Brasil, Índia, África do Sul e o Oriente Médio

Tempo de leitura: 10 min

Brasil-Índia-África do Sul já viram que a revolta árabe obriga a remodelar a ordem mundial

10/3/2011, *M K Bhadrakumar, Asia Times Online, reproduzido no Rede Castorphoto

Arab revolt reworks the world order

Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

O Brasil, a Índia e a África do Sul meteram uma cunha na engrenagem norte-americana, a qual, até ontem parecia girar e girar e girar inexoravelmente na direção de implantar uma zona aérea de exclusão [orig. “a no-fly” zone”] sobre a Líbia.

De fato, os EUA ainda podem impor a tal zona de exclusão aérea. Mas, nesse caso, o presidente Obama terá de beber do cálice envenenado e ressuscitar a controversa doutrina do pós-Guerra Fria, cara aos governos que o antecederam, do “unilateralismo” por “coalizão de vontades”. Obama não terá onde esconder-se. E tudo o que fez em sua presidência para neutralizar a imagem dos EUA como país agressor [orig. “a ‘bully’”] irá por águas abaixo.

Ontem, Delhi hospedou reunião de alto nível de ministros de Relações Exteriores, com o Brasil e a África no Sul, que bem poderia não passar de ocasião para alguma retórica inócua sobre cooperação “sul-sul”. Nada disso.

A reunião ecoou diretamente no tumultuado sistema e na atormentada ordem internacional contemporânea. A reunião decidiu a favor de declarada oposição à galopante disposição do ocidente para impor uma zona aérea de exclusão sobre a Líbia.

Tudo indica que os EUA e aliados, que estão ajudando os rebeldes líbios politicamente, militarmente e financeiramente, esperavam extrair um “pedido” do povo líbio, no máximo em um ou dois dias, que usariam como folha de parreira para aproximar-se do Conselho de Segurança da ONU e arrancar de lá a autorização para impor sanções sob os auspícios da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Os rebeldes líbios são casa em que ninguém se entende: os nacionalistas opõe-se furiosamente a qualquer intervenção externa; e os islâmicos (muitos dos quais são nacionalistas) opõe-se a qualquer forma de intervenção ocidental.

O “unilateralismo” é a única opção que resta sobre a mesa

Ontem também, reuniram-se em Bruxelas os ministros da Defesa dos países da OTAN, para dar os toques finais, operacionais, à intervenção, pela OTAN, na Líbia. O fato de o secretário da Defesa dos EUA, Robert Gates, ter participado da reunião mostra a importância que os EUA atribuem ao trabalho da OTAN na proposta de intervenção militar na Líbia. Gates não apareceu em outra reunião informal dos ministros de Defesa dos países da OTAN sobre a Líbia, realizada há duas semanas, nos arredores de Budapeste.

A diplomacia EUA-Grã Bretanha movia-se por trilha paralela, alardeando uma posição conjunta de todos os rebeldes líbios a favor de pedirem intervenção internacional na Líbia e, especificadamente, sob a forma de uma zona aérea de exclusão. A Liga Árabe e a União Africana mantinham-se sem se definir nem a favor nem contra aquela zona de exclusão.

Pelo cálculo de Obama, só se se conseguisse gerar “um pedido” do povo líbio haveria meio para que a história algum dia absolvesse o ocidente, e o próprio Obama, pessoalmente, pelo crime de invadir membro soberano da ONU – pelo menos, alguma absolvição moral, que fosse. E o “pedido” seria via para empurrar também a Liga Árabe e a União Africana para dentro da mesma empreitada.

Obama é reconhecido por ser intelectual inteligente e cerebrino. É político com traços específicos e raros e merece confiança, no mínimo, por seu agudo senso histórico. Seu antecessor George W Bush, em situação semelhante, teria agido com “audácia”, palavra que, muito estranhamente, o próprio Obama escolheu para associar ao seu nome, em campanha eleitoral [1].

Obama, que sabe que tem encontro marcado com a história, tem dificuldades específicas para decidir-se sobre a Líbia. Robert Fisk, conhecido comentarista de assuntos do Oriente Médio, do jornal londrino Independent, publicou despacho urgente e sensacional, na 2ª-feira (“Obama pede que sauditas entreguem armas em Benghazi”, traduzido), noticiando que o governo Obama havia procurado a ajuda do rei Abdullah da Arábia Saudita, para que entregasse armas aos rebeldes líbios em Benghazi, com o que Riad ficaria ‘com o mico’, a Casa Branca nada teria a explicar ao Congresso dos EUA e não haveria pistas que levassem a Washington.

A depravação moral da jogada – alugar os serviços de um autocrata, para violar as fronteiras da democracia – destaca o desejo obsessivo, em Obama, de camuflar qualquer intervenção unilateral dos EUA na Líbia, garantindo para ele mesmo “negabilidade” [2] perpétua, a qualquer custo.

E então, agora, vem o cruzado, certeiro, da reunião em Nova Delhi. Os três ministros de Relações Exteriores, que pertencem ao fórum conhecido pela simpática sigla IBSA (Índia-Brasil-Africa do Sul, ing. India-Brazil-South Africa) atrapalharam o bem urdido golpe de Obama, e lançaram comunicado conjunto, ontem, no qual “destacam que uma zona de exclusão aérea no espaço aéreo da Líbia, ou qualquer outra das medidas coercitivas além das previstas na Resolução 1970 só poderão entrar em cogitação se estiverem plenamente previstas na Carta da ONU e no Conselho de Segurança da ONU” (Comunicado, na íntegra, em inglês).

O ministro das Relações Exteriores do Brasil Antonio de Aguiar Patriota disse à imprensa, em Delhi, que a declaração dos IBSA foi “importante manifestação” do que o mundo não-ocidental estava pensando. Disse o ministro brasileiro: “O recurso a uma zona aérea de exclusão é visto como expediente útil, em alguns casos, mas enfraquece todo o sistema de segurança coletiva e provoca consequências indiretas prejudiciais ao objetivo que todos estamos tentando alcançar”. Patriota acrescentou:

“Intervir militarmente em situação de tumulto interno é sempre muito problemático. Qualquer decisão que vise a intervenção militar tem de ser analisada no contexto da ONU, em cerrada coordenação com a União Africana e a Liga Árabe. É muito importante não perder o contato com elas e identificar como veem a situação”. (The Hindu, Delhi, 8/3/2011)

Explicou que medidas como a zona aérea de exclusão de que agora se cogita podem tornar ainda pior uma situação já difícil e gerar sentimentos anti-Ocidente e anti-EUA “que até agora ainda não surgiram”.

Também muito significativo é o fato de que o trio de ministros também divulgou declaração conjunta sobre o quadro geral no Oriente Médio. Apresentada como “IBSA Declaration” (Ministério das Relações Exteriores da Índia, 8/3/2011, em inglês, à espera de que o Ministério de Relações Exteriores do Brasil traduza e divulgue), a Declaração reitera a expectativa de que as mudanças que estão em curso no Oriente Médio e Norte da África “tenham desdobramento pacífico”; e manifestam confiança num “resultado positivo, em harmonia com os desejos do povo”.

Parte muito importante da declaração é o reconhecimento, já na introdução, de que o problema da Palestina está no coração do grande distanciamento de que padece o Oriente Médio, e que “desenvolvimentos recentes na Região oferecem uma oportunidade para uma paz ampla (…). Esse processo deve incluir a solução do conflito Israel-palestinos (…) que levará a uma solução de Dois Estados, com a criação de um Estado Palestino soberano, independente, unido e viável, coexistindo em paz ao lado de Israel, com as fronteiras pré-1967 asseguradas e com Jerusalém leste como capital”.

‘P-5’ perde brilho

Israel deve estar enlouquecidamente furiosa com essa Declaração. Isso à parte, o que preocupará Obama e a OTAN, se três países, de três continentes ‘longínquos’, levantam-se e apresentam declaração conjunta sobre uma zona “no-fly”? Quem, afinal, são esses países? Ah, sim, Obama, sim, está preocupadíssimo. Em resumo curto, os três países estão hoje assentados como membros não-permanentes do Conselho de Segurança da ONU e o que quer que digam tem altíssima visibilidade na ordem mundial que acicata a Líbia.

Em Delhi, tudo indica que pelo menos mais um membro não-permanente do Conselho de Segurança – o Líbano – acompanha a trilha aberta pelos IBSA. O que significa “a voz árabe”, afinal, no Conselho de Segurança.

Em resumo, o que se ouve agora é uma voz coletiva afro-asiática, árabe e latino-americana. E não é voz que possa ser facilmente nem calada nem descartada. Ainda mais importante, a posição de Brasil-Índia-África do Sul empurra pelo menos duas grandes potências, membros permanentes, com poder de veto, contra os chifres de um dilema agudo.

A Rússia diz que mantém política externa contrária ao “unilateralismo” dos EUA, e que se pauta estritamente pelo cânone da lei internacional e da Carta da ONU. E a China insiste que representaria os países desenvolvidos. Agora, a posição de Brasil-Índia-África do Sul torna virtualmente impossível que a China construa qualquer tipo de acordo faustiano com os EUA e as potências ocidental em relação à Líbia… no concílio secreto dos detentores de poder de veto do Conselho de Segurança – conhecido como “P-5”.

Por tudo isso, a declaração conjunta de Brasil-Índia-África do Sul, IBSA, semelhante em vários sentidos ao movimento Turquia-Brasil, na questão do programa nuclear do Irã, está, de fato, denunciando a hipocrisia moral do P-5 e dos segredos e vielas ocultas pelas quais se esgueiram.

Interessante também que Delhi tenha subscrito o Comunicado IBSA no momento em que o vice-presidente dos EUA Joseph Biden voava para Moscou, para reuniões amplas sobre os futuros rumos do “reset” das relações EUA-Rússia. Qualquer negócio que EUA e Rússia acertem agora, sobre a Líbia, no quadro do tal “reset” aparecerá, inapelavelmente, como movimento de oportunismo político amoral ou, dependendo do negócio, imoral.

A posição da China não é menos apertada. A China hospedará a reunião de cúpula dos BRICSs em Pequim, em abril. Três ‘bricss’ (Brasil, Índia e África do Sul) dos BRICS (Brasil, Índia, África do Sul e China) subscreveram a Declaração da IBSA. O grupo BRICS pode correr o risco de esvaziar o comunicado conjunto do IBSA sobre a Líbia? Falta perguntar à China. E a China pode, sozinha, andar na contramão de três importantes “países em desenvolvimento”?

Mas, pelo menos para a China, há perspectiva de algum alívio. A China pode, de fato, até, suspirar aliviada. A posição dos IBSA alivia a pressão que os EUA estão fazendo sobre ela, e impossibilita que o problema da “no-fly zone” sobre a Líbia converta-se em questão bilateral entre EUA e China. Semana passada, a China ajudou os EUA a aprovar a Resolução sobre a Líbia, no Conselho de Segurança. Foi movimento surpreendente, que a China tenha votado a favor de resolução que admite intervenção nos assuntos internos de país soberano.

Comentaristas ocidentais festejaram euforicamente a mudança no comportamento dos chineses na mesa superior da política mundial e já apostavam na certeza de que a China, afinal, teria começado a agir como potência “responsável”, disposta a trabalhar aliada ao ocidente, como “acionista” do sistema internacional – como faz a Rússia.

Claramente, a China está sob ataque de sedução, para que dê um passo adiante e fure suas próprias muralhas de princípios, também no que tenha a ver com aprovar a zona “no-fly” na Líbia. Nada sugere que a China ceda, sucumbida ante a bajulação. Mas fato é que, se sucumbir, lá estará, exposta, à plena luz, sob atenção vigilante dos países em desenvolvimento. Verdade é que será muito difícil, para Pequim, esconder tanto “pragmatismo”, sob o manto dos venerados princípios. Evidência indiscutível, isso sim, é que a Declaração de Brasil-Índia-África do Sul livrou a China de toda a pressão que os EUA aplicavam contra ela, para aprovar a zona “no-fly” sobre a Líbia.

A Índia recupera a identidade

Ocorre uma ideia interessante: estará a Índia forçando a mão dos chineses? Não há dúvidas de que Delhi percebeu que a crise da Líbia gera grande oportunidade para que a China trabalhe, em espírito de cooperação, com os EUA – o que seria bem vindo fermento no relacionamente geral entre as duas potências. A “no-fly” zone seria excelente aditivo e China e EUA entrariam em frase de boas relações alquimicamente produzidas. Pequim sabe que a presidência de Obama [e sua reeleição] dependem criticamente de como opere na crise do Oriente Médio.

Ao mesmo tempo, o movimento da Índia no IBSA não pode ser analisado como apenas “chinacêntrico”. Em termos geopolíticos e bofetada altamente visível, nos EUA. Em termos de ‘a ira de Obama’, haverá um preço a pagar. O fato de que a Índia se disponha a correr esse risco e, eventualmente, pagar o preço – com tanta coisa em disputa, no momento em que a Índia aspira a um assento permanente no Conselho de Segurança – dá significado especial à Declaração do IBSA. Fazia muito tempo que a Índia não se levantava para ser vista como front significativo da política exterior dos EUA.

É mais que simples coincidência, também, que a Declaração da IBSA fale tão abertamente a favor da causa dos palestinos. A Índia optou por correr risco calculado e incomodar Israel e o lobby pró-Israel nos EUA. Além disso, há outros sinais, também, de que a Índia afinal, decidiu promover ampla recauchutagem em suas políticas para o Oriente Médio. A Declaração da IBSA é apenas uma primeira manifestação de que a Índia começou a repensar sua política – e talvez essa não seja a modificação de mais longo alcance, na geopolítica da Região.

No momento em que os IBSA adotavam posição sobre a Líbia e o Oriente Médio, claramente a favor do nacionalismo árabe, o Conselheiro de Segurança Nacional da Índia, Shiv Shankar Menon – político de alta reputação como eficientíssimo diplomata, e que trabalha sob ordens diretas do primeiro-ministro Manmohan Singh – estava ocupado em importantes conversações em outro ponto do Oriente Médio, no Irã, com o presidente Mahmud Ahmadinejad.

Longe das câmeras de televisão, Menon entregou carta de Manmohan a Ahmadinejad. Segundo comunicado distribuído pelo gabinete de Ahmadinejad, o presidente do Irã disse a Menon:

“Irã e Índia são países independentes, com papel significativo no encaminhamento das questões internacionais (…) As relações entre Irã e Índia são históricas e sustentáveis. Irã e índia, porque sempre se beneficiaram de preservar pontos de vista humanitários nas relações internacionais, devem trabalhar para modelar o futuro sistema mundial, de modo a que se rejam por princípios de justiça e amizade. A ordem que ainda rege o mundo está à beira do colapso. Sob as atuais circunstâncias, é muito importante que uma nova ordem mundial seja construída e é preciso conseguir que os que impuseram as leis da opressão contra todos não consigam reimpô-las, no novo contexto (…) Irã e Índia terão papel significativo nos desenvolvimentos mundiais futuros. Nossas duas nações, por suas origens e culturas fazem falta ao mundo, hoje.”

A mesma fonte informa que Menon disse a Ahmadinejad:

New Delhi trabalha hoje a favor de boas e amplas relações com o Irã, laços estratégicos, inclusive (…) Muitas das suas [de Ahmadinejad] previsões sobre desenvolvimentos políticos e econômicos no mundo já são realidade e as mudanças envolvem a própria ordem mundial, o que exige que continuemos a construir e estreitar as relações entre o Irã e a Índia (…) As relações entre a República Islâmica do Irã e a República da Índia estão além das relações políticas atuais, têm raízes culturais e civilizacionais, e os dois países têm grande potencial para aproafundarmos relações bilaterais, regionais e internacionais.

Nada mais a dizer. Está tudo declarado e dito. Em resumo, esse tipo de contato político de alto nível entre Irã e Índia era impensável até bem pouco tempo. É sinal muito eloqüente de quanta coisa mudou no Oriente Médio, do papel importante que o Irã alcançou e é sinal, também, de que a Índia já viu tudo isso, muito claramente.

Mais importante que tudo isso, a chegada de Menon a Teerã nesse momento, sob as atuais complexas e tumultuadas circunstâncias, em missão diplomática pioneira e sem precedentes [3], para ativar os entendimentos estratégicos entre Índia e Irã também é evidência de que cresce em toda a Região a consciência de que os tempos de dominação ocidental sobre o Oriente Médio caminham inexoravelmente para o fundo dos livros de história. A ordem mundial nunca mais será a mesma.

Embaixador*M K Bhadrakumar foi diplomata de carreira; serviu no Ministério de Relações Exteriores da Índia. Ocupou postos diplomáticos em vários países, incluindo União Soviética, Coreia do Sul, Sri Lanka, Alemanha, Afeganistão, Paquistão, Uzbequistão, Kuwait e Turquia.

Notas de tradução

[1] The Audacity of Hope: Thoughts on Reclaiming the American Dream [A Audácia da Esperança] é o título do segundo livro de autoria do então senador Barack Obama. No outono de 2006 alcançou o 1º lugar na lista dos mais vendidos do New York Times e da Amazon.com, depois de promovido no programa de Oprah Winfrey. Dia 10/2/2007, menos de três meses depois da publicação do livro, Obama anunciou sua pré-candidatura, afinal vitoriosa no Partido e nas urnas, à presidência.
[2] Sobre “negabilidade total”, ver “Blackwater e a negabilidade total”, 21/9/2010, em , sobretudo a nota 1.
[3] Aqui, nosso brilhante companheiro analista erra. Há precedentes para esse movimento em que a Índia agora, afinal, está embarcando, bem vinda companheira. Celso Amorim e Lula do Brasil viram tudo isso ANTES da Índia. Patriota segue aquela trilha, bem seguida. E a Índia, muito provavelmente, também segue aquela trilha, aquela, sim, livre, independente, visionária e pioneira.


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Zé Raimundo

Prezada Carmem Leporace,

acho que comete alguns equívocos quando afirma categoricamente que um país só tem força diplomática quando tem força militar a altura. Não é bem assim minha cara, existem outras forças importantes também no jogo diplomático que também tem peso geopolítico, por exemplo, o peso da economia daquele país e sua conduta ética em seus procedimentos antecedentes em outros conflitos….queria lembrar-lhe que essa sua visão é bastante simplista. Você não pode esquecer que empresas norteamericanas que estão instaladas no Brasil tem interesse nas boas relações entre nós e os EUA, e olha que boa parte do lucro de muitas empresas americanas ocorreram em países como Índia-Brasil-Africa do Sul, e elas não tem nenhum interesse em constrangimento por parte de sua terra-mãe….São vários os fatores que contam na balança da diplomacia e posso afirmar pra você que cometeu alguns equívocos …quanto ao Brasil, Índia e Africa do Sul, posso lhe afiançar que tem muito peso, hoje em dia, suas decisões. Tenha Calma.

    Carmem Leporace

    Suas observações são pertinentes, concordo, mas o peso econômico pende muito mais para o lado dos EUA, do que do nosso, somos muito dependentes da economia deles do que eles da nossa.

    Quanto as empresas daquele país estarem produzindo aqui, e isso ser supostamente um dependência deles em relação ao nosso país, num caso extremo, podem pura e simplesmente mudarem suas instalações para outro país.

    Mas sempre ao final das contas o que vai importar mesmo é o poder militar.

    A máquina militar americana não tem rival no mundo, é de longe a mais poderosa, mas existem dois países que os EUA sempre tem que levar em consideração, Rússia e China, justamente pelas máquinas de guerra que possuem.

    A Rússia tem petróleo e gás que abastece os aliados europeus, e a China tem mercado consumidor e mão de obra.

    Em termos de diplomacia, Dilma está anos lulz de Lula.

    Lula nos prejudicou muito.

    No fundo amigo, Lula transformou o Itamaraty não num ministério a serviço do país, mas num escritório a serviço de seus devaneios megalomaníacos e promoção pessoal.

    Só demos bola fora nos oito anos de Lula.

SILOÉ

Essa cunha que a IBSA enfiou na engrenagem Norte Americana foi tão providencial que realmente vai implantar uma nova ordem mundial.
Nesse contexto ficou faltando saber a decisão do Japão. Se foi contrária, com certeza agora será revista. Devido a sua atual e deseperadora situação, principalmente com o fracasso das usinas nucleares, sua dependência do petróleo agora se tornou vital.
Eles também não vão querer deixar o domínio dos países produtores só nas mãos dos EUA. Portanto mais um aliado.
Parabéns PATRIOTA, Parabéns DILMA, Parabéns LULA por enxergar tão longe.

    SILOÉ

    Parabéns ao autor da reportagem e parabéns Azenha por reproduzi-la.

João

Deixemos os trolls de lado.
Vamos ao que realmente interessa. Essa declaração feita em Delhi, realmente, alivia a pressão sobre a China.
Agora é a vez de Obama mexer a pedra…é um enorme jogo de xadrez.
Disso tudo que está ocorrendo só posso concluir que uma nova relação de forças e de poder surge.
A Rússia, a velha Rússia permitirá que façam uma zona "no-fly"?
Não nos esqueçamos que os EEUU e a Europa estão com problemas enormes para resolver. A crise, por lá, ainda não foi vencida, e o contribuinte desses países, sacrificado com a crise, gostará de se jogar mais dinheiro fora?
Enfim, uma nova ordem mundial está a caminho – ou já chegou, e ainda não percebemos.

bentoxvi-o santo

Cuidado Azenha.

Tem gente fazendo xixi nos quatro cantos do viomundo e demarcando territorio…(rsrsrsrsrs)…

Fabio_Passos

Muito interessante.
Começa a ficar evidente que estas rebeliões no Oriente Médio, cada vez mais explosivas, vão obrigar os eua a rever o apoio incondicional que oferecem ao governo nazista de israel.

Roberto Locatelli

A posição do Brasil nesse caso foi excelente, quase uma continuidade da linha diplomática do Celso Amorim.

O caminho é esse mesmo, de conexão com a Índia, a África do Sul e o Oriente Médio.

A China é outro departamento. O governo chinês têm o péssimo hábito de fazer acordos com os EUA por trás dos bastidores. Eles não merecem confiança.

    JotaCe

    Caro Locatelli,

    Suponho que é uma posição inusitada, pois não é de se esperar algo semelhante à linha do Chanceler Celso Amorim. Que o diga tudo que vem acontecendo na área como, de forma recente, o comportamento da representante do Brasil no Conselho de Direitos Humanos da ONU no almoço-recepção oferecido à iraniana Shirin Ebadi e tão enaltecido pelo PIG. Da mesma forma quanto, entre muitas outras, às decisões do Sr. Patriota na Presidência do Conselho de Segurança. Espremido agora como uma salsicha no sanduíche Índia e África do Sul, não podia deixar de acompanhá-las, provavelmente sob pena de sacrificar interesses do momento. Abraços,

    JotaCe

    Carmem Leporace

    Nobre postador progressista Roberto Locatelli.

    Só a título de informação, Celso Amorim foi eleitor de José Serra em 2002, e o chamava naquele tempo de "Presidente Serra".. tudo bem….

    A propósito, pode me apontar uma única e mísera vitória prática na diplomacia de Lula em oito anos de poder?

    Não me venha com jargões do tipo… """" hoje nós não tiramos mais os sapatos para os yankes"" ou.. "" hoje somos respeitados no mundo todo como uma potência e blá blá bla""""

    Saudações.

    @dbenndorf

    Se quer garantia maior de vitória prática, basta alinhar-se automaticamente com os EUA. Do contrário as chances são baixas, em temas de maior importância internacional.

Roberto Locatelli

Prezados.

Sugiro ignorarmos os trolls, pois caso contrário prejudicaremos o debate.

    mariazinha

    Bom conselho, caro. O que eles querem, mesmo, é aparecer pois estão completamente apagados.

Bonifa

O que podemos inferir de um artigo esclarecedor como esse? A invasão que os líderes do “Ocidente” estão dispostos a empreender, salta aos olhos que pouco tem a ver com a Líbia propriamente dita. Parece muito mais com uma operação militar visando conquistar uma posição estratégica de vital importancia na geopolítica de toda a região, tendo em vista a nova situação criada pelas revoluções democráticas árabes. Sob essa ótica, chega-se a pensar até que tal operação militar estaria atendendo a alguma exigência imposta pelo governo de Israel. O que vão pensar sobre isso o povo francês e o povo inglês, quando tirarem um tempinho para refletir?

Francisco

Concordo que a "liberdade mora na boca de um fuzil". E sei que, in extremis, o peso de um Estado é dado pelas divisões de soldados, contudo, o ocidente tem toda a sua legitimidade interna calcada no discurso democratico. Se esse discurso não ocupasse espaço "fisico" os EEUU invadiam quem queriam (como um Júlio César ou um Gengis Khan) e dava uma "banana" para o resto! É visivel que o poder das elites estadunidenses depende de uma certa legitimidade do discurso para o público interno. Isto já ficou comprovado durante a Guerra do Vietnã. No fim das contas, Nixon foi defenestrado.

Qual presidente ocidental vai querer chegar a esse ponto de novo? É óbvio que o que digo não substitui completamente uma boa bomba nuclear, mas a arma atômica de Brasil, India e A. do Sul é a nossa democracia.

ZePovinho

O nível dos trolls não melhora,desde a época em que eu fazia troça(como Milton Hayek) com o John Bastos(o lorde inglês de M'Boi Mirim).Agora nos aparece uma granfina de narinas de cadáver, arrotando idiotices e querendo nos ensinar política.
É por isso que devemos amar a burrice:ela é eterna.Talvez a única coisa eterna na direita medieval do Brasil.

    Gustavo Pamplona

    Mitlon… eu nem me importo… Lembro que uma vez o John Bastos tentou discutir comigo, mas ele perdeu vergonhosamente… o Ubaldo que apareceu um tempo depois também foi outro mas eu novamente destruí os argumentos num embate.

    Agora sobre o Dvorak, ele era um que não tinha classe (não era muito inteligente) mas trollava bem.

    Teve outros também como o Souzão_1964, Rodolfo… mas eles eram fracos e não duraram muito.

    Bonifa

    Ele assina Carmem mas deu a entender que é do gênero masculino. Carmem é nome dos dois gêneros.

    ZePovinho

    É um homem,Bonifa,mas tem alma feminina.A Carmem Leporina é a famosa granfina de narinas de cadáver do Nelson Rodrigues. Como dizia Nelson,falta um bom tanque de lavar roupas para ela tomar rumo na vida.
    Para essa criatura,tudo cheira a merda- isso porque ela não se dá conta de que a boca está muito próxima do nariz.

Marcelo de Matos

Tem tanta coisa acontecendo que a gente nem se dá conta. O UOL acaba de anunciar que a China superou os EUA como maior potência industrial. E os carros chineses acabam de chegar ao Brasil. Vai demorar um pouco até que comecem a abocanhar fatia importante do mercado. Vai depender de marketing, promoções, mas, eles têm tudo para conseguir. Tinhamos a cultura do "carro pelado" e os chineses são equipadérrimos. Eu até bem pouco tempo só comprava Volkswagen, com direção seca, vidros de manivela. Agora todos vão acostumar com a tecnologia eletrônica. Não dá mais para dizer que a China é "emergente". Já é a maior economia do mundo. O Brasil logo será a quinta. Do jeito que vão as coisas, com a queda do Japão, poderá ser a quarta. Aí emergentes mesmo serão o Egito, a África do Sul, a Indonésia e sei lá mais quem.

    Carmem Leporace

    Você tem certeza que é mesmo NORMAL?

    Carmem Leporace

    Ei velho, lagra desse papo de ""emergente""" larga dessa papo rapaz… emergente é um eufemismo para Subdesenvolvido, é o que nós somos… somos um país subdesenvolvido…. assim como já foi no passado…. ""em desenvolvimento"""..

    Outra coisa, um operário americano ganha entre 18 a 24 dólares a hora, um China ganha, 0,80 centavos de dólar a hora,,, a China tem uma população de miseráveis maior que toda a população do Brasil, o trabalhador Chinês não tem direito algum, não tem INSS, aposentadoria, seguro desemprego, seguro doença … NADA…. vivem ao léu, se ficar doente a empresa manda embora e chama outro…

    Vocês falam tanta tolice aqui que é até difícil comentar…

    Tudo torcida e bobajada, não passas de um fanático querendo ver o suposto fim da maior potência econômica e militar do Planeta.

    Vai demorar ainda rapaz….

    Coitado de você, és muito bem informado mesmo.

    Marcelo de Matos

    Calma, Carminha! Sei que é triste ver um ídolo em decadência. Vocês americanófilos ainda vão sofrer muito. Take it easy, boy. Drink maracujina yet!

    Gus

    Nos EUA tem tudo isto? ehehehehe

    Fabio_Passos

    putz… não sabe nada sobre a China.
    Ignorante e arrogante… é sempre um vexame!

    Marcelo de Matos

    Sim. Você pode até deitar no divã do meu consultório e constatar pessoalmente isso.

    Fernando-Osasco

    Compartilharei um pouco do meu modesto conhecimento de negócios (compro da China desde 2003) . Os carros Chineses são vendidos no Brasil até em mercearia. Nada contra, são bons comerciantes, mas, onde fica o serviço pós venda? São cópias (mal feitas?) de outros países, se já existe problema com marcas com assistência técnica (AT) aqui (ontem teve até um post no blog do Nassif), dá pra imaginar o que será. Fiquei atordoado qdo a Carta Maior publicou os valores que as montadoras remeteram para as suas matrizes, mas, pelo menos estas empresas geram empregos no Brasil. Sobre a minha experiência, os produtos com matéria prima metálica são muito baratos, mas, o metal é nosso, a Vale vende minério barato e as nossas fábricas pagam uma fortuna por metal beneficiado no Brasil. A qualidade dos produtos, vem melhorando a cada ano, mas, ainda enviam produtos defeituosos, sem dizer, que muitas fábricas Chinesas nunca admitem os erros. Estão crescendo, vão dominar o mundo, mas, ainda não são sérios.
    Dona Carmem, Os maiores opositores a implantação de direitos trabalhistas na China são as Megas Corporações Americanas (não seja ingenua)…

    Marcelo de Matos

    "Os carros chineses são vendidos no Brasil até em mercearia". Você está de brincadeira? Leia o que foi publicado recentemente: "No próximo dia 18 será feita a inauguração de 50 concessionárias da marca em 28 cidades brasileiras. Para trazer a JAC para o País, o grupo SHC investiu mais de R$ 380 milhões. A expectativa é vender 35 mil carros (de toda a linha) até o fim do ano. Segundo o presidente da JAC Motors no Brasil, Sérgio Habib, a meta é comercializar 2 mil unidades por mês do J3 e mil do J3 Turin". A fábrica de automóveis chineses de Jacareí teve um investimento inicial de 700 milhões de dólares. Não é fraco não! Os comerciantes brasileiros são assim: vendem produtos chineses porque a margem de lucro é maior, mas, sentam o pau na mercadoria. Por que vendem então? Por que não respeitam o consumidor. O Nassif escreveu esse artigo em janeiro. Ele mete o pau nos produtos chineses porque defende os industriais daqui. O Dirceu também senta o pau na política econômica do governo. Isso é um problema desses blogueiros. A China vai emplacar seus carros por aqui logo, logo.

Carmem Leporace

Muito blá blá e tudo bobagem, para fazer valer a vontade política é preciso ter poder, e esse poder é acima de tudo, """poder militar"""… qual o poder militar que o Brasil possue??? Z E R O.

Sabe aquela pergunta que Stalin fez aos líderes ocidentais, sobre a influência do Papa em suas decisões???? Stalin perguntou…. """Quantas divisões tem o Papa?????""""

Eu pergunto, ""quantas divisões tem a Dilma???""

Não temos poder militar algum, ZERO, logo não temos como fazer valer nossas opiniões.

Volto ao tema depois de ler as costumerias bordunadas que levo aqui, ao trazer um pouco de cultura e informação de qualidade a este espaço.

    Avel de Alencar

    Você é arrogante. Stalin continua no poder e o papa foi destronado?

    Bonifa

    Doidinho…!

    Polengo

    "qual o poder militar que o Brasil possue??? Z E R O."

    eu diria melhor:
    qual o poder argumentativo que carmen leporace possue???
    Z E R O.
    Ou menos cinco, talvez.

Heitor Rodrigues

E ainda dizem que a diplomacia mudou com a Dilma…

    Carmem Leporace

    Vai ver ela vai ajudar a apedrejar a Sakineh, e só contou pra você não é rapaz?

    Avel de Alencar

    Você não é arrogante é masoquista.

    Leider_Lincoln

    Não, ela é troll. Ontem mesmo acusou o Azenha das maiores barbaridades até um comentarista lembrar a Carmem Leporace (que não existe, pode procurar no Google) que o autor da matéria que ela criticava era um jornalista da Folha… Ataca, agride, morde, para evitar que mais gente se manifeste, numa tentativa de pré-ridicularizar.
    Funciona: muita gente não comenta para não entrar em polêmica com esta criatura peçonhenta. Penso que é um des-serviço tolerar uma trollagem assim tão agressiva e explícita!

    Bonifa

    Vou me queixar ao Obama desse cara. Na sua tentativa caipira de ajudar, está deixando os Estados Unidos no ridículo.

    ZePovinho

    Leider

    A Carmem Leporace é mais uma das mal comidas que pululavam na "Vida como ela é" do velho Nelsão.

    Leonardo Câmara

    Esse povo tá babando de raiva porque sabe que o tempo deles acaba de forma melancólica.

    Carmem Leporace

    VOCÊ ESTÁ MENTINDO RAPAZ.

    Jamais ofendi o Azenha aqui, jamais, tão pouco o acusei do que quer que seja, me referi a outro blogueiro, aquele sim, não merece consideração alguma, trata-se de um traíra, é tão prerigoso que até Lula o odeia.

    Pare de mentir rapaz.

    Maria 1

    Pois é, Heitor. Enquanto lia o artigo, pensava nos apressadinhos que classificaram como pífia a posição do Brasil sobre a questão líbia, lamentando a guinada radical da política externa sob Dilma. É salutar ter informações (além das declarações protocolares) antes de dar o veredicto em coisas que muitos de nós sequer consegue perceber o alcance.

    Carmem Leporace

    O Brasil pode fazer o quê do ponto de vista PRÁTICO, em relação a crise da Líbia???

    Rapaz, quem tirou os brasileiros daquele inferno foi o governo ESTADUNIDENSE, atendendo a desesperado pedido de ajuda do Brasil…. nem isso conseguimos fazer….

    Heitor Rodrigues

    De qual inferno vc está falando?

    Bonifa

    Pois é. O PIG agora vai condenar a Dilma por apoiar a Índia e a África do Sul, estas duas ditaduras sanguinárias…

Deixe seu comentário

Leia também