Professores da USP ao lado da maioria: “Repudiamos o desmonte dos direitos”

Tempo de leitura: 2 min

Imagens da Avenida São João e outros pontos do centro da cidade de São Paulo no comecinho da manhã deste histórico 28 de abril de 2017: A greve é geral, mesmo!  Crédito das fotos: Fernando Sato e Terremoto, Jornalistas Livres

MANIFESTO DOS PROFESSORES DE GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DA USP EM APOIO À GREVE GERAL

Nós, professoras e professores do Curso de Gestão de Políticas Públicas da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP vimos por meio desta manifestar nosso apoio à convocação da greve geral realizada por centrais sindicais e movimentos sociais para este próximo dia 28/04 contra as reformas trabalhista e da Previdência Social.

O atual governo tem baixíssima legitimidade política para impor ao país uma agenda de reformas impopulares, que se tivesse sido submetida às urnas, muito provavelmente não teria sido aprovada.

Afinal, esta agenda faz recair sobre os trabalhadores os custos do ajuste das contas públicas da União, dos estados e dos municípios.

Ao mesmo tempo, grandes empresas continuam figurando entre os maiores sonegadores de tributos do país e muito pouco é feito para que se corrija esta situação.

Repudiamos a forma como essa agenda tem sido imposta, a toque de caixa, sem diálogo com a sociedade civil, por um parlamento e por um governo repletos de investigados por atos de corrupção.

Nossa concepção é a de que a construção de um Brasil mais justo, mais próspero e mais democrático passa, necessariamente, pela expansão e pela consolidação de direitos aos que deles mais necessitam, pela implementação de políticas que tragam consigo a legitimidade das urnas e pela ação do Estado voltada à redistribuição da renda e da riqueza.

A luta árdua de gerações de brasileiras e brasileiros para que pudéssemos construir, a duras penas, nosso arremedo de Estado de Bem Estar Social durou décadas, da criação dos direitos trabalhistas nos anos 1930 até os programas de combate à pobreza nos anos 2000, passando pela promulgação da Constituição de 1988.

Todo aquele enorme esforço e aquele conjunto de direitos têm sido postos sob ameaça pelo atual governo em questão de meses. Cumpre portanto, à maioria do povo brasileiro, contrapor-se a atual dinâmica de desmonte destes direitos. E é ao lado desta maioria que nós, acadêmicos, entendemos dever estar neste momento crucial da História brasileira.

São Paulo, 26 de abril de 2017.

Prof. Dr. Agnaldo Valentin

Prof. Dr. Alexandre Ribeiro Leischenring

Prof. Dr. André Gal Mountian

Profa. Dra. Cristiane Kerches da Silva Leite

Prof. Dr. Danilo Tavares

Prof. Dr. Eduardo de Lima Caldas

Profa. Dra. Gisele Craveiro

Prof. Dr. Jaime Crozzati

Prof. Dr. Jorge Alberto Machado

Prof. Dr. José Carlos Vaz

Prof. Dr. José Renato Campos Araújo

Prof. Dr. Luis Gustavo Bambini de Assis

Prof. Dr. Martin Jayo

Prof. Dr. Pablo Ortellado

Profa. Dra. Renata Bichir

Profa. Dra. Ursula Dias Peres

Profa. Dra. Vivian Urquidi

Prof. Dr. Wagner Iglecias

Leia também:

Com o papa Francisco, católicos na linha de frente da greve


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!

Deixe seu comentário

Leia também