Maria do Rosário, sobre o assédio do deputado picareta à jornalista Basília Rodrigues: Punição aos machistas!

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Solidariedade a Basília. Punição aos machistas!

Mária do Rosário, em sua página no Facebook

O deputado federal Wladimir Costa (SD-PA), que jurou fidelidade a Temer com uma tatuagem do presidente no ombro, assediou presencialmente, no último dia 1º, a jornalista Basilia Rodrigues, da Rádio CBN, e a desrespeitou nas redes sociais.

Mulheres, nós bem conhecemos essa lógica de desrespeito. Toda mulher tem direito ao respeito!

Até quando homens investidos de autoridade política continuarão a ser o pior exemplo de machismo, tratando as mulheres como escravas?

Até quando continuarão com um discurso que fomenta a cultura do estupro, do assédio e da misoginia?

Isso só cessará quando forem punidos nos tribunais e perderem seus mandatos por falta de decoro.

No entanto, dentro da Câmara dos Deputados e do Senado, nas instâncias que apuram faltas éticas na conduta dos denunciados, muitos outros parlamentares homens fazem vistas grossas às denúncias que nós mulheres fazemos.

Lembro que como mulher e cidadã, optei por denunciar um parlamentar que reiteradas vezes usou palavras não somente ofensivas, mas criminosas contra a minha pessoa e contra outras mulheres, na Justiça comum.

Além da denúncia movida por mim, ele também é réu no STF por ação movida pela PGR pelo crime de apologia ao estupro. A apreciação deste processo pelo STF e a condenação deste parlamentar fará justiça diante do cometido, que permanece se refletindo em manifestações de ódio cotidianas, sobretudo no território pantanoso das redes sociais.

Por este motivo, me coloquei imediatamente no lugar de Basília. Não a conheço, mas sou capaz de sentir o que ela sente.

Quando somos desrespeitadas da forma como ela foi, é como se sentíssemos um ferro quente nos marcando nossa pele para sempre. Como se alguém sempre fosse nos olhar e lembrar desse episódio, mesmo que façamos coisas extraordinárias em nosso trabalho e na nossa vida.

Todo o sofrimento de nossas antepassadas, tratadas como objetos, parece mesmo gravado em nossas células.

Tenho certeza de que a opressão e a violência são bem gravadas na atuação dos que desrespeitam mulheres.

Sejam eles os facínoras autores de feminicídio, sejam os metidos a besta que se acham muito melhores do que são ao ponto de desrespeitarem uma profissional de imprensa, ou qualquer outra profissão, que certamente só por dever de ofício lhe dirige a palavra.

Maria do Rosário, deputada federal (PT-RS)

por Conceição Lemes

O deputado Wladimir Costa (SD-PA)  é um picareta bem representativo do Congresso, já retratado em nossa Galeria dos Hipócritas.

Relendo-a agora, vejo que a jornalista Basília Rodrigues não é a primeira vítima do machismo do parlamentar.

Durante a votação do impeachment da presidenta Dilma, ele protagonizou um espetáculo grotesco, indecente, na Câmara dos Deputados.

Em discurso que precedeu a votação da abertura de processo de impeachment, referiu-se à colega de Congresso Gleisi Hoffmann como “vaca”, a título de reproduzir xingamentos que a senadora recebeu ao desembarcar no aeroporto de Curitiba; ele também chamou a presidente da República de “psicótica”.

“O lado que vai cassar a Dilma não se envolve em roubalheira, em safadeza”, afirmou.

Porém, não é o que demonstram duas investigações oficiais que foram movidas contra o deputado, que podem ser conferidas aqui.

Não é o que demonstra também o seu modus operandi na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, que analisou o relatório contra Michel Temer.

Temer gastou mais de R$ 150 mihões para comprar a CCJ, inclusive R$ 4,9 milhões  com deputado Wladimir Costa que já foi cassado por corrupção. Assista aqui aos chiliques dele.

Abaixo, o post do deputado em sua página no Facebookonde rebate a acusação de assédio. Por dever de ofício tive de lê-lo. Mas previno. O texto embrulha o estômago. Prepare-se.

“Existe uma desconhecida jornalista, que diz exercer a profissão há 10 anos, por nome de: Basilia Rodrigues do DF. Descobri que ela nunca foi contratada por nenhum grupo de comunicação importante, como por exemplo Record, Globo, SBT, Estadão, O Estado, Band, Uol, Correio Brasiliense, Zero Hora e outros tantos renomados grupos de comunicações.

Ela é aquela do tipo mequetrefe e resolveu me denunciar sabem por que? Adivinhem ? Isso mesmo! Por assédio (creio que deva ser por um suposto assédio moral, porque assediá-la sexualmente ninguém irá acreditar, pois basta ver as fotos da mesma e todos irão ver que ela foge totalmente dos padrões estéticos que, supostamente despertaria algum tipo de desejo em alguém.

Pelo menos dos meus fogem 1000% e também creio que fugem dos interesses padrões que outros homens, possam sentir por uma mulher. Digamos que apenas a cor negra de sua pele e o cabelo cacheado, é o que ela verdadeiramente tem de beleza em seu corpo.

Agora voltando ao assunto da tatuagem, para que vocês entendam como tudo começou.

Foram dezenas e dezenas de jornalistas e radialistas que me entrevistaram sobre essa tatoo que fiz com o nome do Presidente Temer. Como profissional de imprensa que sou há mais de 25 anos, sei o quanto é importante estas coberturas, e dou sempre atenção a todos.

A história da tatuagem na realidade ninguém levou a sério (nem mesmo eu kkkk). Durante todas as entrevistas que dei, a imprensa toda levou na esportiva, literalmente na brincadeira, e eu ia na onda dos jornalistas. Chegaram até a perguntar se eu teria coragem de posar pra G Magazine e respondi que eu daria prejuízo pra revista, pois não venderia uma única edição.

Perguntaram também se eu possuía tatoo ou piercing na região genital, pra uns respondia sim, pra outros não, sempre em tom de brincadeira.

Já essa tal jornalista Basilia Rodrigues que, certamente quer ficar famosa às custas de alguém, por inúmeras vezes me abordou pedindo para eu tirar a roupa e mostrar as tatuagens, se eu fosse hipócrita poderia sim denunciá-lá por assédio sexual, pois para eu mostrar, teria que ficar no mínimo 90% nú, mas prossegui levando os pedidos na brincadeira, é claro.

Então vamos ao suposto motivo da denúncia feita pela a D. Basilia; Eu fui convidado para participar de um jantar na casa do colega Deputado Federal Fabio Ramalho, ao chegar na portaria, lá estavam vários jornalistas que mais uma vez me abordaram sobre a história da tatuagem com o nome do Temer (Mera tatuagem provisória de Henna para provocar a oposição, e que, literalmente deu certo), daí subi até o apartamento e não demorei.

Ao retornar à portaria, lá estavam eles novamente pedindo pra eu mostrar a tatuagem e novamente eu sorrindo disse; não, não posso mostrar, foi aí nesse momento que a jornalista de cor de pele e cabelos bonitos (Somente isso) insistia insancentemente pra eu tirar a roupa pra mostra à tatuagem, e eu sorrindo apenas respondi; -PRA VOCÊ EU MOSTRO O CORPO TODO!

Afinal eu possuo 7 tatuagens, e confesso ser um grande entusiasta desta arte que até ajudo a divulgar. Em momento algum falei, PRA VOCÊ, EU FICO NÚ, DESPIDO, PELADO.

Dizer que vai mostrar o corpo todo, não quer dizer necessariamente, ficar literalmente nú, e tenham certeza que, mesmo que Dona Basilia fosse a última mulher do mundo, eu não teria coragem de ficar despido para ela e jamais iria convidá-la para ser minha parceira numa noite de amor, pois sou muito bem casado. (Certamente ela também não teria essa coragem). Resumidamente, ela não me desperta em nada”.

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