Por que Padilha não defende a terceirização na cara dos trabalhadores?

Tempo de leitura: 6 min

Padilha, Temer e Skaf

Por que o ministro da Casa Civil não defende a terceirização na frente dos trabalhadores?

 da Federação dos Metalúrgicos da CUT/SP

Ontem (16 de junho) a Folha de S. Paulo publicou em seu site uma matéria (veja abaixo) em que afirma que Eliseu Padilha, ministro golpista da Casa Civil, defendeu a terceirização em um evento com empresários e foi aplaudido de pé.

“Temos que caminhar no rumo da terceirização. Aquele projeto que está no Senado deve ser votado com alguma rapidez”, afirmou Padilha.

Nós, entidades que representam e organizam os trabalhadores do ramo metalúrgico em todo o Brasil, desafiamos o ministro golpista a defender a terceirização na frente dos trabalhadores.

Ser aplaudido por empresários do setor privado por defender uma proposta que rasga a CLT e retira direitos duramente conquistados pelos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros é fácil.

Propomos a Eliseu Padilha que vá até a porta de uma fábrica e pergunte diretamente para os trabalhadores quem quer ser terceirizado.

Ou para sermos mais objetivos: quem quer ser demitido e recontratado com salários achatados, sem direitos, com condições precárias de trabalho.

A realidade dos trabalhadores brasileiros que já são terceirizados demonstra que um dos principais problemas é o calote.

As empresas contratantes não cumprem as obrigações trabalhistas. Os acidentes e as mortes no trabalho são a outra terrível faceta da terceirização no país: 80% dos casos acontecem com trabalhadores contratados nessa condição.

A conclusão é óbvia também para especialistas: os terceirizados estão mais sujeitos a acidentes e mortes no local de trabalho do que os trabalhadores contratados diretamente.

A organização sindical e negociação coletiva também está em cheque com a terceirização. A ação coletiva dos trabalhadores, seja por meio de organizações de representação por empresa ou sindicatos, seria uma forma eficaz de combater os malefícios da terceirização.

Entretanto, a soma do formato da terceirização em prática no Brasil — pautada exclusivamente pela redução de custos — com a legislação que regulamenta a organização sindical, acaba por inviabilizar a defesa dos trabalhadores em relação à precarização e às desigualdades no mercado de trabalho.

Campanha Salarial

A luta contra a terceirização também está presente na Campanha Salarial 2016.

Com o tema: “Sem pato, sem golpe, por mais empregos e direitos”, os metalúrgicos CUTistas do Estado de São Paulo colocam como um dos eixos da campanha: “Não à terceirização e à perda de direitos”.

Os outros eixos são reposição da inflação e aumento real, estabilidade e geração de empregos, valorização dos pisos salariais e jornada de trabalho de 40 horas semanais.

Para nós, não é novidade os ataques que a classe trabalhadora está sofrendo por parte do governo interino e golpista.

Alertamos inúmeras vezes sobre esta situação que vivenciamos atualmente e reafirmamos nosso compromisso com os trabalhadores e trabalhadoras de todo o Brasil.

Gostaríamos que o ministro Eliseu Padilha aceitasse nosso convite para debater com os trabalhadores na porta de uma fábrica o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 30/2015 – que libera a terceirização sem limites. É só agendar.

Luiz Carlos da Silva Dias

Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos da CUT São Paulo

Paulo Cayres

Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT

pato

Temer e Terceirização: Empresários batem palmas, trabalhadores pagam o pato

Leonardo Sakamoto, em seu blog, 16/06/2016 17:46

Esta notícia é para você, amigo trabalhador, cara amiga trabalhadora, que abraçou patos amarelos, chamando-os de amigos, e acreditou no conto de que basta derrubar uma péssima presidente e um governo incompetente para o Brasil virar um lugar com rios de onde fluem leite e mel, cheio de unicórnios fofinhos e potes de ouro no final de arco-íris.

Durante um rega-bofe com a nata do empresariado, em São Paulo, nesta quinta (16), o ministro-chefe da Casa Civil Eliseu Padilha foi ovacionado ao defender que o país precisa “caminhar no rumo da terceirização”, explicando que o projeto que permite isso deve ser votado com rapidez no Congresso Nacional.

Pergunta: Por que os empresários bateram palminhas?

Alternativas:

  1. a) Porque eles acham importante que os trabalhadores que já estão terceirizados conforme a lei atual possam ter mais direitos garantidos?
  2. b) Porque poderão economizar demitindo empregados contratados conforme regime CLT e terceirizar, seja com profissionais que possuem suas próprias empresas individuais e não contam com os mesmos direitos, apesar de baterem ponto todos os dias (os chamados PJs), seja com cooperativas ou empresas menores que, não raro, contratam trabalhadores de forma precária e sem os mesmos direitos.

Se você optou pela alternativa “a”, volte duas casas e abrace novamente o pato. Você merece.

Se optou pela alternativa “b”, parabéns: você é consciente de que aquilo que chama de direitos trabalhistas está por um fio.

Mas tudo bem! O importante é que, agora, ninguém segura esse Brasil, não é mesmo? Afinal de contas, todos têm que dar o seu quinhão de sacrifício em nome do crescimento do país e você está preparado para abrir mão da dignidade (conquistada com base em sangue e lágrimas por gerações antes de você) para que setores do empresariado nacional e internacional não precisem passar por atrocidades como taxação de seus lucros e dividendos. Pois você é do tipo que concorda que primeiro temos que fazer o bolo crescer para depois dividi-lo.

Olha, sugiro que pegue uma senha. Porque tem trabalhador que deu o lombo para a última ditadura promover seu “milagre econômico” e está na fila até hoje pelo seu pedaço. Só que, até agora, recebeu migalhas.

Parte do empresariado que apoiou o impeachment quer um ambiente de negócios mais “amigável” ao crescimento econômico, sem subir impostos ou morder seus lucros. Com isso, a precarização de direitos dos trabalhadores está posta na mesa como única alternativa.

Algumas das forças políticas que dão sustentação ao governo Michel Temer estão pressionando por mais “flexibilidade”, menos regulação estatal, menos intervenção do Estado e mais liberdade entre as partes, patrões e empregados, na hora de contratar. Mudanças são bem vindas se podem melhorar a vida de ambos os lados, mas devem ser discutidas e evitadas se fragilizam ainda mais os mais fracos.

Que é o caso do projeto do qual falou Eliseu Padilha (PL 4330/2004), que amplia a terceirização e legaliza a contratação de prestadoras de serviços para executarem as atividades para as quais as empresas foram constituídas (atividades-fim) e não apenas serviços secundários, como é hoje.

Isso levará a um comprometimento significativo dos direitos trabalhistas, com perda de massa salarial e de segurança para o trabalhador. Situações que hoje oprimem certas categorias podem ser universalizadas e o Judiciário não terá condições de processar e julgar todas as ações trabalhistas.

No limite, poderemos ter novos protestos sociais, quando milhões de trabalhadores perceberem que perderam salários e garantias e nem mesmo podem reclamar com o patrão.

Se ele for aprovado, teremos grandes empresas, que concentram todos os lucros e nenhum empregado, e uma constelação de empresas sem qualquer lastro financeiro ou independência, mas com todos os empregados. Periodicamente, tais empresas encerram as portas, deixando para trás enorme passivo, gerando avalanches de reclamações trabalhistas.

No médio prazo, isso tende a rebaixar salários médios em todos os setores. Estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontou que, em média um trabalhador terceirizado trabalha três horas a mais por semana e ganha 27% menos que um empregado direto.

As relações deixam de ser entre patrões e empregados, previstas e tratadas pelo direito do trabalho, e serão entre empresas e empresas pessoais (“pejotização”), como se ambas fossem livres e iguais entre si. Hoje, isso já acontece aos montes, apesar de ser proibido, pois os trabalhadores temem reclamar e perder o serviço ou entrar em alguma “lista suja” do setor.

Pelo projeto, a empresa contratante deve arcar com os direitos trabalhistas dos empregados da contratada quando esta não for capaz. Na prática, pelo que já acontece, isso terá que ser resolvido na Justiça – se e quando o trabalhador decidir reclamar. E no caso de trabalho análogo ao de escravo, em que muitas fazendas e empresas se utilizam de cooperativas e empresas fajutas em nome de prepostos para burlar direitos trabalhistas, o projeto vai facilitar a impunidade das contratantes que, no máximo, terão que bancar salários atrasados, mas sem punição pelos escravos libertos.

Além do mais, isso tende a desorganizar ainda mais a já caótica estrutura sindical. Empregados que estão no mesmo estabelecimento, na mesma empresa, com grau de especialização muito próximo, poderão integrar categorias diferentes.

Também pode aumentar o número de sindicatos de “aluguel”, situação estimulada pela fragmentação e pelas fontes garantidas de renda para os dirigentes. Com isso, diminuir a capacidade de articulação da classe trabalhadora.

Enfim, nada disso importa.

O que importa é vocês seguirem direitinho a frase de nosso líder Michel: “Não fale em crise, trabalhe”.

Leia também:

Dono de helicoca ganha cargo no Ministério do Esporte do governo Temer


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FrancoAtirador

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OLJ (OC-PPP) Gerou Mais de 1 MILHÃO de DESEMPREGADOS no País

Mas Isso Não Vem Ao Caso. O que importa é que Acabou a Corrupção.

https://t.co/4jjz6AB4rt
https://twitter.com/esmaelmorais/status/744514436879294464
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FrancoAtirador

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Ditadura Militar (1964-1985)

Programa “Minha Globo, Meu Marinho”
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Com 400 MIL m² de Área Construída sobre um Terreno de 1,65 MILHÃO m²
Localizado entre os Bairros de Jacarepaguá e de Curicica, no Rio de Janeiro,

o Projeto Jacarepaguá (PROJAC) começou a ser Executado no Ano de 1980,

no Último Período da Ditadura Militar, no Governo do General-Ditador
João Batista Figueiredo, Amigo Pessoal de Roberto Marinho, Dono da Globo,

e se estendeu até 1995, no início do Governo Fernando Henrique Cardoso,
quando foi Inaugurado, no dia 2 de Outubro, pelo Próprio “Dotô Roberto”,

Acompanhado dos Três Filhos, Roberto Irineu, João Roberto e José Roberto,
e da Esposa, Dona Lily de Carvalho Marinho, na Presença de 500 Pessoas.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Est%C3%BAdios_Globo
http://diariogaucho.clicrbs.com.br/rs/entretenimento/noticia/2015/10/nos-20-anos-do-projac-conheca-os-bastidores-da-fabrica-de-sonhos-da-globo-4860359.html
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PROJAC: UM PROJETO ‘DESABITACIONAL’

De acordo com Gabriel Collares Barbosa, Professor na UFRJ,

Citado em Reportagem de Paulo Nogueira, no Portal “DCM”,
Reproduzida no “Conversa Afiada” de Paulo Henrique Amorim,
Escritor, Autor do Livro “O Quarto Poder” – Ambos Jornalistas –

Parte do Terreno Onde Foram Erguidos os Estúdios da TV Globo
estava Destinada à Desapropriação para a Construção de Casas
no Projeto Habitacional do Governo Estadual do Rio de Janeiro.

http://www.conversaafiada.com.br/pig/2015/04/02/nogueira-ate-um-macaco-faria-a-globo-com-da-ditadura
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O que o Governo Provisório do Interino Temer

vai fazer com os Estúdios e os Equipamentos

da TV Brasil, quando Fechar a Emissora Pública?
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