DCE da USP repudia denúncia do MP: “Ataque ao movimento estudantil”

Tempo de leitura: 2 min

Nota do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da USP

O DCE-Livre da USP vem a público repudiar a denúncia apresentada pelo Ministério Público de São Paulo à Justiça no dia 5 de fevereiro, que acusa os 72 estudantes, que foram detidos durante a violenta reintegração de posse do prédio da reitoria em 2011, de danos ao patrimônio público, pichação, desobediência judicial e formação de quadrilha.

Além disso, também repudia as declarações da promotora Eliana Passarelli, autora da denúncia, à imprensa que chama os estudantes de bandidos e criminosos.

Na nossa opinião, a intenção de criminalizar esses estudantes é um ataque ao movimento estudantil e aos movimentos sociais de conjunto, que possuem o direito democrático de livre expressão e manifestação.

Um dos principais problemas existentes hoje na USP é a falta de democracia na gestão da universidade, expressa hoje pelo atual reitor João Grandino Rodas. O convênio assinado com a polícia militar não foi em nenhum momento debatido junto à comunidade universitária e não solucionou o problema da falta de segurança que até hoje permanece dentro da Cidade Universitária.

Por isso, em setembro de 2012, o DCE-Livre da USP realizou um ato público na Faculdade de Direito da USP contra a criminalização dos estudantes e em defesa da democratização da universidade, que contou com a presença do senador Eduardo Suplicy, do deputado estadual Carlos Gianazzi e do jurista Fábio Konder Comparato, além de diversos movimentos sociais.

Lutar por democracia e diálogo não é crime. O DCE-Livre da USP se posiciona contrário a qualquer tipo de punição a esses estudantes e convoca os demais alunos a seguirem na luta pela democratização da universidade.

São Paulo, 05 de fevereiro de 2013

DCE-Livre da USP – Gestão Não Vou Me Adaptar

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Comentários

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Adrián Fanjul: A USP depois dos duros tapas que o poder vem sentindo – Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] DCE da USP repudia denúncia do MP: “Ataque ao movimento estudantil” […]

Promotora diz que o que faz na vida privada não interessa a ninguém « Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] DCE da USP repudia denúncia do MP: “Ataque ao movimento estudantil” […]

Em defesa dos 72 alunos processados pela ocupação da reitoria da USP « Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] DCE da USP repudia denúncia do MP: “Ataque ao movimento estudantil” […]

ejedelmal

Isso são saudades de 1964…

Regina Braga

Fim do mundo…Confundir estudantes com quadrilhas…só mesmo na Chuiça!

Marcos Rocha

Azenha, vou postar de novo minha resposta ao Renato, que não foi publicada:

Renato

Quando minha esposa estudou lá, há pouco anos, a situação era assim, ao menos na FFLCH:

– a lanchonete do prédio da História, onde ela estudava, era administrada por um chileno que traficava drogas no local. Tráfico mesmo. Inclusive gente de fora da Universidade vinha para comprar. Era o melhor lugar do mundo para se ter uma “boca”, porque não tinha a polícia em cima de você…

– o problema não eram os estudantes nóias que ficavam chapados nos jardins do entorno. Esses pobres não faziam mal a ninguém. O problema era a turma de fora, que praticava assaltos no campus.

– os alunos se mobilizaram e depois de muita luta tiraram o chileno (que sequer pagava o aluguel devido…).

– as aulas acabavam tarde de noite e a volta pra casa era um problema. Numa sexta-feira, saindo da aula, à noite, os alunos depararam-se com uma “festa” na lanchonete da História. Com muita gente de fora e regada a drogas, na cara dura. Muitos foram assaltados no percurso para o ônibus. Um colega dela teve o carro roubado e o professor (posso pegar o nome com ela), teve que se trancar em sua sala de medo da bandidagem. Disse, posteriomente, que só foi embora muitas horas depois, finda a “festa”.

– O campus era extremamente mal iluminado: as meninas que iam de ônibus (como a minha esposa) combinavam de esperar umas às outras para irem embora em grupo, com medo de estupros (que já ocorreram na USP).

– em 2002, um estuprador fez várias vítimas da USP. Minha esposa estava lá na época. Você imagina a preocupação de quem estava em casa enquanto ela estava lá. Achei esse link que narra os fatos na época: http://www.parana-online.com.br/editoria/pais/news/33005/

– tudo porque a polícia não entrava no campus.

Só que naquela época, esses estudantes “revolucionários de araque”, que associavam o ingresso da PM à época da ditadura, tinham muito mais força que hoje.

Ela não estuda mais lá, mas tem colegas que hoje dão aula, estão fazendo pesquisas, etc, e dizem que os estudantes estão mais “conservadores” que há 10 anos. Se em 2000 já havia muitos estudantes querendo a PM no campus, hoje há muito mais.

Em 1997 o CA vendia camisas das FARC lá dentro (comprei uma afinal tinha 19 anos e era “revolucionário” também…). Quem estava lá na época vai confirmar. Hoje não se vê mais esse tipo de coisa, ao menos abertamente como era.

Daí que o grupo “de revolucionários”, sem conseguir quorum suficiente para passeatas etc, toma decisões alopradas como essa da invasão.

A maioria dos estudantes não quer esse tipo de coisa, ainda mais por um causa esdrúxula. Infelizmente o que aparece na mídia são os que fazem barulho, dando a falsa impressão de que todos os estudants da USP são arruaceiros e drogados, o que não é verdade.

Marcos Rocha

Eu ainda não tinha entrado no serviço público federal, mas meus colegas me contaram que quando ocorreu a invasão da reitoria, nosso sindicato, Sintrajud, apoiou os invasores, inclusive com artigos e convocações para manifestações de apoio etc.

Me disseram que foram tantos os protestos dos servidores, inclusive com a ameaça de desfiliação, que o sindicato saiu de fininho dessa confusão.

Jair Almansur

A acusação do Ministério Público é modelo de peça facista. Ainda que tenha havido delito não se pode negar seu carater político.

Marcelo

Infelizmente, nesse caso – que se faça justiça – os “movimentos sociais” ou estudantis se rebelaram no minimo contra o patrimônio público, quebrando, vandalizando, destruindo tudo… Invadir para reivindicar é uma coisa. Entrar e quebrar tudo é bem diferente. E não querendo defender ninguem e muito menos a mídia podre e comprada deste país, dá pra VER em vídeo e OUVIR o áudio bem claramente, quando os estudantes vandalizam e destroem o departamento da faculdade. Desculpem! A lei é dura; mas é a lei…e tem que ser igual para todos.

    Luc

    Ao Marcelo que escreveu:

    “…dá pra VER em vídeo e OUVIR o áudio bem claramente, quando os estudantes vandalizam e destroem o departamento da faculdade…”

    Por favor, poderia disponibilizar o vídeo ou link para ele ou a fonte em que vc viu e ouviu isso?
    Um detalhe é que, não sou a favor e nem a maioria dos alunos foi a favor da invasão da reitoria nesta ocasião. Mas um grupo de alunos mais indignados com a situação da USP optaram por fazer a invasão em busca de um objetivo. Porém tiramos muitas observações do que ocorreu.
    Gostaria também de assistir a algum vídeo onde se mostrasse, um filme corrido dos PM’s e ou jornalistas entrando no local invadido e desocupado com coisas quebradas, mas sem cortes ou edições.

    Tiago

    Concordo com o colega Marcelo. Aliás, estou rindo muito com a situação. A sorte desses playboys maconheiros é que seus pais podem pagar excelentes advogados, ao contrário do povo pobre que eles alegam defender.

    Se esses indivíduos querem “democracia”, sugiro que perguntem aos outros estudantes do campus quais as opiniões sobre a vandalização, ocupação, quebra-quebra e interrupção de atividades das faculdades causados por esses atos absolutamente irresponsáveis.

    Essa invasão rendeu cenas memoráveis, como um vídeo na Folha onde aparecia uma menina, mascarada, com um Iphone, e ao ser interpelada pela repórter respondeu: “não falo com a mídia burguesa”. kkkkk

    Sei, burguês sou eu moro na periferia, que ando de ônibus e tenho um celular tijolinho. Quem estudou em colégio particular, fez cursinho, tem carro que o papai deu e um Iphone, é “revolucionário”.

    Essa invasão foi uma vergonha para a esquerda, além de criminosa.

    Luc

    Tiago, me parece que vc, que diz morar em periferia, infelizmente ignora que muitos dos estudantes da USP moram também em periferia. Seria o famigerado “complexo de inferioridade” ??
    Como vc tem tanta certeza que foram os estudantes que causaram atos de quebra-quebra? Poderia responder com alguma prova disso?
    Sabe o motivo de serem contra a PM na USP, além do que a mídia coloca na TV para vc acreditar?
    Vc viu o vídeo da Folha? E estes, abaixo linkados, da Band?

    “Exclusivo: documentos secretos revelam a relação entre o PCC e parte da PM de SP”
    http://www.youtube.com/watch?v=BMNHj1FAxrg
    “Relatórios da Polícia revelam que PM está matando a mando do PCC”
    http://www.youtube.com/watch?v=-qltBF0VvFU

luiz pinheiro

Pois é, está em expansão neste belo e querido país o uso político da tipificação penal “formação de quadrilha”. Se voce é petista, trabalha para o governo, ou apenas apoia o governo, ou é contra o governo mas participa de movimentos sociais, a ameaça existe: a partir de agora voce está sujeito à mão forte da lei, pode ser enquadrado por “formação de quadrilha”. É a nova Lei de Segurança Nacional. É fácil para os donos da “Justiça”, basta dizer que a pessoa atuou em conjunto com outras, e… pimba!!! Tacam-lhe a acusação de “quadrilheiro”. É bom a gente acordar antes que seja tarde. E quem for condenado por órgão colegiado de juizes, além de ir em cana, ainda perde os direitos políticos, conforme os poderes atribuídos à “Justiça” pela lei da ficha limpa.

Luc

Vale a pena destacar essas informações também:

A verdade vem à tona: denúncia – A PM da USP está envolvida com o tráfico de drogas
Publicado em 28/03/2012

http://usplivre.org.br/2012/03/28/a-verdade-vem-a-tona-denuncia-a-pm-da-usp-esta-envolvida-com-o-trafico-de-drogas/

    Willian

    Pode ser mentira também…

    Luc

    Willian,

    O texto do Jornal da USP Livre é baseado nestas reportagens, sendo que os jornalistas tentaram falar com o Secretário de Seg Pública de SP e até o dia em que a matéria foi ao ar não obtiveram resposta, pode-se assisti-las pelos links abaixo:

    “Exclusivo: documentos secretos revelam a relação entre o PCC e parte da PM de SP”

    http://www.youtube.com/watch?v=BMNHj1FAxrg

    “Relatórios da Polícia revelam que PM está matando a mando do PCC”

    http://www.youtube.com/watch?v=-qltBF0VvFU

Mateus Silva Ferreira

Mais uma judicializacão de movimentos sociais.Como os Demotucanos gostam!

renato

Sou leigo a esta questão!
Darei minha opinião conforme um brasileiro
que assiste Jornais e pessoas que comentam
na TV.
Todos eles comentaram que houve abusos dos
estudantes,consumo de maconha, trafico de
drogas, e consequentemente presença da Policia
E isto aconteceu com a morte de um estudante
quando roubado.
Pergunta de quem esta aqui longe, mas pode ter
um filho estudando nesta Universidade!
Posso ficar tranquilo, com estes comentários?
E quando meu filho estiver aí, posso ficar sossegado?
Se os alunos não cuidam de sua instituição, como fica?
São inverdades, desconhecidas, ou escondidas pela nossa
mídia?
Sou a favor de movimentos para reivindicar qualquer coisa.
Acho bonito e democrático ver jovens, lutar por um ideal.
Sou veemente contra viciados em maconha, bebidas, e outros.
Sou contra qualquer pedra que seja atirada a uma instituição
pública. Sou a favor da força da Voz, da Palavra!
Tem que ganhar na palavra, e nos atos!!!
Que a Justiça esteja do lado certo!É o meu desejo.

Urbano

Nem os minerais esperariam coisa melhor…

Edno Lima

“DCE da USP repudia denúncia do MP”. E daí???

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