Covas e Aécio trocam bicadas por conta de apoio a Michel Temer

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Aécio abre guerra entre os diretórios paulista e paulistano do PSDB

Congresso em Foco, 21/08/2017

O encontro entre o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o presidente Michel Temer provocou atrito entre os diretórios estadual e municipal do PSDB em São Paulo.

A direção estadual retrucou a nota divulgada pelo presidente do partido na capital paulista, o vereador Mario Covas Neto, com críticas ao presidente afastado do legenda.

Covas Neto manifestou desconforto com a reunião fora da agenda entre Temer e Aécio e cobrou do senador mineiro que comprove sua inocência para voltar ao comando da sigla.

“A presença de Aécio Neves hoje, em reuniões internas ou públicas, só nos causa desconforto e embaraços. Prove sua inocência, senador, e aí sim retorne ao partido”, desafiou o presidente do PSDB na capital paulista.

Segundo ele, o único que pode falar em nome da sigla é o presidente nacional em exercício, senador Tasso Jereissati (CE).

Tasso lidera a ala dos tucanos que apoiam o rompimento com o governo Temer e a entrega dos cargos, a começar pelos quatro ministérios que o partido ocupa. Aécio encabeça o grupo que quer continuar com o peemedebista.

Logo em seguida, o diretório estadual, presidido pelo deputado Pedro Tobias (SP), divulgou comunicado reprovando a manifestação de Covas Neto.

“O PSDB de São Paulo defende veementemente o direito democrático de todo brasileiro de emitir sua opinião, mas não pode concordar com o posicionamento do vereador Mario Covas Neto a respeito da iniciativa do senador Aécio Neves de se reunir com o presidente Michel Temer para discutir assuntos referentes ao seu estado”, diz o texto.

“Como senador eleito por Minas Gerais, Aécio tem o dever de exercer na plenitude o seu mandato. Compromissado com os valores e com o programa tucano, o PSDB paulista trabalha e continuará atuando pela unidade partidária em todos os seus níveis”, acrescenta a nota assinada por Pedro Tobias.

Responsabilidade

Aécio se defendeu ontem, também por meio de nota.

Disse que os tucanos têm responsabilidade com a estabilidade nacional. Segundo ele, o encontro com Temer foi para tratar de assuntos relacionados à Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).

“O PSDB tem responsabilidade para com a estabilidade política e a recuperação econômica do país, o que torna natural que lideranças do partido tenham conversas com o presidente e membros do governo. Estranho seria se isso não ocorresse”, afirmou Aécio.

Temer também rebateu a nota do PSDB paulistano. “Teorias da conspiração são assunto de quem não tem o que fazer”, escreveu o presidente no Twitter.

Ele disse que não trata de assuntos internos de outros partidos e que as reuniões que faz são para tratar de temas de interesse do governo.

Aécio está afastado da presidência do PSDB desde maio, quando chegou a ser afastado do Senado, após a divulgação de áudios e da delação da JBS.

Em uma das conversas, ele pede ao empresário Joesley Batista o repasse de R$ 2 milhões.

O dinheiro foi entregue a um primo do senador, que chegou a ser preso pela Polícia Federal, assim como Andrea Neves, irmã do tucano, apontada como responsável pela transação.

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Luiz Carlos P. Oliveira

“Tem que ser alguém que a gente mata antes dele delatar”. E ele continua livre, leve e solto. É a “roleta aleatória” do Çupremo (ç) fazendo sua justi$$$a imparcial.

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