Fotógrafo de crianças albinas morre em acidente com Eduardo

Tempo de leitura: 2 min

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O fotógrafo Alexandre Severo (divulgação)

Famoso por ensaio com crianças albinas, fotógrafo Alexandre Severo morre em acidente com Eduardo Campos

Redação Pragmatismo Político 

Entre as mortes causadas pelo acidente que também causou a morte do candidato à presidência da República Eduardo Campos nesta quarta-feira, está uma triste perda para a fotografia. O pernambucano Alexandre Severo, que ganhou notoriedade em 2009 ao produzir o ensaio À Flor da Pele, também estava a bordo do jato que matou sete pessoas.

As fotos produzidas por Severo acompanharam a matéria de mesmo nome publicada no Jornal do Commercio em 30 e 31 de agosto de 2009. Pelas imagens, Severo ganhou menção honrosa no 31º Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos.

Nas fotos, Severo retratava o dia a dia de três irmãos albinos nascidos em uma família de negros na periferia de Olinda. O ensaio foi amplamente compartilhado nas redes sociais desde então.

Além disso, o fotógrafo contava publicações na Revista Time, exposições na 5ª Bienal Argentina de Fotografía Documental, no Paraty em Foco, em 2009, no Tate Modern, em Londres.

Alexandre Severo tinha 36 anos e vivia em São Paulo. Atualmente, atuava como fotógrafo da campanha de Eduardo Campos.

Confira algumas fotos do ensaio com as crianças albinas:

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Comentários

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Bacellar

Um salve pro companheiro! Grande ensaio.

Urbano

Cheguei a ver a primeira foto há alguns poucos anos, em algum dos Blogs Progressistas… Agora… com o máximo de respeito que me imponho em relação ao Alexandre Severo (segundo minha visão, posso garantir que continua vivo e ainda mais lúcido) e à sua família, mas , diferentemente de outras situações, ninguém ainda o colocou ao nível de Korda nem de Sebastião Salgado…

    Urbano

    Até para deixar mais claro o meu intento no comentário acima, eu digo que, nesses dois últimos dias, a avalanche de pessoas a confundir estadista com escadista, não está fácil…

Gerson Carneiro

Em algum lugar na África, crianças albinas são caçadas como amuletos contra maldições. Acredita-se que quem come carne de criança albina fica imune a maldições. Triste. Crenças humanas estúpidas.

FrancoAtirador

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À FLOR DA PELE

Por Julia Bolliger*, no Ideia Fixa

No texto de apresentação do ensaio Vazios,
encontro algo que possivelmente validaria
o argumento sobre a obra de Severo,
um fotógrafo preocupado em fazer
a alma conversar pelas imagens:

“Segundo Platão, em Fedro,
há dois tipos de almas:

as que habitam o plano divino,
onde conseguem enxergar o âmago das coisas
e se alimentam do que é belo, sábio e bom;

o outro tipo mal consegue contemplar as essências,
uma vez que não conseguiu chegar na verdade
e se satisfaz com a opinião.

A alma nobre permanece elevada
e compartilha a abóbada celeste com os deuses.

A alma que não consegue enxergar a verdade,
cai no plano terrestre e é incorporada pelo homem.
Nessa alma, o que prevalece é a aparência das coisas.

Uma vez que o que difere o homem é sua alma,
aqui, na terra, somos todos iguais
à espera dessa entidade caída”.

(http://www.ideafixa.com/a-flor-da-pele-por-alexandre-severo)
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(http://imgur.com/vxTCp7g)

2009

Nasceram sem cor, numa família de pretos.
Três irmãos que sobrevivem fugindo da luz,
procurando alegria no escuro.

O mais novo diz que é branco vira-lata.
Os insultos do colégio viraram identidade.
A mãe cochicha que são anjinhos.
Eles têm raça sim.
São filhos de mãe negra.
O pai é moreno.
Estiraram língua para as estatísticas
e, por um defeito genético,
nasceram albinos.
Negros de pele branca.
A chance dos três nascerem assim
na mesma família
era de uma em um milhão.
Nasceram.
Dos cinco irmãos,
apenas a mais nova
é filha de outro pai.
Esta é a história do contrário.

(João Valadares)

(http://www.alexandresevero.com.br/index.php?/projetos/a-flor-da-pele)
.
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Niedja Nora Durans Kinjo

Todas as mortes foram grandes perdas especialmente para os seus familiares, vamos prantea-los e rezar por eles, foi um fato terrível para qualquer ser humano. O que mais me impressionou foi o depoimento de uma moça que disse: vendo os destroços humanos e materiais deu para entender como é o absurdo na Faixa de Gaza.

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