, e assim mantendo competitividade exportadora intra EU e mundial. Desta forma a Alemanha saiu por cima da crise.
    Agora não vamos imaginar que esta crise apareceu agora, foi sim um processo montado por longos anos, e vai fazer países ficarem ainda mais por baixo e outros com muito mais poder, e acreditar que tudo isto foi um processo "ocasional, natural, inadvertido", daí é muita boa vontade ou crença na "superioridade" européia.

Tavaresdemello

Acho que a Alemanha está com pressa de transformar a UE em Eurolândia…

Fernando Frota

O jornal publica as notícias com interpretações contrárias à realidade. Cameron irá a Paris e a Berlim, e a ele será oferecida uma última oportunidade histórica de integrar-se ao bloco continental na união que foi formada para o enfrentamento europeu comum desta segunda etapa da crise mundial. Cameron estará diante de um dilema terrível. Fica com a Europa, a contribuir mas também receber contribuição e proteção, tendo porém que se sujeitar às decisões tomadas em conjunto por Bruxelas? Ou ficará isolado na Europa, fechando com os Estados Unidos onde não parece haver lugar para mais ninguém no bote salva-vidas? O que é a Inglaterra? Européia ou apenas Anglo-saxônica? Este é hoje o dilema inglês.

Oliveira

O Brasil já vem se manifestando desde o início da crise, de forma didática, que os países ricos devem tomar medidas mais rigorosas para controlar a especulação financeira. Porém, as grandes potências só se esforçam para manter o status de senhores da guerra.

Jairo_Beraldo

Talvez se essa gente invadir o Irã, arrumem a sua casa. Fico a pensar, como pode, vendo a casa cair, e eles ainda acharem tempo para infernizar aqueles que querem só o direito de ter autonomia, independencia. Estes países que formam o conselho de segurança, estão todos a beira da bancarrota, e ainda arrotam arrogancia? Antes de palpitar sobre isso ou aquilo, olhem para suas vidas.

Astier Albuquerque

Eles deviam pedir ajuda ao Lula.

francisco p neto

Eu acho que – como Nouriel Roubini previu – os países centrais ainda enfrentariam problemas como consequencia da crise de 2009.
Essa noticia só vem reforçar o seu prognóstico. Os paises emergentes estão tirando grande proveito dessa situação para se consolidarem cada vez mais como protagonistas de importância internacional.
Já há vozes dizendo que a hegemonia dos países do G8 não tem a relevânbcia que tinham há alguns anos atrás. Os fatos vem se confirmando.
A continuar nesse diapasão os mercados emergentes, tenho certeza, começarão a receber desse países cérebros importantes, deslocando de vez o eixo das grandes decisões.
O Brasil não deve perder essa oportunidade.

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