Resistir: os anseios podem até ser os mesmos

por Marco Aurélio Mello

Há várias maneiras de resistir, todas elas válidas.

Há aqueles que optam pela organização e pela luta, muitas vezes armada.

Há os que escolhem a resistência pacífica.

Há os que boicotam a administração pública aprofundando a crise.

Há os que preferem combater pela via institucional, na crença de que o bom senso vença.

Há os que praticam ações de sabotagem, contra a ordem econômica.

Há os que, em silêncio, resistem com ações filantrópicas, pontuais e práticas.

Há os que gritam e esperneiam nas redes sociais.

Há os que marcham nas ruas e enfrentam a repressão.

Há os que encontram refúgio fora da realidade, num local distante.

Há os que a negam temporariamente, insistindo em caminhar sem ver o que de fato aconteceu.

Há os que se deprimem e choram escondido.

Há os que adiam seu despertar com medo da incapacidade e da covardia.

Há os que silenciam e cumprem suas tarefas cotidianas até que o cenário permita um levante.

Mas há os sonhadores, os loucos, os românticos, os apaixonados, que buscam beber nas fontes do amor, da arte.

Estes últimos são tomados de encantamento, de humor e de alegria para superar suas dores com resignação, resiliência.

Não há um mais certo do que o outro.

É na diversidade que vamos encontrar um caminho comum para todos.

É na diversidade que vamos superar mais uma das tantas crises que se sucedem no destino da humanidade.