Mario Marona: Em defesa da solidariedade e da coerência

Tempo de leitura: 2 min

SOLIDARIEDADE, SIM, MAS COERÊNCIA TAMBÉM

por Mario Marona, no Facebook

Você, que ficou calado quando Moro vazou conversa da presidente da República com Lula e da mulher do Lula com os filhos;

você, que viu e não reagiu quando o JN e toda a imprensa divulgaram tais gravações ilegais de maneira escandalosa, sem qualquer censura ou cuidado ético;

você, que agora se revolta quando vazam conversa de jornalista com fonte.

Alguém está vendo sua incoerência ou sua indignação seletiva.

Alguém fará você lembrar daquele poema do pastor Niemoller:

“Quando os nazistas levaram os comunistas, eu calei-me, porque, afinal, eu não era comunista. Quando eles prenderam os sociais-democratas, eu calei-me, porque, afinal, eu não era social-democrata. Quando eles levaram os sindicalistas, eu não protestei, porque, afinal, eu não era sindicalista. Quando levaram os judeus, eu não protestei, porque, afinal, eu não era judeu. Quando eles me levaram, não havia mais quem protestasse”.

Ou alguém pode lembrar a você estes versos de Maiakovski:

Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na Segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

PS do Viomundo: O criador deste site, Luiz Carlos Azenha, trabalhou sob a editoria de Mario Marona no Jornal Nacional.

PS2 do Viomundo: Leitores corrigem a autoria do poema. É de Eduardo Alves da Costa e se intitula “No caminho, com Maiakóvski.

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Comentários

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Lisbeth Salander

Os versos nao sao de Maiakovisky, mas de Eduardo Alves da Costa (Niterói, Rio de Janeiro, 6 de março de 1936) e se intitula “No caminho, com Maiakóvski”. Por favor Azenha, podes adicionar uma nota ao post?

Obrigado.
A.A.

Bacellar

Talvez seja uma falha de caráter mas eu sofro de indignação seletiva…Achei absurda, inconstitucional, imoral, ilegal, irresponsável e criminosa a divulgação das conversas pessoais do presidente Lula.

…Mas quero mais é que o rola-b* se f*…

Avisei durante o golpe que emanações pútridas escapavam da arca golpista, que nação desestabilizada e com instituições agindo à esmo fica à deriva…Que o gênio não volta pra garrafa ou, em português claro, a m* depois de c* não volta pro c*…Que o preço que todos pagaríamos -trabalhadores, juristas, empresários, políticos- seria alto demais…Agora meus amigos; não se surpreendam com nada.

Marcelo

Prezado, o poema não é de Maiakovski, mas de Eduardo Alves da Costa e se chama “No caminho com Maiakovski”. O trecho reproduzido é a segunda estrofe, muito famosa por sinal.
A confusão comumente realizada decorre provavelmente do título do poema.
Abraços.

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