TSE libera o caminho para o caixa dois abastecer a campanha dos milionários

Tempo de leitura: 2 min



Dória em campanha no sambódromo do Rio; livre para voar — com jatinho do BNDES, com tudo

por Luiz Carlos Azenha

Em 2010, a Suprema Corte dos Estados Unidos eliminou os limites para que corporações e sindicatos fizessem contribuições de campanha independentes, ou seja, ligadas a temas e não a candidatos específicos.

Quem tem mais dinheiro para dar, a Microsoft ou o sindicato dos professores de Missouri?

Foi o sonho de bilionários como os irmãos Koch, que organizaram redes de contribuição para apoiar candidatos de direita e extrema-direita.

Em 2014, a Suprema Corte completou o “serviço”, eliminando o limite para contribuições individuais, uma benção para a turma do dinheiro e seu projeto de colocar a democracia a serviço do mercado financeiro.

Agora, o Tribunal Superior Eleitoral publicou resolução permitindo que candidatos se autofinanciem até o limite, no Brasil.

Ou seja, um milionário poderá gastar até R$ 2,5 milhões de seu próprio bolso para se eleger deputado federal.

É preciso lembrar que João Doria, por exemplo, candidato a prefeito de São Paulo, autofinanciou mais de 35% de sua própria campanha, R$ 4,4 milhões.

Se fosse candidato a presidente, poderia injetar até R$ 70 milhões (a fortuna declarada de Doria é de R$ 180 milhões).

Doria é um lobista profissional que ocupa cargo público e sua fortuna foi construída assim: apresentando ricos aos mais ricos, banqueiros àqueles que os representariam no poder.

Mas, ele não será o único beneficiário.

Na verdade, o que o TSE fez foi liberar o caminho para que o dinheiro de caixa dois, escondido por aí, financie a campanha de milionários.

Porque um milionário brasileiro jamais vai colocar tudo do próprio bolso para se eleger. Lembrem-se, mesmo Doria, com patrimônio declarado de R$ 180 mi, colocou “apenas” R$ 4,4 milhões de seu próprio dinheiro para ocupar o trampolim da prefeitura paulistana.

Bem menos que os R$ 44 milhões que ele pegou a juros privilegiados do BNDES para comprar seu jatinho.

Os super-ricos brasileiros tem mais de R$ 1 trilhão escondidos no Exterior, segundo um estudo encomendado pela Tax Justice Network, que combate os paraísos fiscais.

Podem ter certeza de que uma fatia desta fortuna, pequena que seja, vai tornar o Congresso brasileiro ainda mais conservador em 2018, substituindo plenamente o dinheiro que as empresas estão impedidas de “investir”  na política.

Se o TSE não revisar a decisão até 5 de março, liberou geral para os milionários.

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Comentários

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Julio Silveira

É a justiça hipocrita que esconde a sua cota de corrupção para posar de vestal a um povo coxinha imbecil desnacionalizado.

Pedrão Paulada

Isso é que é democracia. Fuck e Doriana largam na frente da concorrência. Tem jato próprio financiado por banco público. Os outros candidatos vão fazer campanha de táxi. E é bom que tenham as notas fiscais dos taxistas, senão Moro pega vcs.

JULIO CEZAR DE OLIVEIRA

Alô tem algum coxinha aí?
Eu queria bater um papo a respeito desses milionários pegarem dinheiro do BNDS pra comprar aviões.
Será que vocês ainda tem um candidato que não seja corrupto.
sinceramente,se não for o lula é preferível uma ditadura militar,e rápido antes que nos roubem tudo que temos.

    Pedrão Paulada

    Os coxinhas agora famosos no mundo inteiro, por conta do carnaval, não param de ser homenageados mundo afora como o ídolo deles, o X9 da 13a vara, Dizem que estão recusando propostas para desfilar carnavais no estrangeiro. A agenda tá lotada.

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