Poupança: Sindicato responde ao leitor William

Tempo de leitura: 2 min

do leitor William, nos comentários:

1) Caso os bancos zerassem as taxas de adminsitração, qual seria o piso da SELIC para que a poupança não se tornasse mais atrativa que a aplicação em títulos do governo?

2) Para que a SELIC caísse abaixo deste piso, qual a alternativa para o governo que não mudanças nas regras da poupança?

3) Se houvesse uma migração em massa de aplicadores em títulos do governo para a poupança, o que aconteceria com economia?

Resposta do Sindicato dos Bancários de São Paulo:

A discussão em torno da poupança e da taxa Selic existe porque conforme a taxa Selic é reduzida, os rendimentos da poupança passam a ficar mais atrativos do que fundos de investimento de renda fixa que, muitas vezes, utilizam aplicações em títulos públicos. Isso porque os rendimentos de tais fundos estão sujeitos ao pagamento de imposto de renda, com alíquotas que variam de acordo com o prazo de resgate do investimento. Quanto menor o prazo de resgate, maior a alíquota de IR. Além disso, os bancos cobram uma taxa de administração que também varia dependendo do caso. Os rendimentos da poupança, ao contrário, não estão sujeitos à cobrança de IR e nem de outras taxas.

Conforme o rendimento da caderneta de poupança se torna mais atraente, existe uma tendência de migração dos investimentos de renda fixa para a poupança. Isso pode se tornar um problema na medida em que os fundos de renda fixa operam com títulos públicos, e com uma procura menor por tais títulos o governo passaria a ter dificuldades em financiar sua dívida. Além disso, sabe-se que 65% dos recursos aplicados na poupança devem obrigatoriamente ser destinados ao financiamento imobiliário.

Nesse sentido, surge o debate de que o rendimento da poupança pode ser um obstáculo para maiores quedas na Selic. A complicação de mexer nas regras de rendimento da poupança se dá pela própria popularidade da caderneta. É o investimento mais popular do país. Uma possível alternativa seria criar uma tributação em cima dos rendimentos de cadernetas de poupança com valores altos. Há algum tempo atrás chegou-se a cogitar a cobrança do imposto de renda para poupanças com saldo acima de R$ 50 mil…é uma possível alternativa para evitar uma fuga dos fundos de renda fixa e preservar a caderneta de poupança de grande parcela da população.

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Comentários

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Fabio Passos

E o PIG continua despudoradamente bancando a agência de propaganda da banca.

PHA acertou na veia…

“Bancos não respondem à Dilma.
O PiG (*) está aí pra isso”
http://www.conversaafiada.com.br/economia/2012/05/02/bancos-nao-respondem-a-dilma-o-pig-esta-ai-pra-isso/

WilliaN

Num terrível caso de dupla personalidade respondo a mim mesmo.

1)Com uma taxa de administração de ZERO, levando-se em conta que que aplicações financeiras em renda fixa são tributadas de 22,5% (até seis meses de aplicação) à 15% (acima de 24 meses), uma SELIC em torno de 8% torna a poupança mais atraente em todos os cenários.

2)Não tem alternativa, tem que mudar as regras da poupança. Atrelá-la à SELIC, imposto de renda para grandes poupadores, não sei. O problema é todos estas grandes mudanças só poderão ser feitas para os novos depósitos.

3)”O horror!O horror!(Cel.Walter E. Kurtz, em Apocalipse Now, de Francis Ford Coppola).

Manjo vocês de Longe

Ana Cruzzeli

A dívida que interessa, aquela que é levada em conta pelas autoridades monetárias do mundo inteiro ou por qualquer economista, é a dívida bruta, a medida econômica de “dívida líquida” é coisa dos Mister M do governo do PT, isso não existe, é mágica.

A dívida que interessa está em 56% do PIB…. e não sou eu quem diz isso, é Delfim Neto.

Esse valor aí que vós micê publicou é de mentirinha viu amigo.

O que vale mesmo é a dívida bruta, a dívida total.

Em caso de dúvida estou ao dispor.

Não comento outros temas de sua narrativa pois seria um completo despropósito em si mesmo.

“estouro da boiada” “país viver sem dívida” “taxar a poupança” “superávit primário” … que paga o principal…completamente sem sentido.

Anão Zangado

Dá até vontade de chorar ao ler esses comentários. Porém, vamos ao que interessa: Acho muito bem vinda qualquer mudança nas regras da remuneração da poupança. Não há razão alguma para mantermos uma modalidade de aplicação financeira tal como a poupança – que é garantida em até R$ 70 mil pelo FGC e isenta de imposto – pagando rendimentos tão polpudos. Sim, polpudos, apesar de não parecer, pois a poupança rende juros reais (isto é, descontando-se a inflação) positivos e bastante altos já que a inflação esse ano tende a ser baixa. Uma aplicação praticamente isenta de risco pagar 6% ao ano mais T.R. é algo que só se vê no Brasil. Literalmente. E é uma regra básica a que determina que aplicações de menor risco devem pagar uma remuneração menor.

Apoio a mudança a despeito disso ser importante – ou não – para a rolagem dos títulos. Na minha opinião, não é. Há quem acredite que menores juros nos títulos acarretariam numa fuga dessas aplicações, mas eu acho essa uma avaliação meio catastrofista. Afinal de contas, os rentistas que hoje guardam seus recursos nos títulos públicos não teriam outra opção. Uma fuga dos títulos implicaria em uma bolha de consumo de “ativos reais”, quer dizer bens reais, tais como imóveis, automóveis, jóias, objetos de arte, etc. O errro deste raciocínio, ao meu ver, é que não há só pessoas físicas neste mercado. Muito mais importantes são as pessoas jurídicas, basicamente, os bancos e outras instituições financeiras, que aplicam em títulos – na verdade, esta é sua maior fonte de renda – e que não tem opção de migrar para ativos reais.

Funcionario Publico

Primeiro cotaram a aposentadoria, agora querem mexer na poupança. Meu futuro vai ser tenebroso. Vou fazer muitos filhos, para eles me ampararem na velhice.

    Manjo vocês de Longe

    Já pensou o se fosse um presidente do PSDB que estivesse pensando em mexer na poupança? o que esses comentaristas por aqui, “tão compreensivos” com os motivos de tal medida, bem como certos “jornalistas” estariam dizendo?

    Gilberto

    PSDB nunca mais

Daniel

Acima de 50 mil só se for para atingir a classe B. Mais uma tributação para surrupiar a verdadeira classe média.

Ana Cruzzeli

Acho que o Brasil ao contrário dos ¨isteits¨, da Alemanha, da Inglaterra, da Coréia do sul, do Japão da boa e bela França ou seja toda a OTAN reunida não tem problema com os titulos da divida. Lógico que se a taxa selic cair a valores a competir com a poupança com certeza a migração acontecerá.
Olhando sob o aspecto da migração tipo estouro de boiada, o Brasil tem lastro no tesouro para bancar isso com sobra. Logico que o tesouro é uma reserva tipo ameaçar o estouro de boiada.
Com relação a taxação acima dos 50 mil, acho que 80% dos correntistas não reclamarão. Mas acho que o governo vai dosar bem a Selic e a diminuição dos titulos da divida parece ser a meta afinal viviamos muito bem antes de 1964 sem esse divida. Isso foi invenção de gringo besta tipo dos EUA. A Líbia viveu décadas sem divida publica e o Brasil, como disse antes,não tinha essa divida antes 1964, nem sabiamos o que era isso.
O superavit primária que era sim para pagar os juros da divida também foi usado para pagar o montante da divida. Saimos de 60% do pib em 2002 e estamos com 37% liquido. Acho que dá para viver sem divida publica, só que essa transição deve ser feita de maneira suave, e taxar os grandes poupadores de caderneta seria o caminho. Quem tem acima de 50 mil em caderneta de poupança não é pequeno poupador é especulador,então pode taxar Guido, vai fundo menino e fique de olho que esse povo vai pulverizar entre vários bancos para não ser taxado.

    maria olimpia

    Ana,
    Concordo totalmente com você. Taxar acima de R$ 50 mil é o caminho.Quem tem acima disso na poupança ainda NÃO está sujeito ao IR, isto é injusto com a maioria dos poupadores.

Assis Lima

Se todas as vezes que tantos os Bancos brasileiros ou o prorio Governo citam os juros altos no País, comparam com os Bancos Americanos e Europeu, por que não abre o mercado financeiro para esses Bancos Extrangeiros que combram juros menores que os praticados aqui se instalem no Pais para competi com os poucos que temos e formam um monopolio?
Vamos acorda Brasil, a Lei so está sevindo para o pobre.

    Neo-tupi

    Já está aberto em parte e cobram aqui juros muito mais altos do que no país sede. O Santander é espanhol. O HSBK é de Hong-Kong, com forte presença em Londres. O Citibank é estadunidense.
    Globalização foi coisa teorizada pelos mais ricos para enganar os mais pobres na prática.
    Quer juros mais baixos? Mudem de conta destes bancos estrangeiros para os bancos públicos (CEF ou BB).

Geraldo

Parabéns, Azenha. Esse espaço ficou excelente.

As perguntas de William são muito pertinentes e o Sindicato respondeu com tom de isenção, mostrando as possibilidades sem defender ou atacar qualquer posição, simplesmente mostrando os cenários. Respeito à inteligência do leitor, que pode entender as consequências de manter as coisas como estão ou de mudar, e quais são as mudanças possíveis.

augusto2

Juros indecentes, sendo este o tema pergunta-se:
cADÊ a Fiesp? cadê a FIerj? e as outras patronais?
E cadê a CNI?
Que time voces estao jogando mesmo?

    Gilson Raslan

    Augusto2, essa caterva que você citou joga no time do contra. Eles reclamam dos juros altos, mas quando o governo toma medidas para baixá-los eles ficam caladinhos, caladinhos.

    Fernando

    Ficam calados porque boa parte desta corja não querem investir em produção mais nada, só querem colher os frutos das aplicações financeiras, ou seja, risco zero, e quando fazem cacas em seus investimentos privados querem que o governo os protejam da concorrência, mesmo as que não são desleal.

    Essa corja desde sempre estão acostumados em privatizar o lucro e socializar os prejuizos, alias só quando estão tendo prejuizo é que querem interferência do Estado.

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