Igor Felippe: Kátia coloca futuro da agricultura a reboque do atraso

Tempo de leitura: 4 min

Kátia Abreu -- petição contra a sua indicação

Kátia Abreu fará da Esplanada dos Ministérios palco de protestos

por Igor Felippe, no Escrevinhador 

Antes de fazer qualquer avaliação, vamos apresentar um pressuposto: a agricultura é um setor importantíssimo da economia brasileira, que sustenta o superavit na balança comercial, com a exportação de produtos primários.

A soja em grão, o farelo de soja, a carne bovina, a celulose e os couros e peles estão no topo do ranking dos recordistas em vendas do país no mercado internacional, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Assim, o governo federal absorver no ministério um ator político desse setor corresponde ao peso econômico da agricultura. No entanto, a questão é avaliar qual é o melhor nome para representar a agricultura brasileira e os interesses nacionais.

A agricultura brasileira é um setor bastante complexo e heterogêneo, em relação a tamanho das propriedades, à produtividade, ao tipo de produção, ao nível de agroindustrialização, à destinação da produção (mercado interno ou exportação), à maior ou menor incorporação do produtor às grandes empresas do agronegócio.

A definição do ministro da Agricultura pressupõe, então, uma avaliação sobre as necessidades do curto prazo, como o fortalecimento dos setores competitivos que sustentam a balança comercial, e de longo prazo, a partir da projeção dos desafios da agricultura nos próximos 30 anos.

No curto prazo, o setor mais competitivo é de produtos agrícolas sub-industrializados, com baixo valor agregado, em associação às grandes empresas transnacionais, para atender a demanda do mercado externo.

O potencial da agricultura brasileira no longo prazo vai além da exportação de matéria-prima, mas deve fomentar uma indústria nacional de alta tecnologia para agregar valor à produção, dar competitividade ao país no mercado internacional e atender as demandas internas, contribuindo para a substituição de importação.

Um desafio é o desenvolvimento de uma nova matriz tecnológica, sob controle nacional, que supere a dependência das indústrias estrangeiras que desenvolvem sementes, fertilizantes, agrotóxicos e viabilize a produção de alimentos mais saudáveis, sem agrotóxicos.

A partir dessa avaliação, a conclusão é que, definitivamente, a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), não é o melhor nome para assumir o Ministério da Agricultura.

Embora tenha uma atuação como senadora e presidente de entidade de classe que busca fortalecer o conjunto dos grandes proprietários, Kátia Abreu representa um segmento atrasado de latifundiários, que não alcançou o patamar de produtividade para atender as demandas de curto prazo da economia brasileira. Aí está um dos motivos para a reação do Grupo JBS à indicação.

Kátia Abreu tem raízes em um segmento que tem a terra como um instrumento de poder e reserva de patrimônio, sem vocação para a produção, sem qualquer responsabilidade com a preservação do meio ambiente e que vê no fortalecimento da agricultura uma oportunidade para especulação, tanto para vender a propriedade como para o arrendamento.

Um Ministério da Agricultura a reboque dos latifundiários mais atrasados será uma âncora para um dos setores mais importantes da economia brasileira. Em vez de uma atuação para fortalecer os setores mais dinâmicos e para construir as bases de um novo modelo agrícola, o ministério atuará para atender aqueles que tratam a terra como um ativo para especulação.

Um paralelo para ilustrar o papel de Kátia Abreu no Ministério da Agricultura: é como se a Dilma colocasse no Ministério das Cidades o dono de uma imobiliária, com experiência na compra e venda de terrenos, casas e apartamentos, com pouco tino para organização do espaço urbano.

Em relação às perspectivas de longo prazo, o ideal de agricultura que a presidente da CNA tem como modelo se sustenta na grande propriedade para a produção de commodities, na mecanização intensiva que expulsa as famílias do campo, na utilização sem qualquer regulação dos agrotóxicos e na produção para o mercado externo. Nesse modelo, o meio rural é um espaço de produção, uma “fábrica verde”, submetido aos interesses das grandes empresas estrangeiras.

Esse modelo de agricultura não coloca o país no trilho do futuro. O Brasil precisa de uma agricultura que induza o desenvolvimento do interior, com base em investimentos em ciência, tecnologia e inovação a partir das pesquisas nacionais. Assim, viabilizar a geração de empregos, a construção de infraestrutura, educação, saúde, cultura, comunicação e lazer, criando novos polos como alternativas às grandes metrópoles.

Além disso, a agricultura deverá atender a demanda crescente por alimentos saudáveis, com o controle crescente do uso de agrotóxicos e o desenvolvimento de tecnologia para operar a transição para um modelo agroecológico.

Se a presidenta Dilma quer no ministério um nome forte, com peso na sociedade e representativo de um setor da economia, o nome de Kátia Abreu não cumpre os pré-requisitos e deixará o governo com o carimbo do latifúndio, da grilagem, do trabalho escravo e da destruição do meio ambiente.

Essa pecha, inclusive, prejudica as empresas que exportam para a Europa, que tem aumentado as exigências em relação à origem da produção e dos impactos sociais e ambientais. Certamente, as entidades de defesa do meio ambiente farão uma campanha internacional para denunciar os vínculos da ministra com o desmatamento da Amazônia.

A entrada de Kátia Abreu no ministério não contribui decisivamente para a consolidação de uma base do governo no Congresso Nacional. Com aproximação com a presidenta Dilma, a senadora foi isolada da Frente Parlamentar da Agropecuária, a chamada bancada ruralista do Congresso.

Além disso, ela não tem trânsito na bancada do PMDB, que não assumiu a indicação e a vê como uma “cristã-nova”, que fez um movimento calculado para virar ministra. Assim, não garantirá necessariamente votos para a aprovação de projetos do governo no Parlamento.

Dilma fez uma opção no primeiro governo de escalar para o Ministério da Agricultura nomes sem grande expressão, que tiraram a pasta de cena. A nomeação de Kátia Abreu colocará o ministério na vitrine, mas fará dele alvo de movimentos dos sem terra, pequenos agricultores, indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais, além de ambientalistas..

Assim, os efeitos colaterais para a presidenta serão maiores do que os benefícios que se pode atribuir à nomeação de uma ministra que não poderá viajar para o exterior nem trabalhar tranquila em seu gabinete, com os gritos dos militantes e dos carros de som nos protestos que se multiplicarão na Esplanada dos Ministérios. E que certamente passarão pelo Palácio do Planalto.

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Intelectuais assinam manifesto contra Joaquim Levy e Kátia Abreu


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FrancoAtirador

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A SORRATEIRA VIOLÊNCIA GENOCIDA QUE VEM DE CIMA

A Mídia-Empresa Fascista só faz Sensacionalismo

com a Violência entre Indivíduos Isoladamente.

Nunca trata dos Crimes praticados por Empresas

que podem causar a morte de centenas de pessoas.

“Se você é pobre, a única maneira provável de você machucar alguém
é da maneira tradicional: violência artesanal, digamos.
Com as mãos, com uma faca, com um porrete,
ou talvez violência manual moderna, com uma arma ou com um carro.

Mas se você é tremendamente rico, você pode praticar violência
numa escala industrial sem nenhum trabalho manual da sua parte.

Você pode, por exemplo, construir uma fábrica exploradora de trabalhadores
que vai desmoronar em Bangladesh, e matar mais pessoas do que qualquer
assassino em massa jamais matou, ou você pode calcular o risco-benefício
de colocar substâncias tóxicas e máquinas defeituosas e inseguras no mundo,
como fabricantes fazem todos os dias.

Se você é governante de um país, pode declarar guerra e matar milhares ou milhões.

E as superpotências nucleares ainda têm a opção de destruir uma boa parte da vida na terra.

Assim como os barões do carbono. Mas quando falamos sobre violência, quase sempre falamos da violência que vem de baixo, não de cima.”

(http://www.feministacansada.com/post/102413720005)
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Observe-se que nos crimes recentes de Contaminação do Leite UHT com Formol

responsabilizaram só os transportadores, mas não as Indústrias de Laticínios

que processaram o produto contaminado, embalaram e venderam nos supermercados.

http://abre.ai/leite-envenenado
http://abre.ai/leite-contaminado-com-formol
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Mário SF Alves

Igor Felippe,

Seu texto é claro, e quase profético.

Um engenheiro agrônomo realista, democrata e devidamente habilitado não teria feito melhor. Parabéns.

De fato, é disso que se trata:

1- “O potencial da agricultura brasileira no longo prazo vai além da exportação de matéria-prima, mas deve fomentar uma indústria nacional de alta tecnologia para agregar valor à produção, dar competitividade ao país no mercado internacional e atender as demandas internas, contribuindo para a substituição de importação.

Um desafio é o desenvolvimento de uma nova matriz tecnológica, sob controle nacional, que supere a dependência das indústrias estrangeiras que desenvolvem sementes, fertilizantes, agrotóxicos e viabilize a produção de alimentos mais saudáveis, sem agrotóxicos.”

2- “Esse modelo de agricultura não coloca o país no trilho do futuro. O Brasil precisa de uma agricultura que induza o desenvolvimento do interior, com base em investimentos em ciência, tecnologia e inovação a partir das pesquisas nacionais. Assim, viabilizar a geração de empregos, a construção de infraestrutura, educação, saúde, cultura, comunicação e lazer, criando novos polos como alternativas às grandes metrópoles.

Além disso, a agricultura deverá atender a demanda crescente por alimentos saudáveis, com o controle crescente do uso de agrotóxicos e o desenvolvimento de tecnologia para operar a transição para um modelo agroecológico.”

    Mário SF Alves

    Resta saber:

    1) Quem ou que grupo teria o perfil técnico e político capaz de encarar esse desafio?

    2) Com que forças e grau de liberdade o Governo Federal contaria para rumar nesta direção?

    3) Dadas as circunstâncias, todas, inclusive as internacionais, essa direção seria politicamente viável?

jõao

Renata não será ouvida por nenhum jornal

O Conversa Afiada reproduz texto de Paulo Nogueira, extraído do Diário do Centro do Mundo:

UM DEPOIMENTO SOBRE GRAÇA FOSTER QUE A IMPRENSA NÃO VAI PUBLICAR

Você se informa melhor nas redes sociais no que na grande mídia em muitos assuntos.

Este é um fato da Era Digital.

Tente achar na Folha, na Globo ou onde for um perfil que ajude você a conhecer melhor a personagem que está no centro dos holofotes: Graça Foster, presidente da Petrobras.

Nada.

Gosto de citar uma das missões mais nobres do jornalismo: jogar luzes onde há sombras. Mas as grandes empresas jornalísticas, movidas por seus interesses políticos e sobretudo econômicos, fazem rotineiramente o oposto: acrescentam sombras onde já as há.

Para conhecer melhor Graça Foster encontrei, ao pesquisar a Petrobras no Twitter, uma “conversa” entre Leilane Neubarth, da Globonews, e a jornalista Renata Victal.

Regina trabalhou na Petrobras três anos e meio, e conta que conheceu Graça há mais de vinte, “quando nem gerente era”.

A conversa se iniciou quando Leilane anunciou, no Twitter, que ia entrevistar Venina Velosa da Fonseca, “uma brasileira digna de respeito, que nos enche de orgulho”.

Renata cumprimentou Leilane. “Parabéns pelo trabalho, Leilane. A Petrobras deve explicações”, escreveu Renata.

Repare: ela estava cumprimentando Leilane.

Um tuiteiro chamado Oldon Machado entrou na conversa. “Não seria o caso de aprofundar o trabalho investigativo do Valor antes de comprar “heróis”? Calma, imprensa.”

Este tuite deveria estar pendurado em toda redação. O senador Demóstenes não teria sido tratado como herói se o conselho despretensioso de Oldon Machado fosse seguido.

Renata achou que devia explicações, embora a observação fosse a Leilane. “Não compro herói, nem acho que a Graça tem culpa. Muito pelo contrário. A conheço bem e sei que é honesta.”

Terminado o espaço de 140 caracteres, ela continuou: “Apenas acho que a denunciante também tem seu valor e coragem. Quem trabalha ou já trabalhou na Petrobras sabe …”

Renata, veja, reconheceu o “valor e a coragem” de Venina. “Como cidadãos, temos de cobrar a apuração dos fatos.”

Isto mostra um pensamento independente, dentro das atuais circunstâncias, e dá mais valor a seu depoimento.

Vou destacar algumas frases:

“Trabalhei com a Graça três anos, mas a conheço há uns vinte. Mais honesta não há.”

“Tenho certeza de que estas notícias estão aí, em parte, pelo trabalho da Graça, mulher íntegra e honesta.”

“Quem conhece confia. Eu seria a primeira pessoa a criticar se soubesse de algo. Não tô ganhando nada para defender ninguém.”

“Desde que assumiu, Graça Foster tem feito tudo para tirar a empresa do buraco e tapar o ralo por onde escoa o nosso dinheiro.”

“Aliás, não entendo por que tamanho silêncio. Ela tem como provar que está tapando esses ralos.”

“Nunca conheci pessoa que trabalhe mais e melhor que a Graça. Ela é determinada, tem o pensamento ágil e é honesta. Tem também bom coração.”

“Dei minha opinião sobre o caso Graça Foster-Petrobras porque não consegui ficar calada diante das coisas que tenho lido.”

É o chamado “outro lado”. Mas quem, na mídia, quer ouvir depoimentos como o de Renata Victal?

Quem conhece as redações de hoje sabe. Se um repórter chega aos editores com uma entrevista com alguém que diga coisas parecidas com o depoimento espontâneo e acidental de Renata Victal, corre um risco sério de ser despedido.

A pontapés.

Mauro Assis

O texto parte de um pressuposto: a senadora Kátia Abreu representa os que tem a terra como uma reserva de valor. O que embasa essa conclusão? O texto não diz.

A ressalva da senadora quanto ao Friboi e vice-versa não é essa que o texto diz. Basta dar um google e descobre-se quais são.

“A nomeação de Kátia Abreu colocará o ministério na vitrine, mas fará dele alvo de movimentos dos sem terra, pequenos agricultores, indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais…” O texto diz que o ministério foi irrelevante durante o primeiro governo Dilma, com o que aliás concordo. Se esses atores citados vão se movimentar, ótimo para o ministério, que de toda forma terá saído do ostracismo.

Luciano Costa

Fora de Pauta

UM TIJOLAÇO NA CABEÇA DO PIG

http://tijolaco.com.br/blog/?p=23686

A incrível fábrica de pecadores convertidos na Petrobras
13 de dezembro de 2014 | 07:29 Autor: Fernando Brito

venina

Ontem, ia escrever sobre o suposto aviso de uma gerente – Venícia Fonseca – de que havia gastos irregulares na área de comunicação da Diretoria de Abastecimento e, depois, na Refinaria Abreu e Lima.

Desisti porque a resposta da Petrobras havia sido pífia, tratando os fatos com uma contenção inadmissível a quem está sendo atacado com acusações desta natureza.

Como a empresa, depois, deu maiores informações e, agora, já é possível tratar do episódio, com fatos e lógica, sem cometer leviandades ( adoto o termo de Aécio, para que não restem dúvidas).

Aos fatos e às versões, para que os leitores julguem.

A Folha descreve assim o primeiro caso denunciado pela funcionária:

As primeiras denúncias de Venina Fonseca referiam-se a pagamentos de R$ 58 milhões por serviços que não foram realizados na área de comunicação, em 2008.Segundo a gerente, ela procurou Costa para reclamar dos contratos. Este teria apontado uma foto do presidente Lula e questionado Venina se ela queria “derrubar todo mundo”, relata a reportagem.

O leitor do jornal, portanto, fica supondo que manteve-se a irregularidade.

O que só se reforça, ao final da matéria, quando a Folha vai ouvir “o outro lado” e limita-se a registrar que a empresa “diz ter instaurado comissões internas em 2008 e 2009 para averiguar os indícios de irregularidades em contratos e pagamentos da gerência de Comunicação da diretoria de Abastecimento e que o resultado das análises foi “encaminhado às autoridades competentes”.

Sem que isso implique qualquer desconsideração pelo que teria dito a ex-gerente, era dever da Folha ter registrado que a Petrobras, mesmo numa resposta pífia, que o “ex-gerente da área” (assim, sem o nome, que é Geovane de Moraes) teria sido demitido em abril de 2009, embora tenha conseguido adiar o afastamento com sucessivas licenças médicas. Como, aliás, faz hoje.

E porque não o fez de imediato, quando já sabia que o caso não fora “deixado para lá”, mas tornou-se objeto de apuração na empresa – ao contrário do que diz Venina – e da decisão de demitir o responsável pela “área de comunicação”? Tanto que a própria Folha o publicou em 22 de junho de 2009, inclusive com insinuações nada suaves de que o gerente Geovane de Moraes teria beneficiado interesses petistas.

Repito, não uso de acusações ou defesas levianas, mas de fatos publicados.

E, aliás, recentemente republicados, pela Época, em setembro, onde se fica sabendo que o cidadão é filiado ao PMDB, não ao PT, foi objeto de investigação por ordem da Presidência da Petrobras e que o assunto foi mandado, como deveria ser, à Polícia, mais especificamente à 10a. Delegacia Policial, onde consta do Procedimento 005.07275 do mesmo ano de 2009.

Se o caso era para “derrubar todo mundo”, inclusive o Presidente Lula – cujo retrato, diz Venícia, Paulo Roberto Costa apontou – parece que não se teve medo de apurar, não é?

Se a demissão de Geovane levou tanto tempo para se consumar, por força de licença psiquiátrica, é o caso de saber-se se havia acordo coletivo impedindo demissões durante licença – sei que há garantindo complementação do INSS até por quatro anos, justo o prazo em que ele voltou e foi mandado embora – ou se seu chefe, Paulo Roberto Costa, passou-lhe a mão na cabeça até sua própria demissão, em 2012.

Esclarecido o caso inicial, que é objetivo, passemos ao perfil da denunciante.

Foi, durante muitos anos, pessoa de confiança de Paulo Roberto Costa, muito antes do governo Lula. Trabalhou com ele, no período FHC e foi ele quem a levou, como pessoa de estrita confiança, para a Diretoria de Abastecimento. Coisa que ela própria descreve, no e-mail mostrado ontem no Jornal Nacional:

“Diz que desde 1999, quando conheceu o então diretor, teve muitas oportunidades de crescimento. Destaca que “tendo a sorte de trabalhar com ele, saí de uma situação de extrema pobreza e dificuldade na infância para o cargo de gerente executiva da Petrobras, atuando na diretoria de abastecimento”.

Lá, dirigiu licitações, foi do conselho da refinaria Abreu e Lima e tudo o que se podia esperar de proximidade com alguém que a tirou ” de uma situação de extrema pobreza e dificuldade na infância”.

Durante dez anos, portanto, Venina foi unha e carne com Costa e aceitou suas falcatruas, como parece ter ocorrido ?

E agora, quando a Comissão Interna da Petrobras lhe aponta responsabilidades nos casos que podem, em tese, levar à sua demissão ou arrolamento em processos criminais (além daqueles que responde no TCU), é acometida de uma crise de honestidade e começa a usar um suposto e-mail dirigido a Graça Foster como álibi?

Porque o e-mail divulgado no JN mostra, sem nenhuma dúvida, que Venina foi cúmplice de Costa: “me deparei com a possibilidade de ter de fazer coisas que supostamente iriam contra as normas e procedimentos da empresa, contra o Código de Ética e contra o modelo de gestão que implantamos não consegui criatividade para isso. Foi a primeira vez que não consegui ser convencida a fazer. Não consegui aceitar a forma. No meio do diálogo caloroso e tenso ouvi palavras como ‘covarde’, ‘pular fora do barco’ e ‘querer me pressionar’. Confesso que eu esperava mais apoio e um pouco mais de diálogo”.

Como assim “diálogo”?

– Ah, querida, é só mais uma roubadinha, vai… Eu sei que você é honesta, que aceita eu roubar só por gratidão, e sabe que eu roubo só porque preciso, porque eu estou enojado, já te contei…

Ainda bem que a imprensa brasileira não é levada a sério. Porque, senão, íamos ter uma inflação de santos, tanta gente safada que se “converte” à moralidade quando sabe que, por razões políticas, vai ganhar perdão por suas “delações premiadas”.

Vlad

Que bom se fosse só a musa da UDR que colocasse o Brasil a reboque do atraso.

Parece que os últimos desgovernos encarregaram-se de provar que o complexo de vira-latas não era complexo:

http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,endividado-brasil-se-retira-de-eleicao-para-juiz-da-corte-da-onu,1606557

Irene Rir

Fora de Pauta, mas importante:

Reportagem sensacionalista do jornal O Globo, publicada há uma semana, tratava da suposta entrega de um triplex ao ex-presidente Lula na Praia das Astúrias, no Guarujá, pela empreiteira OAS; “De sua ampla sacada, poderá ver a queima de fogos, que acontece na orla bem defronte do seu prédio, feito pela OAS, empresa investigada pela Operação Lava-Jato”, dizia a reportagem; o problema: nem Lula, nem Marisa Letícia são donos do imóvel; têm apenas uma cota do empreendimento e poderão adquiri-lo, ou não, nas mesmas condições oferecidas aos outros cooperados; leia a nota divulgada nesta sexta pelo Instituto Lula

12 DE DEZEMBRO DE 2014 ÀS 19:25

“O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já pode passar o “reveilon” na Praia das Astúrias, no Guarujá, área nobre do litoral Sul de São Paulo. De sua ampla sacada, poderá ver a queima de fogos, que acontece na orla bem defronte do seu prédio, feito pela OAS, empresa investigada pela Operação Lava-Jato. É que na semana passada terminaram as obras de reforma do apartamento triplex no Edifício Solaris, que ele e dona Marisa Letícia, sua mulher, compraram por meio da Bancoop — a Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo —, ainda na planta, em 2006. Acusada de irregularidades e em crise financeira, a Bancoop deixou três mil famílias sem receber os sonhados apartamentos.”

Assim começava uma reportagem do jornal O Globo, publicada há uma semana (leia aqui), sobre a entrega de um imóvel que foi transferido pela Bancoop à construtora OAS. O problema: Lula e Marisa Letícia não são donos do triplex. Compraram uma cota do imóvel e poderão, agora, decidir se irão adquiri-lo, ou não, nas mesmas condições oferecidas a todos os cooperados. Leia, abaixo, nota postada por Lula em seu Facebook:

Nota sobre o suposto apartamento de Lula no Guarujá

Dona Marisa Letícia Lula da Silva adquiriu, em 2005, uma cota de participação da Bancoop, quitada em 2010, referente a um apartamento, que tinha como previsão de entrega 2007. Com o atraso, os cooperados decidiram em assembleia, no final de 2009, transferir a conclusão do empreendimento à OAS. A obra foi entregue pela construtora em 2013. Neste processo, todos os cooperados puderam optar por pedir ressarcimento do valor pago ou comprar um apartamento no empreendimento. À época, Dona Marisa não optou por nenhuma destas alternativas esperando a solução da totalidade dos casos dos cooperados do empreendimento. Como este processo está sendo finalizado, ela agora avalia se optará pelo ressarcimento do montante pago ou pela aquisição de algum apartamento, caso ainda haja unidades disponíveis. Qualquer das opções será exercida nas mesmas condições oferecidas a todos os cooperados.

Assessoria de Imprensa
Instituto Lula

Elias

No turfe, nem sempre o melhor Puro Sangue é o vencedor. Sem contar as zebras que não poucas vezes surpreendem. E também não se deve esquecer a influência e o comando do jóquei. Temos quatro páreos (anos) pela frente. Se Vencermos
pelo menos dois, já está de bom tamanho. Um otimista, como eu, pensa em vencer os quatro. É só uma questão de ter peito para apostar.

Julio Silveira

Ainda que muitos petistas e apoiadores de Dilma digam ser natural a Katia Abreu a frente de um ministério deste governo, pata mim é uma aberração e um golpe profundo, mas por eu ainda acredito em dignidade que politica deveria ser feita com honra e respeito, principalmente aos eleitores.

renato

Deixe eu dar uma boa noticia a vocês..
GRANDE NOTICIA!!!!
O Banco do Brasil, tirou ajuda ao time de VOLEI.
Fim da mordomias.
Trinta e tres milhões desviados pela Federação.
E Bernadinho diz que sente muito…agora vamos
ter que nos virar sem este dinheiro..
Muito bem CGU..
E os outros DILMA, com LUPA..

renato

Não acredito que esta mulher voltou a fazer parte do pensamento da Esquerda deste País.
É um desrespeito até com CV, que deixou agora seu trabalho nas mãos da DILMA.
Eu não leio mais nenhuma com esta Mulher.

Mariá

O julgamento do TSE e o caso do triturador de papel
sex, 12/12/2014 – 18:29
Atualizado em 12/12/2014 – 18:35
Luis Nassif
Dois episódios mostram a manobra articulada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para o julgamento das contas de campanha de Dilma Rousseff.

Na fase de avaliação das contas, a Asepa (Assessoria de Exame das Contas Eleitorais e Partidárias) incluiu nas “faltas graves” o fato de trituradores de papel, adquiridos pela campanha, terem sido lançados no campo “bens não duráveis”. Alegavam os técnicos que o correto seria lança-los em “duráveis”.

Foram questionados na hora por um Ministro que acompanhava os traballhos, que indagou se sabiam qual o tempo de vida útil de cada equipamento. “Duram menos que uma torradeira elétrica”, ensinou-lhes, e ainda os criticou pelo fato de tratarem como “graves” questões de tal irrelevância.

O segundo episódio foi na própria avaliação do parecer por Gilmar Mendes.

Este salientava a “gravidade” do lançamento fora de prazo de despesas efetuadas.

Um dos Ministros explicava que é praxe os comitês receberem as notas e, primeiro conferir se os serviços registrados foram devidamente prestados, para depois pagar. Isso explicava o fato de notas emitidas no período do primeiro balanço de campanha só terem sido quitadas no período seguinte.

Gilmar insistia na gravidade do tema, quando a Internet passou a noticiar a rejeição das contas do governador eleito de São Paulo Geraldo Alckmin, pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) pelos mesmos motivos. O Ministro informou Gilmar do ocorrido. Caberia aos advogados de Alckmin recorrer ao TSE.

Obviamente se Gilmar considerasse falta grave na prestação de contas de DIlma, teria que adotar o mesmo critério quando fosse analisar as contas de Alckmin.

Gilmar acabou concordando tratar-se de mero problema forma

Mariá

Fora de Pauta

O julgamento do TSE e o caso do triturador de papel
sex, 12/12/2014 – 18:29
Atualizado em 12/12/2014 – 18:35
Luis Nassif
Dois episódios mostram a manobra articulada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para o julgamento das contas de campanha de Dilma Rousseff.

Na fase de avaliação das contas, a Asepa (Assessoria de Exame das Contas Eleitorais e Partidárias) incluiu nas “faltas graves” o fato de trituradores de papel, adquiridos pela campanha, terem sido lançados no campo “bens não duráveis”. Alegavam os técnicos que o correto seria lança-los em “duráveis”.

Foram questionados na hora por um Ministro que acompanhava os traballhos, que indagou se sabiam qual o tempo de vida útil de cada equipamento. “Duram menos que uma torradeira elétrica”, ensinou-lhes, e ainda os criticou pelo fato de tratarem como “graves” questões de tal irrelevância.

O segundo episódio foi na própria avaliação do parecer por Gilmar Mendes.

Este salientava a “gravidade” do lançamento fora de prazo de despesas efetuadas.

Um dos Ministros explicava que é praxe os comitês receberem as notas e, primeiro conferir se os serviços registrados foram devidamente prestados, para depois pagar. Isso explicava o fato de notas emitidas no período do primeiro balanço de campanha só terem sido quitadas no período seguinte.

Gilmar insistia na gravidade do tema, quando a Internet passou a noticiar a rejeição das contas do governador eleito de São Paulo Geraldo Alckmin, pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) pelos mesmos motivos. O Ministro informou Gilmar do ocorrido. Caberia aos advogados de Alckmin recorrer ao TSE.

Obviamente se Gilmar considerasse falta grave na prestação de contas de DIlma, teria que adotar o mesmo critério quando fosse analisar as contas de Alckmin.

Gilmar acabou concordando tratar-se de mero problema formal

    Vlad

    Gilmar é nosso e nóis é dele.
    No mais ele só faz é cena pra parecer inimigo e assim preservar sua bovinice na sombra.
    Acho que todos nós chapa-brancas, deveríamos ir lá dar um beijo no Gilmar, nosso benemérito.
    Imagine se lá no imério yankee isso ia ser assim facim!
    Nem nunca.

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