FHC nega amizade com lobista, mas Fernando Lemos se apresentou como “amigo e colaborador” dele

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Pedro Paulo de Souza, ex-presidente da Encol, autor do livro Encol — O Sequestro, tudo o que você não sabia; Mirian Dutra em 1991, no Jornal Nacional

Da Redação

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso negou ser amigo do lobista Fernando Lemos, cunhado de Mirian Dutra, a jornalista com a qual FHC teve um romance durante seis anos. A informação é do Painel da Folha.

Mirian identificou Lemos como o intermediário que acertou o falso contrato pelo qual ela passou a receber R$ 3 mil dólares mensais da Brasif, enviados pela Eurotrade, empresa baseada nas ilhas Cayman.

O contrato foi assinado 15 dias antes de FHC deixar o Planalto. Segundo Mirian, foi a pedido do ex-presidente, para complementar a renda da jornalista da Globo, àquela altura baseada em Barcelona.

A Brasif era concessionária de free shops em vários aeroportos brasileiros, administrados pela Infraero, subordinada ao governo federal.

Apesar da negativa de FHC, o ex-presidente da Encol, Pedro Paulo de Souza, se diz testemunha de um encontro no qual Fernando Lemes se apresentou como “amigo e colaborador” do então candidato ao Planalto. Foi na primeira campanha do tucano à Presidência, em 1994.

Segundo Pedro Paulo, a Encol doou 200 mil reais à candidatura de FHC e ainda bancou a vinda do estrategista espanhol Jose Carlos Pedregal para participar da campanha.

No livro Encol – O Sequestro,  lançado em 2010, ele narra que se encontrou com FHC e Fernando Lemos no dia 23 de julho de 1994, no bar do Hotel Bonaparte, em Brasília.

Eu estava acompanhado por Gilberto Machado. Acompanhando o Fernando Henrique estava seu assessor de campanha Fernando Lemos, que se apresentou como amigo e colaborador. Assim que nos sentamos, o candidato começou a conversa fazendo o seguinte comentário:
– Senhor Pedro Paulo, se eu for para o segundo turno, tenho certeza de que vencerei as eleições. A ajuda que a Encol prestou a nossa campanha representa muito para nós.

Diante daquele comentário, disse-lhe:
– Dr. Fernando Henrique, na minha opinião, o senhor irá vencê-la no primeiro turno.

Entusiasmado com minha resposta, logo ele quis saber o porquê daquela afirmação. Então lhe expliquei:
– A euforia que os brasileiros estão vivendo com a derrubada da inflação é a principal razão. O Plano Real está sendo conduzido de maneira séria, mudando a economia de forma gradual. Diferente da era Collor, com o confisco de poupanças.

Segundo Pedro Paulo, FHC aproveitou a ocasião para insinuar que precisava de mais dinheiro:

– O Lula está crescendo muito. Eu preciso ir para o segundo turno. Apesar do Itamar…

Na hora pensei que Fernando Henrique se referia a algum tipo de intriga entre ele e o Itamar que eu não havia acompanhado pelo noticiário. Sem querer dar prosseguimento àquela discussão sobre política, desviei o rumo da conversa. O fato é que naquele momento, eu não percebi o que estava por trás de toda aquela deferência. O encontro em um local discreto e reservado e por último o comentário inacabado “apesar do Itamar” foram sinais do candidato de que outros pedidos poderiam vir a acontecer. A ajuda da Encol não se resumia apenas àqueles 200 mil reais.

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Aliados de FHC afirmam que tucano era próximo de lobista que acertou pagamentos à sua ex-amante

Do Painel da Folha

Entre empresas

Três políticos próximos a Fernando Henrique Cardoso afirmam que Fernando Lemos, dono da firma de comunicação Polimidia, era próximo do ex-presidente. Mirian Dutra diz que recebeu dinheiro pela Brasif, a pedido de FHC, e que os detalhes foram acertados por Lemos, que fora casado com sua irmã. Dados levantados agora mostram que a Brasif contratou os serviços de consultoria da Polimidia entre 1993 e 2010, período que abrange o tempo de FHC no Palácio do Planalto.

Eu não

Um aliado de FHC classificou o laço com Lemos como de “amizade”. O ex-presidente nega. Sob o comando de Fernando Lemos, a Polimidia floresceu na década de 90 e se tornou uma das mais influentes empresas de gestão de crise da capital federal. Ele morreu em 2012.

Longa carreira

Antes de montar a Polimidia, o empresário foi, por duas vezes, secretário do Distrito Federal, ocupando as pastas de Cultura e de Comunicação.

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Brasif nega depósitos de FHC nas contas da empresa para Mirian Dutra

Da Agência Brasil, em 19.02.2016*

A empresa Brasif confirmou ter contratado a jornalista Mirian Dutra Schmidt, em 2002, mas negou participação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) na contratação ou no depósito de dinheiro na conta da empresa para ser repassado a ela. Em nota divulgada hoje (19), a empresa negou as afirmações de Mirian de que recebia dinheiro de FHC por meio da Brasif.

“A Eurotrade Ltd., plataforma logística internacional das operações da Brasif Duty Free Shop Ltda., contratou, em dezembro de 2002, a jornalista Miriam Dutra para realizar pesquisas sobre os preços em lojas e free shops na Europa. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não teve qualquer participação nessa contratação, tampouco fez qualquer depósito na Eurotrade ou em outra empresa da Brasif”.

A empresa também disse que a contratação de Mirian foi uma indicação de Fernando Lemos, cunhado da jornalista. A nota informa que a Brasif Duty Free Shop e a Eurotrade Ltd foram vendidas em 2006. A suspeita de que FHC mandava dinheiro para o exterior usando a Brasif surgiu após entrevistas de Mirian para a imprensa brasileira em que dá detalhes sobre o relacionamento com o ex-presidente e repasses de dinheiro recebidos no exterior.

À TV Brasil, a jornalista confirmou as declarações que fez à revista BrazilcomZ e ao jornal Folha de S.Paulo, mas não acrescentou mais informações. “Não vou falar mais sobre o assunto. Por causa de duas entrevistas minha vida virou um inferno”, disse, por telefone. A jornalista vive atualmente em Madri.

Em entrevista à revista BrazilcomZ deste mês, Mirian confirmou que teve um relacionamento com Fernando Henrique Cardoso antes de ele tornar presidente da República, durante parte dos anos 1980 e início da década de 1990, e afirmou que seu filho, Tomás Dutra Schmidt, hoje com 23 anos, é filho de FHC. Mirian disse ainda que o ex-presidente usou uma empresa para enviar dinheiro para o filho no exterior.

À Folha de São Paulo, a jornalista disse que a primeira transferência foi feita por meio de um contrato fictício de trabalho, no fim de 2002. O documento, obtido pelo jornal, mostra que a contratante é a Eurotrade, com sede nas Ilhas Cayman. A empresa era subsidiária do grupo Brasif que, na época, monopolizava a exploração de free shops, serviço administrado pelo governo federal.

Apesar de ter dado dinheiro a Tomás, Mirian disse que FHC nunca assumiu a paternidade do rapaz. Perguntada sobre o motivo de só ter trazido os fatos à tona agora, a jornalista disse que “está na hora das pessoas começarem a saber a verdade”.

PF pode investigar o caso

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, não descartou uma investigação da Polícia Federal (PF) sobre o suposto uso da empresa pro FHC para enviar dinheiro para Mirian Dutra. Durante evento no Rio de Janeiro, Cardozo disse que a questão será analisada para verificar se existe ou não indícios de delito contra o ex-presidente. Segundo o ministro, esse é o procedimento padrão que antecede qualquer investigação da PF.

“Isso passará por um estudo técnico e jurídico, todos aspectos que envolvem uma situação de ocorrerem eventuais delitos. Obviamente, havendo indícios de delitos puníveis, de competência federal, seguramente a Polícia Federal fará investigação por meio de inquérito policial.”

Em nota, FHC reconheceu que tem contas no exterior e que mandou dinheiro para Mirian e Tomás Dutra, mas afirmou que todos os recursos foram enviados de contas próprias e declarados no Imposto de Renda.

* com informações da TV Brasil

Edição: Luana Lourenço

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Comentários

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carlos

O meretissimo juiz que está investigando o caso FHC e Petrobras já tem elementos suficiente para incriminar o ex-presidente por gestão fraudulenta e malversação do dinheiro publico. sem se falar é só consultar o livro o Brasil Privatizado de Aloysio Bionde. agora surge mais um caso escabroso do presidente com a globo as offshores das ilhas caymam, é uma mão na roda para condena-lo

carlos

O Leandro Fortes disse tudo, o escabroso caso de FHC com essa vagabunda deixou de ser privado, pessoal a partir do momento que ele se envolveu com amigos lobistas para fazer a farra com o chapéu alheio, então se o STF não tomar uma providencia, tem que ser instalada uma CPI para apurar esse caso escabroso.

julio

Tenho certeza que se algum blog fizesse uma entrevista com o Dr, Pedro Paulo ele teria muita coisa a falar. Por que ele nunca foi ouvido pela globosfera?

FrancoAtirador

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CUNHADO DA AMANTE DE FHC
É PARCERIA DE LONGA DATA
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“Margrit Dutra Schmidt era casada
com um dos mais antigos e vorazes
lobistas de Brasília, Fernando Lemos”
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Jornalista Jânio de Freitas
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(http://democraciapolitica.blogspot.com.br)
(http://democraciapolitica.blogspot.com.br/2016/02/as-bondades-de-fhc-tambem-para-irma-da.html)
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thila

Eu acho que esta Miriam tem documentos e fotos. 06 anos é muito tempo para não ter provas documentais.
O psdb agora vai se ferrar como o escorpião que é!

Francisco de Assis

Dezembro de 2002, últimos 31 dias de governo de FHC, foram pródigos. Será que os US$ 100 000 da Mirian saíram dos R$ 7 000 000 que ele recebeu em ‘doações’ dos ‘amigos’ empresários, em jantar de luxo no Palácio da Alvorada naquele fim de festa?

marcio ramos

O maior ladrão do Brasil, FHC, aliado da mídia bandida e da casta do Judiciário corrupto. E ninguem vai pra cadeia. Depois é só o PCC que e criminoso?

MÍRIAN DUTRA AO DCM: “ME MANTER LONGE DO BRASIL ERA UM GRANDE NEGÓCIO PARA A GLOBO E A REELEIÇÃO DE FHC”
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/mirian-dutra-ao-dcm-me-manter-longe-do-brasil-era-um-grande-negocio-para-a-globo-e-a-reeleicao-de-fhc/

FrancoAtirador

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Assim não dá! Assim não póde!..
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(http://imgur.com/ioQsgjT)
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