Paulo Copacabana: Lula deve escolher entre ser um mito ou estadista

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Lula e Mujica 5

Lula no governo já e todos os setores progressistas na rua a partir de 18 de março

A última cartada

por Paulo Copacabana, especial para o Viomundo

Não há mais espaço para dúvidas. As forças golpistas entraram em sua fase final: Lula não terá espaço para tentar construir uma nova agenda para o país sem imunidade. Tornou-se perseguido político pela Lava Jato e por tantos outros promotores e juízes locais pelo país afora.

Sua prisão ou a perda de direitos políticos é questão de pouco tempo. Será preso político.

Sem Lula no jogo, Dilma cai ou capitula definitivamente diante de uma agenda antinacional, antipopular e antidemocrática.

Deve cair antes, em um rearranjo político contemplando setores do PMDB e do PSDB. Os contornos deste quadro todos já conhecemos. Criminalização e perseguição completa dos movimentos sociais e sindicais. A luta poderá até ser mais longa do que em 64, mas o resultado será semelhante. Forte regressão nos direitos sociais, políticos e econômicos da população.

Impedir que isso ocorra nos próximos meses exige uma única cartada: LULA NO GOVERNO JÁ E TODOS OS SETORES PROGRESSISTAS NAS RUAS A PARTIR DO DIA 18 DE MARÇO.

Lula no governo, porém, não pode ficar imobilizado na democracia representativa, negociando com um Congresso corrupto.

Deve assumir funções de líder da Participação Social, construindo uma nova agenda nacional, popular e democrática. Para tanto, deve percorrer o país e conversar com todos os setores da sociedade, sobretudo com os setores populares, que estão literalmente órfãos neste momento.Deve, neste processo, radicalizar os instrumentos de participação e decisão popular dentro da esfera pública.Tornaria-se, ao mesmo tempo, um super porta-voz do governo.

Parcelas expressivas da classe média branca querem soluções messiânicas e autoritárias. Já vimos este filme.

Só a radicalização da democracia com Lula à frente pode romper este impasse e apontar novos caminhos para a superação da crise de nossa democracia representativa.

Será uma dura travessia, desta vez com enfrentamento de classes, como nunca poderia deixar de ser.

Fora disso, o governo Dilma não terá a menor condição de retomar a agenda pela qual foi eleita.

Fora do governo, muitos alegam que Lula pode defender a família, ser preso e tornar-se mito.

Lula deve escolher entre ser um mito ou estadista.

Os mitos nos impulsionam para uma guerra entre a vida e a morte. Lula e o lulismo não se prepararam para isso até aqui.

Os estadistas constroem os espaços de convivência e vida, mesmo diante de profundas diferenças.

Hoje precisamos de estadistas.

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Comentários

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Lukas

O texto diz o que Lula deve fazer, como se ele fosse o Presidente da República e não Dilma.

Mas, peraí, ele É o Presidente da República. Erro meu, desculpem-me.

Falaram tando de golpe que ele veio de onde não se esperava.

Dilma é a PRESIDENTA EMÉRITA a partir de agora.

Rodrigo Leme

Um texto para a seção “humor” do site.

Messias Franca de Macedo

ALGUNS EXCERTOS MEMORÁVEIS DO DEPOIMENTO DO PRESIDENTE LULA À PF

Delegado da Polícia Federal:¬ Ok. Vou mudar agora um pouco do tema da investigação, vamos tratar um pouquinho da Petrobras, como eu falei no início, em relação às construtoras. O senhor tem algum relacionamento… Qual o relacionamento que o senhor tinha com a Petrobras à época do mandato presidencial?

Declarante [presidente Lula]:¬ Não… deixa…

Delegado da Polícia Federal:¬ Vamos, deixa eu avançar, deixa eu avançar porque está muito genérico.

(…)

Declarante [presidente Lula]:¬ Não, não tinha sido feito [as tais reformas no tríplex que nunca foi do presidente Lula – adendo nosso], porque, como a insinuação da imprensa era de que estava sendo feito, o que o Instituto quis dizer na nota é que se fosse feito eu teria que pagar a diferença.

Delegado da Polícia Federal:¬ Certo, certo, ok.

Defesa: – Se fosse comprado.

Declarante [presidente Lula]: – É, porque se você compra uma galinha e ela vale dois contos e quando você vai ela está com três pintinhos, ela vai valer mais.

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