Policiais encaram repórter da BBC: “Sai, lixo!”

Tempo de leitura: 2 min

Captura de Tela 2016-09-05 às 00.22.22

‘Sai, lixo’: repórter da BBC Brasil é agredido por policiais durante cobertura de protesto em SP

por Felipe Souza, da BBC Brasil em São Paulo

Cobri o protesto contra o presidente da República, Michel Temer, desde o seu início na avenida Paulista, às 16h30.
A manifestação seguiu sem problemas até o Largo da Batata, na zona oeste da capital.

No caminho, membros do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto obrigaram supostos black blocs a tirarem suas máscaras ou deixarem o ato.

A intenção do MTST, segundo eles, era evitar que ocorressem atos de vandalismo.

Minutos após os manifestantes começarem a se dispersar, por volta das 21h, a polícia começou a jogar bombas de gás lacrimôgeneo e efeito moral pelas ruas de Pinheiros. Também foram disparados diversos tiros de bala de borracha.

A Secretaria da Segurança Pública informou que a confusão começou após um princípio de tumulto na estação Faria Lima, “que se transformou em depredação”. A pasta informa ainda que “vândalos quebraram catracas, colocando em risco funcionários” e que a “Polícia Militar atuou para restabelecer a ordem pública, sendo recebida a pedradas, intervindo com munição química e utilização de jato d’água”.

Enquanto manifestantes atiravam garrafas e colocavam fogo em barricadas, eu acompanhava os confrontos atrás dos policiais, na rua Sumidouro. De repente, eles decidiram mudar de rota e se voltaram para o lado oposto ao que seguiam.

Nesse momento, a Tropa de Choque ficou de frente para mim e ao menos outros dois repórteres fotográficos. Ao perceber que poderia ficar encurralado, procurei uma rota de fuga e me encostei na parede para aguardar a passagem dos policiais.

Identificado com colete e crachá da BBC Brasil, levantei minhas mãos e me identifiquei como imprensa. Mesmo assim, os policiais avançaram contra mim enquanto gritavam para eu sair da frente.

“Sai da frente! Vaza, vaza!”, diziam ao menos quatro policiais pouco antes de me atingir com golpes de cassetete no antebraço direito, na mão esquerda, no ombro direito, no peito e na perna direita.

Um deles ainda me chamou de lixo, mas o áudio do vídeo que fiz não captou.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, conflito começou após tumulto na estação do metrô.

A marcas das agressões ficaram no meu corpo, principalmente no antebraço, que inchou e ficou roxo. Por sorte, o golpe que levei no peito foi amortecido pelo colete. Eu também usava capacete e máscara de gás. A utilização desses equipamentos de segurança é exigência de normas internas da BBC para cobertura de manifestações.

O celular que eu usava caiu no chão após a agressão e ficou com a tela danificada.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que “os fatos narrados pelo repórter serão investigados e solicita que o jornalista registre um boletim de ocorrência”.

Leia também:

Rovai: Repórter da GloboNews dá show de horror no final do ato


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

FrancoAtirador

.
.
Jornal Norte-Americano Washington Post

denuncia Brutalidade da Polícia Militar

contra Protestos Pacíficos em São Paulo.

https://twitter.com/turquim5/status/772909709762453504
.
.

FrancoAtirador

.
.
São Paulo 5 SET 2016 – 06:36 CEST
EL PAíS BRASIL
.
[…]
Tudo correu de maneira tranquila e organizada,
como atestou a Reportagem do [Jornal espanhol] EL PAÍS,
entre 16h30, horário marcado para começar o ato no MASP, na Avenida Paulista,
e 20h45, quando os manifestantes já estavam no Largo [da Batata],
depois de marchar por mais ou menos cinco quilômetros.

Mas, quando as pessoas começaram a ir embora, dirigindo-se ao metrô Faria Lima,
em frente à Batata, uma confusão se instalou com a Polícia Militar
jogando bombas de gás lacrimogêneo para dispersar o fluxo dentro e fora da estação.
.
Muitas pessoas começaram a passar mal e a tossir em reação ao gás, incluindo idosos.
.
Os policiais jogaram bombas no mesmo Largo,
numa ação que pegou de surpresa a todos ali presentes.
.
Mesmo sem reação, a Polícia passou jogando mais bombas.
[…]
Imagens de uma vidraça quebrada em um estabelecimento na Largo da Batata,

divulgada pela Globo News, explicaria mais tarde o que a PM procurou justificar.
.
Mas, os SEIS JORNALISTAS DO EL PAÍS que seguiram a marcha dos manifestantes
em distintos pontos do percurso NÃO PRESENCIARAM NENHUM ATO DE VANDALISMO,
o que não deixa claro se a tal vidraça quebrada foi uma reação posterior à violência policial.
.
Outras dezessete pessoas que estavam no protesto relataram, por rede social,
também não ter visto nada que pudesse ser considerado “vandalismo”.
.
Às 22h45, a Secretaria de Segurança do Estado divulgou uma nota alegando que houve um princípio de tumulto na estação, que ‘se transformou em depredação.
Vândalos quebrando catracas, colocando em risco a vida de funcionários’.
.
A Repórter Marina Novaes [do EL PAíS]

se Encontrava no Local na Hora das Bombas

e Não Viu Nenhuma Catraca Depredada.
.
Mais tarde, a ViaQuatro, concessionária responsável pela estação Faria Lima,
disse que a confusão resultou em uma lixeira, uma luminária e uma catraca quebrada.
.
O que também não deixa claro se esses prejuízos
foram provocados após as bombas terem sido atiradas.
.
Reportagem: Carla Jiménez (Colaboraram Carol Alves, Felipe Betim e Flávia Marreiro)
.
http://brasil.elpais.com/brasil/2016/09/05/politica/1473039670_195291.html
.
.

Edgar Rocha

O jornalista poderia tentar fazer um B.O. sobre o ocorrido aqui em Itaquera: “Veja, senhor, o senhor tem a fotografia do agressor? Pegou a identificação dele? Tem o RG do cara, ou o endereço onde ele mora? Ah, sinto muito… O que? Foi policial que te agrediu?! Cuidado com o que o sr. vai relatar porque isto vai virar investigação e tudo que o senhor falou pode ser usado contra tua pessoa, ouviu bem? Mesmo assim, vai querer fazer B.O.??? A gente não tá atendendo este tipo de solicitação. Pra hoje não vai ser possível. Faz assim: me dá seu endereço, o lugar onde você trabalha, tudo certinho que a gente entra em contato depois, tá bom senhor??? Vai com Deus, chefe. Cuidado na volta pra casa. Tem muito bandido nesse pedaço e a gente não faz segurança particular pra cidadão.”

FrancoAtirador

.
.
O Interessante é perceber que @s Jornalistas

do Grupo Globo e das Redes Paulistas de TV

não apanham da Polícia Militar de São Paulo.
.
.

Dan Balan

Depois do golpe a ditadura. Não vai demorar para começar a censura e a tortura.

Luiz Carlos P. Oliveira

Não temos dúvida de que a truculência não vai parar. Os golpistas precisam mostrar badernas. Bchegam batendo até em repórter (que não seja da mídia golpista) para acirrar os ânimos e alimentar a pauta de “povo baderneiro”. Não podemos esperar que venha algo de bom ou de lógica desses ditadores. É GOLPE. É DITADURA BRANCA.

FrancoAtirador

.
.
https://twitter.com/j_livres/status/772648183465902080
.
.

FrancoAtirador

.
.
https://twitter.com/bslvra/status/772589552074625025
.
.

Deixe seu comentário

Leia também