Aliados de Temer querem investigar acordo de delação com JBS; do lado de fora, repressão contra #OcupaBrasília; Senado debate pedido de Temer para usar Exército

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Cenário de guerra: Polícia Militar ataca manifestantes do “Ocupa Brasília”

Policiais usaram bombas para dispersar manifestantes; organizadores denunciam uso de arma letal

Brasil de Fato | São Paulo (SP) — 24 de Maio de 2017 às 15:53

A Polícia Militar (PM) reprimiu com violência o ato do Ocupa Brasília na tarde desta quarta-feira (24). Os oficiais tentaram dispersar mais de 150 mil manifestantes que marchavam em direção ao Congresso Nacional, pedindo a saída do presidente golpista Michel Temer (PMDB) e eleições diretas. Do carro de som, organizadores do protesto afirmam que um senhor que se manifestava levou um tiro de arma letal. Ainda não há informações oficiais sobre o caso.

Segundo os advogados da Frente Brasil Popular, que convocou as manifestações junto a outras organizações, policiais estão apreendendo celulares dos manifestantes e enviando para perícia.

A reportagem no local informa que incêndios ocorrem no Ministério da Agricultura e da Fazenda e de que as Forças Armadas estão cercando o Palácio do Planalto. Segundo o portal Uol, os prédios de todos os ministérios estão sendo evacuados.

Procurada pelo Brasil de Fato, a Secretaria de Segurança Pública do DF atualizou os números de manifestantes e informou que “cerca de 35 mil manifestantes estão, neste momento, na Esplanada dos Ministérios”. Segundo o órgão, quatro pessoas foram detidas pelos policiais, sendo três delas por porte de entorpecentes e porte de arma branca, e foram encaminhados ao Departamento de Polícia Especializada (DPE).

“Um dos manifestantes, ao tentar atingir um policial militar com um rojão, teve ferimento na mão devido à explosão. O manifestante foi socorrido por populares. O Corpo de Bombeiros fez até há pouco dois atendimentos, entre eles um policial”, respondeu a secretaria, em nota.

Por volta das 13h30, próximo à Esplanada dos Ministérios, policiais começaram a repressão aos militantes, com uso de bomba de gás lacrimogêneo e de efeito moral. A cavalaria da PM também foi usada contra os manifestantes. A PM ainda atacava ininterruptamente os manifestantes por volta das 15h40, fechamento desta reportagem.

Presente no ato, deputado federal Dionilso Marcon (PT-RS) criticou a truculência da Polícia Militar e chamou a ação como “uma vergonha”. “Um cara que faz um banquete com grande empresários e depois está envolvido em delações só mostra o que já diz o ditado: para os grandes é picanha, para os pobres, cacetada; como estamos vendo aqui hoje”, declarou o parlamentar.

O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), entrevistado pelo Brasil de Fato, também denunciou a repressão da PM, gerida pelo governo de Rodrigo Rollemberg (PSB), governador do Distrito Federal (DF).

João Paulo Rodrigues, dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Teto (MST), reiterou que o “Ocupa Brasília” é uma das maiores mobilizações feitas na capital federal no período recente. Ele destacou a pluralidade de categorias e pessoas de todos os estados no ato e classificou a violência policial como “impressionante”. “Vai ser um dia de uma batalha campal, com muita dificuldade de fazer um ato político ou encerramento”, disse.

* Com informações de Rafael Tatemoto.

Edição: Vivian Fernandes

FOTOS DO MÍDIA NINJA

Contra reformas, mais de 150 mil já estão no #OcupaBrasília

Movimentos sindical e sociais de todo o país fazem marcha na capital federal para tirar as reformas

André Accarini, Luiz Carvalho e Érica Aragão, no portal da CUT

A capital federal recebe hoje (24) trabalhadores que cruzaram o país em defesa de seus direitos e da democracia. Neste momento, uma marcha com mais de 150 mil pessoas toma Brasília e segue rumo ao Congresso Nacional para tirar da pauta as reformas Trabalhista e da Previdência.

O ato, agendado há semanas, ganhou mais uma pauta, a defesa das eleições Diretas Já. Enquanto o governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB) cambaleia, golpistas articulam para que o povo não possa votar para presidente e a escolha aconteça por meio de ‘iluminados’ do Congresso ou do Judiciário.

Uma PEC (proposta de emenda à Constituição), porém, foi apresentada hoje pela bancada da oposição comandada por senadores do PT e já será votada na semana que vem (leia mais abaixo).

Para o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, trata-se de um dia histórico que demonstra o fim desse governo ilegítimo.

“Tenho certeza de que essa é a maior marcha que já fizemos. Fica claro que a população é contra as reformas, que o Temer tem de sair e nós temos condição de fazer eleição direta para o Congresso e para a Presidência da República. Se mesmo assim não entenderem, vamos continuar pressionando, mobilizando e, se precisar, faremos outra greve geral, outra marcha e seremos vitoriosos no final”, disse.

Vice-presidenta da CUT, Carmen Foro, lembrou que o momento conseguiu unificar todas as centrais sindicais em defesa dos direitos trabalhistas.

“Somos capazes de garantir a unidade da classe trabalhadora com todas as diferenças que nós temos. Nós vamos derrotar as reformas da Previdência e Trabalhista. Nós vamos derrotar esse governo com a classe trabalhadora mobilizada e com unidade. Eu acho que esse é um sinal dos mais fortes que já vivemos no último período. Este ano foi a Greve Geral e, literalmente, Brasília está ocupada”, avaliou.

Congresso sem moral

Para o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, as Diretas Já! se impõem, inclusive, porque o Congresso, em sua maioria, não tem condição moral para definir quem será o próximo presidente.

“A maior parte do Congresso está envolvida nos escândalos de corrupção que vemos e não tem legitimidade sequer para decidir quem será o próximo presidente num processo de eleições indiretas”, defendeu.

Secretário de Comunicação da CUT, Roni Barbosa, falou sobre como a velha mídia tem manipulado a informação para colocar outro golpista no lugar do atual.

“A Globo quer colocar alguém eleito indiretamente pelo Congresso Nacional e que sirva aos interesses dos patrões para aprovarem as reformas contra a classe trabalhadora. A Globo está apoiando as Eleições Indiretas para não entregar para a população a decisão. Nós estamos fazendo a denúncia. O que a Globo tem feito não é jornalismo, o que tem feito é uma propaganda dos seus interesses, da classe dominante do país que não são os interesses do povo brasileiro”, destacou.

PEC das eleições diretas começa a tramitar no Senado

Uma boa notícia para quem gosta da democracia foi o início da tramitação no Senado da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) das eleições diretas de autoria do senador José Reguffe (DF) e que terá como relator Lindbergh Farias (PT-SP).

O texto diz que, se houver vacância de presidente e vice da República nos três primeiros anos, neste caso, até dezembro de 2017, tem que haver eleição direta. Ao contrário do que ocorreu na Câmara, onde proposta semelhante foi derrubada, a oposição no Senado conseguiu incluir o tema na pauta.

PS do Viomundo: Líderes de 17 partidos governistas assinaram documento para investigar os termos do acordo de delação premiada dos executivos da JBS no Congresso. O objetivo final, obviamente, é tentar anular o acordo, embora não assumam isso.

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Comentários

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Jair Brega Marcatti

JÁ Moderei a linguagem.

Jair Brega Marcatti

Conversar com a liderança do movimento FORA TEMER. verificar os infiltrados do governo que estão aprontado essas arruaças. Isto já estava preparado pelo governo.É só ver a rapides com que o EXERCITO TOMOU A PRAÇA DOS TRES PODERES. TORNO A DIZER ISSO JÀ ESTAVA PREPARADO PELO GO)VERNO.

EU JÁ DISSE ISTO PRA CONVERSA AFIADA

Jair Brega Marcatti

Conversar com a liderança do movimento FORA TEMER. verificar os infiltrados do governo que estão aprontado essas arruaças. Isto já estava preparado pelo governo.É só ver a rapides com que o EXERCITO TOMOU A PRAÇA DOS TRES PODERES. TORNO A DIZER ISSO JÀ ESTAVA PREPARADO PELO GO)VERNO.

    Jair Brega Marcatti

    OS ARRUACEIROS SAO PESSOAS INFILTRADO NO MOVIMENTO TODOS USAVAM MASCARAS È PRA LIDERANÇA AVERIGUAR.

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