Raphael Padula: Interesses dos EUA são ameaça à soberania do Brasil sobre o pré-sal

Tempo de leitura: 3 min

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Geopolítica dos EUA é ameaça ao pré-sal

A estratégia dos EUA é a de impedir o surgimento de potências regionais em áreas de abundância de recursos naturais

Alex Prado, em Carta Capital, via Carta Maior

A geopolítica estratégica dos Estados Unidos é ameaça à soberania do Brasil sobre o pré-sal. Esta é a principal conclusão da palestra do professor Raphael Padula, da UFRJ, no seminário “Uma estratégia para o Brasil, um plano para a Petrobras”, promovido pela Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPET) e pelo Programa de Pós-graduação  em Economia Política Internacional da UFRJ, nesta quarta-feira (23), no Clube de Engenharia (RJ). Segundo Padula, a geopolítica dos EUA, no século XXI, tem como foco a garantia de acesso a recursos naturais indispensáveis tanto para eles, como para os aliados.

Entre os 10 maiores importadores de petróleo, apenas China e Índia podem ser considerados fora do controle estratégico dos EUA. Para o professor isto explica a importância da “tutela” que garante aos norte-americanos o apoio dos países aliados na defesa de seus interesses diretamente ligados às questões neoliberais, de garantia de mercados às empresas e serviços dos EUA.

Para confirmar seu raciocínio, Padula relatou as mudanças na política externa dos EUA no século passado, no pós-guerra e depois da dissolução da União Soviética. O fim da guerra fria levou a maior potência do planeta a eleger novas ameaças à paz mundial, da qual se julga o grande defensor, como o narcotráfico e o terrorismo.

Mas os altíssimos níveis de desenvolvimento da China trouxeram um novo ator ao cenário mundial que, associado ao nacionalismo de Vladmir Putin, na potência militar da Rússia, fazem frente ao poderio norte-americano. A China já é o segundo maior consumidor de recursos naturais do planeta, e tem poucas reservas. A Rússia, além do arsenal atômico, tem reservas de hidrocarburetos indispensáveis, principalmente à Europa ocidental, grande aliada dos EUA.

Diante deste cenário e coerente com sua geopolítica, os Estados Unidos reforçam sua política intervencionista de garantir o acesso aos recursos naturais, tendo seus aliados como parceiros, diante da fragilidade deles na obtenção destes recursos.

No final da palestra, Padula trouxe esse cenário para a realidade da América Latina e, principalmente, para o Brasil. Segundo ele, a estratégia dos EUA é a de impedir o surgimento de potências regionais em áreas de abundância de recursos naturais. Geograficamente, o Brasil está estrategicamente localizado, além de possuir um território que representa mais de 50% do subcontinente sul-americano e com reservas consideráveis das principais commodities minerais.

Assim, o modelo proposto para a nossa região, segundo Padula, insere-se dentro da geopolítica dos EUA como países que devem ter suas Forças Armadas voltadas para o controle de conflitos internos, combate ao narcotráfico e ao terrorismo, mas incapazes de defender suas riquezas naturais. Papel que caberia aos Estados Unidos. Além disto, é necessário impedir o fortalecimento de associações como o Mercosul e a Unasul, contrapondo isto a políticas apenas de livre comércio.

Raphael Padula demonstrou como o giro na política externa brasileira, a partir de 2003, até então totalmente favorável aos interesses da geopolítica dos EUA, passa a incomodar a grande potência. O Brasil assume seu papel de protagonista em seu entorno estratégico, reforçando o ideal integrador do Mercosul, além de um espaço de livre comércio e expandindo suas ações rumo à África ocidental, vizinha do Atlântico sul.

Com a descoberta do pré-sal, as decisões brasileiras sobre a forma de exploração desta riqueza elevaram as tensões entre diplomáticas entre Brasil e EUA. O emergente protagonismo do primo pobre do sul incomodou. O primo rico tratou de reativar a 4ª Frota Naval, específica para o Atlântico sul; rejeitou a resolução da ONU que garantia o direito brasileiro nas 200 milhas continentais. E espionou, como revelado no caso Wikileaks.

Raphael Padula encerrou sua palestra afirmando que os interesses da geopolítica americana não podem permitir o surgimento de uma potência regional, detentora de recursos minerais estratégicos e, ao mesmo tempo, com uma empresa pública eficiente como operadora única da maior reserva de petróleo descoberta neste século.

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Comentários

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Julio Silveira

Os States não são a minha primeira preocupação com relação a nossa soberania, mas sim a facilidade com que encontram nacionais dispostos a entregá-la, traindo os nossos interesses, e quando digo nossos digo de todo o povo brasileiro, de todos os estados.
Desde gente que recebe grana deles para facilitar e até estimular golpes de estado que facilitem a nossa aculturação para consolidar a percepção deles de que somos seu grande quintal latino americano. Nacionais que lhes entregam nossas capacidades defensivas abdicando, em nome de toda nação, de um direito, que eles sequer cogitam abrir mão, antes ao contrario renovam, que é sua capacidade de emprego de armas nucleares. Nacionais que trabalham pela entrega de uma base importante para o Brasil pelas perspectivas que oferece ao nosso futuro, retirando do estado sequer a possibilidade de ingresso em suas instalações. Nacionais que não se furtam em trabalhar abertamente contra os patrimonios nacionais e encontram eco em outros nacionais, que sequer entender os valores simbolicos embutidos em cada história dessas construções. Nacionais que trabalham sem cerimonia para entregar tesouros nacionais e que não empregam um minimo de seus esforços para descobrí-los. Agindo para beneficiar grupos economicos de países que agem enquanto estado de forma completamente firme contra aqueles seus nacionais que percebem trabalharem contra seus interesses, inclusive com uma malha legal para inibir tais atos antinacionais e impatrioticos. Me preocupa mais o Brasil, país que encontra campo vasto para a proliferação da trairagem bastando apenas o poder do marqueting para propagar o inverso que a cidadania passa a dar credito, e tudo por termos uma cultura fragil estimulada por rapinadores. Os
States me preocupam menos que o proprios nacionais do Brasil.

Urbano

O que há de imbecis da oposição e pavor ao Brasil que se vangloriam com isso… Neles o que faz vez de cérebro é movido a escaterina.

FrancoAtirador

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.
O Povo BraSileiro, Amparado nos Artigos 1º, 2º, 3º e 4º da Constituição da República Federativa do Brasil,
.
DETERMINA que é Dever dos Poderes da União, quais sejam: Executivo, Legislativo e Judiciário,
.
a Defesa da Soberania Nacional e a Garantia do Desenvolvimento Econômico e Social do País:
.
.
“CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988
.
Art. 1º A República Federativa do Brasil,
Formada pela União Indissolúvel
dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado Democrático de Direito
e tem como Fundamentos:
.
I – a Soberania;
.
II – a Cidadania;
.
III – a Dignidade da Pessoa Humana;
.
IV – os Valores Sociais do Trabalho e da Livre Iniciativa;
.
V – o Pluralismo Político.
.
Parágrafo único. Todo o Poder Emana do Povo, que o Exerce
por Meio de Representantes Eleitos ou Diretamente,
nos Termos Desta Constituição.
.
Art. 2º São Poderes da União,
Independentes e Harmônicos Entre Si,
o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
.
Art. 3º Constituem Objetivos Fundamentais da República Federativa do Brasil:
.
I – construir uma Sociedade Livre, Justa e Solidária;
.
II – Garantir o Desenvolvimento Nacional [inclusive por Intermédio das Empresas Estatais];
.
III – erradicar a Pobreza e a Marginalização e reduzir as Desigualdades Sociais e Regionais;
.
IV – promover o Bem de Todos, Sem Preconceitos de Origem, Raça, Sexo, Cor, Idade
e Quaisquer Outras Formas de Discriminação.
.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se
nas suas Relações Internacionais pelos Seguintes Princípios:
.
I – Independência Nacional;
.
II – Prevalência dos Direitos Humanos;
.
III – AutoDeterminação dos Povos;
.
IV – Não-Intervenção;
.
V – Igualdade Entre os Estados;
.
VI – Defesa da Paz;
.
VII – Solução Pacífica dos Conflitos;
.
VIII – Repúdio ao Terrorismo [inclusive de Estado] e ao Racismo;
.
IX – Cooperação entre os Povos para o Progresso da Humanidade;
.
X – Concessão de Asilo Político.
.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará
a Integração Econômica, Política, Social e Cultural dos Povos da América Latina,
visando à Formação de uma Comunidade Latino-Americana de Nações.”
.
CUMPRA-SE!
.
.
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ConstituicaoCompilado.htm)
.
.

    FrancoAtirador

    .
    .
    O Ministério Público não é um Poder Moderador, acima dos Três Poderes Republicanos,
    como ocorreu em Períodos AntiDemocráticos, no Curso de Séculos de História deste País.
    .
    Os Membros da Procuradoria Geral não são Imperadores, que ditam as Leis ao bel-prazer,
    .
    e devem, portanto, obedecer à Ordem Ditada pela Constituição Federal de 1988, em Vigor
    na República Federativa do Brasil Constituída na Plenitude do Estado Democrático de Direito,
    .
    ora em Vigência, Fundamentada na Soberania, na Cidadania, na Dignidade da Pessoa Humana,
    nos Valores Sociais do Trabalho e da Liberdade Individual e Coletiva – e no Pluralismo Político –
    .
    e Regida, nas suas Relações Internacionais, pelos Princípios Democráticos do Direito Universal
    da AutoDeterminação dos Povos, da Igualdade Entre os Estados, da Independência Nacional
    .
    e da Não-Intervenção; da Cooperação entre os Povos para o Progresso da Humanidade
    e da Concessão de Asilo Político; da Defesa da Paz e da Solução Pacífica dos Conflitos;
    .
    da Prevalência dos Direitos Humanos e do Repúdio ao Terrorismo, inclusive ao de Estado,
    ao Racismo e à Todas as Formas de Preconceito Discriminatório, seja de Sexo, de Idade,
    de Etnia, de Cor, de Origem (Naturalidade, Nacionalidade), Sócio-Econômico ou Ideológico;
    .
    buscando essencialmente a Integração Econômica, Política, Social e Cultural dos Povos,
    em especial os da América Latina, visando principalmente ao Desenvolvimento Comum,
    por intermédio da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC).
    .
    .
    https://pt.wikipedia.org/wiki/Poder_moderador
    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao24.htm
    http://www.brasilescola.com/historiab/primeira-constituicao.htm
    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao67EMC69.htm
    .
    .

Lafaiete de Souza Spínola

Para termos um Brasil Soberano, sem tutores, é necessária a participação do povo!

A minha sugestão:
https://www.facebook.com/LafaieteDeSouzaSpinola/posts/536024086555004

César

Professor Padula foi preciso nos seus comentários.

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