Celso Amorim: “Intervenção é um instrumento extremo e muito perigoso”

Tempo de leitura: 2 min

 Foto: Antonio Araújo/ Câmara dos Deputados, via Fotos Públicas

Celso Amorim: “Intervenção é um instrumento extremo e perigoso”

O ex-chanceler e ex-ministro da Defesa duvida da eficácia da medida proposta por Brasília para conter a violência no Rio de Janeiro

Ministro da Defesa no primeiro mandato de Dilma Rousseff e chanceler nos anos Lula, o diplomata Celso Amorim ainda tenta entender as motivações da proposta de intervenção militar no Rio de Janeiro.

“É um instrumento extremo. Especialmente em ano eleitoral, também é muito perigoso. Além disso, pelo que sei, as Forças Armadas não se sentem confortáveis em uma situação como esta”.

Segundo Amorim, esse tipo de intervenção causou distorções em outros países, a começar pelo México, onde a violência não diminuiu e o narcotráfico acabou por dominar uma parte relevante do território.

O ex-ministro ainda aponta um risco de politização das Forças Armadas e relembra que, além do Rio de Janeiro, o Exército tem sido chamado a atuar em Roraima,  por conta da forte onda de migração de venezuelanos.

“Talvez Temer queira mostrar à população que está trabalhando. No primeiro momento, é provável que a medida cause um efeito psicológico positivo, tem um sabor espetacular. O problema da insegurança é grave e ninguém é contra medidas que busquem resolver ou atenuar a situação. Mas as Forças Armadas não estão preparadas para atuar por um longo prazo na segurança interna. É uma distorção de suas funções”.

Leia também:

Temer  vai à guerra para se manter no poder

Hildegard Angel: Como a Globo “plantou” a intervenção militar no Rio


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!

Deixe seu comentário

Leia também