Comissão pede apuração de ameaças de morte a ativistas que investigam crimes da Operação Condor

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Entre os ameaçados, o brasileiro Jair Krischke, coordenador do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, sediado em Porto Alegre-RS. Crédito da foto: Válter Campanato/ABr

Presidente e vices da CDHM solicitam apuração de ameaças a ativistas de Direitos Humanos que investigam crimes da Operação Condor

Da Assessoria de Imprensa da CDHM, via e-mail

O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, deputado Padre João (PT-MG), e os dois vice-presidentes, Paulo Pimenta (PT-RS) e Nilto Tatto (PT-SP), solicitaram apuração das ameaças de morte dirigida a 13 pessoas, entre autoridades públicas e ativistas de direitos humanos, por atuarem no resgate da verdade histórica e na responsabilização de envolvidos na Operação Condor, nos anos 1970, em que militares dos países do Cone Sul se articularam de forma supraestatal para capturar, torturar, matar e ocultar os restos mortais de militantes de esquerda.

Entre os que receberam e-mails com ameaças do grupo que se identifica como Comando Barneix, do Uruguai, está o brasileiro Jair Krischke, coordenador do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, sediado em Porto Alegre-RS.

Além do brasileiro, também foram ameaçados o ministro da Defesa do Uruguai, Jorge Menéndez; a diretora do Instituto de Direitos Humanos do Uruguai, Mirtha Guianze; e Hebe Martínez Burlé, responsável por levar à Justiça o caso que condenou o ditador Juan María Bordaberry.

O nome do grupo é uma homenagem ao general Pedro Barneix. Em 2015, depois de três anos respondendo a processo por homicídio, Barneix não compareceu a uma intimação para depoimento e a juíza ordenou que a polícia fosse procurá-lo. Quando o policial o encontrou, Barneix suicidou-se com um tiro na cabeça.

O pedido de apuração que partiu da presidência da CDHM foi endereçado a três órgãos: a Secretaria-Geral da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, aos cuidados do secretário Paulo Abrão; a presidência da Mesa Diretora do Parlamento do Mercosul, que hoje está a cargo do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), e para Deborah Duprat, procuradora-geral dos Direitos do Cidadão, vinculada à Procuradoria-Geral da República.

“A intimidação contra as 13 pessoas não deve ser ignorada, dado o histórico dos militares que cometeram gravíssimas violações de direitos humanos no Uruguai e a conexão internacional que mantiveram para o cometimento de crimes durante as ditaduras militares no Brasil, Argentina, Paraguai, Bolívia e Uruguai, com apoio dos EUA”, dizem os deputados no ofício. Segundo informações coletadas por Jair Krischke, há evidências de que os militares uruguaios que participaram de crimes na época e permaneceram impunes estão se rearticulando.

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