Requião aos governadores e deputados: Todos, menos os ricos e a mídia, pagaremos pelo impeachment

Tempo de leitura: 2 min

senador-roberto-requiao-209197Abril de 2016

Carta aos Governadores e Deputados Federais,

À  margem de ideologias e de querelas político-partidárias, o governo ou governos anunciados para depois do impeachment prenunciam consequências econômicas e sociais desastrosas para a sociedade brasileira. Já vivemos a maior crise econômica de nossa história, com uma contração da economia de cerca de 8% em dois anos, e a perspectiva concreta de taxas de desemprego sem precedentes levando a um progressivo estágio de degeneração social com conflitos no campo e nas cidades, e de convulsões sociais generalizadas.

A maioria dos Estados está literalmente falida. Salários de servidores estão sendo cortados ou adiados, obras públicas estão sendo paralisadas, funções fundamentais dos governos estaduais tem sido canceladas. É preciso reconhecer com franqueza que a crise se deve sobretudo à política econômica adotada a partir de 2015 na forma de um ajuste fiscal absolutamente injustificável no contexto de uma depressão econômica. Embora involuntariamente, a operação Lava Jato também contribuiu para o agravamento da crise.

Mas o impeachment, isoladamente, não resolverá esses problemas. Da mesma forma a derrota do impeachment, sem outras consequências, não os resolverá. O fato é que temos uma estreita margem de manobra entre uma alternativa e outra. A derrota do impeachment dará à Presidenta Dilma uma oportunidade de rever sua política conforme a demanda universal daqueles que lhe dão apoio. A aprovação do impeachment, por sua vez, pela palavra de seus proponentes principais, significará um aprofundamento do ajuste depressivo.

A Ponte para o Futuro pregada pelo PMDB de Temer é um pacto regressivo que visa a destruir os direitos sociais básicos conquistados pelo povo brasileiro em 88. Mais grave ainda é a política fiscal anunciada pelo senador José Serra, sob forma de projeto de lei congelando o teto da dívida pública e portanto impedindo a realização de investimentos deficitários em tempos de recessão e depressão. A consequência direta disso seria a quebra definitiva dos Estados, estrangulados que estão pela draconiana Lei de Responsabilidade Fiscal, que ele considera cláusula pétrea.

A síntese da crise se manifesta na questão fiscal, ainda manejada segundo os cânones neoliberais, de interesse exclusivo dos especuladores financeiros. A desorganização orçamentária do Governo federal e dos Estados reflete a quebra da soberania nacional em questões financeiras. A política econômica brasileira, com exceção dos anos 2009 e 2010, renunciou voluntariamente ao crescimento. A despeito de recessão e da depressão, nos recusamos a recorrer ao investimento deficitário e ao aumento temporário da dívida, embora sabendo que, numa depressão, a única saída é recorrer ao déficit público temporário, até que a economia volte a crescer de novo.

Se essa posição ideológica prevalecer – e é certo que prevalecerá em caso de impeachment – o Brasil afundará numa crise sem precedentes, que arrastará Estados numa avalanche de desorganização fiscal e inadimplência, afetando profundamente o setor privado. Nada será garantido. Ciclos sucessivos de depressão estrangularão as contas públicas em ajustes recorrentes, estrangulando gastos públicos e salários, inclusive de aposentados e pensionistas. Em suma, todos, menos os ricos e a mídia, pagaríamos pelo impeachment.

José Carlos de Assis                         Roberto Requião

Economista e professor                  Senador da República

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“Caiu a máscara do conspirador”
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O MURO DE BRAz-ÍLHA
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Nelson

Falei, no comentário anterior, que a crise mundial é crise violentíssima. Pois, a forma como Sistema Capitalista vai tentar resolvê-la é a clássica destruição de parques produtivos.

Há uma enorme capacidade de produção instalada – na verdade, de superprodução – e não há o correspondente mercado capaz de consumir a produção. Daí vem a redução da taxa de reprodução dos lucros na economia real.

Para desovar essa grande produção, haveria a necessidade de melhorar a renda das pessoas criando mais vagas de emprego com salários melhores. Mas, o capitalismo, pela lógica a ele intrínseca, não admite repartir a renda; sempre tende a concentrá-la ainda mais.

Para isso, é preciso cortar salários e benefícios e postos de trabalho. O resultado: o déficit de consumidores, na comparação com o tamanho da produção, só aumenta, incrementando ainda mais a crise.

Resumindo. O capitalismo já deu o que tinha que dar. Não há como garantir a cada ser humano a vida minimamente digna a que ele tem direito sob tal sistema econômico-produtivo. A humanidade precisa, urgentemente, engendrar um outro sistema se quiser ainda sonhar com algum futuro.

Em tempo. E eu nem coloquei, a alimentar esse “braseiro”, a questão, gravíssima, da monumental crise gerada pela destruição ambiental. Quem nela pensar com profundidade, chegará, facilmente, à conclusão de que o sistema econômico-produtivo em que estamos mergulhados, o capitalismo, não se coaduna, de modo algum, com a necessária e inadiável preservação da nossa “casa comum”, a Mãe Terra.

Nelson

Que o empresariado, principalmente os médios, pequenos e micro, que são a grande maioria e que, ao que parece, também em sua maioria estão a apoiar o golpe, leiam com bastante atenção esta carta do Requião.

Essa parcela do empresariado, que adora dizer-se bem informado, nada consegue enxergar do que realmente se passa no país e no mundo. Em sua cegueira, a crise é só brasileira e o resto do mundo está em franca recuperação.

Não, meus caros. A crise é mundial, é violentíssima e está longe, muito longe de ser resolvida.

FrancoAtirador

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Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
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Prenuncia Realização do Sonho de Bolsonaro
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caso vá adiante o Golpe de Cunha/Temer.
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A Bancada BBB já vibra com a Perspectiva.
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(http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2016/04/politica/491460-me-preocupa-muito-o-dia-seguinte–diz-marco-aurelio-mello-do-stf-sobre-eventual-impeachment.html)
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A População Brasileira e toda a Mídia Internacional Séria
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está se perguntando, neste Momento Triste para o País:
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Como é que póde um Bando de Políticos Desmoralizados
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Comandados por um Gângster Mafioso na Câmara Baixa,
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com o Objetivo Único de Cassar a Presidente da República,
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decidir, no Canetaço, o Destino de 200 Milhões de Pessoas
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e isso ainda ser Encarado como Trivial pela Imprensa Local?
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FrancoAtirador

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Boneco de Ventríloquo
Jovair Arantes é Fêiqui
do Eduardo Cunha
#SabeDeNadaInocente
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(http://altamiroborges.blogspot.com.br/2016/04/veja-arquiva-folha-corrida-de-jovair.html)
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Boneco-Relator foi Escolhido Chefe da Casa* pelo Ventríloquo
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Leitor do Relatório do Impíxi é o Favorito de Eduardo Cunha
para substituí-lo na Presidência da Câmara dos Deputados,
em Eventual Afastamento do Atual Detentor da Chefia da Casa*.
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“Estou com Eduardo Cunha até debaixo d’água”,
repete Jovair Arantes pelos corredores da Câmara Federal,
quando indagado sobre se vai se pedir a renúncia
do presidente da Câmara Federal, após a divulgação de documentos
que atestam que Cunha tem dinheiro aplicado em bancos da Suíça,
sob a suspeita de que se tratam de recursos desviados da Petrobras.
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Nos bastidores, os seguidores de Eduardo Cunham
dão preferência para dois deputados
próximos ao atual presidente da Câmara:
o próprio Jovair Arantes e Andre Moura (PSC/SE).
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A estratégia é a de manter no comando da Casa
um nome que siga as orientações de Cunha
e garanta o apoio do chamado ‘baixo clero’,
isto é, os deputados com pouca expressão
política no Congresso Nacional.
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[DM com informações da Folhapress]
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(http://www.dm.com.br/politica/2015/10/aliado-de-cunha-jovair-arantes-cotado-para-assumir-presidencia.html)
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Histórico Partidário
do Relator do Impíxi
na Comissão do Cunha
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JOVAIR ARANTES
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Deputado Federal (GO)
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Filiações Partidárias:
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PMDB = 1983-1989
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PSDB = 1990-2003
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PTB = 2003 – ….
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Bob Jeff também esteve lá para abraçar seus “Vilões Favoritos”
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Onze anos depois de ter o mandato cassado, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ)
voltou hoje (6) à Câmara para defender a aprovação do impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
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Militante da chamada tropa de choque do ex-presidente Fernando Collor Mello,
cassado em 1992, Jefferson disse hoje que Dilma não tem mais condições
de se manter à frente do país.
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Conhecido por suas frases de efeito, disse que o colega de partido Jovair Arantes (GO),
relator da Comissão Especial do Impeachment, fez “um golaço de rasgar a rede”
ao defender o prosseguimento do processo de afastamento.
“Ele merece um troféu”, disse.
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Segundo Jefferson, Cunha trava uma batalha contra o PT,
da qual vai sair vitorioso. “Ele vai vencer o duelo.
O Lula nunca esperou encontrar um pistoleiro tão bom:
rápido de gatilho, que atira pelas costas, atira na tocaia,
rouba no jogo de pôquer, assalta o banco da cidade.
O Lula nunca esperou encontrar um pistoleiro a altura dele.
Ele [Cunha] é o meu herói”, ironizou.
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(http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-04/cassado-em-2005-roberto-jefferson-volta-camara-para-defender-o-impeachment)
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Sidnei Brito

E por que a mídia não pagaria pelo aprofundamento da crise? O Requião não explicou.
Pois bem. Acho que ele só quis jogar no ar, e talvez não tenha explicado para não parecer leviano.
Desconfio que há, nos bastidores, algum acordo entre a mídia e possíveis beneficiários políticos dos despojos em caso de golpe.
Seria um PROER da mídia?

Urbano

Sua Excelência Senador Requião, qual será mesmo o motivo do Poder Judiciário da República do Brasil se encontrar tão inerte e, por conseguinte, ceder tanto espaço para o poder justiceiro dos bandidos da oposição ao Brasil? Afinal de contas, vem ser o absurdo do absurdo uma Nação como a brasileira se ajoelhar para uma facção bandida; não é verdade?

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