Barroso quebra sigilo de Temer e de coronel suspeito de ser laranja

Tempo de leitura: 3 min

Brasília – Temer durante cerimônia de assinatura de decreto de intervenção federal na segurança do Rio (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Da Redação

A quebra do sigilo bancário de Michel Temer, no período de janeiro de 2013 a junho de 2017, pode contribuir para livrá-lo das suspeitas de favorecimento na elaboração da MP 595, a MP dos Portos.

Embora a decisão seja inédita e tenha sido tomada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do STF, possivelmente com o objetivo de demonstrar que a Lava Jato não perdoa ninguém, é improvável que Temer tenha recebido qualquer valor em sua conta bancária como contrapartida.

Barroso, segundo a revista Veja, também determinou a quebra do sigilo do ex-coronel da PM João Baptista Lima Filho, suspeito de ser “laranja” de Temer na posse da Fazenda Esmeralda, que fica nos municípios de Lucianópolis e Duartina, no interior de São Paulo.

No entanto, também é pouco provável que o coronel tenha feito movimentações bancárias em seu próprio nome envolvendo dinheiro ilícito.

De acordo com o delator Ricardo Saud, da JBS, o coronel recebeu na sede de sua empresa, a Argeplan, em São Paulo, R$ 1 milhão em dinheiro vivo, valor que teria sido desviado por Temer da campanha de 2014.

Rocha Loures, outro que teve o sigilo bancário quebrado, é tido como o “homem da mala” de Temer, o que evidencia que o trânsito de dinheiro do grupo não era feito formalmente, pelo sistema financeiro.

Quanto aos dirigentes da Rodrimar, a empresa é suspeita de ter financiado campanhas de Temer a deputado federal, mas muito antes do atual inquérito.

Nos anos 90, Temer teria arrecadado ao menos R$ 2,7 milhões em propinas no porto de Santos, parte delas da Rodrimar.

O dano para Michel Temer será, acima de tudo, político, num momento em que ele considera a possibilidade de disputar as eleições de 2018 — o inquérito sobre a MP dos Portos foi prorrogado por 60 dias.

Foi a revista Veja quem noticiou a decisão de Barroso:

Barroso determina quebra de sigilo bancário de Temer

Decisão do ministro do STF abre ainda os dados financeiros de João Baptista Lima Filho, José Yunes e Rodrigo da Rocha Loures, todos ligados ao presidente

Por Ana Clara Costa, na Veja

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso determinou o afastamento do sigilo bancário do presidente Michel Temer (MDB) no âmbito do inquérito que investiga irregularidades na elaboração da Medida Provisória 595, conhecida como a MP dos Portos.

A quebra abrange o período de 1º de janeiro de 2013 a 30 de junho de 2017. É a primeira vez que um presidente no exercício do mandato tem os seus dados financeiros abertos por ordem judicial.

A decisão data do dia 27 de fevereiro. O Banco Central já distribuiu ofício em que comunica a decisão às instituições financeiras e pede providências.

O ministro autorizou ainda o levantamento do sigilo bancário de João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, José Yunes, Rodrigo da Rocha Loures — todos ex-assessores do presidente — Antonio Celso Grecco e Ricardo Mesquita, estes últimos, respectivamente, dono e executivo da Rodrimar.

Temer é investigado pela suspeita de ter agido para favorecer a empresa no Porto de Santos por meio do texto da MP 595.

O presidente nega que tenha cometido qualquer irregularidade.

No mês passado, o então diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, indicou em entrevista que o inquérito dos portos poderia ser arquivado. A declaração resultou em um pedido de explicações por parte de Barroso, relator do caso no STF, e provocou uma crise dentro da corporação, que culminou com a demissão de Segovia na semana passada.

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Comentários

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RONALD

É lógico que ninguém vai investigar nada do vampirão. A sanha condenatória é reservada ao Lula e a quem puder servir de capacho para tentar incriminá-lo. Só isto !!!!

Julio Silveira

Barroso, um rebelde sem calça. Rsrsrs. Sabe de nada, ou será que sabe que não vai dar em nada? Rsrsrs. A cumplicidade dos golpistas não permitirá retrocessos e os poderes são formados por indicações e acordos de velhaqueiros a luz de velas, nas reuniões informais de restaurantes nobres formadores de cumplicidades. Ta tudo dominado meu caro cortesão. Rsrsrs. Cabe ao povo aprender outras formas de fazer justiça, começando preferencialmente pela eleitoral e entender os riscos de se possuir uma elite que valoriza ambientes cortesãos, onde predominam o egolatrismo, o egoismo, as conspirações, e as traições e que se prepararem para quando neste contexto não sucumbirem as tentações dessa força cultural nefasta.

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