Presidente da CUT entra no coro dos que rejeitam recessão

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Foto: Roberto Parizotti/CUT
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Mais direitos, menos desigualdades

por Vagner Freitas*, enviado por Marize Muniz

“Não fui eleita para tirar direito de trabalhador ou adotar medida ‘antipopular’”.

Essas frases foram repetidas várias vezes pela presidenta Dilma Rousseff durante a campanha eleitoral deste ano e estimularam os movimentos social e sindical — que defendem o projeto democrático e popular que ela representa –, a ocuparem as ruas e as redes sociais para garantir a sua vitória.

Mal terminou a eleição, os meios tradicionais de comunicação iniciaram uma enorme pressão para que o governo adote, vejam só, a pauta dos perdedores.

O que eles querem é austeridade fiscal para garantir o pagamento dos juros e, evidentemente, o lucro dos bancos.

A conta da crise vai para os que sempre pagaram pelos desmandos do mercado, dos especuladores, das instituições financeiras: os/as trabalhadores/as.

Já conhecemos esse remédio e ele costuma matar o paciente.

Para a CUT, o que interessa no momento é colocar as coisas em seus devidos lugares.

Para começo de conversa, a agenda que vamos discutir é a do projeto que ganhou a eleição.

Queremos discutir as prioridades, o “padrão de jogo”, ou seja, quais as políticas que reivindicamos e vamos lutar para que sejam colocadas em prática.

O projeto que a CUT defende e ajudou a reeleger é o do desenvolvimento econômico com inclusão social.

Isso significa crescimento com melhoria da qualidade de vida de todos/as os/as brasileiros/as, geração de emprego decente, aumento da renda dos assalariados e dos aposentados e combate às desigualdades.

Se o governo tiver de cortar gastos, que o faça sem penalizar a classe trabalhadora e os aposentados e pensionistas.

Nós sabemos que o governo tem diante de si escolhas duras para fazer e queremos discutir saídas que não prejudiquem os menos favorecidos como ocorria na época do governo FHC.

A inflação está estabilizada, mas em um patamar mais alto do que o desejável, o PIB tem crescido pouco, a receita pública tem minguado e os gastos do governo têm crescido acima do PIB.

Como fazer o ajuste e retomar o crescimento sem abandonar o projeto que vem governando o Brasil desde 2003 com o olhar voltado para a inclusão social e redução das desigualdades?

Para além do debate entre ortodoxos e heterodoxos a saída passa pelo aumento de receitas — passo fundamental para que o Estado possa dar sequência aos investimentos em infraestrutura tão essenciais para o desenvolvimento do país e, ao mesmo tempo, manter os investimentos em políticas sociais que têm contribuído para que o Brasil combata a miséria e a exclusão social.

Nosso foco deve continuar sendo a manutenção do alto nível de emprego e a oferta de oportunidades melhores e iguais para todo cidadão deste país.

Disso não temos dúvidas nem abrimos mão.

O Brasil precisa manter o maior ciclo de investimento de sua história.

Os bancos e fundos públicos, como o FAT e FGTS, têm um papel fundamental neste ciclo.

Não podemos abdicar de receita em prejuízo desta formação de poupança pública e dos mecanismos de financiamento do gasto social.

O FAT, por exemplo, financia a indústria e a agricultura, diretamente e via BNDES, e é também responsável pelo financiamento do seguro-desemprego.

Precisamos urgentemente não apenas de uma reforma eleitoral, mas também de reforma tributária.

Não podemos mais devolver bilhões em imposto ao setor privado, beneficiados nos últimos anos por desonerações da folha de pagamento, sem nenhuma contrapartida clara, sem nenhum compromisso como, mais emprego decente.

Cruzamento de dados da Receita Federal e do Ministério do Trabalho, segundo o jornal Valor Econômico, mostra que R$ 5,5 bilhões — 23,1% do total de R$ 23,8 bilhões –, deixaram de ser pagos por setores beneficiados por isenções que terminaram o ano demitindo mais do que contratando desde 2012.

Temos de sair desta armadilha da estrutura tributária regressiva.

Sabemos que temos que cortar os impostos da folha e do consumo, mas para isso temos que aumentar os impostos sobre a renda e o patrimônio, caso contrário, vamos jogar pelo ralo os princípios de cidadania e universalidade que consagramos na Constituição de 1988.

É essencial acabarmos com a injustiça do sistema tributário brasileiro que contribui e muito para a desigualdade no país.

Precisamos simplificar os impostos, aumentar a progressividade da tabela do Imposto de Renda.

Os mais ricos têm de pagar alíquotas maiores do que o teto atual (27,5%) – na Alemanha o teto é de 45% e nos EUA, 60% — e os trabalhadores/as têm de pagar menos.

Por isso, defendemos a progressividade da tabela do IR.

Como disse o professor Amir Khair em artigo recente “reduções de carga tributária direcionadas para a maioria da população podem gerar estímulos fortes para melhorar a confiança, o consumo e a produção”.

O ajuste de 2015 não precisa ser igual ao de 2003, quando o governo pegou o país no buraco, no fundo do poço.

Não devemos sacrificar os empregos conquistados, a política de valorização do salário mínimo nem programas sociais fundamentais, como o Bolsa Família, o seguro-desemprego e a Previdência Pública.

Temos que achar rapidamente espaço para a retomada do crescimento e para isso precisamos de mais investimento em capital fixo e em capital humano.

O aumento de receita deve possibilitar o equilíbrio do Estado e a manutenção do investimento e, assim, abrir caminho para uma nova queda dos juros convergindo para o padrão internacional.

Não faz sentido continuar pagando juros reais acima dos 5% para financiar o Estado, quando a média da OCDE é 3%, muito menos para o empresário financiar a produção.

Se o alto custo do capital torna as empresas nacionais menos competitivas, além de permitir uma verdadeira farra financeira; o alto custo do financiamento da divida pública está na base do nosso desequilíbrio fiscal permanente.

O Brasil gasta metade de tudo que arrecada no ano para rolar sua divida. Este é o nosso maior gasto, não é a previdência, a saúde ou a educação.

O aumento da carga e a queda dos juros são fundamentais para corrigir esta “jabuticaba” da economia brasileira.

O que está em jogo nos próximos meses são os interesses de Nação e esses não podem ser capturados por uma minoria que se beneficia dessas distorções.

Afinal, não elegemos apenas uma presidente, elegemos um projeto no qual acreditamos e pelo qual lutaremos sempre, sabendo que esta disputa não tem fim.

*É presidente da Central Única dos Trabalhadores

Leia também:

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Em carta de demissão, Marta alfineta Dilma

Economistas rejeitam austeridade sob coação


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Comentários

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Cláudio

♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥

. . . . Lei de Mídias Já!!!! **** … “Com o tempo, uma imprensa [mídia] cínica, mercenária, demagógica e corruta formará um público tão vil como ela mesma” *** * Joseph Pulitzer. **** … … “Se você não for cuidadoso(a), os jornais [mídias] farão você odiar as pessoas que estão sendo oprimidas, e amar as pessoas que estão oprimindo” *** * Malcolm X. … … … Ley de Medios Já ! ! ! . . . … … … …

jose

Assumam de vez, vcs foram enganados e pronto, não adianta agora querer culpar x, y e z

renato

Jornais de Santa catarina, demite jornalistas..

renato

Estou com a CUT.
E não abro mão…
Vamos deixar de brincadeira..

Urbano

Atuações severas contra as rapinagens e sonegações perpetradas pelos bandidos da oposição ao Brasil, e de quem mais seja, ajudarão sobremaneira a nossa economia. Agora tem o seguinte: se os outros dois poderes ajudassem ou pelo menos não atrapalhassem. Neles, quando nada, há um senhor cabo-guerra entre o bem e o mal. E o bem não está fazendo muita força, não; provavelmente por medo do que o oponente possa e seja capaz de fazer… E quem poderia dar garantia institucional está mais para nero do que para pilatos.

FrancoAtirador

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MERCADOS ABUTRES ESTREMECEM E MÍDIA-EMPRESA ENTRA EM HORROR:

PRESIDENTE DA REPÚBLICA DILMA VANA ENVIA PROPOSTA AO CONGRESSO

QUE REDUZ META FISCAL DE SUPERAVIT PRIMÁRIO DO GOVERNO FEDERAL

E ELIMINA A INTERFERÊNCIA DAS AGÊNCIAS DE RISCO ESTRANGEIRAS.

PROJETO DE LEI Nº 36/2014-CN:
(http://abre.ai/pln-36-2014_superavit_integra)

11/11/2014 – 19h32

Projeto do Poder Executivo Duplica
sua Capacidade para Atingir Superavit

Senador Romero Jucá é Designado Relator
e Apresentará até esta quarta-feira
Parecer sobre a Proposta Enviada hoje
pelo Governo Federal ao Congresso

Segundo Jucá, a mudança evita que o País
“fique à mercê das dúvidas das agências de risco”,
uma referência a Agências Estrangeiras de Classificação
[Standar&Poor’s (S&P), Fitch Rating e Moody’s,
ligadas ao Mercado Internacional de Capitais]

“Ou ajusta a LDO ou paralisa o País”, afirmou o senador,
que também é relator-geral da proposta orçamentária de 2015 (PLN 16/2014).

Após reunião com o Vice-Presidente da República Michel Temer,
o Presidente da Câmara dos Deputados afirmou que a Proposta Governamental
deverá ser Discutida com todos os Partidos, para ser Aprovada com Rapidez, já que “a Revisão do Superavit é uma Questão de Estado”.

A Ministra do Planejamento Miriam Belchior não quis dar um número,
mas Garantiu que as Contas Públicas Fecharão o Ano com Valor Positivo.

Reportagem – Janary Júnior
Edição – Marcos Rossi

O governo enviou nesta terça-feira (11) um projeto de lei ao Congresso Nacional que praticamente duplica a sua capacidade de obter o superavit primário neste ano.

O Projeto de Lei Nº 36/2014-CN (PLN 36/14) permite ao Executivo
abater da meta de superavit (R$ 116,1 bilhões) todo o gasto
com ações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)
e com as desonerações tributárias concedidas neste ano,
sem especificar um valor.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO – 12.919/14) em vigor, que é alterada pelo projeto, já estabelece que a meta pode ser reduzida pela soma do PAC e das desonerações, mas especifica um teto de abatimento, que é de R$ 67 bilhões.

O PLN 36/14 será analisado agora na CMO.

O Presidente da Comissão de Orçamento, deputado Devanir Ribeiro (PT-SP),
designou o senador Romero Jucá (PMDB-RR) para relatar a proposta,
e Jucá prometeu entregar o parecer já nesta quarta (12).

O vice-presidente da República, Michel Temer, se reuniu hoje com integrantes da base aliada e com o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves*, para tratar da aprovação dessa matéria.

Alves afirmou que a proposta deverá ser discutida com todos os partidos
para ser aprovada com rapidez, já que a revisão do superavit
é uma questão de Estado.

Romero Jucá elogiou a proposta e disse que espera um debate “duro,
mas consistente”, na Comissão de Orçamento.

Romero Jucá deverá apresentar um parecer favorável à proposta do governo,
que ele elogiou.

Segundo o senador, a mudança evita que o País “fique à mercê das dúvidas das agências de risco”, uma referência a agências estrangeiras de classificação do risco-país.
“Ou ajusta a LDO ou paralisa o País”, afirmou Jucá,
que também é relator-geral da proposta orçamentária de 2015.
Ele disse que espera um debate “duro, mas consistente”,
na Comissão de Orçamento.

A Ministra do Planejamento Orçamento e Gestão, Miriam Belchior,
não quis se comprometer com um valor de superavit que será perseguido pelo Executivo até o final do ano.
O governo federal acumulou um deficit primário de R$ 20,7 bilhões até setembro, segundo dados divulgados na semana passada.
Mas ela afirmou que as contas públicas vão fechar o ano com um valor positivo.

“Vamos fazer o maior superavit primário possível.
O que está estabelecido hoje não é mais possível.
Mas não temos como estabelecer uma meta
porque a receita está errática”,
afirmou a ministra, durante audiência pública
realizada hoje pela Comissão Mista de Orçamento (CMO)
para discussão do Projeto de Lei nº 13/2014-CN,
a proposta orçamentária que estima a receita
e fixa a despesa da União para o exercício financeiro de 2015.

Ela disse também que o abatimento será menor
do que o autorizado pelo Projeto 36/2014, caso ele vire Lei.

Miriam afirmou que, desde que a possibilidade de redução da meta fiscal
foi introduzida na LDO, em 2005, o governo sempre fez um desconto menor do que o permitido.
A ministra focou seu discurso aos parlamentares nas dificuldades
da economia brasileira para enfrentar um cenário mundial de baixo crescimento.
Ela citou dados mostrando que o lado fiscal da economia brasileira
seria melhor do que de outros países.

Consulta à Tramitação do PLN 36/2014 em: (http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=744763)
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Entrementes, Oposição Impatriótica do Tea Party braZil (PSDB/DEM/PPS/PSC)

Promete Barrar Votação de Projeto que Reduz Meta de Superavit Primário…
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(http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/ADMINISTRACAO-PUBLICA/477381-PROJETO-DO-GOVERNO-DUPLICA-SUA-CAPACIDADE-PARA-ATINGIR-SUPERAVIT-PRIMARIO.html)
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    FrancoAtirador

    .
    .
    Glossário de Economês:

    SUPERAVIT PRIMÁRIO: QUESTÃO DE APARÊNCIA

    Tecnicamente, Superavit Primário é uma Reserva Financeira Orçamentária,
    isto é, uma Poupança do Dinheiro Originário da Arrecadação de Impostos,
    que a União, os Estados e os Municípios fazem, todo Ano, para Pagar
    os Juros da Dívida Pública decorrente de Empréstimos junto a Agentes Financeiros.

    Na prática, porém, o Objetivo mais Importante do Superavit Primário
    é Sinalizar ao Setor Financeiro Nacional e aos Mercados Estrangeiros
    a Consistência e o Equilíbrio das Contas Públicas Governamentais,
    para Manutenção do Crédito de um País, que é Avaliado por Agências Internacionais
    vinculadas a MegaEspeculadores de Corporações Financeiras Multinacionais.
    .
    .

    Lukas

    Então tá.

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