Eno Malazartes: Colunista do Valor estoura o câmbio na largada

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por Eno Malazartes*

Aos que, como a presidente Dilma, não compreenderam o significado do pleito do último domingo, a chefe de redação do Valor Econômico em Brasília, Rosângela Bittar, explica.

Em sua coluna de quarta-feira, intitulada “Dilma queima a largada”, ela nos conta como a presidente perdeu a oportunidade de demonstrar uma “mudança de comportamento, atitude ou direção” após sua reeleição.

Não uma mudança para o que esperam os 54,5 milhões que a reconduziram ao poder, mas para o comportamento, atitude ou direção desejada por ela mesma, Rosângela.

O primeiro dos “três sinais preocupantes de resiliência do velho perfil” da presidente foi o anúncio do “desejo de fazer um plebiscito sobre a reforma política”.

Ao manifestá-lo, Dilma não representava os eleitores que haviam votado nela algumas horas atrás, mas seguia os “conselhos de seus generais de campanha”, aproveitando para “afrontar” o Congresso.

Que importa se 7,4 milhões de pessoas manifestaram-se a favor da reforma política em setembro, num movimento nacional liderado por 477 organizações?

“Do plebiscito da reforma política para o plebiscito do controle da mídia será um pulo”, alerta a colunista. E que ameaça maior pode haver à democracia do que destituir algumas famílias do direito hereditário de controlar a comunicação no Brasil?

Esqueça as declarações favoráveis à liberdade de imprensa, a promessa recém reiterada de que não haverá qualquer controle de conteúdo, “o PT continua mantendo em seus militantes acesa a chama da campanha do ódio à imprensa.”

Não menos ameaçador, o sinal econômico foi um “escárnio com os presentes e ausentes”, um ultraje aos 48% que produzem e pagam impostos neste país.

Chamado a acalmar o mercado, o ministro Guido Mantega “chegou a concluir que a presidente tinha sido eleita porque o povo aprovou sua gestão na economia”.

Ora, tudo mundo sabe que o PT vence eleições graças a seu marqueteiro, sua falta de escrúpulos, ao atraso e à desinformação de um Nordeste bovino.

Em termos de gestão econômica, o povo não pode nem deveria aprovar nada. Tivesse capacidade para avaliar a economia, endossaria o mercado.

Saberia que o pleno emprego e o reajuste automático do salário mínimo são nocivos à produtividade, bem como o intervencionismo estatal.

O mais grave sinal, também dado no domingo, decorreu do primeiro. No discurso da vitória, falando para aliados, militantes e eleitores, Dilma saiu-se com a de que “vai governar com a mobilização do povo”.

Tempos difíceis. Vislumbra-se o dia em que o povo, não contente em eleger presidentes e pressionar o Congresso, reivindicará também o direito de determinar seu próprio destino.

Realmente, nossa massa malcheirosa já conheceu melhor seu lugar.

*Consegue ser jornalista sem perder o humor e abusa da ironia

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Comentários

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William jr

Caro Azenha.
O texto do Eno confunde, deliberadamente creio, texto da Rosangela com suas ironias.
O ambiente já conturbado não precisa de mais desinformação além das propostas pelo pig. Maior rigor e clareza devem ser perseguidos, sempre.

Shirley

Falta de escrúpulos do marqueteiro?Ela devaria se envergonhar de tratar o povo nordestino de bovino. Não acrescentou nada de novo em sua análise. E age de maneira inescrupulosa como o candidato que defende. Sinto nojo dessa imprensa golpista.

roberto

Burrinha essa moça hein?
Coitadinha, não entende patavina de nada. Se fosse juiz de futebol,mandava bater o pênalti,na bandeirinha de escanteio.

Reinaldo José Mercador Dantas

Aceitem a derrota que doí menos.

Urbano

Afora o zumbigo e o zoião , na oposição ao Brasil não sobra praticamente nada… A grande briga desta é para que haja um presidente permanentemente trabalhando (se é que trampa tenha algo a ver com trabalho), única e exclusivamente, em função do seu proveito mais aprazível. Em suma, a bolsa rentismo vem a ser o árduo trabalho dos mouros, mas o Bolsa Família é exclusivo dos preguiçosos. Gostaria e muito de vir a saber sob qual ótica a oposição ao Brasil não é cretina…

Cristina Fernandes

Será que ela se lê? Ela deveria ter vergonha, como jornalista, de ficar repetindo o que os outros dizem. Nunca ouvi falar da dita cuja. Pelo menos, os outros estão se enforcando e, pela idade, a gente até entende…será??

maria nadiê rodrigues

Difícil para essa gente é ver que as urnas dividiram o povo pelas ideias, e não o Brasil. Era Aécio ou Dilma, e o povo, em maioria preferiu a mulher, e não o machão. Prosseguir no fascismo, tentando condenar os nordestinos, ciosos de seus votos, que independem da imprensa golpista, nunca vai dar certo, porque o nordestino vive hoje, mais do que nunca, um momento maravilhoso, se curtindo e curtindo suas terras, cheias de riquezas naturais, de recantos paradisíacos, de uma gastronomia peculiar, exportada para os quatro cantos do país,e do Exterior, de cantores e músicos fantásticos, como Gonzagão, de intelectuais admiráveis mundo afora, como Suassuna, de uma literatura exemplar. Se colocamos nessa conta Rui Barbosa e Graciliano Ramos já teremos dado um pouquinho de estímulo para esses jumentos conhecerem o Nordeste. Mas, na verdade, essas espécies não servem nem mesmo para montarem num jumento pelo medo de serem confundidos pelo animal.

AlvaroTadeu

A caminho de Congonhas para receber familiares, o ônibus era a melhor opção. Pelo horário, de carro ou táxi, não chegaria jamais a tempo. Com as faixas exclusivas criadas pelo prefeito Fernando Haddad, foi moleza. Em 20 minutos, do Jardim Paulista ao aeroporto, foi uma beleza. Mas foi no ônibus que descobri o motivo do ódio dos tucanos: um casal de aparência humilde, carregando enorme mala, dessas baratas, modelo liquidação, sentou-se nos degraus do ônibus, os bancos estavam ocupados e eles não passariam na roleta, a mala era muito grande. Pagaram a passagem e lá ficaram aguardando chegarmos a Congonhas. Imaginei u’a madame espremida na janela por aquele casal cujas roupas simples estavam sujas com os degraus do coletivo. Se a madame estiver armada, homicídio no voo X…

Fabio Passos

A dor de cotovelo do PiG é imensa.

A ascensão social de milhões de brasileiros pobres deixa a “elite” branca e rica inconformada.

FrancoAtirador

.
.
Os Empresários da Mídia Corporativa e respectivos Prepostos

só consideram legítimas as Instituições, Entidades ou ONGs

que considerem expressamente ou que reconheçam tacitamente

as Empresas de Comunicação como as Únicas Representantes

de toda Sociedade Civil, detentoras de um Poder Superior,

acima dos demais poderes constituídos, Fiscal da República.
.
.

    FrancoAtirador

    .
    .
    Chegamos a este ponto em que os donos da mídia, e os sócios,

    se consideram, eles próprios e suas empresas, inimputáveis.

    E a Omissão dos Poderes Republicanos nos trouxe à Impunidade.
    .
    .

destruidor

Essa jornalista do pig, não entende nada. Ela quer que meia dúzia dos donos da imprensa continua ditando as regras. Têm que ter as lei dos meios de comunicação, como aconteceu no Reino Unido. Essa minoria branca de jornalista detesta o povo. Ainda tem um reacionário comentando no blog. Já passou na hora de regularizar os meios de comunicações. Um exemplo são as rádios comunitárias têm que ser regularizada.

Lukas

Dilma teve mais votos que Aécio, só isto. Não recebeu um cheque em branco para fazerr o que quiser. Está limitada pela Constituição.

Cabe lembrar que Dilma teve pouco mais de 38% dos votos. 62% ou votaram no Aécio ou em ninguém. Ela também governa para estes.

A chance de vocês se decepcionarem com seu governo é maior que a minha.

Olha aí, a SELIC já subiu.

    ana s.

    Desde domingo eu ouço/leio os sorumbáticos comentaristas de nossa patriótica mídia e gente como esse Lukas explicando ao povo e a Dilma qual foi o “recado das urnas”. Segundo eles, foi mais ou menos o seguinte: Dilma ganhou, mas perdeu e, por isso, tem de governar para os 51mi que votaram em Aécio, pois eles são responsáveis por 80% do que o Brasil produz (o editorial d’O Globo de 28.10, por exemplo, fala isso).

    Mas eu acho que o recado das urnas foi tão claro, mas tão claro que nem os analfabetos (dis)funcionais precisam de tradução: Dilma teve três milhões e quatrocentos mil votos a mais que Aécio, portanto, VENCEU de forma inquestionável e terá que governar de acordo com o que pregou na campanha, que só decolou quando foi para a esquerda. Como disse Mário Magalhães em seu blog no UOL (pois é), fazer diferente seria estelionato eleitoral.

    Julio Silveira

    Se a SELIC não subisse seria populismo, se subiu houve demagogia pré eleitoral. Engraçado vocês, viviam falando que o governo estava trabalhando com expectativas de juros acima da meta, se toma atitude vem criticas. Vocês são os menos indicados a esse tipo de critica meu caro.
    E, quanto ao resultado, a Dilma ganhou com uma proposta, com programa que nunca foi escondido dos cidadãos. Se fossem os seus preferidos os vencedores iriam propor mudanças politicas. Politica é isso, quem ganha tenta, junto com seus parceiros, implantar suas politicas, logico que a oposição está ai para tentar fazer valer suas prerrogativas de oposição e tentar equilibrar os interesses, isso se chama democracia. Vocês perderam não precisam se conformar, mas aceitem a derrota para não passarem a ser vistos como maus perdedores e anti democráticos.

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