Mello Franco: Hauly, como no governo Dilma a CPMF era “inadmissível” para o PSDB e agora, com Temer, é “para o bem”?

Tempo de leitura: 2 min

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Imposto no dos outros é refresco

por Bernardo Mello Franco, na Folha, em 01/03/2017

BRASÍLIA – Em fevereiro de 2016, parlamentares do PSDB encheram o Congresso de placas com a inscrição “Xô, CPMF”.

Eles combatiam a ideia de recriar a Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras. Era a última cartada do governo Dilma Rousseff para tentar tapar o rombo nas contas federais.

O deputado Luiz Carlos Hauly despontava entre os críticos mais ácidos da proposta. Em entrevista à rádio Câmara, o tucano anunciou uma oposição radical ao imposto de quatro letras, que classificou como “inaceitável” e “inadmissível”.

“As pesquisas estão aí: rejeição total à recriação da CPMF. Com a oposição também não há diálogo”, avisou o paranaense. “Nós somos radicalmente contra”, reforçou.

O deputado lançou mão de um discurso em voga na época: o contribuinte não aguentaria mais pagar impostos ao governo. “A sociedade rejeita o aumento de impostos, e nós da oposição estamos em linha com a sociedade brasileira”, disse.

As barricadas funcionaram, e Dilma não conseguiu recriar a CPMF. O resto é história: o país foi rebaixado pelas agências de classificação de risco, a crise fiscal se agravou, as manifestações de rua engrossaram e o Congresso derrubou o governo.

Um ano depois, Hauly e a CPMF estão de volta ao noticiário. A novidade é que o tucano mudou de discurso. Escolhido para relatar a reforma tributária, ele abandonou as críticas e se converteu num entusiasmado defensor do imposto.

“A CPMF vai substituir o IOF”, disse o deputado na semana passada, ao sair de uma reunião no Palácio do Planalto. “A contribuição será mínima, como antigamente. E tudo é para o bem e para fazermos com transparência”, acrescentou.

Em nome da transparência, Hauly poderia explicar como uma contribuição “inaceitável” no governo Dilma poderá ser recriada “para o bem” na gestão de Michel Temer. O pato da Fiesp não foi encontrado para comentar o assunto.

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Comentários

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Brasil de Abreu

Primeiro, mataram a própria cria que seria de acordo com o engodo da época para que tivéssemos um serviço de saúde pública de ”primeiro mundo”. Ninguém sabe para onde foram essas contribuições, nem para pagar dívidas serviram. Agora vêm com mais uma etapa de ”persuasões”. São mais falsos do que cédulas de R$ 200,00.

Osvaldo Murad sobrinho

É impressionante como o PSDB, acobertado pela midia, consegue mudar de opiniao em tempo recorde. E não se vê ninguém da sociedade, mesmo os mais afetados, irresignar-se contra a idéia. Somos mesmo uma sociedade de cordeiros , raiando à covardia.

Joao Maria

Este deputado é do PSDB de Londrina, terra do Youssef.

    Cleusa

    Esse Hauly é um mau caráter e sempre adorou bater no lombo dos trabalhadores!

Nelson

“A contribuição será mínima, como antigamente. E tudo é para o bem e para fazermos com transparência”.

É de lembrarmos daquela assertiva do Bertolt Brecht: “quando alguém disser que algo é bom, pergunte: é bom para quem?”. Em se tratando de tucanos, a gente já sabe, por demais, para quem será esse “bem”.

E também já estamos bastante acostumados com o que os bicudos entendem por “transparência.

Luiz Carlos P. Oliveira

Vamos pedir a volta da CPMF, isso sim. Ela permite a fiscalização do volume da movimentação financeira. Por isso os golpistas tiraram no segundo ano do mandato do Lula. VOLTA CPMF. E com 1%, prá verem o que é bom prá tosse.
Os patinhos vão pagar o pato. Do Temer, por que com o PT não tinha pato. Era ruim? E agora? Ficou bom? Chorem babacas. Quebradeira geral. E eu aqui, dando risadas.
Masoquismo? Não, realismo. Só sentindo no bolso os babacas batedores de panela vão cair na realidade.
Ah, ia esquecendo: FORA TEMER. GLOBO GOLPISTA.

Paulo Roberto

Que essa turma de golpistas não está nem aí para o que pensa o povo a gente já sabe, mas agora surge a primeira facada na elite da República Velha, que colocou o feitor Temer lá para se vingar de 1930. Ou o fim do IOF pode compensar devido aos altos investimentos da classe A e B?

EDSON PLAZZA

Se entrar na pagina da fiesp : não vou pagar o pato.com.br ainda pede assinaturas eletrônicas d o “não” à CPMF ( ainda do tempo da Dilma lógico) Vamos aderir agora antes que tirem a pagina eh eh

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