Ignacio Ramonet: As 12 vitórias de Maduro em 2017 confirmam que ele continua sendo “indestrutível”

Tempo de leitura: 3 min
30/07/2017- Venezuela- O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, elogiou os venezuelanos pela "lição de coragem" e "maior participação histórica" nas eleições, de domingo, para a Assembleia Constituinte. Foto: Governo da Venezuela

Para Ramonet, Maduro continua sendo “indestrutível”

por Ignacio Ramonet, em Resistência, via Vermelho

O jornalista e analista político Ignacio Ramonet destacou nesta segunda-feira (1/1), em um artigo opinativo, 12 triunfos obtidos em 2017 pela Revolução Bolivariana, liderada pelo presidente Nicolás Maduro.Ramonet assinala que o mandatário venezuelano confirmou assim que continua sendo, como dizem seus seguidores, “indestrutível”.

Leia abaixo os 12 triunfos descritos por Ramonet:

1 – Exercícios de Ação Integral Anti-imperialista Zamora 200, manobras cívico-militares organizadas pelo presidente Maduro em 14 de janeiro, com a finalidade de enfrentar o golpe parlamentar promovido pela direita. Na atividade participaram 578.230 homens e mulheres entre profissionais da Força Armada Nacional Bolivariana (Fanb), milicianos e movimentos sociais.

2 – Massiva participação do povo em 23 de janeiro ao chamado que Maduro fez a uma marcha para conduzir os restos mortais de Fabrício Ojeda ao Panteão Nacional, no mesmo dia em que se realizava uma manifestação da oposição.

“Pôde-se ver claramente como o chavismo popular domina as ruas, enquanto que a oposição exibia suas divisões e sua fraqueza extrema”, expressa Ramonet.

3 – Solidariedade diplomática da maioria dos Estados latino-americanos e caribenhos, frente à campanha de ingerência contra a Venezuela, assim como os constantes ataques desde a Organização de Estados Americanos (OEA) respaldados pelos setores mais extremistas da oposição e dirigentes políticos de direita na América Latina.

Depois desta constante ingerência por parte da OEA, a Venezuela decidiu em abril iniciar o processo de retirada dessa organização.

4 – Convocação, eleição massiva e instalação da Assembleia Nacional Constituinte (ANC). Diante do chamado que o mandatário fizera em 1º de maio do ano passado, mais de oito milhões de venezuelanos respaldaram a instalação da ANC, com a finalidade de garantir a paz e derrotar as ações violentas perpetradas pela oposição entre abril e julho, ações violentas que deixaram um saldo de mais de 120 mortos e mil feridos.

“No dia seguinte, como havia vaticinado o presidente, as ‘barricadas’ se dispersavam, a violência se desvanecia, a paz voltava a reinar (…) O presidente Maduro conseguiu desse modo derrotar as ‘barricadas’ e abortar a evidente intentona golpista”, enfatizou Ramonet em seu artigo.

5 – Vitória eleitoral de 15 de outubro nas eleições regionais, em que 18 dos 24 governos do país passavam às mãos da Revolução Bolivariana, e em 10 de dezembro se somou o de Zúlia.

6 – Triunfo nas eleições municipais de 10 de dezembro, com a obtenção de 308 prefeituras do total de 335 – 93% dos municípios do país -. A Revolução Bolivariana obteve a maior vitória que uma força política já recebeu na história da Venezuela, “enquanto que a contrarrevolução confirmava sua impopularidade com uma queda vertical de seus eleitores, perdendo mais de dois milhões e 100 mil votos”.

7 – Criação da comissão para consolidar o refinanciamento e a reestruturação da dívida externa, anunciada em 3 de novembro, com o propósito de superar as agressões financeiras.

Depois do anúncio, o Governo Nacional se reuniu com um grupo de credores da dívida venezuelana procedentes dos Estados Unidos, Panamá, Reino Unido, Portugal, Colômbia, Chile, Argentina, Japão e Alemanha.

8 – Diante do bloqueio para adquirir medicamentos, o presidente concretizou, também em novembro, a chegada ao país de importantes carregamentos de insulina procedentes da Índia.

9 – A criação da moeda digital Petro, criptomoeda que estará lastreada pelas reservas energéticas e minerais da nação, contribuirá com o processo de recuperação e relançamento econômico em 2018, ao fortalecer o sistema financeiro, contrapor-se ao bloqueio à nação e aceder a novas formas de financiamento internacional.

10 – Avanços sociais através do Carnê da Pátria, que permitiu fortalecer toda a política de proteção ao povo das missões e grandes missões impulsionadas pela Revolução Bolivariana, com programas que abordam diretamente os setores mais vulneáveis do país.

11 – Grande ofensiva contra a corrupção no setor petroleiro.”Nada parecido havia ocorrido em cem anos da indústria petroleira venezuelana. Esta foi sem dúvida a vitória mais comentada do presidente Maduro nos finais de 2017″, diz Ramonet.

Desde agosto de 2017 foram feitas 69 prisões, que incluem 18 altos cargos dentro da Pdvsa e no Ministério do Petróleo.

Entre eles destacam-se as ordens de apreensão contra Rafael Ramírez, ex-ministro do setor e ex-titular da Pdvsa durante 10 anos; de Eulogio del Pino e Nelson Martínez, também ex-presidentes da estatal.

12 – Fazer com que a oposição se sente à mesa de diálogo. “Desta vez no cenário neutro da República Dominicana, sobre a base do respeito e do reconhecimento mútuo (…) Semelhante avanço rumo à paz foi talvez a mais apreciada vitória do presidente”, ressalta Ramonet.

Desde 2013, o presidente Maduro fez 338 chamados ao diálogo e à paz. Somente em 2017 fez 269 convites à oposição venezuelana para encontrar uma solução aos problemas, pela via do diálogo permanente e do estabelecimento de um acordo mínimo de convivência, sendo estes 11 e 12 de janeiro uma nova jornada de diálogo para a paz.

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Comentários

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Nelson

Para os que seguem acreditando nas mentiras pregadas pelo PIG sobre a Venezuela.

De 2011, quando foi lançado o programa Grande Missão Vivienda Venezuela (GMVV), o país construiu nada menos de 1.932.869 casas populares, das quais, 572 mil foram entregues às famílias no ano passado. Isto tudo com o país em crise. Imagine o que poderia ser feito se a situação econômica estivesse um pouco melhor.

Esta é uma das diferenças básicas que os venezuelanos enxergam nos governos bolivarianos. Estivesse a direita no comando, e a riqueza do país estaria sendo carreada, em sua maior parte, para a elite dominante e para as corporações multinacionais, deixando migalhas para esmagadora maioria da população.

Como sabem que a direita, como está a fazer no Brasil e na Argentina, vai passar a roubar o povo novamente, os venezuelanos seguem apostando em Maduro e no bolivarianismo, ainda que o atual governo tenha lhes trazido algumas amargas decepções.

a.ali

aos lucas almeida, lulipe e outros bobinhos da corte, após o “tratado” do nélson, conseguiram absorver algo??? aproveitem que a aula foi de graça!

Nelson

Se o senhor se dispusesse, Sr Almeida, a deixar, um puco pelo menos, de se [de]informar por meio do PIG, e buscasse informações nos meios alternativos à mídia hegemônica, tais como esse blog, pouparia a nós, leitores do Viomundo, de lermos invencionices como essa, de que a Venezuela é uma ditadura, e pouparia a si próprio de dar mancadas por aqui.

A grande ditadura implantada no mundo é a do Sistema de Poder que domina os Estados Unidos, boa parte do planeta, e tem anseios de dominá-lo por inteiro. Procure se informar, Sr Almeida, para saber quais governos mais utilizaram suas forças armadas para invadir países, destruí-los, matar seus habitantes e dobrar os povos que ousaram não se submeter à ditadura que queriam impor.

“Mesmo a pequena Venezuela é ameaçada com intervenção militar simplesmente porque o país quer controlar o seu próprio destino e não ser controlado por Washington e pelos bancos de Nova York”. Quem escreveu isso, Sr Almeida, foi o economista Paul Craig Roberts, nascido nos EUA.

Roberts foi sub-secretário do Tesouro dos EUA durante o governo de direita de Ronald Reagan. Portanto, não pode ser acusado de esquerdista, socialista, comunista ou de padecer de ódio irracional ao grande país do norte.

Comece a se informar melhor já, Sr Almeida. O artigo de Roberts, “Quanta morte e destruição nos aguardam em 2018?” pode ser lido em http://resistir.info/eua/roberts_30dez17.html.

lulipe

Enquanto isso o povo…..

    Julio Silveira

    Enquanto isso o povo brasileiro engole o Temer, o Aécio, e todos que estão aí presenteados pela Lava Jato com o golpe de multiplas mãos. Já o povo Venezuelano, vaí as ruas apoiar seu governo, com mostra na informação para alfabetizados, talvez por que lá anos e anos de descaso tenho feito deles doutores em politica de cidadania.

    Nelson

    Acostumado a se [des]informar por meio do PIG, o(a) Lulipe nada sabe do que acontece , de fato, na Venezuela.

    Quanto ao povo venezuelano, Lulipe, este sabe muito bem o que está fazendo. Guarda na memória como era o país antes da assunção de Hugo Chávez, em 1999. Sabe que foi com a Revolução Bolivariana que passou a ser tratado como gente, a ter acesso à saúde, à educação, à moradia, direitos inalienáveis que foram transformados em mercadoria pelo capitalismo.

    Ainda que esteja passando por “poucas e boas”, o povo venezuelano, Lulipe, sabe o que pretende a direita, sabuja do Sistema de Poder que domina os Estados Unidos. Os venezuelanos olham para seus vizinhos, Brasil e Argentina e se dão conta de que todas as conquistas da Revolução serão suprimidas, que as riquezas do país voltarão a ser entregues quase que completamente à elite, nacional e estrangeira.

    Por saberem disso, os venezuelanos deram ao bolivarianismo as vitórias arrasadoras na Constituinte e nas eleições estaduais e municipais. Os venezuelanos sabem das falhas do bolivarianismo, mas sabem também que este é o instrumento de que dispõem no momento para dar sequência à construção do país que querem para todos. Quando conseguirem um instrumento melhor, eles optarão por este e decretarão o fim do reinado de Nicolás Maduro.

    E quanto mais o tempo passa, uma quantidade cada vez maior de venezuelanos vai se dando conta do que é a proposta de Hugo Chávez, que segue sendo tocada, ainda que aos trancos e barrancos, por Maduro, e vai aderindo a ela. Isto desespera o Sistema de Poder que domina os EUA, pois as possibilidades de retomar o controle do país e daquela que é a maior reserva de petróleo do planeta vão ficando mais remotas. Já se vão 19 anos em que a Venezuela deixou de fazer tudo o que determina este Sistema de Poder.

    Era esta a razão dos ataques ao governo de Hugo Chávez e segue sendo, hoje, dos ataques contra Maduro.

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