A nota do MuBE sobre a Neguinha do Espanador

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Neguinha do espanador

Nota à imprensa

O MuBE – Museu Brasileiro da Escultura repudia qualquer atitude de segregação, quanto a gênero, classe, etnia, crença ou outra forma de discriminação.

Tornou-se uma prática cultural, recorrente no mundo, a realização de exposições colaborativas, como a Mail Art – Cupcake, ocorrida de dezembro de 2013 a janeiro de 2014, sob curadoria de Nelson Schiesari.

Nessas mostras, a liberdade de expressão artística se manifesta de modo inequívoco. Os processos criativos ocorrem de forma aberta e democrática, com multiplicidade de visões, sem qualquer tipo de censura.

Em uma exposição, de proporções multiculturais, como a Mail Art – Cup Cake, é natural a existência de visões diversas.

O maior intuito deste projeto sempre foi a inclusão sócio cultural dos artistas participantes e o público, celebrando a diversidade e a pluralidade de expressão.

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Comentários

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Edgar Rocha

“inclusão sócio cultural dos artistas participantes e o público”. Pobre artista plástica! Tão excluída da sociedade, marginalizada… Tada dela! E mais: Pobre público de shopping center que frequenta exposições de arte! Ô, dó! Vi um no farol estes dias… quase dei um trocado (pra comprar botox, a coisa não tá fácil pra ninguém!).

Tentei adivinhar a argumentação no último post, mas os caras se superaram: a neguinha do espanador foi um ato de inclusão social do artista e do público alvo! Não tinha pensado nisto. A que nível imponderável de cinismo chegou nossa elite!

Já que a pluralidade de expressão está em alta, deve valer também a pluralidade de interpretações. Claro, a obra de arte apreciada já não pertence mais ao artista. Tenho certeza de que, no âmago de sua proposta ultra-mega-giga-pós-moderna, bem sabe a autora desta preciosidade que seu alter ego pretendeu afirmar, subliminarmente, que o troço não é mesmo uma “neguinha do espanador”, como afirmou em linguagem direta. Trata-se de uma irônica inversão de valores no jogo psicanalítico de manipulação do inconsciente coletivo. Aquilo que se afirma não é: a elegia ao conflito de classes nos força a uma interpretação modelar, no sentido catedrático de uma cadeira de antropologia da USP. Em resumo: não é uma “neguinha do espanador”. Data venha, cristão (ou não). É uma patricinha depois do tratamento de corpo inteiro com hidrogel! Não perceberam? Não???? Ó messa! Incrédulos são os que viram um espanador no lugar de um pau de selfie. Com as bênçãos de Caravaggio: uma gênia esta que fez tal obra de escárnio à sociedade hipersexualizada e hedonista. Foi um grito: mais água, menos hidrogel!!! Atualíssimo a nível de política administrativa e gestão da água. Quem duvidar, compare as feições da diabólica esfinge com as de Andressa Urach. Percebam o tom de pele exatamente similar ao da bunda da dita cuja. Qualquer universitário da FFLCH já havia percebido isto. Só esperam a polêmica se configurar pra escrever uma linda tese, logicamente.

Roberto L.

(continuação) Nas cenas do julgamento dele na França, com várias testemunhas dos crimes dele, ele manteve o mesmo sorriso cínico e sociopata da foto de quando era jovem (que aparece no verbete) pra elas e pras câmaras, isso já idoso.

Era o protótipo dos nazistas retratados em filme (eles existiram mesmo e agiam dessa forma, não tinha clemência com quem eles julgavam inferiores ‘etnicamente’ ou inimigos). Digo isso pois muita gente hoje em dia, por ignorância ou cretinice, anda relativizando o nazismo achando que tudo é “invenção de Hollywood” e não é por aí.

Thiago

Depois da nota da Estrela e da MuBE, agora é aguardar uma nota da autora da boneca, Rita Caruso, que é quem deveríamos estar criticando desde o começo.

Quanto ao fato da exposição deixar uma obra assim participar, fico um pouco dividido: obviamente esta obra fosse mais explícita no conteúdo preconceituoso teria sido barrada da exposição, mas ao mesmo tempo isto é (infelizmente) um retrato da nossa época atual, em que boa parte das pessoas olhariam para esta boneca e não se sentiriam nem um pouco incomodadas.

Leo V

Não me gusta a boneca.

Mas de fato a resposta do Museu é boa.

Melhor poder dizer tudo do que uma ditadura paranoica do politicamente correto.

    Mônica

    Racismo não é patrulhamento ideológico ou coisa de “gente chata politicamente correta”. É crime. E ponto.

    Marecelo

    Sem querer defender o artista ou a obra , mas muitas vezes a arte é propositalmente provocativa e até ofensiva , talvez , ainda especulando, levantar essa questão fosse a intenção inicial do artista .

    Leo V

    Racismo é crime.

    Então por que não foi feito B.O. no caso?

    Arte é interessante por isso, cada um projeta nela o que quer.

    Eu já disse que não gosto da boneca.

    Mas antes isso do que uma ditadura da paranoia. Hoje é a boneca, amanhã é qualquer coisa que alguém projete num quadro ou em qualquer coisa.

    nilda

    Falou tudo.Simples assim!

Julio Silveira

Liberdade cultural e perfeito, mas quem a usa com critérios muito particulares se sujeita a criticas e inclusive as leis, como qualquer cidadão que faça uso de seu livre arbítrio para agredir ou mesmo avançar sobre os direitos alheios.

FrancoAtirador

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Só falta lançarem a Barbie Nazi, com Suástica e tudo.
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    FrancoAtirador

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    Aliás, não seria novidade,

    mas reedição pós-moderna:

    (http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=4323189)
    (http://www.culturabrasil.org/o_inimigo_de_meu_inimigo_klaus_barbie.htm)

    Roberto L.

    Não sei o comentário foi irônico pois não fica claro (não é uma crítica), mas Barbie era o sobrenome do criminoso nazi mesmo, apelidado de Klaus (de Nikolaus), ou simplesmente conhecido por Klaus Barbie. (http://en.wikipedia.org/wiki/Klaus_Barbie)

    Barbie ajudou na captura de Che Guevara e a instrumentalizar a repressão na ditadura da Bolívia sob comando dos EUA. Depois dos serviços prestados na guerra fria às potências “ocidentais”, os EUA viraram as costas pra ele e ele foi preso e deportado pra França prum julgamento cinematográfico (o documentário acima descreve tudo isso com imagens) pelos crimes cometidos na França como o Açougueiro de Lyon.

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