Igor Felippe: Ministros dormiram e acordaram tranquilos

Tempo de leitura: 2 min

por Igor Felippe Santos, da Página do MST

Os ministros do governo federal puderam acordar tranquilos.

O patrimônio público passou a noite sob controle do povo, pelo menos no Ministério do Desenvolvimento Agrário.

O MST, que ocupou o ministério na manhã desta segunda-feira, para cobrar o assentamento das 186 mil famílias acampadas, tem como conduta preservar o patrimônio público.

Não parece que o Ministério da Fazenda tem a mesma responsabilidade.

Lá o patrimônio público vem sendo dilapidado ano a ano com o pagamento de juros, rolagem e refinanciamento dos títulos da dívida pública.

Os títulos da dívida pública brasileira estão sob propriedade de bancos, fundos de investimentos, fundos de pensão do capital financeiro.

O pagamento da dívida pública drenou do orçamento geral da União, apenas em 2011, R$ 708 bilhões (que representa cerca de 45,05% do total do orçamento).

O Ministério da Fazenda desvia do orçamento esse montante.

Não respeita o patrimônio público, uma vez que todo o povo brasileiro paga impostos para que sejam investidos em escolas, hospitais, transporte público, estradas… mas são desviados.

Os ministros preocupados com o patrimônio público devem se voltar ao ministro Guigo Mantega, nas reuniões do núcleo do governo, e dizer com firmeza:

-É nosso dever preservar o patrimônio público

Os ministros preocupados com o patrimônio público devem defender também a instalação da CPI do Carlinhos Cachoeira e da Privataria Tucana.

Essas casos de corrupção dilapidaram o patrimônio e recursos públicos.

Se se quer preservar o patrimônio público, nesse caso, é necessário instalar essas CPIs, investigar, punir os responsáveis e retomar os recursos desviados e as empresas privatizadas.

O patrimônio público está ameaçado também com o corte de 70% do orçamento do Incra.

A assistência técnica para assentamentos rurais, criados a partir de um programa público, está ameaçada.

E os cursos promovidos em parceria pelo Incra e universidade públicas, que inclusive já tiveram etapas realizadas, também foram prejudicados.

Em defesa da reforma agrária e contra os cortes no orçamento de programas públicos, ocupamos o ministério e, diante da inoperância do governo, decidimos permanecer até hoje.

É nosso dever preservar o patrimônio público.

Se os ministros preocupados com o patrimônio público não dormiram tranquilos, foi por ter na memória os compromissos que firmaram com o MST em acampamento em agosto de 2011.

Quase nada saiu do papel.

Abaixo, veja os compromissos assumidos pelo governo com o MST, pela voz do ministro Gilberto Carvalho.

Leia também:

Stedile: “O governo Dilma virou um bando de tecnocratas de costas para o povo”


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Comentários

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abolicionista

Acorda, PT. Cadê essa reforma agrária, cáspita?

JOSE DANTAS

Os ministros podem até dormir tranquilos porque o patrimônio público não é deles.
Agora, quem defende o próprio patrimônio confia mais nos ministros…

Fernando

MST, a verdadeira esquerda deste país.

PT, a nova direita.

Roberval

O Governo Dilma virou as costas aos movimentos sociais e deu de frente com o FHC que sugeriu uma política de inoperância. E o pior é que acatou essa sugestão. Não é à toa que os conflitos agrários, culminando com a morte e outros tipos de violências contra as famílias e trabalhadores rurais. Vejam o caso, já citado neste mesmo site salvo engano, de seringueiros sendo ameaçados de morte em Lábrea, Sul do Amazonas, e que o Governo Federal virou as costas àquelas famílias. Vejam os Pataxó no Sul da Bahia exigindo míseros 45 mil hectares de terra para manterem suas tradições e cultura e são obrigados a se humilharem para conseguir isso. Mesmo assim, não está sendo fácil diante da inoperância do Governo Federal. É muito triste ver um governo de centro-esquerda virar uma direita reacinária.

    assalariado.

    Roberval, no final das contas, na real, quem são os verdadeiros donos das terras Brasilis?

    Saudações Socialistas.

Ana Cruzzeli

Gente, mas o ministro Guido estava corrigindo a saida das commoditeies lá em 2011 que era a rodo. Agora que o trem lá fora está mais tranquilo, a especulação com a fome deu uma trégua ele está baixando o troço aqui, uai.

Todo apoio ao MST, faço criticas, mas sei que esse movimento é muito importante para a democratização da terra. Eu por exemplo vou tomar conta da mata ciliar da minha aldeia aqui em Samambaia/DF que está degradada faz tempo demais e é ali no corrego de taguantiga.

Viu MST como tô do lado docês, e ainda vamos plantas arvores frutiferas com poder extrativista ou esse ano ou no ano que vem.
Tô ensinando meus alunos a amar o fogo, a terra, o ar e água ( desde que não venha das cachoeiras é claro).

lulipe

Ainda existe MST???

    Giorgio

    Ainda bem que sim.

    abolicionista

    Para a Globo, não. Nem pobreza, aliás.

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