Professora a Miriam Leitão: Você mente para que a população admire e vote somente na elite à qual pertence

Tempo de leitura: 3 min

por Lucia Capanema, no Facebook

Miriam Leitão, por não ler seus textos, achava que a senhora só mentia na telinha. Fui a última a entrar no avião e quando o fiz encontrei um voo absolutamente normal. Não notei sua presença, pois não havia nenhum tipo de manifestação voltada à sua pessoa. O episódio narrado por mim, na semana passada a respeito da entrada de um agente da Polícia Federal no voo 6342 da Avianca, no dia 03 de junho, foi confirmado em nota oficial pela própria companhia aérea. Você pode dizer na melhor das hipóteses que não viu o agente, mas não pode afirmar que “Se esteve lá, ficou na porta do avião e não andou pelo corredor”. Andou, dirigiu-se ao passageiro da poltrona 21A e ameaçou-o.

Durante as duas horas de voo nada houve de forma a ameaçá-la, achincalhá-la ou mesmo citá-la nominalmente. Por duas ou três vezes entoou-se os já consagrados cânticos “o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo” e “a verdade é dura, a Rede Globo apoiou a ditadura”; cânticos estes que prescindem da sua presença ou de qualquer pessoa relacionada a empresa em que você trabalha, como se pode notar em todas as manifestações populares de vulto no país.

Veja bem, estávamos a apenas seis fileiras de distância e eu só fui saber de sua presença na aeronave na segunda-feira seguinte, depois de ter escrito o relato publicado por várias fontes de informação da mídia alternativa.

De acordo com a companhia aérea, o piloto requisitou a presença de um policial a bordo, “após a tripulação detectar um tumulto a bordo que poderia atentar à segurança operacional e à integridade dos passageiros”.

Compreenda-se: Para garantir a alegada integridade de uma “celebridade global”. Ora, passa pela sua cabeça deturpada quantas pessoas públicas foram e são cotidianamente abordadas de forma negativa nos voos do nosso Brasil afora?

Pode você imaginar quantos pobres, negros, nordestinos, foram ofendidos em voos e aeroportos por sua origem humilde? E quantas vezes você acredita terem chamado agentes da Polícia Federal? É sua posição de destaque na abjeta construção de um país cindido que a coloca como celebridade merecedora de tamanho desvelo.

E agora vem com esta nota recheada de inverdades fazer-se de vítima, buscando até mesmo um passado em que você teria sido presa, para assim fazer mais uma vez esse discurso do ódio e da violência?

Permita-me dizer quem cria esse discurso é a emissora a que você pertence, não só no noticiário distorcido como em sua teledramaturgia: Ensina-se não só a odiar o PT e os jovens pobres e negros que se manifestam nas ruas chamando-os de vândalos, mas também como envenenar o marido e sair ilesa, como jogar a sobrinha recém-nascida no lixo e outros horrores.

Cotidianamente você adentra os lares brasileiros para destilar suas mentiras e seu ódio a governos populares que não lhe garantiram os privilégios que gozava no governo de seu amigo e benfeitor FHC.

Cotidianamente você constrói o ódio dos brasileiros aos seus pares; porque os 60% mais pobres deste país não podem gostar e apreciar governos e partidos dos seus iguais.

Você mente para que a população admire e vote somente na elite à qual você pertence. É você quem violenta não só a nossa inteligência, mas também o princípio do amor ao próximo, da igualdade entre os seres humanos.

Não é surpresa que nesta nota de hoje você ridicularize os conhecimentos históricos de um passageiro, que certamente não teve da vida e do poder público as mesmas benesses que você.

Os petistas do nosso voo não são “profissionais do partido”, são militantes e delegados. Você sim, na qualidade de profissional da oligarquia midiática brasileira, se aproveita do episódio para envolver e criminalizar nosso mais querido presidente.

Deixem-no em paz e verão que ele, mais uma vez, fará história em favor das classes que vocês odeiam.

Lucia Capanema é professora de urbanismo da UFF – Universidade Federal do Rio de Janeiro.  

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Comentários

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Carlos Girelli

Professora Lúcia Capanema, quando a Sra diz a respeito da criatura “Você mente para que a população admire e vote somente na elite à qual você pertence.”, penso que o correto seria “Você mente para que a população admire e vote somente na elite à qual você é SUBSERVIENTE”. – essa criatura não pertence à essa elite de mierda (que raramente admite novos sócios), ela apenas serve, enquanto for útil, mesmo que lhe paguem um salário polpudo, que não faz falta alguma a a quem paga. No menor deslize toma pé na bunda.

Gersier

Professora, milhões de brasileiros sabem que a emissora que essa senhora mentirosa trabalha, é mais suja que pau de galinheiro e que ela, a emissora, prega uma ética que nunca teve, uma moral que também nunca teve. Condena o “uso de laranjas’ mas é vezeira nisso. Condena o tal “tráfego de influência”, mas é a maior beneficiária desse esquema devido aos políticos corruptos e salafrários que ela “protege” e promove naquelas doses diárias de manipulações, acobertamento das falcatruas dos tais protegidos e perseguição ao Lula. Eles teimam em chamar de “telejornais”, essas doses cavalares de mentiras. Os outros milhões de brasileiros que teimam em assistir esse câncer, o fazem por preguiça mental e inércia. Felizmente, esses estão se tornando minoria.

Alexandre Tambelli

Acabei escrevendo este texto a partir do episódio da Mirian Leitão, associando com o Grampo da ABIN e o Processo do TSE. Coloco aqui para colaborar com a discussão.

DAMOS ATENÇÃO DEMAIS À VELHA MÍDIA E SUA PÓS-VERDADE.

Há uma questão importante a ser ponderada.

Nós estamos acostumados ao cotidiano diário de consultar a velha mídia.

Como este cotidiano ainda é a nossa fonte primária, para muitas notícias/fatos do dia a dia brasileiro e mundial, que lemos e reproduzimos e analisamos fica fácil de não se dar ao fato da notícia da Miriam Leitão (notícia dela mesma) a devida ponderação e cuidado.

Antes de checar as partes já estávamos pedindo desculpas? Por quê?

Tudo o que a velha mídia produz é duvidoso, ela não produz um Jornalismo digno de alguma confiança, mas, a gente por bom-mocismo, já toma as dores de quem nunca tomou nossas dores e pede desculpas e quer ensinar como é que se faz.

Se a gente da esquerda tivesse uma agência de notícias própria, canais de comunicação efetivos, antes de dizer que é errado o ato dos “dirigentes” petistas procuraríamos os tripulantes e passageiros do voo da Avianca, o outro lado, para que eles pudessem corroborar ou não com a “notícia” da Miriam Leitão, mas, não! Ao invés de produzirmos o contraditório e buscarmos as verdades do fato relatado pela Jornalista da Globo, nos apressamos em mostrar como se deve agir, como ser Ético e entramos no jogo da velha mídia.

E o PT e sua Presidenta soltando nota, fazendo pedido de desculpa à Jornalista de afogadilho, sem a confirmação precisa dos fatos ocorridos 10 dias antes e só vindos à tona ontem.

São testes para a sociedade e para as esquerdas o noticiário da velha mídia.

Um grampo do Temer pela ABIN contra o Ministro do STF Fachin, colocado na capa da Veja e nós, enquanto sociedade, desejamos que seja verdade, por quê?

A nossa vontade de que seja verdadeira a informação para Temer cair logo? Notícia da Veja não vale contra Lula, porém, vale contra Temer? A revista mais odiada e que não botamos nenhum valor jornalístico e Ético nela, de repente, nos vem como uma fonte verdadeira e aliada do nosso desejo de ver Temer longe do comando do Palácio do Planalto?

Vemos gente da esquerda, combativos aliados contrários ao Golpe, que torceram para a chapa Dilma-Temer ser cassada, para nos livrarmos logo do Temer.

E, este é o caminho, passando por cima da Constituição, do resultado eleitoral, da validação da vitória em 2014 e 54 milhões de eleitores, do Trânsito em Julgado do processo antes mesmo da posse da Presidenta Dilma, tudo para dar certo o resultado querido de afastar Temer? E os direitos políticos de Dilma e a Constituição, o processo eleitoral e os 54 milhões de votos legítimos na centro-esquerda? E, com provas colhidas na Lava-Jato via delações forçadas, na base do diz que tem propina que eu diminuo sua pena, método que dizemos ser usual por Sérgio Moro, Juiz que a gente sempre questiona seus métodos?

Vivenciamos esta realidade em que precisamos da velha mídia e de ações de um agente seu (até outro dia), como o Ministro Gilmar Mendes e parceiro inseparável do PSDB, nosso partido mais adversário? Não é esse o nosso discurso de ao menos 1 década? Tudo para cassar o mandato de Temer? E, sem pensar que iríamos deixar colar a marca de que Dilma e o PT são corruptos, da mesma laia do Temer & Cia.?

Precisamos, enquanto sociedade, derrubar o Temer, de acordo, mas, não a partir da Rede Globo, da Revista Veja e de um processo irregular e político que o Ministro Gilmar Mendes colocou na mídia, para ser uma das possibilidades do Golpe para empossar Aécio Neves.

Derrubar a partir do protagonismo social e embasado em atos da Justiça, todos em consonância com a Constituição e as Leis. Não é justo ser assim?

Precisamos de uma organização outra de Jornalismo, para o cotidiano do Brasil e do Mundo ser noticiado e com a nossa marca.

Eu não abro portais da velha mídia; não leio seus jornais, não ouço suas rádios e não vejo TV da velha mídia.

Pergunto:

Por que será que ainda somos reféns da velha mídia? Somos porque queremos.

Claro que os bastidores da Política e do Governo são importantes, mas será que as esquerdas parlamentares não podem criar mecanismos de monitoração dos projetos e leis, das emendas parlamentares, dos bastidores de Brasília para nos dar suporte de noticiário das bandas dos Poderes Legislativo e Executivo?

Será que não podemos filtrar nas mídias velhas fatos cotidianos relevantes e checar antes de tudo, para só depois informar com precisão os fatos relevantes e diários do cotidiano do Brasil e do Mundo?

Temos que ser capazes de sermos um Jornalismo independente, e independente da necessidade de a velha mídia ser nossa fonte primária, precisamos dar credibilidade jornalística e ser a fonte segura de milhões e milhões de leitores e ser um contraponto ao que a velha mídia publicar, senão, no futuro outros golpes virão.

E se precisarmos da velha mídia, se repercutirmos uma notícia dela e não for possível encontrar veracidade no fato relatado coloquemos esta informação em destaque e ajudemos a não propagandear o que não se tem certeza, e, principalmente, não tenhamos o método de dar audiência a esta ou aquela emissora, só porque ali se está querendo “derrubar” quem queremos “derrubar”, também.

Por que aumentar a audiência da Rede Globo pós-escândalo JBS/Temer/Aécio? E, dar até um “ar” de credibilidade a um Jornalismo que a gente descredencia cotidianamente?

Certamente, há de existir, de nossa parte, formas de conquistar os leitores, ouvintes, telespectadores da velha mídia, para contrapô-la e até melhorá-la com a credibilidade de nosso Jornalismo e de nossa concorrência. E, quando de inverdades noticiadas como verdades, repormos os fatos em seus devidos lugares.

Porém, muitas das vezes não se precisa dar destaque antes da hora, podemos esperar algumas horas, trabalhar bem os fatos noticiados e ser, diretamente noticiado o fato verdadeiro, o contraponto, as ressalvas, o que não se pode comprovar, etc., penso eu.

E, assim, virarmos torcida para que a notícia do Grampo da ABIN contra Fachin, seja confirmada, dando credibilidade a Veja, quem não a tem, só para o Temer cair logo.

    Conceição Lemes

    Alexandre, vc já publicou o seu texto em algum lugar? abs

    Alexandre Tambelli

    Conceição!

    Apenas como comentário numa postagem sobre o assunto Miriam Leitão do Nassif. E no meu Facebook.

    Tem um errinho no final, ficou faltando a palavra NÃO no último parágrafo para dar sentido ao penúltimo parágrafo.:

    Está assim:

    E, assim, virarmos torcida para que a notícia do Grampo da ABIN contra Fachin, seja confirmada, dando credibilidade a Veja, quem não a tem, só para o Temer cair logo.

    E o correto para dar sentido é assim:

    E, assim, NÃO virarmos torcida para que a notícia do Grampo da ABIN contra Fachin, seja confirmada, dando credibilidade a Veja, quem não a tem, só para o Temer cair logo.

    Abraço,

    Alexandre!

    Conceição Lemes

    Ok, maravilha. Corrijo. Obrigadíssima. abs

    Conceição Lemes

    Alexandre, me manda o link do seu Facebook. abs

    Alexandre Tambelli

    Segue o Link Conceição!

    https://www.facebook.com/alexandre.tambelli/posts/1491402157587707

    Abraço.

    Ruy Mauricio de Lima e Silva Neto

    Excelente esta colocação. Conclusões gerais: 1.Não devemos nos basear tanto no que publica a imprensa tradicional e se a Veja é asquerosa pela campanha que desenvolveu (e desenvolve) contra Lula e Dilma, continua sendo asquerosa por denunciar Temer e a ABIN. 2.Precisamos urgentemente de uma agência noticiosa de esquerda, que cubra este diabo deste país todo, do Oiapoque ao Xuí, de preferência com um jornal popular, mesmo que de apenas quatro folhas, mas bem redigido, bem copidescado, manchetes inteligentes e realmente cruciais para o que aconteceu no dia, de fácil e imediato entendimento popular, e exposto diariamente nas principais bancas dos principais centros das principais capitais do país (pelo menos).3 Vamos nos informar pelo que tem de bom na Internet (tomo a liberdade de recomendar, entre muitas outras fontes, o Conversa Afiada, O Cafezinho, O Viomundo, O DCM, O Tijolaço e o Brasil 247, que são as minhas leituras diárias), comparando este material com o que dizem as fontes de outra natureza (“para você formar o seu juízo crítico”, como diz o idiota do prof.Barbeiro todo dia).

    Redes dos santos Ferreira Virgínia Lúcia santos Ferreira

    Muito pertinente tudo que você disse, eu pessoalmente vou procurar fazer esse dever de casa, de não acreditar em uma emissora que no espaço de vinte e quatro horas passou da defesa para o ataque frontal ao governo Temer, há que se desconfiar de tanta mudança.

Eu

À professora Lúcia, todas as felicitações. Artigo devastador em sua clareza, sem comparação com aqueles escritos pela personagem descrita, que habitualmente primam pela obscuridade de propósitos e princípios. Parabéns.

Quanto à jornalista, após ver sua posição frente aos que lutaram contra o regime de exceção, que a encarcerou e torturou, e frente aos que apoiaram este mesmo regime e apoiarão quaisquer regimes similares, só consigo pensar que se trata de um caso grave e incurável da Síndrome de Estocolmo.

Saudações!

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