Dalmo Dallari: Pedido de prisão de Lula é “ato político” desmoralizante para o MP

Tempo de leitura: 2 min

Dalmo Dallari

Jurista diz que pedido de prisão de Lula desmoraliza Ministério Público

por Rute Pina e Simone Freire, Da Redação do Brasil de Fato

O pedido do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) de prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é “totalmente absurdo” e não possui “fundamentação jurídica”, afirma o jurista da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), Dalmo Dallari.

O MP-SP, por meio dos promotores José Carlos Blat, Cássio Conserino e Fernando Henrique Araújo, pediu a prisão preventiva do ex-presidente pelos crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica em relação ao triplex localizado no Guarujá (SP).”Eu acho que isso é desmoralizante para o Ministério Público porque mostra que ele não está se orientando por critério jurídico, mas político”, comenta Dallari. Ele enxerga a prisão preventiva como “um ato político e nada mais”.

Os promotores alegam que por ser ex-presidente, a possibilidade de evasão de Lula “seria extremamente simples” e que a prisão seria necessária para garantir “a ordem pública, a instrução do processo e a aplicação da lei penal”.

“O presidente Lula está no Brasil, vive aqui e tem sua família aqui no Brasil e poderá ser processo normalmente, sem necessidade da prisão. Não há a mínima justificativa para uma prisão preventiva”, afirma o jurista.

Segundo Dallari, se a juíza Maria Priscilla Ernandes Veiga Oliveira, da 4ª Criminal da Justiça, acatar o pedido do MP-SP, caberá um habeas corpus; e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ou qualquer cidadão poderia ingressar com o pedido. A matéria, então, seguiria para o Supremo Tribunal Federal (STF). Procurada, a assessoria do Tribunal de Justiça estadual informou que não há uma declaração oficial da juíza se o caso será julgado nesta quinta-feira ou não.

Repercussão

Após o anúncio do pedido do MP, o Instituto Lula se posicionou sobre o caso caracterizando como “banditismo” a ação do órgão. “[Os promotores] Estão usando um cargo público para cometer banditismo e descabida militância política”, diz o texto da entidade.

“O promotor paulista que antecipou sua decisão de denunciar Luiz Inácio Lula da Silva antes mesmo de ouvir o ex-presidente dá mais uma prova de sua parcialidade ao pedir a prisão preventiva de Lula. Cássio Conserino, que não é o promotor natural deste caso, possui documentos que provam que o ex-presidente Lula não é proprietário nem de triplex no Guarujá nem de sítio em Atibaia, e tampouco cometeu qualquer ilegalidade. Mesmo assim, solicita medida cautelar contra o ex-presidente em mais uma triste tentativa de usar seu cargo para fins políticos”, disse a entidade em nota divulgada no inçio da noite.

Em sua rede social, o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, também questionou a eficiência do órgão para investigações ligadas a políticos e processos vinculados à grupos e partidos da oposição.

“O mesmo Ministério Público que não indiciou os políticos envolvidos no caso do trensalão, que investiga como tartaruga a máfia das merendas e que nunca pediu a prisão de nenhum político tucano em 20 anos de Governo em São Paulo, pediu hoje a prisão de Lula baseado em indícios. Escandaloso! Querem incendiar o país”, questionou.

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Comentários

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Sérgio Rodrigues

Os sem noção não sabem o que é um ex-presidente da República!….

Valdeci Elias

No minimo o habeas corpus, vai cair nas mãos de Gilmar.Ele vai fazer o inverso do que fez para Dantas, 1 habeas corpus daqui a 24 anos.

FrancoAtirador

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“Vergüenza Ajena”
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(https://twitter.com/cartamaior)
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Hell Back

Pois é. Cometeram a primeira “barbeiragem” que foi o quase sequestro de Lula e não aconteceu nada com eles. Então se sentiram fortes e livres para cometerem tantas outras transgressões quantas forem necessárias para inviabilizar a candidatura do ex-presidente. Quem cede um pouco tem a tendência de ceder sempre.

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