O Nova África e os alunos da UTFPR

Tempo de leitura: 2 min

do blog do programa Nova África

A professora Simone Crocetti do Curso Superior de Tecnologia de Telecomunicações da Universidade Tecnológica Federal do Paraná nos enviou seu depoimento sobre a série Nova África, especialmente sobre o 12º episódio que aborda a transformação que o celular provocou no Quênia.

[…]

Trabalho há 24 anos com telecomunicações. Vivi alguns momentos do setor: desde a espera de anos para conseguir uma linha fixa, a introdução do celular com seu aparelho sofisticado “tijorola”, a privatização (que causou muito desemprego entre meus colegas) e, atualmente, a introdução do VoIP como alternativa aos preços abusivos das tarifas telefônicas. Porém, nosso País evoluiu independente das telecomunicações, não somos excelentes, mas nossas crianças têm acesso   à escola, temos um sistema de saúde (mesmo que precário), temos   inúmeras indústrias, o sistema bancário funciona bem, entre outras   conquistas. Os ganhos advindos exclusivamente da telefonia ficaram   encobertos pelas demais conquistas.

O caso do Quênia consegue   separar claramente a contribuição das telecomunicações. Em certo ponto   do filme, a repórter Aline, mostra que foi a falta de  infraestrutura  que impulsionou as  telecomunicações. Isto confirmou  algo que sempre  defendi perante meus alunos: as telecomunicações  impulsionam o  desenvolvimento de um país. Também mostra que  valorizamos pouco tudo  que conquistamos nesta área, como a parte em  que a vendedora fala: “e  tem rádio!’, para um aparelho que aqui no  Brasil só é usado por  pessoas mais simples.

Outro aspecto  interessantíssimo são os preços  cobrados, muitas vezes mais baratos  que no Brasil, comprovando um dos  motivos do imenso lucro que as  operadoras de telefonia têm aqui: as  tarifas em nosso país poderiam  ser bem mais acessíveis.

Todos estes conceitos foram apresentados em uma linguagem simples, agradável, por meio de contrapontos instigantes, como o paralelo entre o trabalho do tecnólogo Simon e do cliente Simon: ambos dependentes da  infraestrutura. A repórter Aline soube se integrar com os quenianos,  deixando-os bem à vontade para participar.

Concluindo:  tenho que  parabenizar toda a equipe, por terem captado, de forma  mágica e linda, uma situação que leva à reflexão.

Professora Simone Crocetti

Curso Superior de Tecnologia em Telecomunicações, Universidade Tecnológica Federal do Paraná


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Comentários

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Hans Bintje

E como você está encarando a experiência de ficar atrás das câmeras, Azenha?

Tem valido a pena? O trabalho quintuplicou? Como vocês estão organizando a logística para que a bela Aline consiga fazer as reportagens na África?

Alexandre Tambelli

Foi brilhante mesmo o documentário! Eu fiquei impressionado com o valor da tarifa lá no Quênia: 0,05 por ligação de celular (se minha memória não falha) enquanto, aqui no Brasil, passa facilmente de 1 real. Dá para ver o bem que as privatizações fizeram para o bolso das companhias telefônicas que operam no Brasil! É um lucro incomensurável, Azenha! Como as pessoas sabem encontrar formas de solucionar os problemas com tanta criatividade! Na reportagem dizia que menos de 20% da população do Quênia tem acesso à bancos e o celular veio como uma luva para aquelas pessoas! Um produtor de batatas disse: agora ligo para o vendedor e vejo se ele precisa das batatas, antes saía com as batatas sem saber se o vendedor ia comprá-las para revender! Genial! Homens contavam que não precisavam voltar para o campo, pequenas cidades, para levar dinheiro conquistado com o trabalho em Nairóbi, pros familiares! Bastava um ligação de celular e o dinheiro na mão! Fizeram pequenos pontos comerciais, como se fossem bancos onde a mulher recebia uma ligação e ok para receber o dinheiro, já pago, pelo marido em algum desses pequenos comércios em Nairóbi!

@leumasocsalev

Azenha, você consegue me explicar como um jornalista formado (sic) consegue escrever um texto com tantas vírgulas desnecessárias como este aqui?

Segue o link:
http://www.gazetaesportiva.net/nota/2010/06/03/63

Não fosse só o conteúdo pernicioso ainda temos que engolir falhas de formação na base.

voxetopinio

Parabéns ao Azenha e a toda a equipe. Mas o que falar? Isso aí é só o resultado de um BOM trabalho.
Obrigado pelos seus esforços.

V

Uma correção importante : não é UTFP é UTFPR http://www.utfpr.edu.br

    Luiz Carlos Azenha

    Obrigado. Corrigido. abs

Baruch

Azenha! Você tem o link para este episódio no youtube?

Leider_Lincoln

de fato: um programa que foi excepcional a cada episódio, e recomendei a meus alunos. Ah, e Azenha: adoro rádio, sobretudo AM e OM; é como ouço jogo de futebol. Desligo a imagem da TV e ligo meu MotoRadio… Galvão, afinão, não dá…

Claudionor Damasceno

Eu sou fã do Nova África. Quando me graduei em história, na USP, nos deparávamos com a necessidade desse encontro com a África, desse olhar cúmplice, generoso, que o programa adotou e que é muito bem objetivado no trabalho da repórter Aline Midlej. Com essa coisa de deixar falar, deixar mostrar, o programa contribui de forma sublime e necessária para a desmistificação do continente. Parabéns!

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