Repúdio à censura contra campanha para prostitutas

Tempo de leitura: 2 min

Nota de repúdio da iniciativa  à censura do Ministério da Saúde à Campanha de Comemoração do Dia Internacional das Prostitutas

da iniciativa “Aids no Brasil: o que nos tira o sono?”

Os recentes atos de censura do Ministério da Saúde e a exoneração do Diretor do Departamento de DST/AIDS/HV, Dirceu Greco, em razão da elaboração de uma campanha que valoriza as prostitutas para que sejam tratadas com respeito, evidenciam a opção do Ministro Alexandre Padilha por uma política equivocada de enfrentamento da aids, que, explicitamente, vem sendo pautada pela noção de que há brasileiros com direitos e privilégios – os que acham que o projeto de felicidade para todos são seus valores religiosos – e outros sem direitos – aqueles que compreendem a centralidade da liberdade religiosa e respeitam a diversidade humana, como se prevê na democracia brasileira.

A consequência deste ato de discriminação de direitos se traduz em negligência na proteção e promoção do direito à saúde e, visivelmente, no crescimento da epidemia de aids no país.

As prostitutas constituem um segmento social desproporcionalmente afetado pela aids. A taxa de prevalência do HIV nesse grupo é 8 vezes superior à encontrada no conjunto da população. Estudos recentes indicam que, possivelmente, uma de cada dez mulheres infectadas no país é prostituta. Mais do que o vírus, o que sustenta a aids no Brasil são as situações de desigualdade e a estigmatização, que impedem o acesso de pessoas e grupos aos recursos elementares para uma vida digna e limitam sua capacidade de se proteger do HIV.

Ao discriminar as prostitutas, discriminam-se também seus parceiros, seus clientes e toda a sociedade que, é importante notar, aceita que prostitutas sejam felizes nas novelas da TV aberta, de concessão estatal e na internet.

Nos últimos anos apontamos diversos equívocos na condução política de aids, que evidenciam a necessidade de inflexões urgentes nos caminhos que vem sendo adotados pelo Ministério da Saúde.

A base da superação das vulnerabilidades é o fortalecimento dos laços de solidariedade social e, portanto, o reconhecimento da identidade coletiva de grupos marginalizados. É evidência validada internacionalmente que somente uma política de saúde comprometida com a defesa e a promoção dos direitos humanos de todos os segmentos poderá enfrentar de modo eficaz e justo a epidemia de aids que, no Brasil, segue em patamares elevados e inaceitáveis.

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Comentários

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Repúdio à censura contra campanha para prostitutas – Viomundo – O que você não vê na mídia , es genial, desde que os recibo no puedo parar de mirar todas vuestras sugerencias y me alegra cuando recibo uno más, sois lo mejor en español, me encata vuestra presentación y el curre que hay detrás. Un beso y abrazo,GRACIAS POR VUESTRO TRABAJO, nos alegrais la vida.

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Gerson Carneiro

Prostitutas não podem se declarar felizes?

RT @padilhando: Minha decisão foi,não cabe a assinatura do MSaude em uma msg:” Sou feliz sendo prostituta”.

Fabio Passos

E o preconceito e moralismo fuleiro prejudicando politicas publicas de saude.

Infelizmente os tacanhas nao estao prejudicando apenas a si mesmos… estao atrapalhando o trabalho de profissionais serios e conceituados que lutam contra a aids no Brasil.

Pedro Serrano: Padilha errou; realizar campanhas de saúde pública é seu dever e não mera opção – Viomundo – O que você não vê na mídia

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Elias

O respeito que todas as mulheres da sociedade merecem, as meretrizes merecem o mesmo. Filho da p. não é o filho da mulher profissional do sexo. Filho da p. é quem recorre aos serviços dessas mulheres e depois as desprezam, quando não as abominam. Portanto, não há mais o que esperar para inclui-las na CLT. Com todas as obrigações e benefícios.

PS: O problema está na caftinagem. Esse setor que não só age nas baixas, mas também nas altas esferas precisa ser mais estudado. Tudo é uma questão de se explicitar essa coisa camuflada, saber com clareza se é negócio lícito ou não. Discutir tal realidade faz-se necessário, acima de tudo para o bem das profissionais da área

Vlad

Prostituição não é crime.
Apologia à prostituição, ainda que fosse o caso dos cartazes, também não.

O crime, que só vale para cafetina pobre ou que não é amiguinha da polícia, é a exploração da prostituição.

O cartaz obviamente não pretendeu incentivar a prostituição, mas sim conferir alguma auto-estima à parcela de prostitutas mais pobres e ignorantes, para que, cientes de que não são piores que ninguém, tomem a iniciativa própria das pessoas seguras de si e reduzam condutas de risco.
Mas a hipocrisia humana não tem limites. O apego ao poder também não.

Por isso demite-se quem merecia elogio, para atender a sandice de fanáticos semi-analfabetos e hipócritas, quem sabe muitos dos quais nascidos justamente de mulheres que agora marginalizam, como se fosse, algum deles, melhor que elas.

    xacal

    Uau, vamos a autópsia desta “pérola”, antes que cheire mal:

    “(…)O cartaz obviamente não pretendeu incentivar a prostituição, mas sim conferir alguma auto-estima à parcela de prostitutas mais pobres e ignorantes, para que, cientes de que não são piores que ninguém, tomem a iniciativa própria das pessoas seguras de si e reduzam condutas de risco.(…)

    Neste trecho, a indicação do “pensamento”: pobreza e ignorância são siamesas, ou seja, para combater um suposto ato de preconceito, o “jênio” saca outro.
    O que reduz a atitude de risco não tem nada a ver “com felicidade ou auto-estima”, não nesta compreensão polianesca da vida, mas sim a consciência de que exerce uma função(trabalho)e que como tal está exposta a riscos de segurança.
    Então vamos precisar levar a prostituta, o peão da obra e o gari ao “analista”, convencer-lhes a se “adaptar” (levo o raio, mas sou feliz), e depois convencê-los a usar proteção?
    E quem não é “feliz” com o que faz, faz o quê?

    “Mas a hipocrisia humana não tem limites. O apego ao poder também não.
    Por isso demite-se quem merecia elogio, para atender a sandice de fanáticos semi-analfabetos e hipócritas, quem sabe muitos dos quais nascidos justamente de mulheres que agora marginalizam, como se fosse, algum deles, melhor que elas.”

    Aqui, o “raciocínio” do “jênio” se completa: lógico, todos que discordam de seus iluminados postulados são a escória, “fanáticos e semi-analfabetos”.

    Estranho, é esta massa de “hipócritas” que têm rejeitado o assédio da mídia desde 2002, que c..gou e andou para o golpe do mensalão, que empurrou o PIG e a direita para recantos da política brasileira.

    Claro, o viés religioso fundamentalista é nefasto para a política brasileira, ou de qualquer país democrático, mas e o fanatismo de esquerda?

    Será a nova religião da não-religião?

Zilda

Os pesquisadores precisam conhecer melhor a realidade brasileira. Saber que o Brasil tem um nível de informação baixíssimo, analfabetismo integral e funcional em larga escala e que a capacidade de discernimento é quase zero nas camadas populares. O estímulo da TV,especialmente por meio de novelas onde é retratada a maneira “permissiva”(Daniel Filho) de viver dos cariocas, para crianças e adolescentes se prostituirem já faz um estrago enorme entre os pobres.
Essas pessoas pensam que estão na Suíça, na Suécia ou quem sabe na Finlândia! Precisamos de campanhas esclarecedoras, sim, mas não glamourosa da prostituição.

Carlos Lima

Azenha, há coisas e fatos que de uma forma ou de outra são deturpadas por assim dizer para algo progressista sem ter nada a ver. A questão de prostitutas estar feliz não tem nada a ver com saúde publica, não creio que alguém possa estar feliz numa sub ocupação que não precisamos nem informar como é realizado, nutro pelas prostitutas o mesmo carinho que dispenso a todos os seres humanos, porém não dá para alimentar um absurdo desses. Daqui uns dias virá uma pesquisa afirmando que os drogados estão felizes o que até possam estar felizes, porém doentes. Não iludam a população pois nenhum filho, pai, mãe irmão ou amigo ficaria feliz com uma parente ou um parente na prostituição, assim como nenhum ser humano pode ser escravo, vender o corpo é uma forma terrível de escravidão. Portanto o ministro estar corretíssimo, isso não é falso moralismo e nem religiosidade e nem balela é respeito ao ser humano é saúde pública, a mídia de modo em geral virou uma insanidade só, abraçam causas totalmente desnecessária para o desenvolvimento humano, felicidade para min e o respeito para com todos os seres humanos, menos né gente, menos, desespero foi moda em 73 como disse Belchior.

Augusto G. Sperandio

Parabéns ao Ministro!!!!!
Combate à AIDS é uma coisa. Campanhas, esclarecimento, protetivos, alertas, medicamentos, todas são armas necessárias. Já outra coisa bem diferente é o estímulo à prostituição. Esta seria TOLERÁVEL, mas jamais objeto de incentivo.
Nenhum grupo social pode se abster de valores morais, éticos, e respeito à estrutura social, portanto, NÃO HÁ QUE SER HIPÓCRITA, não há que incentivar a prostituição, ou outras formas alternativas.
A realidade e os valores necessários para a vida coletiva precisam sem encarados e preservados, para o BEM MAIOR, SEM HIPOCRISIA.

Vlad

E o que diz, afinal, a agora discretíssima ministra(?) das políticas para as Mulheres, eleonora menicucci??
Medo da tia dilma?

Sideval Jr

Meu Deus, fiquei com dó dessas senhoras.

"Padilha colocou o moralismo acima da ciência; mortes virão" – Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Pesquisadores repudiam censura do MS à campanha para as prostitutas […]

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