Juvandia: Sobre o cavalo e quem paga a conta da alfafa

Tempo de leitura: 2 min

por Luiz Carlos Azenha

Ontem a capa de O Globo — na mesma edição que nos brindou com importante editorial, aliás, com este aqui — trouxe a informação de que os banqueiros teriam reagido ao discurso do Dia do Trabalho em que a presidente Dilma cobrou queda dos juros. “Bancos reagem a Dilma e não garantem crédito maior”, dizia a manchete. Lá dentro, referência a relatório do economista-chefe da Febraban, Rubens Sardenberg que, segundo o jornal, “alfinetou”: “Alguém já disse que você pode levar um cavalo até a beira do rio, mas não conseguirá obrigá-lo a beber água”.

Juvandia Moreira, a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, acha que cabe a quem paga a conta da alfafa botar o cavalo na linha. Ou seja, você, caro leitor. Como? Comparando as tarifas e os juros cobrados em todas as operações bancárias. Optando sempre pelo melhor preço.

Ela não cobra apenas dos banqueiros privados. Cobra, também, do Banco do Brasil. Segundo a sindicalista, o BB não tem a mesma transparência da Caixa Econômica Federal, especialmente no crédito pessoal, que no banco estatal está, diz ela, ligado a um pacote de tarifas que custa caro.

Há muito espaço para o crédito no Brasil crescer, afirma Juvandia. Ele representa 48% do PIB, quando nos Estados Unidos chega a 200%.

Juvandia diz que os bancos privados brasileiros fecharam robustos o primeiro balanço do ano — nenhum pangaré à vista –, “escondendo lucro” através de um aumento de provisionamento de 30 a 40%, quando a inadimplência não deu o mesmo salto.

Lembrei a Juvândia que os bancos poderiam estar apenas respondendo ao agravamento da crise internacional, mas ela acredita que não, que o Brasil tem um mercado interno grande, “muita coisa por fazer” e que os bancos devem contribuir para manter a economia aquecida oferecendo crédito com juros mais baixos que os atuais.

A Febraban, por sua vez, divulgou nota na qual diz que o relatório citado em O Globo não expressa a opinião da entidade: “A FEBRABAN e os bancos associados estão comprometidos com a expansão vigorosa e saudável do crédito, que é a razão de ser do sistema bancário, e é fundamental para o desenvolvimento econômico e social do Brasil”.

Clique abaixo para ouvir trechos da entrevista com a presidente do Sindicato dos Bancários:

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Comentários

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Dieese: Empregos no setor bancário equivalem a 70% dos existentes em 1990 « Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Juvandia, presidenta dos Bancários de SP: Sobre o cavalo e quem paga a conta da alfafa […]

demetrius

gente, o Banco do Brasil só faz o que é bom pra todos, não viram a propaganda na TV?

Marcio H Silva

O Brasil estava precisando de um governo duro. Taí ele peitando os bancos. Os próximos passos é a ley de media, com ajuda do cachoeira, lucros das montadoras, tarifas telefonicas e de energia elétrica. to no aguardo….

marcio gaúcho

Os EUA são sim um bom exemplo econômico e financeiro. O PNB deles é de cerca de 19 trilhões de dólares e o do Brasil de 3 trilhões de dólares.
Quem tem mais a nos ensinar? E, ainda, os EUA conseguem produzir e exportar todas as suas crises para o resto do mundo, que eles consideram assim mesmo: resto.

Lucas Cardoso

“Há muito espaço para o crédito no Brasil crescer, afirma Juvandia. Ele representa 48% do PIB, quando nos Estados Unidos chega a 200%.”

Sim, e é por isso que a economia estadunidense está em frangalhos. É bom lembrar sempre que os EUA não são um bom exemplo de sucesso, seja econômico ou social.

Donizete

Acredito que o governo federal está fazendo com os meios disponíveis a parte que lhe cabe. O consumidor que é o maior interessado deve ter paciência, pesquisar e buscar o que lhe for mais favorável.

Gabriel

“Bichos de fino trato se comportam como se fossem pangarés”

Azenha, não sei se foi você o autor da frase, mas ficou genial!

Ri muito aqui!

valcir barsanulfo de aguiar

Já interrogava Lênin:” Quem é o verdadeiro ladrão, quem rouba um banco ou quem monta um banco.

Vlad

Metade do problema está na ganância dos bancos.
A outra metade na inoperância da justiça brasileira, cujas deformidades tornam praticamente inviável cobrar qualquer dívida.
E nós que pagamos, pagamos por nós e pelos caloteiros profissionais e seus laranjas.
Nos tributos é a mesma coisa. Nós é que pagamos a dívida dos sonegadores e inadimplantes (coitadinhos) nas anistias, remissões e reduções embutidas nos infinitos “Refis” a cada 3 ou 4 anos, na União, Estados, Municípios.
Não é?

Luiz Ant. Barbosa Mutum MG

Não tenho procuração para defender esse bancos (sic, contudo lembro que o Bradesco limitou-se a emitir uma nota aos poupadores, por sinal sucinta, objetiva por conseguinte esclarecedora. E mesmo assim a Globo insiste em torcer contra o Brasil. Aliás quando o saudoso Zé de Alencar ( a quem me atrevo chamar Zé do Brasil) então vice Presidente da República cobrava redução dos juros a seu companheiro de chapa “Lula”, a mídia tupiniquim abriam seus microfones dizendo que Alencar esta desafinando… Dilma implementa aquelas ações e a FEBRABAN chia… balela… desculpa de quem solta “pum” é barriga inchada.

Paciente

Se reduzir a burocracia para mudar de banco financiador, ok. Se não…

Cassius Clay Regazzoni

Sabe qual vai ser o problema?

Respondo: O consumidor brasileiro.

Não há ser mais acomodado e passivo que ele.

Você acha que a maioria das pessoas irá mudar de banco por conta das diferenças de taxas?

É igual ao caso dos preços de carro. No Brasil, temos as maiores margens de lucro da indústria automobilística mundial, pergunte se alguém deixa de comprar carro 0km. O que mais tem é otário pagando 30 mil reais em carroça 1.0.

Temos uma população muito acomodada e ignorante, e isso ferra com todo mundo.

    André

    Respondeu na pinta, é isso mesmo, nossa consciência de consumo é pífia, brasileiro é acomodado, temos educação cara, saúde cara,impostos caros,estradas caras, políticos caros, e tudo muito caro quando não o mais caro do mundo, mas sem problema tem carnaval,futebol, BBB,e etc.

    Cibele

    Demais! Sem brincadeira, precisamos de um programa social especificamente para isso, algo como um “bolsa-educação paradeixardeserotário”.

Fabio Passos

A disputa é:
sociedade brasileira x banqueiros

O governo finalmente está atendendo as demandas da sociedade e enfrentando as oligarquias financeiras.

A banca tem o apoio integral do PIG (sempre os mesmos canalhas: marinho, civita, frias e mesquita) e dos rentistas parasitas da “elite” branca e rica… a pior “elite” do mundo.

É nosso dever apoiar as iniciativas do governo e enfrentar os interesses do capital vagabundo que está atrapalhando o desenvolvimento e crescimento do Brasil.

    Walter

    Discordo, pois:

    Qualquer governo está sempre atendendo as demandas das oligarquias financeiras e enfrentando a sociedade.

    A banca tem o apoio integral do governo, PIG, dos rentistas parasitas da elite morena e tupiniquim, esta sim a pior “elite” do mundo.

    Walter

Renato Brito

É imprescindível para o crescimento do país que os Bancos fomentem a atividade econômica, oferecendo crédito a taxas competitivas.Nesse cenário, é indiscutível a importância dos bancos públicos como indutores no mercado de crédito.

Henrique

Isto é o que eu chamo de desfazer do seu próprio país.
O “beiçudo” aí, que não quer beber água no rio, deve ter envergonhado pela ignorância dos seus fatos os seus companheiros banqueiros.
A não ser, também, que os banqueiros não queiram beber a água no rio!
Isto, simplesmente, é jogar pedra na própria pátria, é formar um pessimismo em volta de si mesmo (dos banqueiros e do ‘beiçudo’), formar um espírito de derrota, acreditar que somos menos, que somos inferiores, que somos derrotados, que não adianta nada neste país.
Em suma, o ‘beiçudo’ demonstrou que, ele, os banqueiros podem morrer de sede, que os bancos podem fracassar se não CONTINUAREM A ESPOLIAR O POVO BRASILEIRO.

Essa atitude errônea e “cavalar” vai minando e ficando na mente social do banqueiro (se é que há mente social na espoliação!)

Pôxa, nós não necessitamos disso!

Precisamos é de consciência política, consciência econômica.

Não somos o maior país do mundo, não, nem o melhor, por enquanto, mas estamos, o povo brasileiro, trabalhando para isto. Não sei os ‘beiçudos’!

Nosso país, nossa casa, merece acreditar que somos capazes, que temos valor, que podemos realizar uma economia que é benéfica para todos, sem exceção, que podemos fazer as coisas bem-feitas e que temos um grande valor dentro de nós.

O “beiçudo” e nossos banqueiros, cá entre nós, já ‘tiraram’ muito do nosso povo.
Será que não chega!

MAS QUE NOSSOS banqueiros SEJAM INSPIRADOS, AMADOS OU NÃO, COBRADOS, E QUE PARTICIPEMOS ATIVAMENTE NA SOCIEDADE, POIS ESSA AÇÃO POSITIVA DENTRO DA SOCIEDADE É QUE TORNARÁ, TODOS NÓS, CADA VEZ MELHORES, inclusive o “beiçudo”!

Claudio Dode

Se o cavalo, efetivamente, não é burro, com certeza vai beber agua….

Raimundo Castro

Economista-chefe da Febraban: “Alguém já disse que você pode levar um cavalo até a beira do rio, mas não conseguirá obrigá-lo a beber água”. A Miriam Leitão, ontém no Jornal da CBN, disse que já que o governo não pode obrigar o cavalo a beber seria melhor então nem levar o cavalo para a beira do rio. O governo retruncou à Febraban dizendo que o cavalo pode morrer de sede.
Com a Dilma não tem brincadeira. Tá na hora de alguns meios de comunicação levarem mais a sério este país.

AlvaroTadeu

O jornalista Ronaldo Sardemberg é irmão de Rubens Sardemberg. Um dos dois ou ambos trabalharam no governo FHC. Simples assim.

Prado

Cavalo é quem é assalariado dos bancos e escreve uma asneira como essa. A Febraban, de novo, perdeu excelente oportunidade de se calar.

ademar

a globo pagou mico,com o desmentido da febraban,a dilma ja enquadrou essa turma,e parte pra novo embate,agora sera a queda do preço de energia, o recado ta dado

Andrade, Amaury

QUER DIZER ENTÃO QUE A FEBRABAN DESMENTE O GROBU…

ESSE PIG é de F^@#444!d^

Uélintom

Caraca! O “O Globo” não teve nem a chance de puxar o saco dos banqueiro, eles mesmos desmentiram o tal relatório! hahahahahah!!!!!!

    Uélintom

    “dos banqueiros” e não “dos banqueiro”. Enquanto cometo erro de digitação do texto, o Globo erra na prestidigitação de fatos.

Julio Silveira

Nessa turma da FEBRABAN o governo não deve confiar.
Deve fazer seu papel, não permitir cartel. Aliás em nenhum setor.
O Brasil precisa parar de socializar o prejuízo e concentrar o lucro.

Gilberto Silva

“Alguém já disse que você pode levar um cavalo até a beira do rio, mas não conseguirá obrigá-lo a beber água”.
Com esta frase ele quiz dizer que o cavalo são os bancos ?
Ou seriam os clientes dos bancos ?
Sardenberg é irmão do Sardenberg da Gloebels?

    Marcio H Silva

    Ele quis dizer que os bancos não iam fazer o jogo do governo.
    Aí o Governo, através de um assessor, comentou que o cavalo podia morrer de sede. E mantega mandopu a febraban se retratar publicamente, já que emitiu um relatório público. Os banqueiros enfiaram o rabinho entre as pernas e detonaram o relatório e se retrataram.
    Estávamos precisando de um governo macho, e encontramos…..
    Itaú, já informou que vai baixar os juros e divulgar benefícios das novas regras da poupança para seus clientes……foram postos nos eixos….

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