Altamiro Borges: Sindicalismo, é hora de maior ousadia

Tempo de leitura: 5 min

Desafios sindicais no governo Dilma (3)

por Altamiro Borges* , em Adital

A soma de vários fatores – crescimento econômico, relações democráticas com o novo governo e amadurecimento do sindicalismo – confirma que o cenário atual é bem mais favorável à luta dos trabalhadores por seus direitos. Durante os anos de hegemonia neoliberal, os sindicatos ficaram na acuados devido à explosão do desemprego e à regressão do trabalho, que fragmentou a classe e dificultou suas lutas. Hoje, é possível sair da retranca e adotar táticas mais ofensivas, ousadas.

As conquistas recentes na economia e na política não foram dádivas. O sindicalismo foi protagonista destes avanços e se cacifou para propor novas mudanças. Ele sempre defendeu o fortalecimento do mercado interno, o reforço do papel do estado, a valorização do trabalho, a prioridade aos programas sociais e a soberania. Nas 65 conferências promovidas pelo governo Lula, que reuniram 4,5 milhões de pessoas em debates democráticos sobre os rumos do país, o sindicalismo lutou por novo projeto nacional de desenvolvimento.

A militância na disputa eleitoral

Ele nunca aceitou a postura ortodoxa que impera no Banco Central, com o seu tripé de política monetária restritiva, política fiscal contracionista e política cambial entreguista. Sem abdicar da sua autonomia e independência, o sindicalismo reúne hoje melhores condições para interferir politicamente nos rumos do país.

No momento mais difícil da campanha eleitoral, quando Dilma Rousseff foi alvo de baixarias da direita e do bombardeio manipulador da mídia, ele foi às ruas, praças, portas de empresas, filas do transporte para alertar a sociedade sobre o risco do retrocesso. Sua militância foi decisiva para a continuidade do projeto político iniciado pelo presidente Lula. Não é para menos que José Serra, o candidato da direita, fez duros ataques ao movimento sindical, repetindo o coro dos golpistas de 1964 contra a “república sindicalista”.

Hora de maior ousadia

Agora é a hora de partir para ofensiva. De cobrar as promessas de campanha e exigir mudanças urgentes no país. O sindicalismo não pode se limitar à luta corporativa e econômica. Ele precisa politizar suas bases e interferir nos rumos nacionais. No campo político, é urgente defender as reformas estruturais – agrária, urbana, educacional, política, tributária e de democratização da mídia. Ainda na sua relação autônoma com o governo, ele necessita pressionar por mudanças na política macroeconômica, superando o tripé neoliberal que contém o desenvolvimento.

Já no terreno econômico, o quadro atual de retomada do crescimento também permite uma ação mais ousada. Se em plena crise capitalista, 93% das categorias conquistaram reajustes iguais ou superiores à inflação, num cenário de aquecimento é possível exigir muito mais das empresas. Elas estão auferindo lucros recordes e não têm do que choramingar. Fruto do crescimento, a arrecadação dos estados cresce em ritmo vertiginoso. O poder público não pode mais alegar problemas de caixa, não pode mais repetir a falácia da redução de gastos e do “ajuste fiscal”.

Este é o momento para exigir a distribuição dos lucros decorrentes do aumento da produtividade e da arrecadação. Esta é a melhor hora para enterrar os entulhos da regressão trabalhista imposta pelos neoliberais, em especial com suas medidas de precarização da jornada (banco de horas), da contratação (terceirização e outras formas de contratos precários) e da remuneração (salários variáveis). Já no âmbito federal, o fim do fator previdenciário, que arrocha as aposentadorias e pensões e alonga o tempo de trabalho, torna-se uma realidade palpável. Não há porque manter esta fórmula injusta e draconiana, imposta nos tempos neoliberais de FHC.

“Uma reforma revolucionária”

Na contramão da ofensiva mundial de desmonte dos direitos trabalhistas, o Brasil reúne hoje as melhores condições para conquistar a redução da jornada para 40 horas semanais – o que seria uma vitória histórica do sindicalismo brasileiro, uma autêntica “reforma revolucionária”.

No final de 2009, uma Comissão Especial da Câmara dos Deputados aprovou por unanimidade a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 231/95 que institui a redução da jornada de 44 para 40 horas semanais. De autoria dos senadores Paulo Paim (PT/RS) e Inácio Arruda (PCdoB/CE), o texto prevê ainda o aumento do valor da hora-extra de 50% para 75% e veta qualquer redução dos salários. Naquela ocasião, mais de mil ativistas sindicais lotaram as galerias do Salão Nereu Ramos e festejaram a aprovação.

Na sequência, o projeto ficou congelado devido às pressões da bancada patronal. O projeto deve voltar à pauta no início da próxima legislatura. A bancada dos trabalhadores cresceu na última eleição e alguns deputados patronais não foram reeleitos. A correlação de forças no Congresso Nacional agora é mais favorável à aprovação desta medida. O sindicalismo deve colocar como prioridade máxima esta conquista.

Impactos da redução da jornada

Segundo o Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Sócio-Econômicas (Dieese), a redução da jornada “teria o impacto potencial de gerar em torno de 2.252.600 novos postos de trabalho”. Já o fim ou redução das horas extras e uma nova regulamentação do banco de horas, que não permitam aos empresários compensar os efeitos da jornada menor com a intensificação dos ritmos de trabalho, “teria potencial de geração de 1.2000.000 novos empregos”.

Além de gerar quase 3,5 milhões de novos postos de trabalho, a redução daria mais sentido à vida do trabalhador, permitindo maior convívio familiar, lazer e estudo. Ela democratizaria os ganhos de produtividade e impulsionaria o crescimento da economia como fruto da geração de mais emprego, renda e consumo.

Ainda no âmbito do Poder Legislativo, urge retomar a pressão pela ratificação da Convenção 158 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que limita as demissões imotivadas e daria um impulso à ação sindical, contrapondo-se à alta rotatividade no emprego por razões econômicas e políticas. Também avança o debate legislativo sobre os efeitos da terceirização, que rebaixa os salários, retira direitos trabalhistas, aumenta os acidentes de trabalho e, inclusive, gera prejuízos às contratantes devido à ineficiência das terceirizadas. A proposta é coibir esta chaga, garantindo aos terceirizados o mesmo reajuste salarial e os mesmos direitos dos trabalhadores da “empresa-mãe” e, o que é muito importante, que eles sejam representados pelo sindicato do setor.

Gargalos do sindicalismo

Para transformar o atual momento numa “janela de oportunidades”, o sindicalismo deverá ainda também enfrentar seus próprios gargalos. Há sintomas preocupantes de crise que ainda persistem da fase do tsunami neoliberal. Entre eles, quatro se destacam.

Devido ao desemprego e à precarização, os sindicatos reduziram seu enraizamento nas empresas. É urgente investir todas as energias na organização sindical nos locais de trabalho. O sindicato só é forte quando está presente no coração da exploração, quando conta com ativistas dispostos a mobilizar os trabalhadores na luta por seus direitos, contra qualquer tipo de injustiça e opressão.

Outro sinal preocupante é o do afastamento da juventude. Com uma formação individualista e tecnicista, os jovens não se sentem representados nos sindicatos, não possuem uma cultura de valorização da ação coletiva e desconhecem que seus direitos derivam da luta de outras gerações. Para atingir esta juventude, ainda tão distante, é preciso repensar a linguagem do sindicalismo, que está envelhecida, e as formas de atuação. Só a luta economicista não motiva os jovens, que procuram outras formas para se expressar — como a cultura e o lazer.

A estratégica luta de ideias

Um terceiro desafio é o de investir na formação político-sindical, o que ajuda a reciclar antigas lideranças e a forjar novos líderes. A luta de idéias na sociedade é cada dia mais complexa e dura. A mídia manipula informações e deforma comportamentos. As empresas também investem na luta de ideias para seduzir os trabalhadores. Sem um trabalho permanente de formação, que municie as lideranças e estimule o senso crítico, o sindicalismo ficará sempre em desvantagem no embate ideológico – o que dificultará sua capacidade de mobilização e organização.

Por último, ainda no terreno da luta de ideias, o sindicalismo necessita aprimorar seus meios de comunicação, seu contato diário com as bases. Sem repensar sua linguagem e sem utilizar todas as ferramentas hoje disponíveis (jornais, revistas, programas de rádio e televisão, internet) será difícil enfrentar a alienação e o ceticismo reinantes no meio dos trabalhadores, que prejudica a ação coletiva por seus direitos.

Leia também:

O sindicalismo no governo Dilma (1)
O sindicalismo no governo Lula (2)

* Altamiro Borges é jornalista, presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa “Barão de Itararé” e membro do Comitê Central do PCdoB


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Comentários

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CC.Brega.mim

devíamos todos
encampar essa luta
redução da jornada de trabalho já!

Fabio_Passos

Olha só que exemplo positivo: Uma empresa que voluntariamente reduziu a jornada de trabalho para 40Hrs e também reduziu custos… devido ao aumento de produtividade do trabalho.

Tem empresário que já "redescobriu a roda": O trabalhador com melhor qualidade de vida é mais produtivo.
Prá outros empresários atrasados, infelizmente, trabalhador é mero insumo produtivo. Uma ignorância terrível.

Confiram:

“Ganhamos o dobro” http://centrodeestudossindicais.wordpress.com/201

"
“Há pouco mais de um mês”, relatou o diário, “o Laboratório Buenos Ayres, farmácia de manipulação de medicamentos com cerca de 500 funcionários, resolveu fazer um teste, e reduziu a jornada de 44 para 40 horas semanais. O presidente da empresa, Sérgio Marques, se comprometeu em manter a jornada reduzida desde que houvesse ganhos de produtividade.” Os trabalhadores retribuíram em dobro, conforme constatou. “Reduzimos quatro horas na semana e ganhamos o dobro em produtividade”, observou Marques, cuja opinião não encontra respaldo no pensamento dominante no meio empresarial acerca do tema.
"

Cícero

O empregador depende do empregado tanto quanto este depende daquele. E nessa correlação de dependência mútua, todos têm papel relevante na construção e no crescimento da empresa. Como tudo vida, também há prós e contras tanto para o patrão quanto para o funcionário. Entretanto, pesadas as forças, verifica-se que o empregador leva uma certa vantagem sobre o empregado. Daí ser importante o fortalecimento do sindicalismo nacional para
a efetiva defesa dos direitos do trabalhador.

Todavia, para aumentar as oportunidades de emprego, não basta reduzir a jornada de trabalho, é preciso também desonerar a folha salarial, especialmente no que tange à arrecadação previdenciária, fazendo com que o Tesouro Nacional reponha as perdas da previdência, atualmente suportadas em grande parte pelo empregador. A Dilma, em entrevista à Rádio Tupi, no Rio, disse que pretende enviar ao Congresso medida propondo mecanismos para diminuição da arrecadação previdenciária com o fim desonerar a folha salarial. Tenho certeza de que tanto a bancada dois trabalhadores quanto a patronal apoiarão a idéia.

Luís Felipe

caramba! reduzir a jornada para 40h eu não considero avanço!

avanço seria reduzir para menos de 40 h! 35 ou até mesmo 30 horas! aí sim!

seria interessante também que o tempo que levamos para ir até o serviço fosse contabilizado. porque por trás dessas 40 horas semanas (que na verdade são 45 horas em função da empresa, pois não conta o horário de almoço, diferentemente de outros países) há uma demagogia muito grande: passamos 3 horas do dia no trânsito. ao todo, são 12 horas do nosso dia dedicadas à empresa.

por isso, reduzir a jornada para 40 horas NÃO É MAIS DO QUE A OBRIGAÇÃO!

Baixada Carioca

Tem uma discussão que sindicalista no aparato sindical odeia discutir: fim da reeleição. Sem uma rotatividade dos trabalhadores nos aparelhos sindicais, fica difícil até para ser sindicalizado. Eles fazem do mandato sua profissão e adeus companheiros!

coelho

Espero que a nossa Presidenta da República ouça tanto os Sindicatos e Asssociações como ouve os partidos políticos, pois tenhoa certeza que as representações de trabalhadores e trabalhadoras foram mais importantes para a vitória dela que um tal de PMDB, que fica aí fazendo um monte de exigências, querendo, como sempre, encher o executivo com seus quadros de incompetentes e mercadores.

sergior

A relação do governo Lula com o sindicatos está expressa na relação com o ANDES-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior). A CUT apoiou a chapa de oposição na eleição de 2004 para o sindicato. Perdeu. Deu sustentação, então, à criação de uma outra entidade e à fragmentação do ANDES. Esta última semana, o ministério do trabalho deu carta sindical a uma entidade regional, quebrando a unicidade sindical da categoria organizada no ANDES-SN. Arbítrio, manipulação, uso da máquina pública em proveito da CUT e contra as entidades sindicais que teimam em se manter independentes do lulismo.

El Cid

Na Assembleia, PCdoB e PT são contra lei delegada – Notícias de Minas Gerais – Portal Vermelho
http://t.co/M26PpiH

Carl Brutadilewski

Azenha, peço que divulgue esse texto

http://espacobanal.blogspot.com/2010/11/o-darwini

Altamiro Borges: sindicalismo, é hora de maior ousadia « CartaCapital

[…] *Matéria publicada no Viomundo […]

Jairo_Beraldo

Antes de proporem destruir a classe patronal, sejamos sensatos, que devemos na verdade é fortalece-la. Se todos tivessem o dom da gestão, não teríamos classes de trabalhadores atrelados a ela. seríamos todos patrões. A lógica de Lula é a regra a ser seguida, que já foi sindicalista radical, mas em época de desigualdade social.

    Recruta

    O dom da gestão (ou de empreender, ou de ser bom jogador no jogo capitalista) é só um entre zilhões de dons existentes. Não pode ser tratado de forma especial, ou semi-endeusado, como o capitalismo faz. Achar que alguem que tem esse dom tem todas as respostas é achar, por exemplo, que o Pelé é automaticamente bom comentarista ou técnico só por ter sido bom jogador…. E os diversos dons complementam-se mutuamente, tendo, no fim, igual importancia na teia da vida humana, da mesma forma que o motor de um carro nao é mais importante que a roda, pois sem qualquer um deles não pode haver automóvel….

    Fabio_Passos

    O economista Muhamed Yunus – doutor em economia nos eua e laureado prêmio nobel da paz em 2006 – que é o "papa" do microcrédito afirma categoricamente que esta história de alguns serem empreendedores e outros não… é uma falácia. Um preconceito. Um mito. Uma mentira.
    A opinião dele é que "empreendedorismo" é algo que se desenvolve. Uma capacidade inata de todo o ser humano que pode ser estimulada e florescer ou restringida e nunca brotar.
    E ele fala isso com base na experiência de ter oferecido e acompanhado a experiência do microcrédito para mais de 6 milhões de pobres/miseráveis…
    Compartilho desta visão.

    Além disso o trabalhador brasileiro é internacionalmente reconhecido como um dos mais criativos do mundo.
    O aumento de produtividade do trabalho no Brasil é em muito fruto desta criatividade e empreendedorismo do nosso trabalhador.

    Jairo_Beraldo

    Quero dizer que Abilio Diniz, Antonio Ermírio, Samuel Klein, dentre outros estrangeiros, geram empregos, fomentam a economia, pagam impostos e gerem seus negócios como se brincassem de caça ao tesouro. Bobagem querer deturpar estes grandes homens. Não coloco nsta lista, aqueles que vivem as custas das tetas do governo, como os barões da mídia, claro!

    Fabio_Passos

    Se eles são contra a redução da jornada de trabalho estão jogando errado. Jogando mal. Precisam mesmo de um técnico que os oriente.

    CC.Brega.mim

    nenhuma grande riqueza
    foi acumulada
    sem exploração do trabalho
    grandes exploradores
    é o que você quis dizer…

    Fabio_Passos

    Tem uma notícia importante prá você, Jairo.
    Vivemos uma época de imensa desigualdade social.

    Em desigualdade, aliás, só perdemos para Guatemala, Suazilândia, República Centro-Africana, Serra Leoa, Botsuana, Lesoto e Namíbia. Somos dos campeões em desigualdade.

    E por incrível que pareça, a renda do trabalho em relação ao PIB é menor hoje do que durante a época do sindicalista Lula. Quem diz é o IPEA.

    Enquanto isso a produtividade do trabalho cresceu de forma fabulosa… mas os benefícios não foram apropriados pelos trabalhadores.

easonnascimento

Estas "modificações" ou avanços, não serão fáceis de serem conquistadas. Será necessário travar uma luta mais intensa, em virtude dos resultados importantíssimos que o sindicalismo necessita trazer para a categoria. Os "inimigos" não estão derrotados.
http://easonfn.wordpress.com

Cícero

Referindo-me ainda à PEC 231/95, preocupa-me apenas uma eventual reação dos empregadores como, p. ex., repassar para o preço dos produtos e serviços os gastos adicionais com novas contratações. E essa preocupação procede porque a idéia é reduzir as horas de trabalho SEM redução do salário, mas se os empregadores aumentarem os preços dos produtos e serviços, seria o mesmo que trocar seis por meia dúzia. Os salários perderiam o seu poder aquisitivo o que corresponderia, da mesma forma, a uma redução salarial. É preciso, pois, uma medida legal que impeça uma eventual manobra do empresariado nesse sentido.

Cícero

Altamiro Borges mais uma vez traz à tona um tema muito importante para a classe trabalhadora brasileira.

Tratando especificamente da PEC 231/95, entendo o seguinte:

1. Quanto a empenho dos sindicatos no sentido de pressionarem o Congresso para aprovação da PEC 231/95, tenho certeza de que toda a força sindical do país estará unida em torno desse propósito.

2. Aprovada a proposta e transformada em lei, a jornada de trabalho normal passará de 44 para 40 horas semanais. Seria uma grande para a classe trabalhadora brasileira, uma vez que metade dos países membros da ONU já adotaram o limite legal de 40 horas semanais de trabalho (segundo pesquisa da OIT). Jon Messenger, um dos responsáveis pela pesquisa, afirma que a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais ocorrerá mais cedo ou mais tarde de maneira gradual no mundo inteiro. Nesse sentido, estamos no caminho certo.

3. Quanto à elevação do valor da hora extra de 50% para 75%, também seria bem recebido por milhares de trabalhadores que já incorporaram o valor das horas extras à sua renda mensal. São muitos os trabalhadores que necessitam de trabalhar mais do que o horário normal para assegurar maiores rendimentos. Mas se isso, do ponto de vista econômico, é bom para o trabalhador, torna-se prejudicial do ponto vista da saúde e da segurança do próprio trabalhador.

4. A redução da jornada de trabalho forçaria os empregadores a contratarem mais para atender a demanda. A contratação de novos funcionários resultaria no fim das horas extras, o que representaria, como já dissemos antes,
mais saúde e segurança no trabalho, porém, menos dinheiro no bolso dos viciados em trabalho extra. Entretanto as vantagens são maiores do que o prejuizo. O funcionário trabalhará menos pelo mesmo salário. Trabalhando menos, sobrar-lhe-á mais tempo para viver, especialmente a sua vida familiar.

5. De um modo geral, trata-se de uma ótima proposta que, uma vez aprovada, resultará em benefício para a classe trabalhadora e em oportunidade para os desempregados, já que a redução da jornada de trabalho provocará a contratação de novos funcionários.

RODRIGO SÉRVULO

MUITA CALMA NESSA HORA
http://midiacaricata.blogspot.com/2010/11/muita-c

SAUDAÇÕES DEMOCRÁTICAS

Fabio_Passos

Temos de comemorar que durante o governo Lula conseguimos recuperar a participação da renda do trabalho para algo próximo a 35% do PIB.

Confiram: http://brasilfatosedados.files.wordpress.com/2010

Agora é preciso elevar esta participação para mais de 60% do PIB.

Klaus

Minha jornada de trabalho é de 40 horas semanais, portanto seria errado ser contra que os outros tivessem um direito que tenho. Mas não se criarão estes milhões de empregos que se alardeia com as mudanças propostas. Não basta fazer uma continha de aritmética para se chegar a estes valores. Caso ocorram estas mudanças, se investirá mais na produtividade por trabalhador e o aumento de vagas será irrisório.

Fabio_Passos

A redução da jornada de trabalho para 40hrs já está mais do que madura.
É algo simplesmente justo. E ainda vai reduzir sensivelmente o desemprego.

Não é correto que os imensos ganhos de produtividade do trabalho sejam todos apropriados pelo capital.

    Jairo_Beraldo

    Tem-se que ter cuidado em ver só um lado. Isso gera custos….custos geram aumento de despesas…aumento de despesas gera inflação.

    Carl Brutadilewski

    Não é a contratação do trabalhador que gera as maiores despesas ao empresário.

    Fabio_Passos

    Correto.

    E já há casos de empresários que voluntariamente reduziram a jornada de trabalho para 40hrs e constataram aumento de produtividade do trabalho… reduziram custos!!!

    Fabio_Passos

    Não tem cabimento impedir um avanço civilizatório com esta conversa. Cheira a chantagem.
    Os ganhos de produtividade do trabalho são fabulosos de 1988 até hoje. Compensam n vezes o aumento de custos que pode e deve ser absorvido pelo capital. Aumento de preços é risco alto em ambiente competitivo. Alternativa tem: Reduzir lucros.

    CC.Brega.mim

    antigamente se falava isso
    que tinha que arrochar o trabalhador
    pra não ter inflação
    era essa mesma a desculpa
    pra não repartir o bolo, lembra?

M.A.P

Prezado jornalista
Só falta combinar com os "russos" ; isto é a parte mais forte do sindicalismo cujos interesses estão atrelados a taxa "SELIC"

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