por Marcos Coimbra, em CartaCapital
Em uma das passagens mais conhecidas de Alice no País das Maravilhas, a heroína entabula um diálogo com a Falsa Tartaruga, um ser melancólico, sempre triste por ter deixado de ser uma tartaruga de verdade.
A alturas tantas, a tartaruga relembra os dias na escola e as matérias que estudara: “Reler e escrevinhar, é claro (…) e os diferentes ramos da aritmética: Ambição, Distração, Enfeiamento e Escárnio”. Quando a menina lhe pede que explique o que quer dizer o terceiro, ela responde: “Você sabe o que é embelezar, imagino (…) então você sabe o que é enfeiar”.
A mídia conservadora brasileira é uma espécie de Falsa Tartaruga. Ela não hesita no emprego de sua peculiar aritmética de enfeiar, confundir e escarnecer.
Sua proeza mais recente é a fabricação de uma conta sobre o tamanho da corrupção no Brasil, seguida de sua difusão maciça. Faz como ensinava um famoso propagandista alemão: para transformar uma mentira em verdade, é preciso repeti-la mil vezes.
Hoje, ela fala em 85 bilhões de reais anuais, como se pode ver na capa da principal revista da direita nativa. Ontem, eram 70 bilhões. Amanhã, sabe-se lá. E não importa. O relevante é trombetear uma cifra que impressione, qualquer que ela seja.
A mídia conservadora pega o número e o põe nas manchetes, na boca de comentaristas televisivos, em suas “análises”. Ficam todos compungidos com o tamanho do problema. Como se não fosse ela mesma que lhe deu a dimensão que tanto a assusta.
Tudo começou com a divulgação de um estudo do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Fiesp, que tinha a intenção de estimar os “custos econômicos da corrupção” no Brasil. Como passou a ser referência, vale a pena entender o que fizeram seus autores.
Seu ponto de partida foi usar de forma questionável algo banal, os estudos sobre percepção de corrupção, que perguntam a determinado público se acha que ela existe e se seria grande ou pequena. Como as respostas decorrem de impressões, o resultado, óbvio, é subjetivo.
Se, por exemplo, a mídia estiver falando muito do assunto, os entrevistados podem imaginar que a corrupção aumentou, sem que tenha crescido um só milímetro objetivamente. Vice-versa, podem achar que diminui enquanto cresce.
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O que o estudo da Fiesp fez de mais condenável foi usar uma medida de percepção da corrupção para inferir seu custo real. Inovaram, fazendo algo que, mundo afora, ninguém faz.
Um problema adicional da metodologia é a fragilidade de suas bases de dados. Para chegar à “corrupção percebida”, a fonte são avaliações de técnicos -estrangeiros (vinculados, tipicamente, a empresas de cálculo de risco), somadas a alguns poucos e modestos estudos com empresários brasileiros. Exemplificando: o Fórum Econômico Mundial faz, em média, 98 entrevistas por país; o Institute for Management Development, 83. Qualquer um vê que seu tamanho é insuficiente.
São pesquisas que usam questionários autorrespondidos, o que as complica ainda mais. Quando a Transparência Brasil quis fazer algo parecido, convidou 4 mil empresas, mas obteve apenas 76 respostas. Como imaginar que essas 0,019% sejam representativas, se foram só elas que quiseram participar?
Os técnicos da Fiesp utilizaram o Índice de Percepção da Corrupção (IPC), calculado pela Transparência Internacional para 180 países, e resolveram inventar (verificaram que o Brasil melhorou de 1996 para 2009, mas preferiram deixar isso de lado).
O IPC brasileiro, em 2009, era 3,7 (em uma escala que chega a 10, que significa zero de corrupção percebida). E se nosso índice fosse maior, se a percepção fosse menor?
Mas quanto? Talvez achando que suas especulações pareceriam mais “científicas”, escolheram 12 países a esmo para calcular seu IPC médio. Ficaram, sabe-se lá por que, com Coreia do Sul, Costa Rica, Japão, Chile, Espanha, Irlanda, Estados Unidos, Alemanha, Austrália, Canadá, Cingapura e Finlândia.
Se a corrupção percebida no Brasil fosse igual (por alguma razão misteriosa) à média desses países, nosso IPC iria para 7,45. E daí? Iria para menos se substituíssemos a Finlândia pela Holanda, “mais corrupta”. Para mais, se trocássemos a Espanha pela Eslovênia, “menos corrupta”. E daí?
Daí vem a prestidigitação do estudo da Fiesp. Tomaram um modelo neoclássico de crescimento econômico e resolveram torná-lo “sensível ao índice de percepção da corrupção”. Para isso se deram ao direito de modificar o modelo (sem dizer como) para “incluir os efeitos da corrupção sobre o crescimento de longo prazo do produto per capita” (embora continuassem a falar, somente, de percepções).
Se, então, nosso IPC fosse 7,45 e se o modelo que inventaram fosse verdadeiro, o produto per capita brasileiro seria 1,36% maior ao ano, entre 1990 e 2008. Como o IPC real é menor, teria havido, nessa lógica estranha, um “prejuízo” (o “custo da corrupção”) de 41,5 bilhões de reais anuais.
E se o IPC brasileiro fosse 10? Se nenhum dos empresários ouvidos achasse que há qualquer tipo de corrupção no Brasil? Se fôssemos o único país do mundo com esse índice (melhor que o da Dinamarca, o “menos corrupto”)?
Aí o “prejuízo” de ter o IPC de 3,7 seria maior. Chegaria a 69,1 bilhões de reais anuais (a preços de 2008), que nossa mídia arredondou para 70 bilhões.
E assim se explicam os números que andam por aí: pesquisas limitadas, metodologias discutíveis, inferências sem fundamento. Eles não dizem simplesmente nada.
Se alguém quiser um exemplo melhor da aritmética da Falsa Tartaruga, vai ter trabalho. Faz tempo que não vemos uma discussão tão sem pé nem cabeça.
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Comentários
Pedro
Marcos Coimbra é amigo do PT. Por isso uma matéria tão tendenciosa.
andre
Por que o probo THC nunca se deixou ser investigado
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Pera um pouquinho. A reportagem de VEJA seria relevante se a própria redação da revista não fose ela financiada pela corrupção – a editora Abril jáa ganhou algumas dezenas de milhões por ano por assinaturas não-licitadas feitas em nome de escolas estaduais pelo (eterno) governo tucano-paulista. Como se pode permitir um deslize desses? Até mesmo eu, bobinho como sou, começo a achar que a reportagem em si é uma cortina de fumaça…
Zé Brasil
parte2 (2/2) A notícia está na primeira página do Jornal do Brasil de 9 de junho de 1995 e me foi encaminhada por um leitor atento às diferenças de tratamento dos mesmos tipos de comportamento por governos diferentes e servem como dados comparativos. Em reportagem publicada na revista Carta Capital, Raimundo Pereira já havia desmentido outro dos clichês assumidos como verdades estabelecidas: o esquema do escândalo do Banestado – que envolve a personagens como Jorge Bornhausen, José Serra, Paulo Maluf – movimentou a cifra de US$ 176,8 milhões de dólares, isto é, mais ou menos 10 vezes o caixa 2 de Delúbio Soares. É totalmente falsa portanto a versão – propalada por Roberto Jefferson e aceita quase generalizadamente – de que se trataria ''do maior caso de corrupção'' no Brasil.
Isso tira a gravidade da crise atual? Não, em nada. Principalmente por ser protagonizada por um partido que sempre pregou a ética na política e havia sido um exemplo de administração pública em grande parte dos governos a que havia sido eleito. Mas demonstra como casos acontecidos em outro governo e escândalos envolvendo outros personagens não ganharam a projeção que ganham as denúncias atuais.
Como exemplo atual, as denúncias, protocoladas na Justiça em processo enviado pelo procurador-geral da República contra o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, por acusações de enriquecimento ilícito, sonegação, entre outras, passa quase desapercebida. Não se menciona o processo, não se investiga as pistas muito concretas que acompanham o processo, tampouco é objeto de CPI o fato de que a pessoa encarregada de cuidar da moeda brasileira tenha sobre si acusações tão graves. Não se trata sequer de desviar as acusações contra o governo para próceres da oposição, porque Meirelles pertence ao governo e a seu núcleo duro, mas justamente por isso, porque a política econômica faz parte do consenso entre os setores de direita do governo e da oposição, Meirelles é poupado.
Porque na realidade os ataques atuais são contra o PT, como principal partido da esquerda, muito mais do que contra o governo Lula. O paradoxo é que os erros da antiga direção do PT e do governo são erros de direita, de preservação, tanto da política econômica herdada, quanto das práticas herdadas. Os méritos do governo – política externa, política educacional, política cultural – são de esquerda, são de ruptura com o governo FHC. Daí a campanha contra Celso Amorim e a benevolência com Henrique Meirelles. A oposição direita/esquerda continua a dominar a política brasileira, apesar das ilusões em contrário." FINAL
Zé Brasil
Parte(2/2)Recordar é viver: recomendo a leitura do excelente artigo abaixo do sempre lúcido Prof. Sader revisitando o assunto em 2005 durante a "razzia" do PIG naquele ano.
"Emir Sader JB 25.09.2005 Dois governos, duas medidas
Para garantir a vitória da votação no Congresso, o governo federal apelou para a distribuição de cargos. O presidente da República falou por telefone com vários parlamentares, que condicionavam o voto a nomeações. Somente o apoio de um grupo de parlamentares custará pelo menos R$ 1 bilhão ao governo. O porta-voz da Presidência justificou esse comportamento dizendo que esses parlamentares ''contribuíram'' com o governo. Um parlamentar da oposição acusou o relator da emenda votada – Valdemar Lima Neto, do Rio de Janeiro – de ter recebido doação de R$ 40 mil para sua campanha. Manifestantes nas galerias jogaram moedas no plenário, para expressar como as decisões do Congresso e do governo estavam permeadas pela corrupção.
Pode parecer noticiário atual, familiar a estes meses permeados de denúncias de compra de votos, de corrupção, de governo envolvido em acusações de aquisição de apoio mediante negociações obscuras. Nem valeria a pena noticiar ou comentar, se se tratasse disso. Mas não se trata disso, porque embora os fatos sejam muito similares aos de hoje, o clima é muito diferente, revelando como há dois pesos e duas medidas, conforme o governo.
Porque esse comportamento escandaloso não gerou nenhuma Comissão Parlamentar de Inquérito, não houve campanha nacional contra o governo e os partidos da base governista. Nenhum deputado foi cassado, nenhum ministro renunciou ou foi substituído. Não houve crise nacional, o governo saiu mais forte, com mais apoio. O presidente da República foi reeleito. As acusações de que conseguiu aprovar a mudança constitucional para ser reeleito foi feita mediante a compra de votos, com evidências claras, tampouco foi objeto de CPI. As privatizações do patrimônio público, feitas depois que o BNDES da época saneou as empresas e posteriormente financiou sua venda a empresas privadas, nacionais e estrangeiras, a preços módicos e financiamentos com juros baixos, tampouco foram objeto de escândalo, menos ainda de CPI.
A votação foi a da quebra do monopólio da Petrobras, o presidente era FHC, o porta-voz era Sérgio Amaral. O deputado que denunciou a compra do voto de Valdemar Lima Netto – então do PFL – era Marcelo Deda, naquele momento deputado federal do PT por Sergipe. O grupo de parlamentares comprado por R$ 1 bilhão reais pelo governo era a bancada ruralista. Os manifestantes eram trabalhadores petroleiros, dirigidos pelo presidente do sindicato, Antonio Carlos Spis. (final parte 1bloco 2/2) segue parte 2.
Zé Brasil
A corrupção é realmente uma coisa de imprensa: quando FHC cooptou a bancada ruralista em junho de 1995 para quebrar o monopólio do petróleo brasileiro torrando R$1.000.000.000,00 (hum bilhão de Reais), sim, Srs, não é engano não: bilhão de Reais, a imprensa, a mesma lambe saco de sempre, trombeteva nas páginas frontais dos jornais de grande circulação do Pais, onde cito como o exemplo a do JB de 09 de Junho de 1995, o qual informava, no detalhamento da reporcagem, que FHC passara boa parte da noite anterior e da madrugada seguinte no dia da votação na câmara, ao telefone, cooptando corações, mentes e naturalmente bolsos e condicionava os votos a favor a nomeações para conseguir seu intento. A mídia louvava esta atitude devotadamente e aplaudia de pé e como diria Nelson Rodrigues: uivava de satisfação. Atualize-se tal valor aos dias de hoje e imagine se fosse na administração do PT, desculpe-me, p.q.p, o mundo desabaria na cabeça do Governo tal seria a gritaria destes animais sórdidos do PIG e da sua legião de leitores descerebrados incapazes de um mínimo de pensamento crítico, meros maria-vai-com-as-outras, leitores consumidores de manchetes de capas de jornal que são.
Na parte (2/2) encaminharei um excelente artigo do Prof. Sader sobre este assunto.
Final Parte (1/2)
Leider_Lincoln
Cadê o "grande economista" especializado em bombardeio de hospitais, para nos dar uma luz científica sobre isso e dizer "rapaz, vocês não enganam é ninguém"? Será que desistiu de nos enganar?
Marcelo de Matos
Falar de corrupção, dizer que as obras da copa estão atrasadas, que o Enem é um fracasso… Todos os golpes do PIG acabam surtindo pouco efeito. Qual a carta que o PIG tem na manga para um golpe mais efetivo?
Marcelo de Matos
Ia me esquecendo. A entrevista da Lucia Hipolito na CBN sobre corrupção e queda de ministros no governo Dilma já está circulando por e-mail.
Scan
Bem, não se queira esperar rigor científico da Imprensa Golpista.
Se nem no próprio metier dela se espera alguma coisa…
José Eduardo Camargo
Se há corruptos é porque há corruptores! E quem são os corruptores mesmo? Resposta óbvia para qualquer cidadão minimamente inteligente: empresários e banqueiros! E o "nosso" Mr. Murdoch da Marginal Pinheiros não é nada diferente deles. Muito pelo contrário!
David Maximino
Sonegação de impostos pode ser entendido como corrupção? Se for, o impacto disso deve ser bem maior para o Estado e a sociedade. Já ouvi
dizer algo em torno de 200 bilhões por ano, os empresários poderiam confirmar isso melhor. Por que não intalam um "sonegometro" ao lado do impostometro, tão celebrado pela mídia e empresários.
Bernardino
OS NUMEROS nao mentem,MaS os MENTIROSOS fabricam os numeros.ESSA turma da FIESP,irmã gemea da IMPRENSA corrupta e manipuladora sao na verdade os CORRUPTORES,gritando PEGA o ladrão ,quando na verdade sao eles os sonegadores e caras de paus.
O mERCADO politico -Midiatico precisa ser controlado para salvar a dita DEMocracia,caso contrario seremos eternos REFENS dessa CORJA
riorevolta
Caro Coimbra e Azenha, o mais interessante é o que não é discutido:
– Tudo bem, vamos aceitar este número falso seja verdadeiro e que, decorrente dele, quase 3% de nosso PIB é perdido para a corrupção. O astronômico número de 85 bilhões de reais.
– Pensando nisso, vamos analisar o postulado que se segue a isso: "A corrupção é o problema do Brasil, ela atrasa o nosso desenvolvimento".
– Então, a direita está dizendo claramente que utilizando honestamente 97% de nosso PIB nós continuamos subdesenvolvidos.
Agora eu me pergunto: Que tipo de idiota não consegue fazer com 97 o que pretendia fazer com 100? Ao menos algo próximo do que pretendeu.
A conclusão óbvia é que: a corrupção – como se postula – não atrapalha o desenvolvimento.
***
Elaborei mais isso aqui:
http://riorevolta.wordpress.com/2011/10/25/varre-…
Pedro
Daqui a pouco a esquerda vai dizer que a corrupção é uma invenção do PIG. rs
David
Pedro, vc e' analfabeto funcional e político, não notou que a discussão aqui eh a manipulação da imprensa conservadora da real dimensão e impacto da corrupção para a nação. Ninguém nem insinua que ela não exista. Se vc eh mais um no rebanho de "adestrados" pela Veja e prefere acreditar que a corrupçã começou em 2003, soh acontece em Brasilia, com o PT e seus aliados, eh um fenomeno tipicamente brasileiro e acontece isoladamente com políticos… paciência.
Jairo Fernando
Respostas como a sua são a maior alegria da imprensa. Leu, leu e não entendeu nada.
Em nenhum momento há afirmação de que não existe corrupção no país.
O texto diz única e explicitamente que é impossível calcular o montante de corrupção, como fez a revista veja.
Sagarana
Trata-se de uma estimativa, apesar que nesse governo que aí está, da maracutaia institucionalizada, até contrato de corrupção já acharam. Lembra da famosa "taxa de sucesso" do pimpolho da Erenice Guerra?
Wilson Senhorinho
Sabe eu acho que seria muito mais r'srsrsrsr, se nós fizemos um movimento para que a FIESP produzisse um estudo sobre o tamanho da SONEGAÇÃO, neste pais, na area empresarial e associados da FIESP? Vamos juntar forças para que isso aconteça? Algum cronista disposto
Sagarana
basta arrumar o capilé que esse mesmo que aí está topa, te garanto.
Alvaro Tadeu Silva
Querem um exemplo de sonegação, portanto de corrupção? Pedi nota fiscal na minha padaria aqui nos jardins. Chutando, pelo movimento observado em vários horários, um faturamento bruto de R$ 1 milhão por mês. Em vez de nota fiscal, emitiram um papelzinho (cada caixa tem duas impressoras, uma para nota fiscal, outra para emitir o "engana-trouxa"). Recebi, em vez da nota fiscal, o "engana-trouxa". Vem escrito em letras grandes "CONFERÊNCIA". Seguem a descrição e o preço das mercadorias e uma pérola no rodapé: "Atenção! Exija a sua nota fiscal, sonegar é crime! Quem paga por isso é você! No ato da compra peça sempre a sua nota fiscal paulista. Obrigado…".
Alvaro Tadeu Silva
O IBGE bem que poderia aproveitar a deixa da FIESP e calcular, com números sérios, qual a sonegação de impostos no Estado de São Paulo. Garanto que ia deixar muito careca de cabelo em pé.
Caracol
O articulista tem razão. De minha parte, como não confio em qualquer instituição brasileira, os números por elas produzidos são para mim – em princípio – falsos e imaginários, apenas instrumentos de manipulação e desinformação. (Há cinquenta anos havia uma instituição brasileira confiável: o Jogo do Bicho. Era infalível e absolutamente honesto, pagava mesmo, e no bloquinho dizia: “Vale o que está escrito”.)
Mas é isso aí mesmo, aliás, tem uma prova no próprio artigo: 76 empresários num universo de 4 mil equivalem a 1,9% e não 0,019% como diz o autor.
Ou seja, não é preciso ir muito longe para verificar a falsidade das estatísticas. O próprio autor ajuda a demonstrar como os números são tratados sem a devida atenção e seriedade.
Alvaro Tadeu Silva
Caracol, sem pressa! 0 número 0,019% certamente veio de alguém sem grande familiaridade com essas calculadoras. Veja, o erro foi na vírgula. Há muito economista por aí que se atrapalha todo entre uma porcentagem e um número puro. 0,1%, em decimais, por exemplo, é 0,001. Você não encontrará um único aluno do Ensino Médio das escolas públicas de SP que saiba isso. Nem entre os jornalistas da Folha e da Veja.
JOSE DANTAS
Além da fragilidade imposta pelo método de pesquisa ainda tem o agravamento da manipulação das respostas quando o resultado é direcionado ao atendimento de interesses da parte do pesquisador.
Porém o brasileiro compra esse tipo de informação e fortalece a reversão política que não lhe fará bem.
carmen silvia
São esquizofrênicos ou só safados mesmo?
Marcio H Silva
os dois!
José BSB
A Fiesp deveria analisar, não sem o mesmo entusiasmo e alarde, os custos sociais da sonegação de impostos no Brasil. Resta a suspeita se incluiriam os valores nada módicos no quesito "corrupção" e se algum veículo de comunicação ousaria divulgar nomes.
Duvido.
FrancoAtirador
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Pô! ISSO SIM É QUE É "CORRUPÇÃO DE DADOS".
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Morvan
Bom dia.
Sem dúvida, FrancoAtirador. É o caso único de corrupção de dados com um fim em si mesmo.
:-)
Morvan, Usuário Linux #433640.
FrancoAtirador
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Palavra de Mestre Morvan.
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Lu_Witovisk
esse é o espírito do PIG… slogan da globo de 1996
"A Globo bola o que rola"… precisa desenhar??
http://www.youtube.com/watch?v=mwtHxll_4KI
Concordo que assim eles nos dão munição… que matematica boa essa, puxa! kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
raquel LAng
Se vocês tivessem um irmão "maconheiro" que foi espancado até entrar em coma por 6 meses, por traficantes pois ficou devendo uns trocadinhos, e hoje, após um ano e muitos gastos, mal anda e fala, não fariam apologia às drogas. Essa mesma maconhazinha que pedem pra liberar acaba com familias e pessoas, levando muitos deles, como os dois filhos do meu irmão, a ficar sem eira nem beira – a mãe deles, minha cunhada, faleceu após uma overdose de crack, depois que deixou a maconha, os filhos e a familia para viver nas ruas à cata desta maldição da humanidade. Sejam homens, não adolescentes mimados. Vão trabalhar e fazer algo de bom para este mundo, deixando o egoísmo e egocentrismo de lado!
Raquel Lang – dentista – 40 anos – professora universitária na cidade de Santos/SP.
Ted Tarantula
no caso citado raquel..o problema não é a maconha, mas o tráfico, que decorre na ilegalidade…o mesmo podia acontecer com figurinhas de colar em álbum, ou balas jujuba se as pessoas gostassem muito dessas coisas e elas fossem proibidas…quanto à viciada em crack ela é auto destrutiva e se não tivesse a droga acharia outro meio de se aniquilar…a questão é: nao sei se droga faz mal ou nao por si mesma nunca experimetei nem conheço ninguem que o fez. Mas o resultado da ilegalidade que gera o trafico esse sim da pra ver o resultado a olho nu. O Mexico por exemplo é uma estado em desmanche por conta disso.
Morvan
Bom dia.
Compreendo a sua indignação, raquel LAng. Mas não justifica o modo pouco elegante com o qual você se reporta aos navegantes. Ainda mais se se vir que o artigo não versa sobre isso. Egocentrismo? De quem?
:-)
Morvan, Usuário Linux #433640.
Regina Braga
Fui contagiada pela gripe suina e pelo louro dá o pé…De tão contaminada lembro do dinheiro da reeleição, dos sanguessugas,do projeto Sivam,do envavetador,de nenhuma CPI…Dentro do delírio,vejo o crescimento do emprego,o crédito,a melhoria dos salários,etc…Mas estou delirando,nossa situação é pior do que a Grécia,Itália e a França(sim,sim e sim),mas de tanto ver urubús,rondando a carniça,acho que o meu estado é terminal…Acreditei tanto no louro dá o pé,que entrego todas as minhas crenças.Nenhum vestígio de resistência resta mais…Murdoch,vence…O grande corruptor,o verdadeiro e único.O ilusionista,da população!!!
Dani
Lamentável que assims eja
bissoli junior
bacana a retirada do véu a que o texto se propóe. infelizmente corre nos subterrâneos dos esgostos rios de dinheiro sujo desviados por "empresários" e políticos. claro, é suposição; claro é um critério subjetivo. mas, quem aqui poderia afirmar da aplicação correta das verbas públicas? "amarribos", não chegam a centenas (quiçá dezenas!) espalhadas pelo país. e as autoridades não dão maior importância ao patrimônio dos sujeitos, quando descobertos (por exemplo esse tal policial que quis/ou conseguiu detonar o ministro dos esportes). e mais: acompanhei de perto um sujeito que foi denunciado (corretamente, infelizmente) no fantástico como chefe de quadrilha. vendeu seu patrimônio, comprou todas as autoridades locais, passou uma noite na cadeia e agora, seis anos depois, está comprando um apê de um milhão, noutro estado. é, companheiros, e o caso não é isolado. ou vemos na cadeia os corruptores, os corruptos, as autoridades participantes dos esquemas?
Arnóbio Freire
Eu tenho uma proposta séria a fazer:
Já que a Fiesp resolveu fazer uma quantificação da corrupção, já que o PIG informa que se perde por ano em corrupção no Brasil um montante de 85 bilhões, por que eles não aproveitam e apontam os ralos por onde escorre essa dinheirama toda? Creio que não há neste planeta ninguém mais qualificado para apontar este ralo senão a Fiesp. Afinal, quem é que está do outro lado do balcão onde trabalha o funcionário público corrupto? Ou o PIG acredita na existência de corupto sem corruptor?
luiz pinheiro
Ou seja, essa "conta da corrupção" não passa de pura desonestidade.
alexandre melo
imagine que hoje foram roubados:
23 pneus no dner
164 cartuchos de impressora no congresso
1649 lampadas em varias reparticoes
458 cvartuchos de municao nas policias
35 pacote de papel a4 no judiciario
e assim infinitamente sao roubados
diferentes artigos em diversas reparticoes,
e sem falar en dinheiro desviado ,acho bastante provavel
que sejam roubados no pais dezenas de bilhoes de reais por ano.
Morvan
Boa noite.
Interessante o "casamento", a comunhão de interesses nesta doidivana e chutométrica empreitada: PIG e FIESP. Irmãos xifópagos. Ao falar esta sigla, não consigo esquecer "os oitocentos empresários que deixariam o país, caso Lula vencesse as eleições", se não me falha a mnemônica, proferida pelo sr. Mário Amatto.
Agora, "mais probos do que nunca", vêm estas figuras falar em ética, contra a corrupção e tudo o mais, neste novo (mas nem tanto) apelo udenista por ética(?). Ética seletiva, "Bien Sûr"!
A sra. Yeda Detran Crusius [dedos] por acaso, foi incomodada alguma vez, pelos "éticos"? Não, por causa da seletividade. O sr. Paulo AfroDesc continua por aí, lépido e fagueiro, pois quem tem que ser ético é o pessoal "do outro lado". Poder-se-iam passar dias decantando nomes de corruptos e corruptores, mas sabe-se que este não é o problema.
Interessante que toda a NeoUDN é contra o financiamento público eleitoral no Brasil. O Zé Torquemada e o Aloízio 300 Mil, por exemplo. São os mesmos que criam piadinhas infames sobre a doença de Lula e o SUS e os mesmos que derrubaram a CPMF, instrumento valiosíssimo no rastreio de práticas fiscais criminosas. Além, claro, do crime contra o próprio SUS, ao lhe negar fontes de custeio.
Essa galerinha udenista a cada dia precisa inovar o discurso (surradíssimo), e, para felicidade do país, está se saindo pessimamente.
São os de sempre. Não se confunda com os retoques na linguagem. Carlos Lacerda é PIG.
Morvan, Usuário Linux #433640.
Pardalzinho
Continuo achando um mistério como, com tanta corrupção, nossas reservas em moeda forte, crescem ano a ano ao ponto de hoje baterem na casa dos U$ 400 bilhões, sendo que ao final de 2.002 eram negativas se tirarmos o quinhão do FMI que lá havia (coisa de U$ 35 bilhões). Alguém explica isso? Tanta corrupção e nossas reservas de moeda forte aumentando sem parar? Ou nossos corruptos são nacionalistas e só apreciam o Real?
JGesy
Espera! Quem foi mesmo que fez essa ginástica?
Foi a Fiesp? Foram os empresários?
Ué? Mas para haver corrução, é necessário ter o envolvimento de 2 partes, né?
O corrompido e o corruptor, né?
Os corrompidos são os políticos, né?
E os corruptores? Quem são?
edisilva64
Por isso eu acho que deve ser levado em conta o conhecimento de quem fez o estudo. De corrupção os empresários entendem. rsrsrsrs
Ted Tarantula
Não JGesy…talvez vc seja estrangeiro e nada compreende do modo como as coisas são feitas em nosso país..se o agente publico ganha 15% de alguma coisa.. alguém ganhou 85% não é? e faz desse o que?
corruptor??? mau aluno… não entendeu nada..tem de estudar mais…esse é apenas um heroico empresario lutando contra a malvadeza de funcionários desonestos que o querem extorquir..
outra questão: dois homens são pegos fazendo sexo um com o outro..dois homossexuais????? não..nada disso…só o passivo é homossexual o outro é ainda mais macho que o normal dos homens…não entendeu nada? coitado…melhor voltar pra sua terra..aqui é difícil mesmo.
Rafael
Pior que quanto mais absurda for a idéia mais adeptos, as pessoas aceitam facilmente idéias, conceitos sem questionar, cada vez mais conhecimento a disposição e menos críticas são as pessoas. Li não faz muito tempo que em 2010 na China tiveram prejuízo de 120 bilhões de dólares não sei como chegaram a esse cálculo.
Não vejo importância alguma nesses estudos, pesquisas seja o que for, o que importa é punição após descoberto os casos. Quanto desviaram não importa, se houver punição rígida fica cada vez mais difícil. De todas as discussões por que a mídia não propõe a solução que acham necessária? Para mim pelo menos parece que a mídia se "viciou" nesses casos porque dão repercussão, mas nunca propões solução. O interesse é claro que querem uso político da questão. É assinto fácil de falar, qualquer um por mais corrupto que seja pode falar que é honesto assim como a mídia fala. Esse discussão tem adesão do público.
Ninguém é mais incentivador da corrupção do que globo e abril ou vamos achar que correto assinar contratos sem licitação para fornecimento de revistas? Ou que a cobertura que a mídia dá para o PT ser totalmente diferente para o PSDB não é um incentivo para o psdb continuar corrompendo?
Ricardo_Alves
rapaz eu acho e bom , assim fica facil bater nesta direitinha nas proximas eleicoes, que nao tem projeto , nem argumento, e nem sabem fazer oposicao…. deste jeito dilma vai facil para o 2 mandato, e depois faz secessor.
Roberto Locatelli
Mas que absurdo!! Que falsificação!
Eles querem usar impressões subjetivas como índice matemático!!
É a mesma coisa que perguntar as pessoas qual a impressão delas sobre a inflação, se está alta, baixa ou média. E depois usar o resultado como índice de inflação oficial.
Fizeram coisa parecida com aquela famigerada gripe suína (que iria dizimar a população brasileira, e só Serra poderia nos salvar), perguntando: "você teve gripe nos últimos três meses?" Ora, o que o leigo sabe sobre a direrença entre gripe, resfriado, alergia ou pneumonia? O resultado da "pesquisa" foi que o Brasil todo estava gripado.
Doutra feita, a Folha fez um profundíssimo cálculo estatístico e provou que milhões de brasileiros iriam morrer de gripe suína. Ou asiática, nem me lembro mais.
Os grandes laboratórios ganharam bilhões. Mas o golpe ficou velho. No último inverno, não colou.
Agora vem essa estatística do achismo. Na Europa, esses "jornalistas" já teriam sido chamados a depor na polícia.
Dilma, acorda!! Ley de Medios, já!
Gersier
Suina e seriam "sessenta milhões" ou seja, 32 %(trinta e dois por cento) da população brasileira e isso em apenas dois meses,segundo os "sofisticados" cálculos desses crápulas especialistas em hipocrisia,em vagabundice e em safadeza.
Morvan
Boa noite.
Roberto Locatelli, Gersier e demais navegantes:
em 19/07/2009, no Caderno "Cotidiano": "Gripe pode afetar até 67 milhões no Brasil em até oito semanas".
Elo: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u597124.shtml
"Reporcagem" devidamente desmascarada pelo Azenha e por outros jornalistas [de verdade]:
Elo: http://www.viomundo.com.br/arquivo/denuncias/folha-e-gripe-suina-dois-crimes-em-19-meses/
Vejam só o que não faz um veículo político-eleitoral travestido de jornal.
:-)
Morvan, Usuário Linux #433640.
Jose Alberto SSA BA
Eles precisam de mais um refrão para as passeatas já convocadas para o feriado de 15 de novembro.
Esses números deverão ser repetidos repetidos repetidos…….. nos noticiários de TV rádios e muita gente "indignada" e "cansada" vai sair repetindo eles por aí. E muita gente menos esclarecida e de boa fé vai acreditar, infelizmente.
A verdade? Ah, a verdade……., diria a falsa tartaruga (muito bem lembrado).
João Bosco
O poço a que se lançou (por vontade própria) a nossa velha mídia está cada vez mais caquético. Impressiona a que ponto chegou. A sua credibilidade foi para o espaço. São poucos, muito poucos, os que se salvam. As honrosas exceções.
JOACIL CAMBUIM
É impossível aferir os prejuízos decorrentes da corrupção no Brasil. Isso porque não se tem dados confiáveis a respeito dos inúmeros casos de desvio de dinheiro público. Na condição de Promotor de Justiça Criminal de São Paulo, há mais de vinte anos, posso assegurar que vi poucas decisões condenatórias (nem lembro se vi alguma) sobre o assuno. Poucos casos são apurados pela polícia. Menos ainda chegam à Justiça em forma de processo (denúncia do Ministério Público). E quase zero são os casos de condenações. Penso que o principal motivo para que isso ocorra é que a corrução é uma via de mão dupla, nunca aparece a parte que corrompe (o corruptor). Vejam-se os casos das grandes empreiteiras que financiam as campanhas de candidatos de todos os partidos políticos. Nunca – ou em poquíssimos casos – se falou em punição desses grandes corruptores. Parece que eles – os donos de empreiteiras – estão acima de todas – todas, mesmo – as autoridades do País. Enfim, esses dados sobre corrupção beiram ao ridículo!
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