Janio de Freitas ensina noções básicas do Direito a Dallagnol: “A convicção é pessoal e subjetiva. A prova é objetiva”

Tempo de leitura: 3 min

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Veja, que plagiou a Newsweek, advoga o assassinato extrajudicial de Lula; Dallagnol quer extirpar o PT em nome de convicção religiosa?

Procuradores da Lava Jato querem igualar provas a convicção e ilação

18/09/2016 02h00

Janio de Freitas, na Folha

A exposição acusatória feita por procuradores da Lava Jato contra Lula foi um passo importante, como indicador do sentido que determinados objetivos e condutas estão injetando no regime de Constituição democrática.

O propósito da exposição foi convencer da igualdade de ilação, convicção e prova, para servir à denúncia judicial e à condenação pretendidas sem, no entanto, ter os necessários elementos comprobatórios.

Orientador do grupo de procuradores, Deltan Dallagnol expôs o argumento básico da imaginada igualdade: “Provas são pedaços da realidade que geram convicção sobre um quadro”.

O raciocínio falseia. Provas dispensam a convicção, a ela sobrepondo-se. Daí que o direito criminal atribua à prova o valor decisivo. A convicção é pessoal e subjetiva. A prova é objetiva. A convicção deixou no próprio Supremo Tribunal Federal uma evidência da sua natureza frágil e da relação precária que tem com a Justiça.

Recém-chegado ao Supremo, Luís Roberto Barroso encontrou ainda o julgamento do mensalão. Em uma de suas primeiras intervenções, acompanhou uma decisão já definida mas, disse, não se sentia à vontade para dar seu voto à outra: proposta pelo relator Joaquim Barbosa e já aprovada, era a condenação dos réus petistas e vários outros, além do mais, também por formação de quadrilha. Causou espanto. Dois ou três ministros teriam apoiado a condenação por impulso ideológico ou político. Os demais, considerado o seu hábito, votaram por convicção.

Barroso foi breve e simples na recusa de fundamento à condenação. O espanto passou a insegurança. Mas foi só alguém rever o voto que dias antes dera à condenação, logo seguiram-se os capazes de retirar da sentença final a formação de quadrilha. Da qual não havia prova e tinham sobrado convicções.

Em artigo na Folha (sexta, 16), Oscar Vilhena Vieira notou a perplexidade decorrente de que as “grandes adjetivações” aplicadas a Lula pelos procurados, “como ‘comandante máximo’ [da ‘organização criminosa’], não encontrem respaldo nas acusações formais presentes na denúncia”.

O mesmo se pode dizer de afirmações como esta, de Dallagnol, de que Lula “nomeou diretores PARA que arrecadassem propina” [maiúsculas minhas]. E muitas outras do mesmo gênero.

De todas os integrantes da Lava podem ter convicção: é assunto de cada um. Mas que de nenhuma apresentem prova, por limitada que seja, e ainda assim busquem apoio emocional para sua “denúncia” vazia, fica claro que trilham caminho à margem da Constituição. E não estão sozinhos, como demonstra a tolerância conivente com sua escalada de abusos de poder, sobre fundo político.

O século passado viu muitas vezes a que levam essas investidas. Não poucos países viveram situações que ainda os levam à pergunta angustiante: “como foi possível?”. Aqui mesmo temos essa experiência: como foi possível ao Brasil passar 21 anos sob ditadura militar? Em nenhum desses países houve causa única. Mas em todos uma das causas foi a mesma: os que deviam e podiam falar, enquanto era tempo, calaram-se por covardia ou conveniência, quando não aderiram à barbárie pelos dois motivos.

É de um ministro do próprio Supremo, Dias Toffoli, que vem rara advertência para “o risco de que o Judiciário cometa o erro dos militares em 64”, se “criminalizar a política e exagerar no ativismo judicial”. Dias Toffoli fala em “totalitarismo do Judiciário”.

Leia também:

O roteiro do golpe para acabar com a Lava Jato


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Comentários

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RONALD

Essa corja de procuradores não tem provas de nada contra o Lula. Só resta a estes bárbaros o escândalo, a calúnia, a injúria. Há muito o estado democrático de direito foi enterrado neste país e o GOLPE foi a pá de cal.
Se Jesus estivesse aqui como no episódio da prostituta, iria escrever os nomes de todos esses criminosos de toga e seus crimes e, pessoalmente, acho que iria faltar espaço para tanto.

“Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!”  Mateus 18:7

Serjão

Não adianta, os coxinhas sofrem de dislexia.

Nelson

Lulipe. Luiz Saldanha.

Convido-vos a aprenderem um pouco com o mestre Jânio de Freitas. Antes, porém, deixem de lado, por alguns momentos, pelo menos, este imenso ódio que vocês têm nutrido pelo “Barbudo” e pelo PT.

Do contrário, continuarão sem saber o que está a acontecer, de fato, em nosso país e seguirão pensando e escrevendo besteiras.

FrancoAtirador

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Já Dizia Fernando Pessoa,
No Escrito do Heterônimo
Poeta Álvaro de Campos,

“Aos Senhores Absolutos
Da Verdade [de Outros]”:

“Em Todos os Manicômios
Há Doidos Malucos
Com Tantas Certezas!”

“Eu, que Não Tenho
Nenhuma Certeza,
Sou Mais Certo
Ou Menos Certo?”

Tabacaria (15/01/1928)
http://arquivopessoa.net/textos/163
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“Não me Peguem no Braço!
Já Disse que Não Gosto
Que me Peguem no Braço!

Não me venham com Conclusões!
A Única Conclusão é Morrer.

Não me tragam Estéticas!
Não me falem em Moral!
Tirem-me daqui a Metafísica!

Não me apregoem Sistemas Completos!
Não me enfileirem Conquistas das Ciências,
Das Artes, Da Civilização Moderna!

Que Mal fiz Eu Aos Deuses Todos?
Se têm a Verdade, Guardem-na!

Ah, que Maçada quererem
Que eu seja da Companhia!”

Sou um Técnico,
Mas tenho Técnica
Só Dentro da Técnica.

Fora disso sou Doido.
Com Todo o Direito
A sê-lo, ouviram?

Não me macem,
Por Amor de Deus!

Queriam-me Casado, Fútil,
Quotidiano e Tributável?
Queriam-me o Contrário Disso?
O Contrário de Qualquer Coisa?

Se eu fosse Outra Pessoa,
Fazia-lhes, a Todos, a Vontade.
Assim, como Sou,
Tenham paciência:

Vão Para o Diabo,
Sem Mim,
Ou Deixem-Me Ir
Sozinho Para o Diabo!
Para que Havemos
De ir Juntos?”

Lisbon Revisted (1923)
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FrancoAtirador

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VOTO VENCEDOR NOS EMBARGOS INFRINGENTES NA AÇÃO PENAL 470 (STF)

“6. De todo modo, caso se fosse avançar para o exame da procedência
ou improcedência das imputações, a hipótese dos autos revela concurso de agentes,
e não a caracterização do crime de quadrilha.
Inexistência de elementos suficientes que demonstrem a formação deliberada
de uma entidade autônoma e estável, dotada de desígnios próprios
e destinada à prática de crimes indeterminados.”

MINISTRO LUÍS ROBERTO BARROSO

Íntegra: http://www.migalhas.com.br/arquivos/2014/2/art20140226-22.pdf

http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI196284,81042-Mensalao+Barroso+e+mais+tres+votam+pela+absolvicao+dos+reus+do+crime
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Notícias STF
Quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

AP 470: Seis Ministros Absolvem Réus do Crime de Quadrilha

Ministros Roberto Barroso, Cármen Lúcia, Dias Toffoli,
Ricardo Lewandowski, Teori Zavascki e Rosa Weber
formaram Maioria dos Votos Favoráveis à Absolvição

http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=261351
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    FrancoAtirador

    .
    .
    !!! FALA ARAGÃO !!!
    .
    “O Senhor [PGR Rodrigo Janot] sabe o quanto tenho sido ostensivamente crítico
    da forma de agir estrambólica dos agentes do Estado, perceptível, em maior grau,
    desde a Ação Penal 470, sob a batuta freisleriana do Ministro Joaquim Barbosa.

    Aliás, antes de ser Procurador-Geral, o Senhor [Janot] compartilhava comigo,
    em várias conversas pessoais, minha crítica, dirigida, até mesmo,
    ao Procurador-Geral da República de então, Doutor Gurgel.

    Lembro-me bem de suas opiniões sobre a falta de noção de oportunidade
    de Sua Excelência, quando denunciou o Senador Renan Calheiros
    em plena campanha à presidência do Senado.

    Lembro-me, também, de nossa inconformação solidária contra as injustiças
    perpetradas na Ação Penal 470 contra NOSSO amigo José Genoíno:

    ‘Não foi uma só vez que o Senhor [Janot] contou que seus antecessores
    sabiam da inocência de Genoíno, mas não o retiraram da ação penal
    porque colocaria em risco o castelo teórico do ‘Mensalão’,
    como empreitada de ‘uma quadrilha, da qual esse nosso amigo
    tinha que fazer parte, para completar o número.

    Por sinal, conheci José Genoíno em seu apartamento, na Asa Sul,
    quando o Senhor [Janot] e eu dirigíamos em parceria
    a Escola Superior do Ministério Público da União.

    Àquela ocasião, já era investigado, senão denunciado,
    por Doutor Antônio Fernando [o PGR de então].

    Admirei a sua coragem, Doutor Rodrigo, de não se deixar intimidar
    pelos arroubos midiáticos e jurisdicionais vindas do Excelso Sodalício.

    Com José Genoíno travamos interessantes debates sobre o futuro do País,
    sobre a necessidade de construção de um pensamento estratégico
    com a parceria do Ministério Público.”

    EUGÊNIO ARAGÃO
    Procurador da República
    Ministério Público Federal (MPF)
    Ex-Vice-Procurador-Geral Eleitoral
    Ex-Ministro da Justiça

    http://www.viomundo.com.br/politica/em-carta-aberta-aragao-desnuda-janot-o-procurador-que-se-aliou-aos-golpistas-amigo-nao-trai-amigo-e-critico-sem-machucar-amigo-e-solidario.html

    http://www.viomundo.com.br/denuncias/aragao-a-republica-de-curitiba-perdeu-a-nocao-do-limite-e-gritante-a-suspeicao-da-lava-jato-em-relacao-a-lula.html
    .
    .

FrancoAtirador

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É uma Questão de FÉD*
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*(https://www.federalreserve.gov)
.
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