Marco Aurélio Carone: Dilma e Lula deveriam ler sobre a Guerra dos Emboabas

Tempo de leitura: 3 min

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Guerra dos emboabas: O Capão da Traição

por Marco Aurélio Carone, especial para o Viomundo 

Nos primeiros anos do século XVIII, a descoberta de ouro no Brasil proporcionou mudanças dentro e fora dos limites do território da colônia. Em geral, a oportunidade de se enriquecer por meio da mineração atraiu o interesse de populações de outras províncias e dos próprios portugueses que souberam da notícia na metrópole. Dessa forma, em pouco tempo, as jazidas encontradas seriam alvo de uma violenta disputa.

Os bandeirantes paulistas, responsáveis pelas primeiras descobertas, acreditavam que a exploração das minas deveria ser reservada a eles. Em contrapartida, a Coroa Portuguesa enxergava o feito como mais uma excelente oportunidade de negócio capaz de sanar a vida do Estado Lusitano. Dessa forma, a região de Minas Gerais, entre 1708 e 1709, acabou se transformando em palco de um conflito que acabou conhecido como a Guerra dos Emboabas.

A utilização do termo “emboaba” era pejorativamente dirigida aos estrangeiros que tentaram controlar a região tardiamente. Na língua tupi, essa expressão era originalmente utilizada pelos indígenas para fazer menção a todo tipo de ave que tinha sua perna coberta de penas até os pés. Com o passar do tempo, os bandeirantes paulistas a reinterpretaram para se referir aos forasteiros que, calçados de botas, alcançavam a região interiorana atrás dos metais preciosos.

Sob a liderança de Manuel Nunes Viana, os emboabas organizaram diversas expedições em que buscavam enfraquecer a hegemonia dos paulistas nas regiões mineradoras. Entre as lutas mais intensas, o combate desenvolvido no Capão da Traição ficou conhecido pela morte de 300 paulistas pela mão dos emboabas.

De acordo com a versão mais aceita sobre os acontecimentos, tudo ocorre durante uma das batalhas finais do confronto, em um capão (área de mata rasteira cercada por florestas) localizado em uma região entre São João del-Rei e Tiradentes, próximo ao rio das Mortes. Ali, um grupo de cerca de 300 paulistas em retirada e em desvantagem numérica conseguiu mesmo assim impor baixas significativas a seus inimigos.

O líder do grupo emboaba, Bento do Amaral Coutinho, comandante de um exército de mil homens, deu a promessa ao grupo de paulistas de poupar-lhes a vida caso entregassem suas armas. Num ato de profunda covardia, com estas já entregues, Bento Coutinho mandou assassinar todo o grupo. O suposto local ainda hoje é chamado de Capão da Traição, em referência ao infame ato.

O personagem principal do massacre, Bento Coutinho, é descrito como “carioca alentado, homicida e insolente”. Mesmo assim, este recebe, a mando do comandante português Manuel Nunes Viana uma tropa de cerca de mil homens.

No ano de 1709, a Coroa Portuguesa determinou a imediata separação territorial das capitanias de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.

Ao fim da guerra, os bandeirantes buscaram outras jazidas nas regiões de Mato Grosso e Goiás. Alguns destes bandeirantes, beneficiados com o ganho da atividade mineradora, aproveitaram para formar unidades agrícolas que abasteceriam os núcleos urbanos que surgiram naquela mesma época.

Se Lula e Dilma dedicassem parte de seu precioso tempo para ler sobre este episódio histórico, com certeza poupariam nosso País de um novo “Capão da Traição “.

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Comentários

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Urbano

Revendo hoje o que escrevi ontem para esta reportagem, aí me lembrei de uma música fenomenal do conterrâneo Moacir Santos. Os que gostarem de boa música, então vejam duas interpretações da música Nanã:
https://www.youtube.com/watch?v=Z-2vj60wj9E
https://www.youtube.com/watch?v=0F3YGVzjWLk
Um abraço para todos!

PS.: Pelo menos ‘Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores’…

FrancoAtirador

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O Beato Dalanhól vai mandar a PF
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investigar a Corrupção em Furnas
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e depois denunciá-la ao Juiz Moro?
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(https://youtu.be/D_4t47AWvd0)
https://www.youtube.com/watch?v=D_4t47AWvd0
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Urbano

E para os mais descrentes, a gente pode dizer que a informação pode até respaldar tanto a inteligência, quanto a decência. Agora, determinar? Nhan, nhan…

Bacellar

Vivêno i aprendêno…

Francisco

leem pouco

    Urbano

    Informação nunca garantiu decência e inteligência a ninguém. Basta verificar o príncipe da imoralidade; ou mesmo em altos setores da República, principalmente nesses últimos doze anos de Governo do PT, em que os bandidos da oposição ao Brasil estão mais alvoroçados e até abaixaram o lenço. E para se certeza do que foi dito inicialmente, basta verificar o maior desvairado da oposição ao Brasil, que vem a ser um grande exemplo de indigente daqueles dois bens.

    Urbano

    Corrigindo: … e para se ter certeza…

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