Amanda Lourenço: O sonho americano de Sarkozy

Tempo de leitura: 3 min

O sonho americano de Sarkozy

por Amanda Lourenço, no Porte Dorée

Na França, os documentos divulgados pelo Wikileaks geraram uma série de reportagens no jornal Le Monde, que foi esmiuçando os telegramas ao longo da semana e publicando matérias diariamente. Enquanto o governo Lula foi exposto a um certo anti-americanismo (ou independentismo, dependendo do ponto de vista), a administração Sarkozy, ao contrário, chamou atenção pelos seus esforços em estreitar os laços entre França e Estados Unidos. A verdade é que o presidente francês Nicolas Sarkozy sempre demonstrou grande simpatia pelos ‘states’, mas até agora não se sabia o quanto a diplomacia norte-americana tirava proveito calculadamente dessa devoção. Descobriu-se, por exemplo, que Sarko anunciou sua candidatura à presidência aos americanos no dia 1° de agosto de 2005, dezesseis meses antes de anunciá-la oficialmente na França, confirmam o embaixador americano Craig Stapleton e o conselheiro econômico do então presidente George Bush, Allan Hubbard. Para os americanos, a revelação foi uma grande prova de confiança.

Os telegramas expõem a opinião dos diplomatas americanos sobre Sarkozy, o “presidente mais pró-americano desde a segunda guerra mundial” e “o politico francês que mais apoia o papel dos EUA no mundo”. Desde o anuncio de sua candidatura o entusiasmo foi generalizado e os diplomatas ja falavam em um governo de dez anos (o mandato na França é de cinco anos). Finalmente um adepto do liberalismo e do livre-mercado na França! Um telegrama exalta a intenção de Sarkozy, caso eleito, de “fazer com que a relação entre França e EUA seja a base da diplomacia francesa”. Foi evocada também uma “nova vontade de apoiar os objetivos americanos no Iraque, sob uma administração sarkozista”. O então ministro do interior ja havia demonstrado sua revolta contra a decisão do presidente Jacques Chirac de vetar a invasão do Iraque proposta no Conselho de Segurança da ONU, em 2003. Sarkozy teria aconselhado aos EUA de não invadir e ocupar o Iraque, mas que isso “não o impedia de sentir pessoalmente a morte de soldados americanos no combate”. O veto da França, segundo o atual presidente francês, teria sido “uma reação injustificada e excessiva”.

Depois da posse de Nicolas Sarkozy em 2007, a embaixada americana em Paris teve uma leve decepção com o desempenho do novo presidente: “Sim, Sarkozy é instintivamente pró-americano e pró-israelense e quer renovar uma relação de confiança com os Estados Unidos, mas ele tem pouca experiência em política estrangeira e fala um inglês muito limitado”. Além disso, o conceito de liberalismo para um americano definitivamente não é o mesmo para um francês e se na França Sarkozy é considerado um privatizador desvairado, nos Estados Unidos suas reformas estão longe de satisfazer. Os diplomatas americanos também parecem impressionados com a “presidência espetacularmente impopular” de Sarkozy, mas insistem que apesar disso o presidente se mantém fiel aos principais dossiês de cooperação franco-americana em pauta, como o Irã e o Afeganistão, apesar do grande risco de baixar ainda mais sua popularidade.

É verdade que as relações entre Sarkozy e Obama não têm nem de longe a mesma cordialidade que havia entre Sarkozy e Bush, mas o periodo ainda é favoravel e pode ser considerado como um dos melhores momentos na relação entre os dois paises. Sem duvida, Nicolas Sarkozy continua sendo “o parceiro dos Estados Unidos na Europa”.

A vida pessoal do presidente francês também foi descortinada. Apos a separação de sua ex-mulher Cécilia Attias, um telegrama anônimo declarou que “Sarkozy, um homem muito nervoso mesmo quando tudo vai bem, levanta dúvidas sobre sua capacidade de manter o equilíbrio e se concentrar (no caso de um divórcio). Ele já mencionou sua dependência à Cécilia – ‘minha força e meu calcanhar de Aquiles’ “. A relação com sua nova esposa, Carla Bruni, também foi abordada: “Estimamos que Sarkozy usa a fundo a popularidade pessoal de Carla Bruni, e a popularidade do casal, para avançar os interesses franceses no Brasil”. Pelo visto, Carla não conseguiu cumprir sua missão.


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Comentários

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Lucio Dias

Alguem aqui pode me explicar por que a Dilma tem que engolir o johnbim , empurrado de goela abaixo?

Paulo

Mas vejamos bem.. é como o Chaves disse.. O EUA antes da divulgação dos documentos era uma mulher formosa de bikini fil dental.. mostrando os documentos só retirou o bikini.. quer dizer.. só confirmou o que muitos já suspeitavam…

Paulo

A regra é clara e basica.. Ouviu e fez o que o EUA manda.. se afunda.. para vc ter uma ideia.. até o proprio EUA está afundando.. AHAHAHHAA

Luiz Augusto Barroso

Vai à Posse da Dilma ? Então diga bem alto: FORA JOBIM ! Ela está lá por nossa vontade; e por nossa vontade, Jobim lá não deve permanecer. É um agente do Imperialismo.

Pedro

Ahhh, se fosse no Brasil o PIG tava dando festa agora…

    Paulo

    Se fosse no brasil, era o serra se casando com a Carla bruni.. AHAHAHAH

    Scan

    Que isso!?
    Quem nasce pras Soninhas e Monicas, nunca chega a Carla Bruni.

Marcio H Silva

USA com 50 estados oficiais e um estado associado ( Porto Rico), tem o 52 estado que é a In glaterra, o 53 estado o Canadá, o 54 estado o México e agora ganhou mais um, o 55 estado, a França. Quem diria.

    Paulo

    56 Honduras

    Samir

    57 Israel, 58 Colombia…

ZePovinho

Naõ esqueçam que a Carla Bruni(que disse que Sarkozy tem dois cérebros) tem o pai brasileiro.Ele mora em São Paulo.
Querem melhor garota propaganda dos caças Rafale???

    Regina Maria

    O pai não é brasileiro. Ele é italiano que vive no Brasil. Carla é fruto de um relacionamento extra-matrimonial de sua mãe.

    Paulo

    Rafaele.. ehehehe

ana cruz

São as tais relações carnais…a França colocada de quatro para os USA…

    Paulo

    Olha ia.. foi na onda do EUA.. afundou tbm.. quem foi na direção contraria da onda hj está surfando.. AHAHAHA

claudio

Só preliminarizando, a mulher do cara é uma coisa pálida, esquálida e toda retocada a bisturi e turbinada de silicone. E loira de tintura.
Uma barbi. Só que, lá na França, vota, e dá entrevista no mundo inteiro. Lamentável.

Mas o Sarkozy, coitado.
Encheu, encheu pra ser escalado, e agora só dá balão e faz gol contra.
E pros dois lados!
Mas assim como ele mantém a fidelidade ao tio sam mesmo sob Obama, nós temos que estreitar laços com a França apesar dele.

É o que eu acho.

Marcelo Fraga

Pelo menos esse tem uma esposa bonita, porque de resto é a mesma bos… que o Jobim.

ZePovinho

Sarkozy é cria do mafioso córsego Charles Pasqua,que por sua vez tem laços profundos com a CIA.Essa manufatura de Sarkozy,pelos americanos,foi tema de matéria no site resistir.info e foi enviada para o e-mail do Azenha:

Operação Sarkozy: Como a CIA colocou um dos seus agentes na presidência da República Francesa
http://resistir.info/franca/operacao_sarkozy.html

A fabricação de Nicolas Sarkozy

Apresentado este cenário, retornemos ao nosso personagem principal, Nicolas Sarkozy. Nascido em 1955, é o filho de um nobre húngaro, Pal Sarkösy de Nagy-Bocsa, refugiado em França depois de ter fugido do Exército Vermelho, e de Andrée Mallah, uma judia originária de Tessalónica. Depois de terem três filhos (Guillaume, Nicolas e François), o casal divorcia-se. Pal Sarkösy de Nagy-Bocsa casa-se novamente com uma aristocrata, Christine de Ganay, de quem terá dois filhos (Pierre-Olivier et Caroline). Nicolas não será educado só pelos seus pais, mas mover-se-á nesta família recomposta.

Sua mãe tornou-se a secretária de Achille Peretti. Depois de ter sido co-fundador do SAC, o guarda-costas de De Gaulle havia trilhado uma brilhante carreira política. Fora eleito deputado e maire de Neuilly-sur-Seine, o mais rico arrabalde residencial de Paris, depois presidente da Assembleia Nacional.

Infelizmente, em 1972, Achille Peretti é posto gravemente em causa. Nos Estados Unidos, a revista Time revela a existência de uma organização criminosa secreta, a "União corsa", que controlaria grande parte do tráfico de estupefacientes entre a Europa e a América, a famosa "French connexion" que Hollywood levaria às telas. Apoiando-se em audições parlamentares e nas suas próprias investigações, a Time cita o nome de um chefe mafioso, Jean Venturi, preso alguns anos antes no Canadá, e que não é outro senão o delegado comercial de Charles Pasqua para a sociedade de bebidas alcoólicas Ricard. Evoca-se o nome de várias famílias que dirigiriam a "União corsa", inclusive os Peretti. Achille nega, mas deve renunciar à presidência da Assembleia Nacional e escapa mesmo a um "suicídio".

Em 1977, Pal Sarközy separa-se da sua segunda esposa, Christine de Ganay, a qual liga-se então com o nº 2 da administração central do Departamento de Estado dos Estados Unidos. Ela o desposa e instala-se com ele na América. Sendo o mundo pequeno, como é bem sabido, seu marido não é outro senão Frank Wisner Jr., filho do anterior. As funções de Junior na CIA não são conhecidas, mas é claro que ele desempenha um papel importante. Nicolas, que permanece próximo da sua mãe adoptiva (belle-mère), do seu meio irmão e da sua meia irmã, começa a virar-se para os Estados Unidos onde se "beneficia" dos programas de formação do Departamento de Estado.

Douglas

Mas a divulgação destes emails esta causando muitos problemas pros ‘states’, Barbaridade!! Nossa os americanos deviam se tratar pra ‘mania de perseguição’, os caras são paranóicos. A última foi falando do Sarkozy, líder francês, que usou sua gostosa mulher pra seduzir o barbudinho e persuadi-lo comprar os jatos da França, bah!! Ta louco, se fosse minha mulher eu ia ficar puto.

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