Robert Fisk: No mundo árabe, liberdade é agora uma possibilidade

Tempo de leitura: 4 min

22/3/2011,

por Robert Fisk, The Independent, UK

Tradução do coletivo da Vila Vudu

Nos dias finais do império otomano, diplomatas dos EUA – cônsules em Beirute, Jerusalém, Cairo e outras cidades – ONGs pela região e milhares de missionários norte-americanos, pediram ao Departamento de Estado e ao presidente Wilson que criasse um estado árabe moderno que se estendesse do litoral do Marrocos às fronteiras da Mesopotâmia e Pérsia. Esse estado, acreditavam eles, poria grande parte do mundo muçulmano na órbita da democracia da Europa e do ocidente.

Claro que o acordo Sykes-Picot que já dividira secretamente o Oriente Médio, um Wilson moribundo e o salto dos EUA na direção do isolacionismo puseram fim àquelas fantasias. Além do mais, quem sabe se alguns árabes não teriam preferido a “civilização” de Roma e, algumas décadas adiante, de Madrid e Berlim, a outras supostamente decadentes democracias na Europa? No fim, a Segunda Guerra Mundial arranhou Tunísia, Líbia, Egito e Líbano e deixou o resto comparativamente incólume. Mas vivemos tempos de relembrar o que poderia ter sido, na história. Porque agora começa a ser possível rever um mundo futuro no qual se poderia viajar do Marrocos à fronteira Iraque-Irã sem vistos no passaporte. Que os árabes consigam fazer a mesma viagem, claro, é outro assunto.

O que aí está, sem dúvida possível, é a extraordinária tempestade que varre a região, o espetacular despertar de um mundo árabe que muitos de nós conhecemos ao longo de quase toda a vida e que muitos árabes também conheceram ao longo de toda a vida. Das ditaduras senis, corruptas – o câncer do Oriente Médio – está emergindo um povo renascido. Não sem muito sangue derramado, e não sem muita violência a enfrentar pela frente, tanta quanta os árabes enfrentaram também no passado. Mas agora, pelo menos, os árabes podem ter esperança de chegar ao sol das terras altas. Todos os meus amigos árabes disseram-me exatamente a mesma coisa, ao longo das últimas semanas: “Nunca acreditei que viveria o suficiente para ver isso.”

Temos assistido aos tremores subterrâneos que abrem fendas e as frestas que abrem penhascos. Da Tunísia ao Egito, à Líbia, ao Iêmen – talvez a apenas 48 da liberdade – ao Marrocos e ao Bahrain e, sim, até, agora, a Síria, os jovens e os bravos disseram ao mundo que querem ser livres. E à liberdade eles chegarão, ninguém duvide, em semanas, meses. Palavras que se escrevem com felicidade, mas que têm de ser ditas com enorme cuidado.

Apesar da confiança de D. Cameron, não tenho muita certeza de que a coisa acabe bem na Líbia. De fato, nem sei se tenho certeza de como acabará, agora que o ataque vão e desnecessário dos EUA ao complexo de onde Gaddafi governa – em tudo idêntico ao que foi encenado em 1986 e custou a vida da filha adotiva de Gaddafi  – demonstrou acima de qualquer dúvida de que Obama visa a liquidar o regime. Nem tenho certeza de que se criará facilmente alguma democracia no Bahrain, sobretudo quando a Arábia Saudita – o cálice intocável, tão sagrado quanto fazer críticas a Israel – já manda sua parafernália de guerra pela ponte, para o outro lado.

Observei, é claro, a conversa dos Roberts Skidelskys que creem que a fantasia Bush-Blairista de “libertação” do Iraque – e que terminou com o país, na prática, controlado de Teerã – teria levado aos levantes de rua, hoje (“Mas a combinação da liberdade e ordem das democracias ocidentais (…) é produto de uma longa história que não pode ser reproduzida em curto prazo”, disse Skidelsky). “Muitos povos não orientais dependem das virtudes pessoais do governante, não de instituições que limitem o poder do governante, para tornar tolerável a vida.”

Entendi. Não se pode entregar a democracia em mãos de árabes – de fato, não estão preparados para a democracia, como nós, ocidentais, estamos. E como, claro, os israelenses estariam. É mais ou menos como Israel dizer – e vive dizendo – que só há uma democracia no Oriente Médio, e, em consequência, tudo fazerem para que continue assim, pedindo aos EUA que mantivessem Mubarak no poder. Exatamente, aliás, o que aconteceu em janeiro.

Israel é caso a ser examinado. Quase sempre capaz de pensar prospectivamente, Israel, governo e diplomacia e apoiadores nos EUA revelaram-se inacreditavelmente canhestros e descuidados na resposta que deram aos eventos no mundo árabe.

Em vez de abraçar um Egito novo e democrático, Israel pôs-se a alertar contra a volatilidade… da democracia egípcia. Para o governo de Israel, vê-se agora, a queda de ditadores que mil vezes Israel comparou a Hitler é muito pior que a preservação dos mesmos ditadores. Mubarak sempre obedeceria ordens – via Washington – de Israel. Um novo presidente não estará preso, sob essa pressão. Os eleitores no Egito não admitem o cerco de Gaza. Sentem-se ultrajados pelo roubo de terra que Israel pratica, roubando terras árabes para construir colônias exclusivas para judeus na Cisjordânia. Não há propina que Washington pague que convença presidente egípcio eleito a tolerar por mundo tempo esse estado de coisas.

E por falar em propinas, é claro, a maior de todas foi paga semana passada – em notas promissórias, para garantir – pelo monarca saudita, que está desembolsando quase $150 bilhões a serem gastos dentro de seu alegre reino, na esperança de que, assim, aplacaria a fúria das ruas. Sabe-se lá, talvez até funcione por algum tempo. Mas, como digo sempre, cuidado com a Arábia Saudita. Nunca tire os olhos da Arábia Saudita.

O épico que se vai, com certeza, para a lata do lixo, é a “guerra ao terror”. Nem se ouviu nem pio, de Obama, sobre isso, durante meses. Não é estranho? A única coisa que ouvi da “al Qa’ida” sobre o Egito foi uma convocação para derrubar Mubarak – uma semana depois, foi deposto pelo poder do povo. A última missiva do homem das cavernas dizia aos heroicos povos árabes que suas revoluções têm raízes islâmicas, o que muito deve ter surpreendido os povos do Egito, Tunísia, Líbia, Iêmen, Bahrain et al. Porque todos exigiam liberdade, libertação e democracia. E aí, num certo sentido, está a resposta a Skidelsky. Será que crê que todos eles mentem? Mas, se mentem, por que mentiriam?

Como já disse, muito sangue ainda correrá. E muitas mãos aparecerão, querendo reconverter as novas democracias em ditaduras servis de tempo integral. Mas afinal, pelo menos agora, afinal, os árabes podem ter esperança de chegar ao sol das terras altas.


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Comentários

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Eduardo Ken Loach

Não sei se sou idealista demais e exagerado, mas creio que um Egito realmente democrático, em que se respeita a todos (inclusive a minoria cristã – 10% da população – os coptas) pode no futuro mudar não só o mundo árabe ou islâmico, mas, em consequência, mudar o planeta inteiro.

Depois da derrocada do ditador Hosni Mubarak, divulgou-se em nossa grande imprensa que muitos egípcios estavam insatisfeitos há muito tempo, mas tinham medo de se manifestar devido a uma ditadura cruel. O exemplo tunisiano foi só a gota d'água que os fez explodir e clamar por um governo independente de fato e que atende o povo. Ou seja, a oposição "não surgiu do nada" como se pode entender, estava adormecida por
muitos anos.
Creio que o caso líbio é totalmente diferente. A situação não parece ser de insatisfação econômica, como na Tunísia e Egito.

FrancoAtirador

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MÍDIA OLIGÁRQUICA OCIDENTAL NOMEIA NOVO PRESIDENTE DA LÍBIA
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Mahmoud Jabril é nomeado presidente de governo interino

23 de março de 2011 | 9h 45
Efe e Reuters

ARGEL – Os rebeldes líbios designaram Mahmoud Jabril como chefe de governo interino, no que sinaliza uma mudança na estratégia seguida até agora pelo Conselho de Governo Interino, criado em 27 de fevereiro, informou nesta quarta-feira, 23, a rede árabe "Al-Jazira".

Segundo a fonte, o novo presidente provisório, que estava à frente do comitê de crise para assuntos militares e exteriores, terá a faculdade de nomear seus ministros.

O novo chefe de governo provisório até agora havia desempenhado a representação exterior do Conselho e tinha viajado a Paris para se encontrar com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, primeiro país a reconhecer oficialmente a autoridade dos rebeldes. Jabril já esteve envolvido anteriormente em um projeto para estabelecer um Estado democrático na Líbia.

Considerado um reformista, sua designação pode ser interpretada como um passo em busca do reconhecimento exterior, embora até agora os rebeldes tenham evitado essa denominação para tentar diminuir o risco de divisão no país.

Sua escolha para liderar o governo provisório sediado em Benghazi, 'capital' rebelde, representa a existência de dois Gabinetes no país e a partilha "de facto" da política líbia.

A falta de organização da revolta e os protestos iniciados em Benghazi em 16 de fevereiro – que um dia depois atingiu o país de leste a oeste – foram agravados pela ausência de uma liderança clara entre a mobilização opositora na Líbia, que foi assumida de maneira improvisada por Mustafa Abdel Jalil, ex-ministro da Justiça de Muamar Kadafi.

No entanto, as dissonâncias fizeram-se evidentes desde o primeiro momento por sua particular interpretação das decisões do Conselho, cujo vice-presidente e porta-voz oficial, Abdel Hafiz Ghoga, teve de desmenti-lo em várias ocasiões.

Especialmente quando, sem o consenso dos demais conselheiros, defendeu aceitar uma saída para Kadafi com garantias de que os rebeldes não levariam o coronel à Justiça, palavras que suscitaram críticas entre os conselheiros.

À ausência de uma liderança clara e visível somou-se a total descoordenação dos insurgentes, que agiram no plano militar com total falta de estratégia, o que ficou evidenciado quando Kadafi lançou sua contraofensiva e chegou às imediações de Benghazi, onde suas tropas foram detidas pelos ataques aéreos da coalizão internacional.
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Fonte: Luis Nassif on line
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André

Atualizando:

"Força aérea da Líbia está destruída, diz marechal britânico"
http://g1.globo.com/revolta-arabe/noticia/2011/03

FrancoAtirador

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No fim das contas, quem induziu esse bombardeio absurdo

foi a mídia oligárquica ocidental

que superdimensionou a rebelião na Líbia

(sabe-se bem com que interesses por detrás).

Hoje se vê que os tais rebeldes líbios

não passam de meia dúzia de gatos-pingados

espalhados no leste do território líbio

sem qualquer organização ou comando.
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A própria coalizão genocida, agora, se deu conta disso

e percebeu que, se não houver invasão externa, por terra,

Kadafi não será derrubado pelos opositores ao regime.
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O máximo que pode acontecer é criarem o Reino de Benghazi,

uma monarquia aos moldes do Bahrein

sob comando e proteção da Arábia Saudita.
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Bonifa

Senhoras e senhores, é difícil acreditar na alienação extrema e no fascismo explícito de boa parte da imprensa européia hoje. É de revoltar até os jornalões do Brasil. Ainda bem que há também jornais europeus importantes que conseguem conservam a lucidez. Como o belga De Morgen, que salienta o desenvolvimento "cínico" desta enésima "guerra do petróleo".
O El País dá um show delirante de ardor espanhol e afirma em editorial que tal como no Kosovo, em 1999, "a ação contra a Líbia foi lançada num momento em que a opinião pública ocidental tinha chegado a um ponto de não retorno de saturação por motivos humanitários. A boa consciência européia (? O.N.) não podia tolerar mais massacres a dois passos de casa"…"pode contar com todas as bênçãos possíveis" do Conselho de Segurança da ONU. Esta "estrita legalidade (? O.N.) internacional é a chave que distingue a ‘guerra justa’ daquela que não o é"."ao contrário do caso do Kosovo, a França tem um papel de primeiro plano, enquanto a Alemanha surge como um anão político” (incrível…O.N.). (continua)

Bonifa

(continuação) Já para o polonês (pobre Polônia… O.N.) Rzeczpospolita, "Em grande parte, a operação Odisseia Amanhecer é a ‘guerra justa’ de que falavam Cícero e São Tomás de Aquino"…."hoje, os muçulmanos unem-se ao Ocidente infiel para derrubar um louco perigoso" (não é à toa que Kadafi diz que é vítima de nova Cruzada. O.N.).
Para o România Libera (em tom de queixa, imaginem… O.N.), Sarkozy excluiu a OTAN do "espetáculo", porque o presidente francês "precisa acima de tudo de restabelecer o prestígio da França no mundo árabe” (essa foi de arrasar…G.N.). Para Le Temps, o fato de Kadafi ter sido chamado pelo Presidente americano de “tirano” e do Secretário-Geral da ONU ter afirmado que ele não tem qualquer legitimidade (o coreano disse isso? O.N.) é o suficiente para justificar a guerra ( e ainda chamam o Globo de babão – G.N.). Mas a posição mais estúpida e perigosa é a do polonês Gazeta Wyborcza, segundo o qual "a intervenção na Líbia mostra que, para a comunidade internacional, o direito dos povos a viver em segurança é mais importante do que o direito dos ditadores a impedir que os outros interfiram nos assuntos internos do seu país". http://www.presseurop.eu/pt/content/article/56294

Substantivo Plural » Blog Archive » No mundo árabe, liberdade é agora uma possibilidade

[…] Por Robert Fisk The Independent, UK (VI O MUNDO) […]

Alexei_Alves

O texto do Fisk é ótimo, mas há algo nele que me preocupa.
Estou preocupado com certa resignação de algumas pessoas que estão achando que era necessário uma luta violenta na Libya para derrotar o ditador. Não concordo com isso. Quase todas as democracias estáveis que temos hoje foram obtidas via levante popular pacífico. Brasil, Argentina, Chile, Equador, Portugal, India, Indonésia, Filipinas, Coréia-do-sul, russia, polônia, áfrica-do-sul, a propria Tunisia e o Egito, a lista é muito extensa. Rebeliões armadas, em geral, só mudam o nome do ditador. Continuo otimista quanto à "primavera árabe", mas não confio nos rebeldes líbios. São agrupamentos tribais, ao estilo afeganistão. Pra mim, se eles eliminarem o Kadafi, vão começar a lutar entre si pelo poder e pelo petróleo, e o derramamento de sangue vai continuar….

    Bonifa

    O que não esperavam é que Kadafi tivesse apoio popular e ele tem, e muito. Acreditaram na própria proganda.

MA_Jorge

Sei que é difícil prever o que resultará afinal para os povos, desejo apenas que todos alcancem o sonho que buscam. É realmente muito difícil pais e mães não verem alternativas futuras para seus filhos e, pior ainda, nações não se sentirem unidas em um projeto deles próprios.

luiz pinheiro

"Porque agora começa a ser possível rever um mundo futuro no qual se poderia viajar do Marrocos à fronteira Iraque-Irã sem vistos no passaporte. Que os árabes consigam fazer a mesma viagem, claro, é outro assunto".
É para isso que os povos árabes estão lutando?
Para que ocidentais possam, enfim, viajar livremente por seus territórios?
Para constituir um Estado pan-árabe tipo frankstein, sonhado por diplomatas dos EUA no início do século 20, que não prosperou "porque Wilson estava moribundo", os EUA "isolados", e os franceses e ingleses foram mais rápidos e práticos no acordo imperialista bilateral que fecharam entre si?
Os povos árabes "teriam preferido" esse Estado frankstein?

Bonifa

Segundo o Guardian, a administração do Cameron tenta dizer que a Guerra na Líbia não será tão cara, mas está gaguejando:
“O chanceler Osborne afirma que a visão inicial é de que a guerra custará à Inglaterra dezenas de milhões de libras e não centenas de milhões. Mas o custo real só poderá ser conhecido meses depois do fim das operações. O orçamento da defesa está estourado e as discussões sobre cortes terminaram em impasse.”
Ainda segundo o jornal, um míssel ar-terra está custando entre 750 e 800 mil libras, ou seja, pela hora da morte. A Inglaterra parece não estar em condições de reviver dias de colonialismo, ainda mais com os manifestantes anti-ajustes diariamente nos calcares do governo. http://www.guardian.co.uk/uk/2011/mar/22/libya-op

SILOÉ

Liberdade nunca vem de graça.
De todos os bens que nós temos, por esse com certeza é o que pagamos mais caro.

    Gustavo Pamplona

    Nossa… cara… não sabia disto… (ironizando mesmo!!!)

    Então me explique o porquê "eremitas" ou mesmo viajantes andarilhos solitários conhecidos como "mochileiros" fazem o que querem, a hora que querem e não pagam praticamente nada por isto?

    SILOÉ

    Realmente você não me entendeu,não falei de dinheiro.e nem falei de bens materiais,sacou?

    Gustavo Pamplona

    Amigo… no começo da humanidade todo mundo era livre… todo mundo tinha o direito de ir e vir livremente para qualquer lugar que quisesse até que surgiu a chamada "civilização", disputas territoriais e gente disposta a obedecer outras pessoas de onde surgiram grupos tribais e consequentes governos, centenas de anos depois

    Apenas as pessoas se esqueceram disto porque a maioria preferem viver "seguras" em suas casas e terem todas as benesses da modernidade como carros, computadores, etc.

    Você sabia que no mundo árabe, nas nações quem tem o árabe como língua, bom existe de certa maneira diferenças entre o árabe falado no Egito e no árabe falado no Marrocos (os chamados dialetos) mas não na maneira como é escrito.

    Pode ter uma ou outra palavra diferente semelhante ao que acontece ao nosso português já que mesmo com a reforma ortográfica o português e o "brasilês" ainda diferem em 0,1% das palavras

    Ou seja um cidadão árabe que desejasse maior liberdade, que mude para um país mais democrático e ele não teria muita dificuldade de se adaptar. Basta ele querer.

    Just free your mind, (Apenas liberte sua mente)

    Marcelo Fraga

    Ele fala de uma democracia. Uma sociedade organizada, com governo e impostos. Com políticos e leis. Com direitos e deveres.

José Vitor

Nossa, nunca imaginei que chegaria a ver o que está acontecendo por aqueles lados. É uma situação parecida com a URSS um pouco antes de Gorbachev, ninguém imaginava que poucos anos depois tudo aquilo ia desabar. Tá certo que no caso de agora a situação ainda está "fluida", mas parece que pelo menos no caso do Egito já não há mais volta para o status quo anterior. Tô torcendo aqui para que nos outros países o resultado seja pelo menos tão bom quanto está sendo no Egito (despacharam o ditador), mas na Líbia tá complicado, e nos países-chave para os EUA (especialmente A. Saudita) vai ser muito difícil que a revolução popular tenha sucesso. Enfim, estou aqui de dedos cruzados.

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